sábado, 30 de agosto de 2014

PORTA FECHADA




Porque a porta que dá acesso à assistência é fechada?

Isto é feito para que se feche o circulo vibracional que envolve as dependências do Templo de forma a oferecer maior segurança e tranqüilidade para o desenvolvimento dos trabalhos.

As pessoas da assistência representam uma segunda corrente e passam a ser envolvidas por forças espirituais presentes no ambiente as quais transmitem benefícios as pessoas.

Se a porta estiver aberta – e se houver o entra e sai das pessoas -  essa força espiritual não poderá atuar adequadamente e as pessoas não receberão os benefícios que vieram buscar.

De nada adiante uma pessoa chegar ao Templo na hora de ser atendida por alguma Entidade e em seguida retirar-se, como se fosse a uma consulta médica por exemplo. Há necessidade de concentração, exercício da fé e envolvimento com a ritualística e, principalmente, humildade.

As pessoas precisam urgentemente mudar seus maus hábitos e más atitudes, fazendo a reforma íntima. Caso não o façam, os benefícios recebidos tem efeito pequeno e de curta duração.


Um Templo deve ser um local de oração e recolhimento. Não deve ser encarado como um local em que se vai simplesmente buscar um benefício com hora marcada.
















quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A MOVIMENTAÇÃO INVISÍVEL NAS GIRAS



Toda Casa de Umbanda que é séria e faz a caridade gratuita e desinteressada é um grande hospital das almas, tendo o apoio de falanges espirituais do Astral Superior. Essas giras de caridade são grandes pronto socorros espirituais, onde não se escolhe o tipo de atendimento, estabelecendo enormes demandas no Além. Os consulentes que procuram os pretos-velhos e caboclos para a palavra amiga e o passe avançam trazendo os mais diversos tipos de problemas: doenças, dores, sofrimentos, obsessões, desesperos, etc. Processa-se a caridade sem alarde, pura, assim como o Cristo-Jesus procedia, atendendo a todos que o procuravam.

É indispensável um ambiente harmonioso e de energias positivas no grupo de médiuns que formarão a corrente vibratória. Para se conseguir as vibrações elevadas, são cantados pontos, que são verdadeiros mantras, faz-se a defumação com ervas de limpeza físico-etérea e espargem essências aromáticas que auxiliam a elevar as vibrações.

No Plano Astral, estabelece-se um campo vibratório de proteção espiritual. A vários quarteirões em volta do local da gira ou templo, os guardiões exus com suas armas astrais fazem a segurança energética do local. Bandos de desocupados e malfeitores tentam passar por esse cordão de isolamento, mas são repelidos com espécie de choque por uma imperceptível malha magnética. Outros espíritos que acompanham os consulentes não são barrados e, ao adentrar a casa, são colocados em local apropriado de espera e várias entidades auxiliares lhes prestam socorro e preparação inicial. Por isso os consulentes sentem muita paz quando entram na casa e aguardam seu momento de consulta.

No ato da consulta, o Guia ou Protetor está trabalhando junto ao aparelho e dirige os trabalhos, tendo vários auxiliares invisíveis que ainda não “incorporam”. Havendo necessidade, é dada passagem para as entidades obsessoras ou sofredoras que estão acompanhando os consulentes. Manipulam com grande destreza o ectoplasma do médium, que é “macerado” com princípios ativos eterizados de ervas e plantas, fitoterápicos astralizados usados para a cura. Os Espíritos da Natureza trabalham ativamente buscando esses medicamentos naturais nos sítios vibratórios que lhes são afins, bem como buscam, para a manipulação perfeita do caboclo ou preto-velho, as energias ou elementais do fogo, ar, terra e água, e que sempre estão em semelhança vibratória com os consulentes, refazendo as carências energéticas localizadas.


Os chefes de falange “anotam” todos os serviços que serão realizados durante e após a gira, pois as remoções e socorros continuam ininterruptamente, sendo o dia de caridade pública aos encarnados o cume da grande montanha que se chama caridade.
















terça-feira, 26 de agosto de 2014

PESTALOZZI




Um dos maiores educadores da humanidade e mestre de Allan Kardec


Pestalozzi passou a ser conhecido, devido ao conjunto de sua obra, como "O Educador da Humanidade".

A Formação: Johann Heinrich Pestalozzi nasceu em Zurich, Suíça, no ano de 1746. Órfão de pai aos 4 anos, passou por grandes dificuldades, juntamente com a mãe e três irmãos, fato este que ajudou a consolidar sua personalidade predominantemente humanista, tornando-o um homem sensível e sonhador, sempre preocupado com o destino dos necessitados.

Ainda estudante, já demonstrava interesse pela causa dos desamparados, participando sempre de movimentos de reforma política e social. Em 1774, na esteira de seu pioneirismo, fundou um orfanato, onde tinha a intenção de ensinar técnica de agricultura e comércio, tentativa que fracassou alguns anos depois. Resolveu, então, transformar o projeto agrícola fracassado em um Instituto Filantrópico para crianças abandonadas, no que também não teve sucesso. Porém, nunca desistiu de seus objetivos.

Durante a Invasão Napoleônica, em 1798, quando a cidade de Stans foi invadida e seus habitantes massacrados pelas tropas, Pestalozzi reuniu as crianças desamparadas e passou a cuidar delas em meio às mais precárias condições. Claramente influenciado pelas idéias de Jean Jacques-Rousseau, acreditava na educação como um desenvolvimento total do indivíduo, num conjunto moral, intelectual e físico, cuja potencialidade se encontra na criança, que deve ser estimulada, principalmente no lar em que vive: "A escola deve ser a continuação do lar. É no lar que se encontra o fundamento de toda cultura verdadeiramente humana e social" – concluía o educador.

Pestalozzi acreditava que o indivíduo, desde criança, possui todos os meios necessários para a socialização plena e que o papel do educador é justamente promover o desenvolvimento desses valores já existentes em cada indivíduo, sempre ressaltando a importância da família na formação da personalidade. Para ele, a mãe é a figura central do desenvolvimento educacional. E ele entendia que o conhecimento não é propriamente adquirido, mas sim desenvolvido, pois cada ser humano já nasce com a tendência espontânea da natureza de seu próprio desenvolvimento. Somente precisa do estímulo do educador, sempre subordinado à educação moral e espiritual.

Em 1805, Pestalozzi fundou o famoso Internato de Yverdon, cujas atividades principais eram desenho, escrita, canto, educação física, modelagem, cartografia e excursões ao ar livre. Durante os 20 anos de funcionamento, a escola foi freqüentada por estudantes de vários países europeus. Tal Instituto, devido à sua popularidade, ganhou renome internacional.

O espiritismo trouxe grandes influências das idéias de Pestalozzi, principalmente no que diz respeito à importância do lar como base para a educação espiritual e para a formação da personalidade do indivíduo. A didática de Pestalozzi preceitua que a melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter e que a universidade pode fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem.

Em 1825, devido a disputas internas, foi obrigado a encerrar suas atividades no Instituto de Yverdon, o que lhe causou enorme tristeza.

Dotado de vasta cultura, em 1781, publicou um romance em quatro volumes, intitulado "Leonardo e Gertrude", muito divulgado, onde expunha suas idéias de reforma social e política. O livro conta a história de Gertrudes, uma mulher generosa, dotada de bondade e inteligência infinitas. Sua dedicação aos filhos era tamanha que, além de tirar seu marido Leonardo do vício da embriaguez, conseguiu influenciar os habitantes da aldeia onde morava: fez com que todos aplicassem seus métodos em benefício da população, alcançando o bem estar social tão almejado por Pestalozzi, que acreditava plenamente possível realizar na prática, o conteúdo de sua obra.



Johann Heinrich Pestalozzi casou-se com Ana Schultz, companheira amiga e fiel, que lhe deu o filho Jacob, falecido ainda jovem. Jacob, porém, deixou-lhe o neto Gottlieb, que permaneceu ao lado do avô até os últimos dias deste, quando, acometido de grave doença, veio a desencarnar em 17 de fevereiro de 1827.


Estudar, Ler e Aprender... Edificações Primárias para uma boa Espiritualização!

























domingo, 24 de agosto de 2014

A ESPIRITUALIDADE RESPONDE



Como devemos agir diante dos que se afastam das tarefas?

O quadro de nossas  responsabilidades diante da  mensagem cristã do “     Amai-vos uns aos outros” é tão vasto; os serviços ainda incompletos e as tarefas por realizar em nome do amor ao próximo se desdobram com tanta intensidade que, sinceramente, cabe-nos a solução de aproveitar o tempo disponível às nossas limitadas possibilidades, trabalhando e servindo sem cessar em nome do Bem geral. 

Não podemos nos dar ao luxo de correr atrás aqueles que abandonam o serviço espiritual, a pretexto de lhes oferecer explicações e homenagens.

Isto por que nossas obrigações aí estão, exigindo-nos tempo e dedicação, e não podemos perder tempo.

Se fulano ou sicrano considerou por bem abandonar as próprias obrigações espirituais, por este ou aquele melindre, que podemos nós fazer?

Entreguemo-lo, pela oração, à Benção Misericordiosa de Deus, o Pai Amado de todos nós, e, por nossa vez, perseveremos no trabalho do Bem até o fim.


                                      

















  “O Espírita Mineiro” - Chico Xavier

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

SUA CONDUTA COM AS ENTIDADES





O médium de verdade deve ter em mente que na Aruanda todos são iguais e se existe diferença de grau de uma entidade para outra, é porque as que têm função de chefia são as que mais trabalham e que menos falam ... Isso significa que nenhum médium de Umbanda de verdade deve sequer pensar que sua Entidade é melhor que a de seu irmão, ou que seu “Caboclo” é mais forte, que seu “Companheiro(a)” é o mais bravo, o mais valente, etc...  No astral cada um tem sua função e cada um é responsável por ela, tendo de responder por seus erros e acertos. As Entidades de Aruanda preferem que seus filhos falem pouco e trabalhem muito pelo próximo.

Não existe necessidade de “chamar” seu Guia ou Protetor a toda hora e em qualquer lugar, principalmente evite ficar comentando sobre mediunidade em bares ou na rua. As coisas do espiritual devem ser discutidas na paz e na tranqüilidade e nunca na balbúrdia ou entre pessoas que destoam completamente do assunto.

Nunca fale mentiras ou cometa erros em nome de seus Mentores. Isto quer dizer que nenhuma Entidade de Umbanda acoberta isto ou aquilo de seus médiuns.

Procure não incorporar em outros locais que não o terreiro. Não é em todo lugar que nossos Mentores baixam, pois nem todo lugar é sagrado. Existem locais pesadíssimos, sem a mínima condição vibratória de atuação.


Nunca desobedeça as ordens de sua Entidade e mais importante: nunca queira fazer o que você acha que ela faria. Espere sua orientação. Por exemplo: não ponha no pescoço um monte de guias achando que seu mentor parecerá mais forte aos olhos do consulente ou dos outros irmãos. A verdadeira força está em ser humilde, honesto. Tenha certeza que você sentirá seu Mentor com mais intensidade agindo assim.














quinta-feira, 21 de agosto de 2014

POSSO INCORPORAR EM QUALQUER LUGAR ?



Se uma pessoa tem que trabalhar e se a mesma não entrar para o Centro, ela pode receber algum guia na rua, no trabalho ou em qualquer lugar?

Não! Um guia, protetor ou entidade de luz não irá jamais expor uma pessoa ao ridículo ou a situações constrangedoras incorporando em lugares públicos.
O fato é que a pessoa sendo médium e não desenvolvendo a mediunidade não faz com que deixe de ser médium.

O que ocorre é que a sua mediunidade ficará “embrutecida” e desamparada expondo-a a ação de espíritos trevosos, que, esses sim, podem se manifestar em lugares públicos expondo a pessoa a situações embaraçosas.

Importante ressaltar é que ser médium é uma oportunidade que recebemos de Zambi (Deus) para expurgar parte de nosso karma. Negar ou fugir disso não ajuda em nada. O importante é aprender a lidar com isso. E a melhor maneira é desenvolvendo.

A religião ou a Umbanda deve entrar em nossas vidas para nosso crescimento enquanto pessoas. Nunca deve ser imposta.

Não concordo com fórmulas impostas, entretanto sabemos que existem pessoas e pessoas.

Cada um com seu karma, merecimento, missão e vontade.

É claro que todo ato nosso tem conseqüências, resta saber se estamos dispostos a arcar com elas.

É óbvio também que se acreditamos que antes de encarnar assumimos alguns compromissos com o objetivo de resgatarmos o nosso karma, e nesses compromissos assumidos estão envolvidas entidades de Umbanda que nos auxiliarão nesse processo, ao nos recusarmos a trabalhar num terreiro de Umbanda, ao nos recusarmos a ouvir os convites feitos pelas nossas entidades para obrarmos o bem, estaremos nos expondo a não cumprirmos com o prometido.

É claro que existem outras formas de fazermos caridade.

É bem verdade que com o concurso de um terreiro, de uma corrente essa tarefa fica facilitada, já que era isso que estava “combinado”.

Fazer parte de uma corrente facilita a nossa comunhão com Deus e com os espíritos do bem, mas não adiantará de nada o médium estar dentro de uma corrente contrariado.

Como dissemos anteriormente, nossos atos geram conseqüências, resta saber se estamos dispostos a arcar com elas.


Ser umbandista deve ser uma opção e não uma imposição.












terça-feira, 19 de agosto de 2014

CÉU E INFERNO




Em todas as épocas o homem tem acreditado, por intuição, que a vida futura deveria ser feliz ou infeliz, em razão do bem ou do mal que se fez aqui em baixo. Crendo que a Terra é o centro do universo, os Antigos tinham colocado o Paraíso no Céu e o Inferno sob a terra. Esta ideia, que predominou durante séculos, tornou-se obsoleta quando a ciência se pôs a observar as profundezas do espaço e da Terra. Diante desses novos conhecimentos, as crenças tiveram que se modificar: o céu e o inferno foram deslocados. Onde estão? Diante desta questão, as religiões permanecem mudas.

O Espiritismo veio esclarecer esta questão nos ensinando que não existem lugares circunscritos para as almas.

Os Espíritos são criados simples e ignorantes, mas com a aptidão de tudo adquirir e de progredir, em virtude de seu livre arbítrio. Pelo progresso, eles adquirem novos conhecimentos, novas faculdades, novas percepções e, por conseguinte, novos gozos desconhecidos dos Espíritos inferiores; eles vêem, entendem, sentem e compreendem o que os Espíritos atrasados não podem ver, nem entender, nem sentir, nem compreender.

A felicidade está na razão do progresso realizado; de sorte que, de dois Espíritos, um pode não ser tão feliz quanto o outro unicamente porque não é tão avançado intelectual e moralmente, sem que tenham necessidade de estar em lugares distintos. Ainda que estejam ao lado um do outro, um pode estar nas trevas, enquanto que tudo resplandece ao redor do outro, absolutamente como um cego e um vidente de mãos dadas; um percebe a luz, que não causa nenhuma impressão sobre seu vizinho. A felicidade dos Espíritos, sendo inerente às qualidades que possuem, são por eles absorvida em toda parte onde a encontram, na superfície da Terra, no meio dos encarnados ou no espaço.

Uma comparação vulgar permitirá compreender ainda melhor esta situação. Se, em um concerto se encontrarem dois homens, um bom músico, de ouvido exercitado, o outro sem conhecimento de música e com sentido da audição pouco desenvolvido, o primeiro experimentará uma sensação de felicidade, enquanto que o segundo ficará insensível, porque um compreende e percebe o que não causa nenhuma impressão sobre o outro.

Assim são todos os gozos dos Espíritos, que estão na razão da sua aptidão em senti-los. O mundo espiritual tem esplendores por toda parte, harmonias e sensações que os Espíritos inferiores, ainda submetidos à influência da matéria, sequer entre vêem, e que são acessíveis apenas aos Espíritos depurados.

O espírito adiantado está liberto de todas as necessidades corporais. A alimentação e o sono não têm para ele nenhuma razão de ser. Ele deixa para sempre, ao sair da Terra, as vãs inquietações, os sobressaltos e todas as quimeras que envenenam a existência aqui em baixo. Os espíritos inferiores levam com eles, para o lado de lá do túmulo, seus hábitos, suas necessidades e suas preocupações materiais. Não podendo se elevar acima da atmosfera terrestre, eles voltam para compartilhar da vida dos humanos, misturar-se em suas lutas, em seus trabalhos e em seus prazeres. Suas paixões e seus apetites, sempre despertos, superexcitados pelo contínuo contacto da humanidade, os sobrecarregam, e a impossibilidade de os satisfazer torna-se para eles uma causa de torturas.

O espírito puro leva com ele sua luz e sua felicidade; elas o seguem por toda parte; fazem parte integrante de seu ser. Da mesma forma, o espírito culpado arrasta com ele sua noite, seu castigo, seu opróbrio. Os sofrimentos das almas perversas não são menos vivos por não serem materiais. O inferno não é senão um lugar quimérico, um produto da imaginação, um espantalho, necessário talvez, para ser imposto às pessoas infantis, mas que nada tem de real.


Vale a pena anotar:

  
* O paraíso e o inferno não existem em lugares circunscritos: eles representam o estado de consciência do Espírito segundo o bem ou o mal que realizou.
  

 * Nenhuma pena é eterna. Não depende senão da vontade do Espírito melhorar sua condição.





















domingo, 17 de agosto de 2014

PRETO VELHO , NA CULTURA BRASILEIRA E NA UMBANDA



Pai Antônio foi o primeiro preto-velho a se manifestar na Religião de Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Morais onde se estabeleceu a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu esta "linha" para nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.

O "Preto-velho" está ligado à cultura religiosa Afro Brasileira em geral e à Umbanda de forma específica, pois dentro da Religião Umbandista este termo identifica um dos elementos formadores de sua liturgia, representa uma "linha de trabalho", uma "falange de espíritos", todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.

São trabalhadores da espiritualidade, com características próprias e coletivas, que valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente pretos e pretas velhas com Pai João e Vó Maria, por exemplo.

Milhares de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um trabalho despersonalizado do elemento individual valorizando o elemento coletivo identificado pelo termo genérico "pretovelho".

Muitos até dizem "nem tão preto e nem tão velho" ainda assim "preto velho fulano de tal". A falta de informação é a mãe do preconceito, e, no caso do "preto-velho", muitos que são leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem africana desconhecem valor do "preto-velho" dentro das mesmas.

Preto é Cor e Negro é Raça, logo o termo "preto-velho" torna-se característico e com sentido apenas dentro de um contexto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irrestrito seria "Negro Velho", "Negro Ancião" ou ainda "Negro de idade avançada" para identificar o homem da raça negra que encontra-se já na "terceira idade" (a melhor idade).

Por conta disso alguns sentem-se desconfortáveis em utilizar um termo que à primeira vista pode parecer desrespeitoso ao citar um amável senhor negro, já com suas madeixas brancas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem sofrido, que na humildade da subjugação forçada e escrava encontrou a liberdade do espírito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo ao encontro da imagem e resignação de nosso senhor Jesus Cristo.

Alguns preferem chamá-los apenas de "Pais Velhos" o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de orgulho. São eles que souberam passar por uma vida de escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de orgulho em se auto-afirmar "nêgo véio" e ex-escravo; talvez assim se mantenham para que nunca nos esqueçamos que em qualquer situação temos ainda oportunidade de evoluir. Quanto mais adversa maior a oportunidade de dar o testemunho de nossa fé.

O "preto-velho" é um ícone da Umbanda, resumindo em si boa parte da filosofia umbandista. Assim, os espíritos desencarnados de ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos, nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como Mestres no astral.

No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns formadores de opinião, a imagem do "preto-velho" pode estar associada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam " com estas coisas" pois não sabem que a Umbanda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo.

Não existe uma Umbanda "boa" e uma Umbanda "ruim", existe sim única e exclusivamente uma única Umbanda que faz o bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os "Preto-velhos", todos fazem o bem sem olhar a quem, caso contrário não é de fato um "preto-velho", pode ser alguém disfarçado de "velho-negro", o "preto velho" trabalha única e exclusivamente para a caridade espiritual.

São espíritos que se apresentam desta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma experiência diferente. Os pretos velhos trazem consigo o "mistério ancião", pois não basta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evolutiva.

Quanto menos valor se dá a forma, mais valor se dá à mensagem, e "preto-velho" fala devagar, bem baixinho; quando assim se pronuncia, todos se aquietam para ouví-lo, parecenos ouvir na língua Yorubá a palavra "Atotô", saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso: "silêncio".

Nas culturas antigas o "velho" era sempre respeitado e ouvido como fonte viva do conhecimento ancestral. Hoje ainda vemos este costume nas culturas indígenas e ciganas.

Algumas tradições religiosas mantêm esta postura frente o sacerdote mais velho, trata-se de uma herança cultural religiosa tão antiga quanto nossa memória ou nossa história pode ir buscar, tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.

Muitos já estão fora do ciclo reencarnacionista, estão libertos do karma, já desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com paixões e apegos que inexoravelmente ficarão para trás no caminho evolutivo.















Texto extraído do JUS (Jornal da Umbanda Sagrada), maio/2006 e escrito por Alexandre Cumino.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

PALAVRA AMIGA

  

As vozes do além por vezes sobressaltam o nosso entendimento das coisas e situações que nos cercam.

O aviso do alvorecer que pode florescer nossa essência assusta, amedronta, por não sermos suscetíveis a ela.

O amanhecer vindouro deve sempre ser pautado naquilo que fizemos hoje, ora, mesmo porque um fruto passa por todas as fases do crescimento que necessita para ser o que é.

Sinta, procure compreender a imensidão da existência, nada é ao acaso ou por obra da coincidência, quem pede com sabedoria receberá com justiça, quem dá com amor se sentirá livre através das fronteiras das sensações salutares e benignas.

Não chore por argumentações que não lhe satisfaçam o ego.

Não reclame a dor do trabalho que lhe dá o pão do sustento renovador.

Não lamente a falta que lhe cometeram, você talvez tenha cometido muitas, a quem não merecia.

Não procure justiça, sem antes ser justo consigo mesmo.

Olhe, medite e sinta. Quando reclamar de uma palavra amiga a lhe dar conforto e renovar suas energias, ela está bem perto de você a lhe acobertar e orientar, é só gritar do fundo do seu coração: Jesus, quero estar consigo. E uma voz amiga lhe responderá que sempre esteve com você, ontem, hoje e no amanhã.



Sua voz amiga.    




                             Caboclo Sete Flechas

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

SALVE OS GUARDIÕES






São os guardiões, são os espíritos responsáveis pela disciplina e pela ordem no ambiente. São trabalhadores que se fazem respeitar pelo caráter forte e pelas vibrações que emitem naturalmente. Eles se encontram em tarefa de auxílio. Conhecem profundamente certas regiões do submundo astral e são temidos pela sua rigidez e disciplina. Formam, por assim dizer, a nossa força de defesa, pois vocês não ignoram que lidamos, em um número imenso de vezes, com entidades perversas, espíritos de baixa vibração e verdadeiros marginais do mundo astral, que só reconhecem a força das vibrações elementares, de um magnetismo vigoroso, e personalidade forte que se impõem. Essa é a atividade dos guardiões.

Sem eles, talvez, as cidades estivessem à mercê de tropas de espíritos vândalos ou nossas atividades estivessem seriamente comprometidas. São respeitados e trabalham à sua maneira para auxiliar quanto possam. São temidos no submundo astral, porque se especializaram na manutenção da disciplina por várias e várias encarnações. Muitos do próprio culto confundem os Exus com outra classe de espíritos, que se manifestam à revelia em terreiros descompromissados com o bem.

Na Umbanda a caridade é Lei Maior, e esses espíritos, com aspectos mais bizarros que se manifestam em médiuns são, na verdade, outra classe de entidades, espíritos marginalizados por seu comportamento ante a vida, verdadeiros bandos de obsessores, de vadios, que vagam sem rumo nos subplanos astrais e que são, muitas vezes, utilizados por outras inteligências, servindo a propósitos menos dignos.

Além disso, encontram médiuns irresponsáveis que se sintonizam com seus propósitos inconfessáveis e passam a sugar as energias desses médiuns e de seus consulentes, exigindo "trabalhos", matanças de animais e outras formas de satisfazerem sua sede de energia vital. São conhecidos como os quiumbas, nos pântanos do astral. São maltas de espíritos delinquentes, à semelhança daqueles homens que atualmente são considerados na Terra como irrecuperáveis socialmente, merecendo que as hierarquias superiores tomem a decisão de expurgá-los do ambiente terrestre, quando da transformação que aguardamos neste milênio.

Os médiuns que se sintonizam com essa classe de espíritos desconhecem a sua verdadeira situação. Depois, existe igualmente um misticismo exagerado em muitos terreiros que se dizem umbandistas e se especializam em maldades de todas as espécies, vinganças e pequenos "trabalhos", que realizam em conluio com os quiumbas e que lhes comprometem as atividades e a tarefa mediúnica. São, na verdade, terreiros de Quimbanda, e não de Umbanda. Usam o nome da Umbanda como outros médiuns utilizam-se do nome de espíritas, sem o serem.

Os espíritos que chamamos de Exus são, na verdade, os guardiões, os atalaias do Plano Astral, que são confundidos com aqueles dos quais falei. São bondosos, disciplinados e confiáveis. Utilizam o rigor a que estão acostumados para impor respeito, mas são trabalhadores do BEM.

São eles os verdadeiros Exus da Umbanda, conhecidos como guardiões, nos subplanos astrais ou umbral. Verdadeiros defensores da ordem, da disciplina, formam a polícia do mundo astral, os responsáveis pela manutenção da segurança, evitando que outros espíritos descompromissados com o bem instalem a desordem, o caos, o mal. Têm experiência nessa área e se colocam a serviço do bem, mas são incompreendidos em sua missão e confundidos com demônios e com os quiumbas, os marginais do mundo astral. NÃO EXIGEM NEM ACEITAM "TRABALHOS", DESPACHOS OU OUTRAS COISAS RIDÍCULAS das quais médiuns irresponsáveis, dirigentes e pais de santo ignorantes se utilizam para obter o dinheiro de muitos incautos que lhes cruzam os caminhos. Isso é trabalho de Quimbanda, de magia negra. NADA TEM A VER COM A UMBANDA!"








Pombas-Gira

É a chamada polícia feminina do astral. Na umbanda, são conhecidas como pombajiras, ou bombonjiras , como expressam melhor alguns umbandistas.

Formam uma falange de amazonas do plano astral e trabalham em todo caso que envolve sentimentos e emoções mal orientadas e desequilibradas, que é sua vocação. Quando o caso exige um acompanhamento ligado ao emocional, nada melhor do que espíritos especializados nessas questões, que, além disso, são portadores da garra e da determinação que distinguem as guardiãs comprometidas com o bem do próximo.

Elas operam nas encruzilhadas vibratórias, que não guardam relação com as chamadas esquinas das ruas terrenas. São exímias conhecedoras dos problemas do coração, da sensibilidade, e exercem seu trabalho com maestria quando se cruzam os problemas da razão, da perda do bom senso, com aqueles gerados por emoções descontroladas.

Ao contrário do que muitos médiuns expressam, em seu animismo confundido com mediunismo, esses espíritos não se comportam do modo como são retratados pela incompreensão. Para nosso desapontamento, muitos sensitivos, que desonram o verdadeiro trabalho dessas guardiãs, representam-nas, no momento da incorporação, utilizando palavrões, atitudes grotescas e maldosas, desprezando a oportunidade ímpar de concorrer para o equilíbrio do sentimento e das emoções, técnica que elas dominam como ninguém no astral inferior.

Em suma, não podemos prescindir de sua atuação, pois nas esferas do umbral elas desempenham atividade fundamental no resgate dos espíritos comprometidos com o coração, a emoção e a sexualidade.

É certo, que existem espíritos na forma feminina que abusaram da sexualidade e, do lado de cá, continuam com seus desequilíbrios, tanto quanto ocorre com espíritos na forma masculina.


Muitos médiuns se sintonizam com essas entidades, que várias vezes pretendem se mostrar, através da incorporação ou da psicofonia, como sendo bombonjiras. São farsantes, espíritos inferiores e desrespeitosos, que produzem mistificações as mais diversas ao estabelecer sintonia com médiuns obtusos, comprometendo assim a imagem e o trabalho sério das verdadeiras guardiãs.













Por Robson Pinheiro

FONTE LIVRO TAMBORES DE ANGOLA

terça-feira, 12 de agosto de 2014

PROTETORES E MÉDIUNS




O “casamento fluídico” de uma entidade e espiritual protetora sobre o médium é um processo de base que, geralmente, leva anos para se consolidar em ação ou função mediúnica, eficiente ...

É um fato ser um processo, ou melhor, uma operação de base, porque, não somente vem de berço, isto é, vem como uma condição nata conferida à criatura, bem como, na maior parte das vezes, antes mesmo do espírito encarnar, quando ainda no plano astral aceitou ou foi posto a par dessa condição mediúnica, como um acréscimo que seu reajustamento kármico exige ou indica lhes ser de grande conveniência ...

Ora, é preciso que se compreenda que, se apenas os simples laços da simpatia entre humanos dependem de sutis vibrações afins ou de certos fatores de entrelaçamento eletromagnéticos, portadores de profundas reminiscências ou de impressões armazenadas n’alma, geralmente de passadas encarnações, como é que um entrelaçamento fluídico mediúnico, que é coisa seríssima, poderia se processar assim, de repente por dá cá aquela palha? ...

Não é um processo simples, comum, isso de uma inteligência operante e independente --- no caso de um guia e protetor, um desencarnado --- poder agir sobre as condições físicas, sensoriais e psíquicas de outra inteligência operante encarnada, ou seja, um médium ...

Isso tem forçosamente que se processar através de uma constante manipulação energética entre as partes --- protetor e médium --- por anos, e às vezes sem o sucesso planejado no plano astral...

Essa manipulação, invariavelmente (salvo situações especiais), começa desde quando o ser desencarnado se prepara ou é preparado para a reencarnação ...

Técnicos do astral nesse mister procedem às sutis adaptações das “cargas energéticas” especiais de acréscimo nos centros vibratórios (chakras, centros anímicos, ou núcleos vibratórios como são denominados na Umbanda), do ser que vai reencarnar com esse Dom mediúnico, a par com a natureza vibratória da entidade protetora ou do espírito que foi encarregado de ser o responsável direto pela dita manifestação da mediunidade nessa criatura-médium...

Essa entidade ou esse espírito protetor não é escolhido por acaso, geralmente tem ligação astral com o futuro médium ou teve ligações consanguíneas de encarnações passadas, tudo isso promovendo reajustamento kármico ou, ainda, por ser um seu mentor de Agrupamento Iniciático, no caso do futuro médium não ser de mediunidade em karma probatório e sim, de karma evolutivo ou missionário.

Portanto, pelo ato de encarnar ou de ir ocupar um corpo físico, já por isso o espírito sofre uma série de injunções próprias à nova natureza das coisas em que caiu...

Daí ele obscurece, esquece tudo e então é que entra em cena o seu protetor ou responsável mediúnico, a fim de proceder às competentes, imprescindíveis e restantes adaptações energéticas sobre todo o sistema nervoso ou neurossensorial do médium, visto já terem sido feitas as primeiras adaptações no seu corpo astral quando ainda desencarnado e faltar as outras, sobre o dito corpo físico, para que possa acontecer (entre as partes) o verdadeiro “casamento fluídico” ... levando-se em conta o indiscutível fator de ser mesmo através desse corpo físico que a mediunidade propriamente dita tem sequência para o exterior humano ou para comprovação e utilidade das outras criaturas ...






















(W.W. da Matta e Silva)

domingo, 10 de agosto de 2014

SER PAI






Dia dos Pais e, é claro, não poderíamos deixar passar essa data sem falar um pouquinho sobre a paternidade os detalhes que a envolvem. Para isso quero compartilhar com vocês um texto muito inspirador que fala  sobre o “Ser Pai” de uma maneira diferente daquela que as pessoas estão acostumadas a ouvir próximo a esta data. Espero que  aproveitem!

“Vivemos numa época de profundas transformações, quando os valores que regem a sociedade estão sendo questionados. Nunca se buscou tanto o prazer e a satisfação doentia das paixões e, ao mesmo tempo, nunca se sentiu tanta falta de orientação e amparo à família para que possam preparar o homem para a modernidade, sem levá-lo à bancarrota moral.

Sem dúvida, as mudanças fazem parte do processo de evolução. Somente com a luz viva da verdade espiritual, com o conhecimento da reencarnação, com o entendimento da destinação evolutiva do homem, com a compreensão da lei de ação e reação, o ser humano conseguirá captar a importância da busca pela riqueza espiritual, cumprindo o mister de renovar a sociedade, renovar os homens.

A renovação das criaturas se fará através da EDUCAÇÃO. A educação se inicia na infância, desde os primeiros momentos do espírito encarnado e a responsabilidade de educar estas almas que retornam compete aos PAIS. Se há grande importância em dirigir um carro, dirigir uma empresa, maior ainda é a importância de dirigir um espírito eterno em seus primeiros passos na presente encarnação. As situações meramente humanas passam, mas a moral, o caráter, os sentimentos são elementos divinos que caracterizam a alma, que na infância se encontra predisposta à chance de reajustar-se e aprender novas lições.

Em Allan Kardec temos magistral questão: Pode considerar-se como missão a paternidade? É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o que pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro.

O compromisso de sermos pais ou mães foram assumidos na Pátria Espiritual e reafirmados por ocasião de nosso casamento, na formação da nova família. A responsabilidade dos pais é imensa na educação dos filhos. Não somente na preocupação de dar-lhes alimento, vestuário, lazer, escola, conforto, mas principalmente na dedicação em colocar-lhes no coração os sentimentos e virtudes que os orientarão e lhes iluminarão os caminhos.

Novamente Kardec elucida: Os espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho. Deste modo, ninguém poderá subtrair dos genitores a responsabilidade da tarefa. Isto não significa, em hipótese alguma, que os pais devam transformar seus filhos em alguns anos de convivência. O que Jesus nos pede é que sejamos sempre esforçados e dedicados a tão importante encargo, não desanimando ante as dificuldades ou desprezando o lar pela busca obsessiva dos fatores transitórios.

O Espírito não se modificará profundamente de um momento para outro. Porém, todo bom exemplo, toda boa palavra, toda corrigenda sincera, todo diálogo, toda energia, todo carinho, toda disciplina e todo amor jamais se perderão, mesmo que tenham sido encaminhados a um coração endurecido pelo mal, ainda carregando muitas dificuldades.

Não haverá consciência atormentada quando formos pais leais, devotados e sinceros, mesmo com a tristeza de ver nossos filhos incursionando pelos caminhos do desequilíbrio e da ilusão. O que causará grande tormenta em nossa consciência será a preguiça no exercício de nosso papel paterno ou materno, o amor sem limites que cega, a profunda má vontade de grande parte dos pais que acham já saberem tudo, não enxergando suas falhas, e a falta de humildade em reconhecer-nos ainda insipientes quanto aos conhecimentos acerca da educação. Não somos responsáveis pelas imperfeições de nossos filhos, mas, sim, se adubamos essas tendências infelizes ou se não as combatemos quanto podíamos.





O mais importante não é darmos de virtudes paternais, e sim que nossos filhos, ao deixarem a vida física, estejam mais enriquecidos espiritualmente e moralmente do que quando chegaram a ela, mesmo que teimem em recalcitrar, resistindo teimosamente em abandonar as próprias sombras.

Santo Agostinho esclarece-nos: Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se inculpar a si mesmos e podem conservar tranquila a consciência.

Para os pais espíritas o grau de compromisso aumenta, tendo em vista o rico e inestimável material que trazem em mãos, competindo a estes pais aproveitarem a fecundidade destes recursos. Devemos desenvolver o caráter de nossos tutelados, ministrar-lhes as noções religiosas imprescindíveis, oferecer-lhes o melhor esforço de exemplificação, dar-lhes assistência material e moral constante, indicar-lhes um rumo certo a seguir, orientar-lhes constante e carinhosamente, apoiá-los, protegê-los, ajudá-los, ser-lhes amigos, amá-los, animá-los em seus ideais, incentivá-los em suas virtudes, auxiliá-los a enfrentarem as influências perniciosas, a invigilância, a ignorância.

O grande trabalho dos pais não é esconder o filho dos problemas, e sim prepará-los, dando-lhes as armas com as quais poderão triunfar sobre estes desafios. Podemos dizer que, antes de conhecer o Espiritismo, educar era difícil; agora, com o Espiritismo, continua e às vezes até aumenta a dificuldade. Só que estaremos tão mais bem preparados que, a par da dificuldade, produzimos e acertamos mais.

Aos pais e dirigentes espíritas envia-se o alerta: que em todos os agrupamentos espíritas nasçam atividades voltadas para a preparação e apoio aos pais.

Que nós, pais espíritas, sejamos os tradutores de Jesus junto a nossos filhos, iluminados pelo evangelho, educando-os com segurança e convicção.”








Pai...

Você não sabe disto agora... mas eu estou observando você.

Observando as coisas que você faz. Observando como você trata as pessoas.

O modo como você trata a mim, a minha mãe e a minha irmã.

O modo como você vive está tendo um grande impacto em mim.

Quando chegar a minha hora de escolher uma profissão,
e prover minha família, a sua ética no trabalho estará na minha mente.

O tempo que você passa comigo, mesmo que fazendo algo bobo, fará com que eu me sinta mais confiante.

Haverá momento em minha vida, em que lutarei com minha integridade e, talvez, não esteja certo do que fazer.

Mas me recordarei de como você defendia aquilo que era correto, mesmo quando você podia ter olhado para o outro lado.

Algumas das escolhas que você está fazendo, eu também farei.

Por favor, não tenha medo de me mostrar seus fracassos,
de mostrar os seus erros. Eu aprenderei com eles.

Pai, você está ouvindo? Eu estou observando você...

Observando se você crê realmente naquilo que fala sobre Deus.

Eu preciso da sua ajuda para me mostrar o caminho.

Mostrar-me como viver uma vida que não é segura. Mas é boa!

Eu estou observando, pai. Todos os dias.

Você está me ensinando como viver... Ainda que não saiba disso.

*   *   *

O exemplo é fundamental no processo de aprendizado de qualquer ser humano, sobretudo no seu período infantil.

As referências que o filho tem em casa, daqueles que são seus tutores na nova vida, serão determinantes para a moldagem de seu caráter.

Há uma tendência, perfeitamente natural, de repetirmos a conduta de nossos pais.

A influência é tão forte, que extrapola a parecença comportamental e se estende até a semelhança dos gestos, da maneira de falar, de organizar ideias, etc...

São esses referenciais de conduta que irão ser confrontados, já a partir da primeira infância, com tudo aquilo que a alma imortal traz em sua bagagem milenar.

Se as referências forem positivas, há uma chance muito maior de que o filho venha a obter sucesso em sua nova jornada.

Por isso, pais e mães, muito cuidado com o que estamos passando aos nossos filhos.

Não só através de palavras, de discursos, mas sobretudo através de nossa conduta.

Tudo que apresentarmos como normal na vida no lar, tende a se normalizar na vida da criança.

Os filhos estão nos observando sempre e construindo, em cada momento ao nosso lado, seu sucesso ou infelicidade futuros.

Todos ganhamos quando passamos a vigiar nossa maneira de agir no mundo: os filhos, pois terão referencial seguro, maduro. Os pais, pois conseguem a motivação que lhes faltava para se autotransformarem.

A oportunidade da convivência familiar é única. Aproveitemos com sabedoria.































Do livro Um Desafio Chamado Família de Joamar Zanolini Nazareth
Redação do Momento Espírita com base em texto extraído de
vídeo encontrado na Internet, sem menção a autor.

Em 06.03.2012.