sábado, 30 de abril de 2016

A ANCESTRALIDADE NA UMBANDA




Há os que não creem na influência ancestral nas várias manifestações humanas, sejam elas sociais, culturais ou religiosas...

Mas é inevitável, e ainda mais no caso específico da Umbanda, religião nascida e fundamentada em solo brasileiro, pátria da miscigenação de raças em sua formação, que isso aconteça. Portanto é impossível negar a influência indígena, tanto quanto a dos negros africanos e do branco europeu. E mais ainda, pois, se observarmos a Umbanda do PONTO DE VISTA DA ESPIRITUALIDADE, veremos que ela possui uma história milenar, pois está referenciada em diversas culturas religiosas, também milenares. Assim, encontraremos na Umbanda influências das mais diversas, pois na Espiritualidade NÃO EXISTE PRECONCEITO DE RAÇA, COR, CULTURA OU CREDO. Para os abnegados Espíritos que militam na seara umbandista, as palavras de ordem são “HUMILDADE E CARIDADE”,não importa sob qual roupagem fluídica se apresentem.

É certo que herdamos, na constituição da Religião de Umbanda (e assim já foi no momento de sua fundação, pois manifestou-se a princípio um “Caboclo”, e, no dia seguinte, na data inaugural, o “Preto-Velho” Pai Antonio), elementos dos cultos aqui desenvolvidos pelos nativos indígenas e também dos negros que aqui aportaram como escravos, trazendo de suas longínquas terras africanas conhecimentos culturais e religiosos de diversas nações. Essa influência ancestral é chamada de “ATAVISMO”, que é o conjunto de valores morais, físicos e culturais que cada nação possui, e que fora, herdados de gerações anteriores.

Desde tempos muito antigos somos orientados e auxiliados pela Espiritualidade Superior. Diferentes espécies que surgiram antes do homo sapiens (o ser humano atual) deram sua contribuição biológica até o aparecimento do humano como único membro dessa ancestralidade. Com o advento da agricultura e a estruturação tribal e cultural (religião, hierarquia e clãs), o ser humano passou a concentrar melhor sua ligação com o invisível desconhecido. As ervas naturais utilizadas como remédios e as previsões do Xamã foram as técnicas iniciais para trazer os “mortos” ao mundo dos vivos. Muitos ao partir, continuaram a cuidar dos animais e plantas, outros dos minerais e das águas, como guardiães da ordem e do equilíbrio. Frequentemente eram trazidos pelo pajés – os rituais e o xamanismo politeístas das etnias africanas e ameríndias – e encontraram seu paralelo na busca da resposta: ERA PRECISO ENCONTRAR NO PRINCÍPIO IMATERIAL A JUNÇÃO CERTA NA CONDUTA INDIVIDUAL E COLETIVA. A divindade estava materializada através do sol e da lua, expoentes máximos de beleza e mistério. É a partir dessa fase que a vida humana passa a ter contornos diferenciados na sua relação existencial, modificando a forma de pensar com experiências curiosas, resultando em linguagens e gravuras tribais.

Todo esse desenvolvimento ancestral do homem se manifesta hoje na Religião de Umbanda por meio dessa influência chamada de “atavismo”. Segundo Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço que pesquisou a relação entre a Teologia e a Psicologia, chegando a fazer algumas experiências espiritualistas, O ATAVISMO É GERADO PELO MECANISMO CHAMADO DE “INCONSCIENTE COLETIVO”, QUE É FORMADO POR ARQUÉTIPOS, MANIFESTAÇÕES COMUNS A CADA CULTURA. Segundo seus estudos sobre os arquétipos, EXISTE UMA FORMA DE COLOCARMOS DEUS DENTRO DE NOSSAS VIDAS, MAS ISSO VAI DEPENDER DAS CIRCUNSTÂNCIAS EXISTENCIAIS, CULTURAIS E PESSOAIS DE CADA UM. Dentro desse sistema, conhecimentos, costumes e valores de uma sociedade ou civilização vão passando de geração em geração.

Baseados na Lei da Reencarnação, sabemos que o Espírito NÃO HERDA DE SEUS PAIS CARNAIS VALORES MORAIS OU INTELECTUAIS; O INCONSCIENTE COLETIVO É UM GRANDE MECANISMO NESSA TRANSFERÊNCIA DE VALORES)


A Umbanda, assim como qualquer outra religião, teve que encontrar elementos favoráveis para que nascesse e se desenvolvesse em solo brasileiro. Se por um lado a mistura de raças fez com que o país não tivesse uma homogeneidade cultural, por outro facilitou a manifestação de idéias religiosas de diversas tendências. Sem dúvida, NOSSA PRIMEIRA RAIZ é a indígena, mas antes da nossa formação como hoje conhecemos, o Índio e o Negro já possuíam uma forte cultura e patrimônio religioso.

Essa é uma das principais razões pela qual a Umbanda fundou-se em terras brasileiras, pois esse atavismo, que nos liga ao passado do Negro e do Índio por meio dos Caboclos e dos Pretos Velhos, facilitou para que a mesma tivesse sua base em torno desse cenário multicultural e religioso, desenvolvendo-se junto ao povo, com um trabalho totalmente voltado para a caridade.














Pesquisa e Texto: Virgínia Rodrigues – Transcrito do Site Revista Espiritual de Umbanda, 11ª edição.


quarta-feira, 27 de abril de 2016

GRAFIA DOS ORIXÁS







Desde os primórdios da civilização destaca-se o ser humano, por uma linguagem ou formas de comunicação mais complexa, tal qual a própria complexidade de sua evolução e inteligência assim exigisse. Esta linguagem se baseava inicialmente em sinais e símbolos que expressavam objetos e fenômenos naturais. Estabelecido o processo evolutivo e dinâmico da natureza, na qual as humanas criaturas destacam-se por uma desenvoltura mais ativa, foram surgindo sinais e respectivas expressões fonéticas, que combinados expressavam os mesmos objetos e fenômenos. Surgem então os alfabetos primordiais, que nos foram legados através de mestres e divindades, no intuito de conceberem na forma de sinais e sons, aspectos relativos a própria estrutura e dinâmica fenomenológica da criação, do próprio Deus, em sua ação fenomênica.

Saint Yves D`Alveidre, emérito estudioso das raízes religiosas, ressuscitou ao mundo terreno, um tesouro precioso, um elo importantíssimo de conexão com a tradição esotérica, firmada através do alfabeto primordial ou o mais antigo que se conhece. este alfabeto foi revelado ao mundo contemporâneo, através da magna obra, denominada "O ARQUEÔMETRO". Nela, poderemos encontrar o chamado alfabeto adâmico ou vatan, que constitui a forma pela qual as entidades graduadas na Lei de Umbanda se comunicam e via de regra "materializam" muitos dos fenômenos que intermediam entre os planos superiores e o plano físico em que vivemos.

Assim, se estabelece o que denominamos Lei de Pemba, ou seja, a grafia sagrada dos Orixás.

As entidades integradas a lei de Umbanda, na graduação iniciática e esotérica em que se estabelece, só se expressam na forma escrita, através do alfabeto adâmico.

Apesar da revelação maciça de informações, neste sentido, haverem ocorrido através da manifestação de Pai Guiné D`Angola e demais entidades que inspiravam nosso saudoso mestre Yapacany (W W da Matta e Silva), revelações de nosso conhecimento e certamente outras que ignoramos, constituíram e constituem até hoje a comprovação desta grafia junto aos Orixás.

O alfabeto adâmico constitui-se de vogais e consoantes em n´mero de vinte e duas apresentações de ordem fonéticas, que representam aspectos teosóficos e astrológicos, que estabelecem uma espécie de códigos de representação da estrutura básica, fenomênica, em que se estabelece o Universo. A relação de correspondência entre os planos, torna efetiva esta afirmação, atingindo em termos práticos uma captação de energias cósmicas, quando dispostas em níveis de arranjo apropriados a um determinado objetivo.


Por esta razão as entidades assim se expressam, como forma de conseguir uma maior relação de correspondência energética entre os planos físico e astral. desta forma executam os pontos riscados.













segunda-feira, 25 de abril de 2016

RAÇA VERMELHA



Há aproximadamente 5 bilhões de anos, um fragmento se desprende das camadas ou porções externas de nosso Sol. Esse fragmento ou bólido entra em determinada órbita em obediência à Mecânica Celeste, iniciando, assim,o mais novo planeta da família solar, a sua peregrinação cósmica.

Nascia assim o planeta Terra.

Após longos períodos, inicia-se no planeta Terra a modelagem e estruturação de sua forma. Sem citarmos as fases intermediárias, sabemos que após longos períodos de abundantes precipitações cósmicas e atmosféricas, verdadeiros "dilúvios", toda a crosta terrestre fica imersa, sob as águas. Após período relativamente longo, ou seja, após os "dilúvios", tem início, muito lentamente, a emersão das primeiras porções de terra firme. Essa primeira porção de terra firme a emergir das águas oceânicas foi aquela onde hoje está o Planalto Central Brasileiro, sob o véu vibrado do Cruzeiro Divino.

Penetremos naqueles recuados tempos em que iniciar-se-ia a eclosão da vida humana no planeta Terra; como só poderia ser, as primeiras raças humanas propriamente ditas surgiram em terras brasileiras, vibradas como vimos, desde aqueles tempos, pelo símbolo cosmogônico do Cristo Jesus. Como as terras brasileiras tinham sido as primeiras porções de terra firme a emergir, deveriam pois ser as primeiras a presenciar o surgimento do homem, o que de fato aconteceu. Frisemos que dissemos o "surgimento das primeiras raças humanas propriamente ditas", pois os experimentos necessários às raças pré-humanas aconteceram em outras plagas. Na atual América do Norte, tivemos Seres que se aproximavam muito da primeira raça humana, com características que podem ser observadas ainda hoje em sua constituição morfológica.

Após esses necessários esclarecimentos, devemos deixar claro que aqui em terras brasileiras tivemos o surgimento da possante RAÇA VERMELHA. Muitos povos, como os egípcios, caldeus, persas e hindus, tiveram ciência desse acontecimento cósmico. A própria Sagrada Escritura hebraica, a denominada Bíblia, livro apontado como de autoria de Moisés (Pentateuco), afirmava que o primeiro homem, ou seja, a primeira humanidade planetária, havia sido "feita de barro", o qual é, como todos sabem, de cor vermelha. Livros Sagrados de todos os povos, inclusive o POPOL VUH- Livro Sagrado dos povos de língua Quiché ou Quíchua, ou mesmo do Chilam Balam - atestam a Tradição da primeira humanidade terrestre ter sido da pura Raça Vermelha. Quando afirmamos "pura" Raça Vermelha, queremos dizer que não havia amalgamaçao ou miscigenação com nenhuma outra raça.

Assim, foi aqui no Brasil ou Baratzil que se iniciou o processo evolutivo da Raça Vermelha, cujas primeiras sub-raças eram, em sua grande maioria, originárias do campo gravitacional kármico terrestre, ou seja, eram Seres Espirituais que, no Reino Natural, iniciaram seu processo evolutivo no planeta Terra; aqui iniciaram e aqui teriam que terminá-lo, antes de alcançarem outros planos ou casas planetárias mais evoluídas. São esses os verdadeiros filhos terrestres. Após as primeiras sub-raças, na 4ª sub-raça propriamente dita, uma minoria que depois foi crescendo incorporou-se ao seio da Raça Vermelha. Eram Seres Espirituais degredados de outras Pátrias Siderais", os quais, como já vimos, tinham sido albergados e arrebanhados pela Hierarquia Crístíca ou pelo Governo Oculto do Planeta Terra.

Nesse processo de degredo sideral, acompanham os "degredados" Seres Espirituais da mesma origem sideral, mas que não possuíam nenhum débito perante as Leis Superiores vigentes em suas Pátrias Siderais. Vieram para ajudá-los a superar-se e vencer as primeiras dificuldades, principalmente no que se referia ao inóspito ambiente natural, já que tinham de há muito, em suas "Pátrias Siderais" de origem, superado as intempéries dessa espécie. Assim, ao encarnar no seio da então Raça Vermelha, de pronto começaram a incrementar a evolução de seus irmãos desgarrados ou degredados, ao mesmo tempo em que impulsionavam ao progresso evolutivo seus irmãos do próprio campo vibratório do planeta Terra, os quais eram, em relação a eles, muito inexperientes.

Tudo isso, bom Filho de Fé, ocorrendo aqui na Terra do Cruzeiro, no já então futuro Coração Espiritual do Mundo - O BARATZIL, No início, não foi fácil aos Seres Espirituais mais elevados encontrarem meios de fazer evoluir seus irmãos mais atrasados e inexperientes. Houve nesse tempo sérios obstáculos e arestas a serem vencidas, mas no coração do Ser Espiritual "estrangeiro" vibravam os conceitos de Luz, Amor, Verdade e Tradição da Lei Divina, que um dia tinham aprendido a respeitar e amar.

Foi assim que, nestas terras, foi revelado pela primeira vez ao homem vermelho o conceito da Lei Divina e da Divindade Suprema, os quais foram bem aceitos. O vermelho, tanto "filho da Terra" como "estrangeiro", vive aqui na Terra do Cruzeiro em perfeita harmonia e fiel às Leis Divinas. Foi a primeira manifestação do RELIGARE ou do retomo às Coisas Divinas, consubstanciado a posteriori na RELIGIÃO. Foi também aqui que, desde aqueles tempos, se forjou a "Terra Sideral", pois Seres Espirituais de diversas procedências siderais aqui se entendiam e viviam em harmonia. Adiantando-nos no tempo, parece-nos que hoje, também como ontem, muitos povos do próprio planeta Terra aqui no Brasil vencem diferenças e fronteiras e vivem em harmonia. Esta terra, desde seu início, parece-nos possuída e vibrada de poderoso e misterioso magnetismo, que em verdade são as poderosas e magnânimas vibrações do CRUZEIRO DIVINO, o qual canaliza ou concretiza as Puras Vibrações do "Tutor Maior" do Governo Oculto de nosso planeta, o CRISTO JESUS, o VERBO DIVINO e Suas Augustas Hierarquias.

É Nesses idiomas polissilábicos que encontraremos o significado exato do vocábulo BARATZIL , grafado posteriormente como BRASIL. No sentido profano do termo, temo-lo significando TERRA DAS ESTRELAS; no sentido hierático, TERRA DA LUZ; GUARDIÃ DA CRUZ; GURDIÃ DO MISTÉRIO DA CRUZ, ou TERRA DO CRUZEIRO DIVINO. Analisando a composição temos:

BARA --- TERRA; GURDIÃ; ALMA SAGRADA OU ILUMINADA.

TZIL --- LUZ; CRUZ; CRUZEIRO DIVINO; DIVINDADE.

Após ligeira elucubração, façamos alusão ao sentido místico-religioso e cosmogônico da Raça Vermelha aqui no Baratzil.
















Do livro: A PROTO SÍNTESE CÓSMICA {Yamunisiddha Arhapiagha}


sábado, 23 de abril de 2016

OGUM GENERAL DE UMBANDA





Ogum, meu Pai - Vencedor de demanda,
Poderoso guardião das Leis,
Chamá-lo de Pai é honra, esperança, é vida.

Vós sois meu aliado no combate às minhas inferioridades.
Mensageiro de Oxalá - Filho de OLORUN.

Senhor, Vós sois o domador dos sentimentos espúrios,
depurai com Vossa espada e lança,
Minha consciente e inconsciente baixeza de caráter.

Ogum, irmão, amigo e companheiro,
Continuai em Vossa ronda e na perseguição aos
defeitos que nos assaltam a cada instante.

Ogum, glorioso Orixá, reinai com Vossa falange
de milhões de guerreiros vermelhos e
mostrai por piedade o bom caminho
para o nosso coração, consciência e espírito.

Despedaçai, Ogum, os monstros que habitam nosso ser,
Expulsai-os da cidadela inferior.

Ogum, Senhor da noite e do dia
e de mãe de todas as horas boas e más,
livrai-nos da tentação e apontai o caminho
do nosso Eu.

Vencedor contigo, descasaremos

na paz e na Glória de OLORUN.









Chagas abertas, sagrado coração todo amor e bondade, o sangue do meu senhor Jesus Cristo no meu corpo se derrame, hoje e sempre. Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge, para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem, e nem em pensamento eles possam ter para me fazerem o mal, armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças quebrarão sem meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem.


Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder da sua santa e divina graça, a Virgem Maria de Nazaré me cubra com seu sagrado e divino manto, me protegendo em todas as minhas dores e aflições e Deus com a sua divina misericórdia e grande poder seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos, e o glorioso São Jorge em nome de Deus, em nome de Maria de Nazaré , em nome da Falange do Divino Espirito Santo estenda-me o seu escudo e as suas armas poderosas defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza dos meus inimigos carnais e espirituais , e de todas as suas más influencias, e que debaixo das patas de seu fiel Ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a Vós sem se atreverem a ter um olhar sequer que me possa a prejudicar. Assim seja com o poder de Deus de de Jesus Cristo e da Falange do Divino Espirito Santo, Amém.








quarta-feira, 20 de abril de 2016

O VERDADEIRO HOMEM DE BEM



O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.

Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.

Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.

Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.

O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.

Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado"

Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.

Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.

Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.

Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.

Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.

Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.

O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. (Cap. XVII, nº 9.)

Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.










Evangelho Segundo o Espiritismo - Kardec - Cap.XVII

domingo, 17 de abril de 2016

AS CORES E USO DE IMAGENS NA UMBANDA





Desde seu surgimento a Umbanda tem sofrido e muito, boas e más influências que como em qualquer outra religião acabam por torna-la uma vertente de sentimentos próprios dos dirigentes de terreiros, tendas, templos e seus seguidores menos avisados.

Contudo é sabido que Umbanda tem fundamento, é uma religião linda e por ser religião só pratica o bem, mesmo sendo repetitivo sempre me verão expressar esse sentimento até que ele esteja tão enraizado no inconsciente coletivo da sociedade que não exista mais preconceito nem associações enganosas de nossa amada Umbanda a outros seguimentos religiosos.

Seus fundamentos apesar de uma tradição oral riquíssima vêm se estabelecendo nas últimas décadas através da formatação de uma teologia, uma Teogonia e de manuais doutrinários que assim como as outras religiões já estabelecidas trazem à tona um conhecimento velado que em outra hora era tido como um verdadeiro tesouro guardado a sete chaves no íntimo das pessoas.

Hoje não existe mais segredos em nossa religião, o que pode haver sim e há de se respeitar e muito é a vivência, que são o somatório de todas as experiências que um médium ou dirigente espiritual tem ao longo de sua vida religiosa e que contribuem e muito para que se erre cada vez menos e que se levado a bom termo o trabalho caritativo seja feito com muito apoio e apresso da espiritualidade que na verdade é quem trabalha.

Falar da Umbanda é como contar uma aventura que ainda nem sequer começou, somos muito jovens e velhos ao mesmo tempo, temos um sabor doce de infância nos sentidos mais aguçados de nosso paladar quando nos deparamos com toda a alegria e encantamento dos trabalhos junto a espiritualidade.

Aprendemos a entender os dois lados da moeda e que Deus então sábio que é, em tudo pensou com dualidade desde da criação dos seres vivos até na dualidade dos mundos astrais entendendo que precisamos de tempo, espaço e experiências para termos uma carga evolutiva completa.

Nascemos puros no momento da criação a imagem e semelhança de Deus e nos endurecemos com o passar de nossa existência e Deus em Sua plena sabedoria quebra essa couraça com o tempo e o amor.

A Umbanda é rica menina aventureira que anda pelas matas virgens, pelas cachoeiras gigantes, pelo mar sem fim, pelo céu, terra e ar, o fogo sagrado transmuta seu poder e transforma o amargor em amor, suas cores, sua música e sua riqueza encanta, alegra, resgata e transforma.

As pessoas se unem através de um propósito único e comum de caridade a amor e todos se tornam importantes, sem distinção de raça, cor ou poder econômico... Todos são irmãos de uma mesma mãe e de um mesmo Pai Criador de Tudo e de Todos!

Quando me sentei hoje pela manhã foi para escrever sobre as cores e o uso de imagens na Umbanda, pensando é claro nisso, contudo acho que meu mentor estabeleceu o que deveria escrever e entendo que tudo que aqui foi escrito também são as cores e as imagens da Umbanda, pelo menos as que enxergo.

Tecnicamente, bom tecnicamente falaremos outra hora.









Por Fábio Guimarães


sexta-feira, 15 de abril de 2016

VIVER EM COMUNHÃO NO TEMPLO QUE TE ACOLHE





Ao entrar pela porta da frente de um templo, quase sempre a pessoa vem em busca de uma resposta para as dificuldades que vem encontrando em sua vida, sejam elas materiais, espirituais, consciênciais, psicológicas ou de qualquer forma de perturbação em sua paz e felicidade.

Veja bem não estou dizendo que não há pessoas que frequentam um templo por amor ou ainda que venham pelo mesmo motivo conhecer uma casa nova, isso sempre existiu e sempre existirá, pois são essas pessoas que ajudam a fundar uma casa ou trazer o respeito e a credibilidade para os trabalhos que ali acontecem.

Sim pessoas que vem por amor e sem esperar nada em troca, são as que mais ajudam no crescimento de uma casa, pois trazem, mais amor e relacionamentos espirituais em sua caminhada evolutiva, do que os filhos que ainda precisam da religião como que para recuperar algo perdido ou conseguir algo que não tem.
Assim muitos filhos e filhas de uma determinada religião ao conseguirem o que querem perdem o encanto, ou pior ainda, quando não conseguem o que querem, aí começam a enxergar defeitos em tudo e em todos que ali estão, e olha que, as vezes nem a espiritualidade é poupada.

Essas pobres crianças, ainda vivem uma adolescência pueril e cheia de anseios, ainda não olharam para dentro de si próprios, não enxergaram a beleza do criador que a todo tempo pede para que o deixem atuar em suas vidas.

Muitos ainda amarrados pelos pulsos, pernas e coração, não a feitiços ou trabalhos de amarração, mas ao seu próprio ego, vaidade e preconceitos, embutidos em suas consciências, que acabam por limitar sua oportunidade evolutiva.

Acreditar em Deus antes de mais nada é acreditar que se é realmente filho Dele e que o bom pai jamais deixa de vigiar o seu filho, o bom pai está alerta e sabe os caminhos pelos quais o filho anda e não permite que suas experiências sejam de sofrimento ou de abandono.

Isso não quer dizer que não tenhamos que viver nossas experiências, e é claro que temos! Afinal se não houvessem mais experiências a serem vividas, não haveriam mais lições a serem aprendidas e nem caminhada evolutiva a ser completada. Diga-se de passagem que a caminhada evolutiva nunca cessa, pois Deus é inatingível em sua plenitude, somos sua imagem e semelhança, mas nunca seremos Deus, portanto há de se entender que buscamos a evolução.

O templo que te acolhe é mais uma das muitas famílias que Deus nos dá, permitindo levarmos para dentro dessa casa, nossos anseios e deficiências, mas também nosso amor e conhecimento, compartilhar é tudo o que se pede e tudo o que se deve esperar, afinal todos tem algo a dar e a receber, essa é a Lei da Umbanda, “Aprender com quem sabe mais e ensinar a quem sabe menos.” Caboclo Sete Encruzilhadas – 15/11/1908 – Niterói – RJ.

Porque então depois de estar na casa, fazer amigos e irmãos de fé, semear boas atitudes, se mostrar manso e cordial, tudo muda?

Porque não enxergamos mais com o mesmo brilho e encanto tudo que tem transformado nossa vida, mesmo que sutilmente?

A resposta é simples, nossa vaidade, a mesma vaidade que nos faz enfrentar nossos pais quando somos crianças e achamos que temos mais direitos do que deveres, a mesma vaidade que nos coloca em conflitos em nossa vida social, profissional e amorosa, a vaidade de acharmos que somos especiais e merecemos ser tratados dessa forma.

Todos tem o direito de falar e de ser ouvidos, mas poucos exercem esse direito, porque sabem que a partir do momento que o fizerem terão o dever de ouvir também. Aí mora a criança rebelde, que não quer se calar dentro de cada um de nós, aí mora o adolescente que quer dirigir o carro do pai, mas não quer trabalhar para colocar o combustível, trocar o óleo e os pneus.

Assim também somos nós queremos dirigir e ser ouvidos, queremos exercer todos os nossos direitos afinal, estamos numa igreja, num templo sagrado e todos somos iguais ao olhos de Deus, sim isso é verdade, mas tem de trabalhar, tem que colocar combustível, trocar o óleo e os pneus para que o carro ande, é preciso dedicação.

Trabalhar nesse caso é ir além, abrir mão do descanso, dos fins de semana, da academia, dos passeios, da FAMÍLIA e isso tudo por amor sem deixar de ser feliz e nem se achar especial ou melhor que ninguém!

E isso são poucos que o fazem e muitas vezes quando o fazem, são julgados como se estes fossem os verdadeiros egocêntricos e vaidosos. Ledo engano.

Um dirigente espiritual, não é um Santo, nem um Avatar, não deve ser idolatrado e nem ter a sua volta pessoas que o tratem com bajulação ou excessos, o que deve existir acima de tudo é o sentimento de respeito, um respeito que permita enxergar através dos olhos humanos e materiais, um respeito que entenda que diante de si existe uma pessoa que busca o conhecimento e que se equilibrado e ciente de suas responsabilidades com o grupo que conduz, irá querer compartilhar esse conhecimento de forma aberta e transparente para o crescimento de todos.

Ter afinidades em maior ou menor grau não é privilégio e nem significa que uma pessoa é especial aos olhos do dirigente, mas sim, algo que nasce do relacionamento mais profundo e frequente, é a confiança de saber que, se pode contar, uma confiança que brota no seio familiar e que perdura independentemente do tempo. Confiança não pode ser comprada, ela é conquistada, ela é pedra preciosa que necessita ser lapidada com esmero e carinho e como algo muito delicado quando se quebra, dificilmente se consegue reparar.

Portanto, há de se entender que somos afins enquanto espíritos e que nosso Pai Maior não nos colocou juntos ao acaso, mas continuar juntos é uma questão de escolha, é um sentimento que deve brotar de dentro. E que se o sentimento não é mais esse não devemos nunca julgar ou desmerecer o templo que nos acolheu, ele nos foi bom por um tempo e já não atende mais nossos anseios, pois bem simplesmente é hora de caminhar e não de denegrir, é hora de construir algo novo e não de destruir o belo que já existe, é hora de ver o sol nascer em outras paisagens e não de semear a escuridão e os sentimentos negativos.

Muitos pensam dou o melhor de mim, ora receberei o melhor! E se não gosto do que recebo?

Talvez seja porque estou dando o que não gosto em mim, tentando me desfazer daquilo que me incomoda, com aqueles que não me são tão importantes. Então com que direito vou cobrar, receber o melhor de cada um deles?

Quando nossa espiritualidade está em terra trabalhando na caridade através de nós, podem ter certeza meus amigos, os mais necessitados naquele momento somos cada um de nós e também somos os maiores beneficiários desse tratamento. Através de cada filho ou filha que se senta em frente a um Preto Velho, Caboclo, Boiadeiro, Marinheiro, Cigano, Exu, Pomba Gira e toda ou qualquer entidade de luz que trabalhe conosco, poderemos ver, se abrirmos bem os olhos do nosso coração e esgotarmos nossa vaidade, A HISTÓRIA DE NOSSAS VIDAS contadas em capítulos por escritores diferentes.

Para encerrar, menos julgamento e mais trabalho! Se o carro não está bem regulado para o passeio e nem tão limpo para carregar a galera, em vez de reclamar vamos ajudar a cuidar!!!

Obrigado meu amado Caboclo Pena Dourada, sua presença acalenta meu coração e torna mais doce minhas palavras!










Fábio Guimarães – Sacerdote de Umbanda
Por Orientação do Caboclo Pena Dourada


quarta-feira, 13 de abril de 2016

MAGIA DO CONGÁ





O Congá é um núcleo de força, em atividade constante, agindo como centro atrator, condensador, escoador, expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos e níveis de energia e magnetismo.

É Atrator porque atrai para si todas as variedades de pensamentos que pairam sobre o terreiro, numa contínua atividade magneto-atratora de recepção de ondas ou feixes mentais, quer positivos ou negativos.

É Condensador, na medida em que tais ondas ou feixes mentais vão se aglutinando ao seu redor, num complexo influxo de cargas positivas e negativas, produto da psicosfera dos presentes.

É Escoador, na proporção em que, funcionando como verdadeiro fio-terra (pára-raio), comprime miasmas e cargas magneto-negativas e as descarrega para a Mãe-Terra, num potente efluxo eletromagnético.

É Expansor pois que, condensando as ondas ou feixes de pensamentos positivos emanados pelo corpo mediúnico e assistência, os potencializa e devolve para os presentes, num complexo e eficaz fluxo e refluxo de eletromagnetismo positivo.

É Transformador no sentido de que, em alguns casos e sob determinados limites, funciona como um reciclador de lixo astral, condensando-os, depurando-os e os vertendo, já reciclados, ao ambiente de caridade.

É Alimentador, pelo fato de ser um dos pontos do templo a receberem continuamente uma variedade de fluidos astrais, que além de auxiliarem na sustentação da egrégora da Casa, serão o combustível principal para as atividades do Congá (Núcleo de Força).


O Congá não é mero enfeite; tão pouco se constitui num aglomerado de símbolos afixados de forma aleatória, atendendo a vaidade de uns e o devaneio de outros. Congá dentro dos Templos Umbandistas sérios tem fundamento, tem sua razão de ser, pois é pautado em bases e diretrizes sólidas, lógicas, racionais, magísticas, sob a supervisão da espiritualidade.













segunda-feira, 11 de abril de 2016

O QUE REPRESENTAM AS ENCRUZILHADAS






Muito se fala em encruzilhadas, mas pouco se entende. E isto nos faz lembrar o advento da Umbanda anunciada pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas.

Esse conhecimento se deturpou com os interesses escusos, onde o que é oculto tende a se desfigurar quando os propósitos não são para o bem do Universo.

Podemos encontrar as Encruzilhadas nos opostos ilusórios necessários para a evolução dos filhos da Terra, como por exemplo, o “dia” e a “noite”. E onde ela está? Nem no “dia” e nem na “noite”. Estaria, então, na “tarde”? Também não, pois a “tarde” como os filhos compreendem não passa de outra ilusão. Ilusão porque é uma realidade relativa, onde conhecer profundamente a natureza faz com que enxerguemos que Deus é o Absoluto. O que nós, seres imperfeitos, insistentemente fazemos é decretar como única a verdade que só existe em nosso ego. O desapego é arma indeferível para que consigamos combater os equívocos da mente, reencontrando-nos assim, com o Eu Interior. Caminhemos rumo a evolução!

Podemos dizer que a Encruzilhada está no cruzamento vibratório de uma coisa com outra. Como é algo muito abstrato, usamos o exemplo das ruas terrenas. Mas isso não significa que as Encruzilhadas que nos referimos são as Encruzilhadas das ruas, não! E é justamente isso que causa muita confusão mental, onde despachos são colocados no intuito de interceder algo que não está fora, e sim no interior de cada ser.

Filhos, já é chegada a hora de entender que não há outra forma de intercessão se não a caridade!

Somente através da caridade se consegue compreender o que são as Encruzilhadas. E como qualquer outro conhecimento, é essencial a prática. Quando há a prática do conhecimento, emerge a sabedoria.

É preciso vivenciar e assim também é na Umbanda! E esse é um dos motivos pelo qual a Umbanda ainda não foi codificada. Não foi criada para ser discutida, mas para ser sentida no âmago. E quando isso acontecer, não só com a Umbanda, mas também com todas as outras religiões, não haverá mais julgamentos, haverá mais tolerância e a caridade em uníssono salvará o planeta Terra!

Então é por isso que as Entidades se apresentam com “esses” nomes, como por exemplo, “Caboclo das 7 Encruzilhadas”?

Os nomes que as Entidades se apresentam são simbólicos. Através da simbologia, os homens conseguem compreender as forças da natureza que emanam do Criador, como por exemplo, os próprios livros sagrados o são.

Símbolos são figuras, marcas, sinais que representam ou substituem outra (s) coisa (s).

Simbologia é o estudo acerca dos símbolos.

Acaso há alguém, não só na Terra, mas também no Astral que não necessite dos símbolos? O próprio corpo físico não passa de um emaranhado de símbolos que a medicina terrena se esforça para desnovelar.


Aqueles que condenam os símbolos ainda não perceberam que para compreendê-los profundamente é necessário estar fora do fardo da carne, pois este é fator limitante da consciência. É como querer enxergar uma célula sem o microscópio.













sábado, 9 de abril de 2016

UMBANDA E O ESTUDO




Muitos médiuns Umbandistas não gostam de estudar sobre a Religião de Umbanda, assim como alguns sacerdotes não permitem que seus médiuns estudem e façam perguntas, questionem, evoluam em conhecimento e saber.

Muitos dizem que a Umbanda é caridade, amor e não é necessário estudo qualquer: "é só deixar o guia vir; é só deixar o Orixá encostar".

Bem, em toda Religião o estudo é fundamental para a sua compreensão. Não que esteja errado ver o lado da caridade, do amor ou da entrega que realmente são necessários aos médiuns na incorporação, mas a Umbanda é muito mais do que isso.

O estudo deve ser somado a dedicação prática da lida no terreiro (a prática da caridade e do amor ao próximo: solidariedade), unindo tudo isso como um conhecimento maior que pode tirar dúvidas, retirar confusões da mente, evitar o animismo, o exibicionismo (de médiuns e/ou de entidades), evita que os consulentes vejam a Umbanda e seus guias como trocadores de favores/presentes, a clonagem arquétipa dos guias (quando médiuns novos acabam, sem querer, copiando o comportamento dos guias do ou dos dirigentes), o comportamento grosseiro de alguns guias e médiuns, a ignorância de alguns médiuns, e evitar que os espertalhões, que querem utilizar a Umbanda como um meio de ganhar dinheiro, o façam usando a ignorância de seus adeptos.

Podemos dividir o estudo da Umbanda em várias formas de entendimento e orientações:

* Pela doutrina de cada segmento, cada casa, que deveria ser ministrada aos médiuns e assistidos (qual a doutrina existente na casa, seus ritos, fundamentos, maneira de trabalhar). Normalmente essa doutrina ou essas aulas de doutrina estão a cargo do sacerdote da casa ou alguém designado por ele;

* A conversa de banquinho com o preto-velho(a) do(a) dirigente ou dos dirigentes da casa (pode ser com outro guia, tudo dependerá da estrutura de comando de cada casa; umas estão sob o comando dos pretos-velhos, outras sob o de Caboclos, Boiadeiros, Baianos etc), onde a parte doutrinária da casa, pelo seu lado espiritual e orientador, deve ser levada aos médiuns;

* Livros e material didático que sejam feitos pela casa (terreiro) ou utilizado de autores Umbandistas. Onde possam existir mais orientações no nível doutrinário, religioso, comportamental, espiritual, moral e ético relacionados a Umbanda;

* Outras fontes literárias, até de outras religiões, onde possam conter informações relevantes para os médiuns, no seu entendimento sobre a Religião de Umbanda, ou mesmo, sobre certos conceitos de cunho moral, ético, espiritual, doutrinário etc.;

* Formação de palestras e/ou seminários, onde aos médiuns possam compartilhar da sabedoria e do conhecimento de outros sacerdotes e outras pessoas ligadas `a espiritualidade (dependendo de cada seguimento da Umbanda);

* Por meio da formação escolar e acadêmica. Seja no estudo regular, ou na Universidade, onde o médium aprende uma profissão, uma especialização, aumenta sua instrução e a sua forma de ver e entender o mundo;

* Por meio de cursos relativos à Umbanda e a outras religiões, ou facetas da própria Umbanda. Porém, esses cursos devem ser de conhecimento do sacerdote de cada casa, pois existem diversas pessoas que usam do nome da Umbanda para enganar e retirar dinheiro de médiuns que buscam o conhecimento.

Como podemos ver, não existe somente uma forma, mas existem diversas formas de se obter o conhecimento e o estudo com relação à Religião de Umbanda.

Devemos sempre lembrar que os Dirigentes  da casa, de cada casa, têm o compromisso, não só em relação à caridade, ao amor, a solidariedade, mas também, do conhecimento, do ensino, da orientação, do conduzir os médiuns, os tirando da ignorância e mostrando que a Religião de Umbanda, mediante o seu seguimento, pode dar muitos ensinamentos. Não só em relação à religião em si, mas para o próprio médium como pessoa, como ser humano.

O terreiro, a religião, pode se estender para o mundo profano e nele exercer uma atuação divina. Isso pode ser feito sem preconceitos, sem proselitismos, sem perseguições, sem imposições ao outro. Basta que os dirigentes e os guias que conduzem uma casa de Umbanda, saibam passar os bons ensinamentos a seus médiuns para que eles possam levar para o mundo o que a Umbanda tem de melhor, o que ela tem de contribuição para a melhora do mundo e do próprio ser humano.












 (Francis Bacon).