sábado, 29 de outubro de 2016

MEDIUNIDADE e VIDA FÍSICA






Todo médium é um ser encarnado e, como tal, tem um corpo físico e uma vida material para cuidar, além da espiritual.

O corpo físico é apenas matéria, é um empréstimo, é temporário, mas é uma extensão do espírito e deve durar o tempo suficiente para o cumprimento da tarefa a que ele se dispôs aqui na Terra, inclusive a mediúnica. Dessa forma, exigirá dele certos cuidados práticos que não podem ser negligenciados, a fim de que não se comprometa o seu plano de encarnação, nem a sua tarefa como médium.

Da mesma forma, a vida material é intrínseca à encarnação e implica em certos cuidados “mundanos” que não podem ser deixados de lado, para que não venham a causar preocupações e desgastes desnecessários, comprometendo tanto o seu plano encarnatório, como sua tarefa como médium.

Para cumprir essa tarefa, ele precisa estar bem como ser encarnado, do contrário não poderá atender satisfatoriamente às exigências e condições do trabalho espiritual.

É preciso que o médium se lembre de que sua vida física é também uma parte integrante importante de sua vida espiritual e não pode ser separada, isolada, anulada, negligenciada ou ignorada, para que o seu próprio espírito não se prejudique com isso.

É como diz Wagner Borges, em seu livro Falando de Espiritualidade:
“Não fuja da vida humana normal. Deus está em tudo e o plano extrafísico interpenetra a dimensão humana. Logo, a energia divina também está na vida natural de todos”.

Aspectos que interferem na mediunidade

Alimentação - o médium deve ter atenção especial à sua alimentação. Excesso devem ser evitados, pelo menos, nas 24 h que antecedem o trabalho mediúnico ou energético.

 Higiene física e mental - A higiene é parte importante na manutenção da saúde de qualquer ser encarnado e deve ser preocupação do médium também.

A higiene física, caracterizada pelos bons hábitos comuns que aprendemos desde crianças, não deve ser esquecida, pois além de proporcionar maior bem estar ao médium, é também uma atitude de respeito para com os colegas de trabalho e os assistidos, que não precisam ficar sujeitos aos efeitos naturais de sua falta de higiene, como mau hálito, odor de suor, odores dos pés, etc.

“Embora as forças do espírito sejam autônomas e se manifestem independentemente das condições físicas ou da saúde corporal, o êxito mediúnico de passes e fluidificação de água é afetado quando os médiuns ou passistas negligenciam a sua higiene física e mental.

“... a higiene corporal e o asseio das vestes dos médiuns durante suas tarefas mediúnicas terapêuticas nada tem a ver com rituais, práticas ortodoxas ou quaisquer cerimônias de exaltação da fé humana.

O uso do sabão e da água para a limpeza do corpo físico é necessidade essencial com o fito de eliminar-lhes a sujidade, o mau odor e os germens contagiosos que podem afetar os pacientes”.

 “Entre os pacientes submetidos aos passes mediúnicos serão poucos os que se sentem atraídos e confiantes no médium que, arfando qual fole vivo, sopra-lhes no rosto o seu mau hálito e respinga os de saliva, enquanto ainda os impregna com a exalação fétida do corpo ou dos pés mal asseados. Outros médiuns ainda acrescentam a tais negligências o odor morno e sufocante do corpo suado, da brilhantina inferior no cabelo e da roupa empoeirada. Malgrado nossas considerações parecerem, talvez, exageradas, repetimos, mais uma vez: o êxito da terapia mediúnica depende fundamentalmente do estado de receptividade psíquica dos enfermos. Em consequência, todos os motivos ou aspectos desagradáveis no serviço mediúnico, mesmo os de ordem material, reduzem, consideravelmente, o sucesso desejado”.

“Se o médium se desinteressar dos preceitos mais comuns de higiene e apresentação pessoal, certamente dará motivo a uma certa antipatia entre os seus consulentes”.

Na higiene física não estão apenas os bons hábitos básicos diários, mas também a prevenção médica e dentária regular, bem como o cuidado com a aparência física, sem exageros, de modo que o médium sinta-se bem com a própria imagem, bem como com as suas condições físicas. A autoestima sadia é fator de muita importância no equilíbrio do médium, já que a falta de autoestima é uma das principais causas de depressão, revolta, agressividade, etc.

A higiene mental também é importante. O hábito de só cuidar do que trate de mediunidade e espíritos é, na verdade, um desequilíbrio, um vício que deve ser evitado por qualquer pessoa que lide com a espiritualidade. Como já dissemos, como encarnado, o médium deve também procurar, com equilíbrio, com bom senso, os prazeres materiais, o bom humor, as distrações, o lazer, os passeios, os divertimentos, as coisas boas deste mundo onde vive, como forma de se manter equilibrado e saudável, satisfeito e bem disposto.

Vale lembrar o que diz  Miramez, em seu livro Plenitude Mediúnica, pela psicografia de João Nunes Maia:  “O homem de bem sempre mostra traços de alegria, que conforta os que com ele travam conversações. Esse tipo de companheiro podemos chamá-lo de médium da alegria, por transmitir, com facilidade, o aprazimento a todos que dele se aproximam. Essas criaturas devem cultivar mais esse dom extraordinário, por servir de qualidade que leva a esperança para os sofredores”.

“Observemos o quanto a natureza é alegre! Se passarmos a observá-la, além de contentamento, encontraremos outros princípios elevados das leis naturais, de onde podemos extrair modelo para o nosso dia a dia”.  “Se por ventura vai conversar com alguém em qualquer parte, não esqueça da alegria, pois ela ajuda e faz crescer a esperança nos que o ouvem. Se vai começar algum trabalho, lembre-se primeiro da alegria, que faz o ambiente melhorar para acertar com mais eficiência as suas obrigações. Se está lendo, esforce-se para manter uma postura alegre, que, nesse estado, o entendimento surgirá com mais facilidade e terá maior compreensão da página lida. Se está enfermo, não se entregue ao desânimo, pois ele multiplica a doença; arregimente forças para o contentamento, que servirá de canal para o restabelecimento e, nessa condição, um copo de água fresca lhe restabelecerá as forças”.

“Não basta cuidar da mediunidade, é preciso cuidar do médium, da pessoa, do seu reequilíbrio, e não podemos ignorar que é no kit pensamento/emoção que se assenta a mediunidade.”

É importante ter em mente que o médium é um ser encarnado como qualquer um de nós, e não um super-homem. Por isso, está sujeito aos mesmos problemas e perturbações que as outras pessoas, e o fato de adoecer ou precisar de ajuda profissional ou medicamentos não é demérito para ele, nem como pessoa, nem como médium.

É preciso tratarmos os médiuns como seres humanos, imperfeitos também, sujeitos a altos e baixos, mas tentando acertar, tentando crescer e melhorar, COMO TODO MUNDO.









terça-feira, 25 de outubro de 2016

MEDIUNIDADE E COMPROMISSOS







Compromisso espiritual

O primeiro e mais importante compromisso de um médium é o espiritual. Todo médium precisa saber-se espírito e, como tal, deve saber viver a sua vida física, sem, no entanto, se apegar ao mundo físico.

Embora tenha consciência do compromisso espiritual que tem, sabe que a vida física é parte dele e nunca a abandona, menospreza ou negligencia. Ao contrário, vive-a plenamente, com lucidez e discernimento, na certeza de que, vivendo-a dessa forma, estará também honrando seu compromisso espiritual de evoluir e, com a sua evolução, promover também a evolução de toda a Criação.

O médium sabe que é um ser espiritual vivendo uma experiência carnal e, desse modo, colocasse todos os dias em sintonia com o Criador, entendendo que somente n’Ele poderá, de fato, compreender toda a beleza da Criação.

Compromisso mediúnico

O segundo compromisso mais importante de um médium é com sua própria mediunidade. Todo médium deve saber que a mediunidade não lhe pertence e nem lhe foi concedida para seu uso exclusivo.

Por isso mesmo, tem consciência de que mediunidade é trabalho em equipe para o bem coletivo, o qual deve estar acima e vir à frente de todo e qualquer bem individual ou pessoal. Sabe também que nunca estará sozinho, seja para enfrentar os obstáculos, seja para colher as bênçãos da tarefa que executa. E usufrui dessa condição com equilíbrio e responsabilidade.

Como uma das pontes que une dois mundos muito próximos, embora aparentemente tão distantes, honra aos dois, sendo homem, sem deixar de ser espírito, e vivendo como espírito, sem deixar de viver como homem. E, como médium, procura ser homem e espírito dignos de respeito e confiança, por parte dos companheiros e parceiros que tem nos dois mundos.

Compromisso com a instituição e o grupo mediúnico

Tendo consciência de que a mediunidade é trabalho de equipe, tarefa de cooperação mútua, todo médium sabe também o quanto são importantes o grupo mediúnico e a organização em que atua.

Assim, ama-os incondicionalmente, respeita-os, preserva-os, sem esperar deles perfeição ou infalibilidade, por ter consciência de que são instituições humanas, como ele mesmo o é.

Trabalha sempre para o bem do grupo e o crescimento de todos, contribuindo da melhor forma para a manutenção, física e espiritual, da instituição que os abriga, respeitando os princípios que a norteiam, sem abrir mão de seu direito de pensar e, pensando, agir, assumindo as consequências dos próprios atos.

Assim, procura também respeitar as normas do grupo, sendo pontual, assíduo e interessado. Colabora em tudo que lhe é possível e tem consciência de que, embora não seja insubstituível, é importante na composição do grupo e na realização do trabalho, naquilo que melhor sabe fazer.

Compromisso com amparadores

Todo médium sabe que trabalha em parceria, com encarnados e desencarnados e, por isso, nunca se esquece daqueles companheiros que justificam sua condição de intermediário entre dois mundos: os amparadores.

Sabe que, além dos companheiros encarnados, também os amparadores contam com ele para a realização da tarefa. Sabe que, sem uma das engrenagens, a máquina não funciona e procura atender à sua função com amor e interesse.

Trata os amparadores com respeito e educação, obtendo deles também o mesmo tratamento.

Compromisso com necessitados encarnados e desencarnados

Todo médium sabe que seu trabalho não teria razão de ser se não pudesse ajudar, de alguma forma, a diminuir a ignorância e o sofrimento no mundo em que vive.

Consciente de sua responsabilidade para com o bem coletivo, trabalha para aliviar, orientar, esclarecer, ajudar, consolar e amparar o maior número possível de espíritos, estejam eles encarnados ou desencarnados.

Sem julgar, criticar, condenar ou fazer qualquer distinção, ajuda a todos indistintamente e tem consciência do quanto as pessoas contam com o seu trabalho.

Por isso, está sempre presente às reuniões, com disposição e boa vontade, ciente de que, mesmo que não possa ver, muitas criaturas esperam pelo seu trabalho para se recuperarem ou, simplesmente, tomarem outro rumo na vida.

No entanto, mesmo sabendo de tudo isso, tem consciência de que nada pode sozinho e sempre busca a ajuda dos amparadores e colegas encarnados para melhor desempenhar sua tarefa, pois sabe que, em conjunto, qualquer trabalho flui melhor.

Compromisso consigo mesmo

Ciente de todas estas implicações de sua tarefa, o médium jamais negligencia a si mesmo, pois sabe o quanto é importante para o grupo, para os amparadores, para a instituição, para os necessitados.

Parceria espiritual e parceria mediúnica

Mediunidade é trabalho de equipe, mesmo que o médium trabalhe fisicamente só e isolado. Não há como ser médium sozinho, pois mediunidade pressupõe sempre a interação entre, pelo menos, duas consciências. O médium, para ser, de fato, médium, ou seja, intermediário, depende necessariamente do contato e da interação com outra(s) consciência(s).



















domingo, 23 de outubro de 2016

DIRIGENTE DE UMBANDA , CARMA OU MÉRITO ?









PERGUNTA: A incumbência de dirigente de Umbanda, como denominam popularmente de Pai ou Mãe de terreiro, é carma ou mérito?


VOVÓ BENTA: Nega Véia costuma dizer que a maioria dos presentes que ganhamos tem o papel do pacote mais bonito do que o conteúdo. E esse é um deles. O médium que recebe da espiritualidade a missão de dirigir um agrupamento de outros médiuns, o faz, em primeiro lugar por necessidade de evolução e em segundo lugar porque possui a confiança daqueles que lhe dão tal incumbência.

Vamos falar daqueles que receberam a missão do plano espiritual, projeto realizado antes de sua encarnação na terra e não daqueles dirigentes " feitos" em cursos.

Tarefa mediúnica das mais difíceis e que exige dedicação total daquele espírito reencarnado, além de dose extrema de paciência, perseverança, humildade e amor. Mas ao mesmo tempo, exige dele também pulso firme e forte personalidade para impossibilitar que sua colheita seja prejudicada pela invasão das pestes.

A dificuldade de cumprir a tarefa de dirigente sempre se acentua dentro do terreiro, com os médiuns e muito pouco na caridade com o povo. Todo médium de tarefa, é um ser encarnado para curar seu espírito endividado e o terreiro é o hospital onde vai se internar por um longo tempo de sua vida na terra. Sabemos que a maioria dos pacientes são impacientes, não é mesmo? E aí é que complica!

O dirigente também não deixa de ser um doente que além de se tratar, agora pode estagiar ajudando aos médiuns de sua corrente " hospitalar". Isso não o coloca como um semi-deus perfeito do qual não se admitem mais erros, muito menos como alguém que tudo pode, em qualquer hora e em qualquer situação.

Dele será exigido posturas mais firmes bem como entendimento mais apurado. Ele deverá se aprimorar constantemente com estudo e reforma íntima, exigindo da corrente igual compromisso. Tais posturas serão necessárias em função do tamanho de sua responsabilidade e dentre elas está a de cortar o mal pela raiz, priorizando sempre a corrente como um todo, sem privilégios a quem quer que seja.

Ao assumir tal posto diante da espiritualidade, antes de reencarnar, já estará consciente de que sua vida não será " comum" e que certamente terá que abdicar de muitas coisas materiais, em favor do lado espiritual.

O termo Pai e Mãe agracia o médium com a postura de se colocar como tal, amparando, educando e auxiliando a corrente como verdadeiros filhos de seu coração. Tarefa mais difícil ainda, pois esses " filhos" não vieram de seu ventre e não nasceram ontem. São adultos, viciados e com personalidade formada. Cada um com seus egos aflorados, com suas necessidades de reformulação e o fato de portarem a mediunidade, já os qualifica como devedores em potencial.

E certamente, reeducar um adulto é muito mais difícil do que educar uma criança. É pepino torto. Observo nos terreiros por onde ando que muito se exige do dirigente e muito pouco se retribui. Falta nos médiuns, desde respeito até aquilo que os deveria mover dentro da corrente, que é amor. Humildade então, meus filhos, é coisa rara. Em compensação sobra bajulação, geralmente usada como meio de se fazer preferido na corrente.

Nega véia costuma dizer que criança que se cria como bibelô, como tal vai quebrar quando adulto. Todo aquele que não teve rédea firme na infância para domar suas más tendências, vai chegar no terreiro e expô-las de modo a perturbar a ordem do lugar. Hora e vez de impor as leis que regem a Casa, independente do que possa pensar a respeito disso, o médium em questão. Se mesmo indisciplinado, tiver algo de humildade, vai receber o chamamento como aprendizado e ali vai crescer, mas se pelo contrário, além da indisciplina prevalecer nele a arrogância e o orgulho, acolherá como ofensa e infelizmente, o remédio é amargo para essa doença.


A tarefa é tão árdua que muitos desistem na metade da caminhada, outros se corrompem, mas, ainda bem que uma grande maioria volta à casa com sua coroa iluminada pela luz do dever cumprido e a estes, o mérito de conseguir dar um salto em sua evolução.




















quinta-feira, 20 de outubro de 2016

SERÁ QUE NÓS SALVAMOS VIDAS ?







Nós também salvamos vidas!

Falar sobre mediunidade é tão envolvente, é tão bom, que vale a pena continuarmos falando, pensando, refletindo, afirmando nossa missão, nossa função e nossa obrigação, assim como,  incentivando tantos médiuns que ainda não ultrapassaram as barreiras do visível.

Barreira essa que limita a visão sobre o “Além”, que condena a um materialismo cruel, cheio de ilusões, perdas, dores, consumismo e traições, que mais dia ou menos dia tira tudo, perde-se tudo,  principalmente a liberdade de pensar, decidir, querer e viver. Com certeza é uma barreira que aprisiona e que, infelizmente, está cada vez mais alta, dificultando cada vez mais o voo de liberdade da Alma e do encontro do Espírito.

Engraçado pensar que tantas pessoas estão ‘matando’ e ‘morrendo’ pelas conquistas materiais e se esquecem ou não percebem,  que nada, absolutamente NADA de material vai ser levado para o “outro lado”.

Para o lado do invisível só levamos nosso espírito e nossa alma, que também são invisíveis e, portanto, dificilmente percebidos, sentidos e ouvidos.

É, acho que não é engraçado não, é ASSUSTADOR, é TRISTE, é DOLORIDO demais.
Acredito que Sabedoria está relacionada com a capacidade de lidar com as possibilidades, com a capacidade de enxergar com lógica e enxergar Além.

Observando o trabalho dos bombeiros no resgate de vítimas em seu dia a dia , percebe-se o que é agir com Sabedoria.

Vejam só, talvez nós, envolvidos pela emoção e na tentativa de resgatar coisas e pessoas entraríamos em qualquer buraco impetuosamente,  sem nos preocuparmos  com o entorno e com as possibilidades, já um bombeiro olhará além e prestará atenção nas possibilidades, prestará atenção na possibilidade de cair mais terra sobre a vítima, na possibilidade de fazer novas vítimas, observará se há segurança na corda que está sendo puxada, no chão que pisa e o que compromete seu pisar. Inclusive, prestará atenção no que poderá acontecer ao tirar um pedaço de barranco do lugar, pensará na possibilidade de um novo soterramento e na força que precisará ter.

Afinal, não poderá desistir no meio do caminho!

Afinal, muitas pessoas dependem dele!

Afinal, precisa agir de uma forma tão plena que todo o risco valerá à pena!

Afinal, sentirá uma Paz de Espírito tão grande pela certeza da missão cumprida, que não haverá dinheiro no mundo que compre esse sentimento!

Quem é bombeiro sabe o que estou falando. Quem é médium atuante, firme, corajoso, convicto, decidido, verdadeiro, bem preparado e determinado, sabe o que estou falando pois ele também salva vidas, ele também sabe que se desistir comprometerá todos em seu entorno, tanto encarnados como desencarnados. Ele sabe que Ser plenamente médium é Ser Plenamente Feliz em Espírito, ou seja, no sentido invisível.

E é somente esse sentido e sentimento que vamos levar para “outro lado”.

É tudo tão SIMPLES, tudo tão CLARO, tudo tão ÓBVIO que, tanto a pessoa mais racional, quanto a mais emocional , será Sábia se pensar ou sentir com lógica.

E como sabemos que a Lógica está intimamente ligada com a Verdade, que é a grande expressão e reflexo de Sabedoria, que é um dos fatores essenciais de Oxóssi e que nos é ensinado pelos Queridos Caboclos de nossa Umbanda. Que tal aproveitarmos para afirmar e reafirmar nossa posição, nossa capacidade de percepção e nossa capacidade de pensar com lógica e verdade?

Tenho certeza que veremos, sentiremos e perceberemos muitos Caboclos chorando de emoção, zelando por seu médium e agradecendo pela postura de seu ‘filho querido’.

Tudo isso para afirmar que ser um médium atuante, firme, corajoso, convicto, decidido, verdadeiro, bem preparado e determinado é muito mais inteligente, valoroso e sábio do que viver em função da vida material, como já foi dito por Dalai Lama “Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.

E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem-se do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido”.

Já nos alertou o querido Caboclo das Sete Encruzilhadas quando oficializou a religião Umbanda em 15 de novembro de 1908:“Deus, em sua infinita bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal. Rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornam iguais na morte (…)”

Tudo isso para alertar que não tem dinheiro no mundo que compre a alegria de participar de uma gira onde centenas de espíritos são salvos, tratados e orientados, assim como sentir a emoção, o choro ou ouvir o agradecer de um Espírito tão iluminado como são os Caboclos filhos de Oxóssi.




“SÓ EXISTE UMA FÉ,
UMA VERDADE,
UM AMOR E
UMA ÚNICA FORÇA QUE SUSTENTA A TODOS”




Caboclo das Sete Encruzilhadas
















terça-feira, 18 de outubro de 2016

OLHA A CORRENTE ,GENTE! VAMOS CONCENTRAR!







Se você é médium frequentador de algum terreiro, já deve ter pelo menos ouvido alguém dizer:

-"Olha a corrente, gente ! Vamos concentrar"!

Você sabe realmente o que isso quer dizer? Muita gente (até as que falam) não sabe!

O que é essa tal de "corrente"?

Será uma corrente de ferro ou de fibras que se forma no invisível?

Será uma corrente que vai prender os espíritos?

Será? Será?

Na verdade, quando um dirigente (quando bem preparado) chama a atenção para a "corrente" é porque ele sentiu uma queda ou diminuição na energia ambiental (EGRÉGORA) que deve ser mantida pelos médiuns em um potencial elevado, de forma a manter os trabalhos em nível adequado, até mesmo por uma questão de autopreservação.

Essa questão da "corrente" ou egrégora é tão importante que vamos nos aprofundar um pouco mais no assunto para que você possa perceber, se orientar e orientar a outros.

Vou tomar como exemplo uma gira de Umbanda, mas advirto que você pode adaptar minhas explicações para entender práticas espirituais, inclusive das Igrejas Evangélicas que fazem curas etc.

Vamos considerar um grupo de 10 pessoas e partir do princípio
de que TODAS ESTÃO UNIDAS POR UM MESMO IDEAL.

Isso é a base de tudo !

Criada a egrégora como já vimos antes (pela união dos pensamentos direcionadas aos mesmos fins), cada vez mais energias de mesma sintonia são atraídas para o ambiente. Essas energias somadas atuam imediatamente nas pessoas que ali estão e em alguns casos, se for bem forte já começam a operar alguns "milagres", desde que as pessoas estejam em estado de recepção (concentradas no ritual e ansiando por receberem um bem).

As entidades (aí eu já estou falando de seres espirituais) afins penetram e até são atraídas para o interior.

Entidades inferiores tendem a ser barradas por uma força invisível (a energia) que a princípio é incompatível com suas vibrações (isso se tudo estiver "correndo bem").

Se uma entidade inferior for atraída para dentro da egrégora, ela fica de certa forma subjugada pela força desta e desse modo se consegue lhes dar um melhor encaminhamento para outros planos espirituais.

As entidades afins usam parte dessa energia para auxiliar os que ali estão na medida de suas possibilidades.

A técnica usada nos terreiros de Umbanda e Candomblé para formar a egrégora inicial (quando os grupos são bem dirigidos) está baseada nos rituais de "abertura".

Já nas Igrejas Evangélicas e outras, consiste basicamente nas pregações, que fazem com que os adeptos se concentrem ou dirijam seus pensamentos de acordo com a "pregação".

Se você for um estudioso e não carregar preconceitos, notará que nessas "pregações" há sempre um direcionamento do raciocínio dos ouvintes de forma a fazê-los pensar positivamente e acreditarem firmemente na possibilidade de alcançarem os bens que foram procurar. Nesse momento, embora nem saibam às vezes, estão gerando a egrégora.

Fazer com que a assistência participe ativamente, pensando positivamente, deve ser parte obrigatória de TODAS as giras de Umbanda.

Essa no entanto é uma prática esquecida e o que vemos em muitos terreiros é uma assistência quase que sempre alheia, só participando em alguns momentos, de preferência quando vêm de encontro ao que lhes interessa.

Dessa egrégora, como já disse, são retiradas as energias para a realização dos trabalhos, o que vale dizer que se essa energia não for forte o suficiente, o mínimo que pode acontecer é acontecer nada.

Por outro lado, se a corrente ou egrégora das "giras" não for suficiente, várias complicações podem acontecer com o passar do tempo, sendo que, o(a) dirigente, por ser o centro maior das atenções e para quem convergem as maiores quantidades de energia ali geradas e mesmo as trazidas pelos assistentes, é quem sofre, por assim dizer, as maiores consequências dos trabalhos realizados sem a devida segurança.

Veja abaixo alguns tipos de complicações que podem ocorrer.

Complicações que podem ocorrer ainda dentro da sessão:

a) Médium dirigente e/ou médiuns auxiliares não conectados positivamente com suas entidades de guarda o que pode provocar de imediato incorporações insatisfatórias, e insegurança.

b) Perturbações por intromissão de entidades do Baixo Astral que encontram entrada fácil nesses casos.

c) Problemas com médiuns e/ou assistência com relação até mesmo à integridade física, pois não é raro em sessões dessa natureza, haverem manifestações turbulentas de entidades descontroladas e médiuns idem.

d) Cansaço físico de dirigente e médiuns ao final dos trabalhos pela perda energética sofrida. O normal é que quando se encerram os trabalhos, todo os médiuns se sintam em perfeitas condições físicas e, não se tratando de trabalhos de descarga e desobsessão, é normal até que saiam sentindo-se melhor do que quando chegaram, justamente porque conseguiram atrair uma grande quantidade de energia positiva da qual todos poderão desfrutar.

Observação:

Existem mais situações que podem acontecer, mas vamos ficando por aqui pois só as citadas já darão como consequências as que vêm após.

Complicações que podem ocorrer com a continuidade dos problemas:

Enfraquecimento crescente dos contatos entidade/médium.
Corpo mediúnico cada vez mais inseguro.
Dificuldades crescentes para a realização de trabalhos.
Problemas começam a surgir na vida material de todos.
Discórdias entre o grupo começam a gerar desentendimentos maiores.
Formam-se grupos dentro do grupo dividindo a energia ao invés de somá-la.
Doenças e dificuldades começam a aparecer.
Como os contatos espírito/médium já não são tão positivos, torna-se difícil ou impossível a solução de problemas que antes eram nada (aí, não raramente começam a se consultar em outros lugares).
Para sintetizar: Todos serão altamente prejudicados por seus próprios atos e desunião e, como ocorre normalmente, ao final ELEGERÃO SEMPRE UM CULPADO - ou o dirigente ou a própria Umbanda.

Ainda sobre a egrégora de terreiros de Umbanda, é preciso que se explique que ela, além de ser formada e nutrida com a energia gerada em cada reunião, também é favorecida pelas "firmezas" ou "assentamentos" que devem ser tratados, reforçados e respeitados.

Mais uma explicação.

Assentamento, como muitos podem crer, não é prática exclusiva das religiões Afro. Até mesmo elas "importaram" essa prática de Seitas e Religiões muito mais antigas.

Se os assentamentos estiverem bem "sintonizados" com as energias e entidades para os quais foram dirigidos, sabendo o/a dirigente acioná-los, eles serão de grande importância (caso contrário serão meros ocupantes de lugar) pois poderão trazer para o ambiente essas energias e entidades que beneficiarão sobremaneira a realização de trabalhos positivos.

Para resumir e ficar bem entendido, observe o seguinte:

Energia positiva atrai energia positiva (o oposto também vale).

Pensamentos (que geram energia) positivos atraem energias e fatos positivos (ou negativos...).

Medo, insegurança e discórdias quebram a rotina da criação e da ação de energias positivas.

Fé (certeza, convicção) provoca sempre a criação de energia e, quanto maior for, maior será a ação dessa energia.

Egrégoras são energias que podem ser geradas e fortalecidas a cada dia. Se elas serão positivas ou negativas, dependerá de quem as criará.

Egrégoras (se positivas) são de utilidade total em qualquer reunião para trabalhos mediúnicos. Quanto mais fortes, maior o auxílio que podem prestar.

Egrégoras formam-se até mesmo em sua casa, seu ambiente de trabalho etc. Só que nesses casos, como não costuma haver um direcionamento das energias que a formarão (a não ser em poucos casos) elas correm o risco de serem negativas.

Grupos desunidos, por mais forte que queira parecer o dirigente, estarão sempre a um passo da derrota em função de não conseguirem gerar o ambiente propício para a presença de verdadeiros Espíritos Guias.

A disciplina e a união em torno de objetivos comuns são parte sólida da base que construirá o verdadeiro Templo - aquele onde comparecerão sempre os verdadeiros Amigos Espirituais.










do livro:Umbanda Sem Medo I

Claudio Zeus

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

DISCIPLINA É ESSENCIAL






Disciplina interior e disciplina exterior.

Um trabalho mediúnico sem disciplina rende muito pouco, pois as energias se dispersam ou nem chegam a se concentrar, pela total ausência de coincidência de pensamentos, sentimentos e ações.

Além disso, um trabalho mediúnico onde impera a desordem e onde cada um faz o que quer, na hora que quer, costuma ser alvo fácil para assediadores pela total discordância de conduta entre os seus integrantes, a qual gera desarmonia energética, insegurança e desconforto psicológico, enfraquecendo, espiritualmente, os membros do grupo.

Embora disciplina implique em responsabilidade e seriedade, de modo algum deve implicar em mal-humor, até porque seriedade e mau humor não são sinônimos.

Qualquer pessoa pode ser disciplinada e séria, e continuar bem-humorada, pois o bom humor em nada compromete a responsabilidade, o equilíbrio, a seriedade e o comprometimento com que se assume uma determinada tarefa.

Com a mediunidade não é diferente. Médium mal-humorado, dificilmente, é médium sério e, consequentemente, disciplinado, responsável. Até porque, mau humor é justamente uma das coisas que não devemos levar para as reuniões mediúnicas e de passes, para que as energias do ambiente e do trabalho não sejam contaminadas por energias mais densas e tóxicas de sentimentos negativos e emoções desequilibradas.

Disciplina espiritual e disciplina mediúnica.

Aqui também o médium deve distinguir entre o modo como deve agir como espírito encarnado e como médium.

Disciplina espiritual é aquela que todos devemos buscar, no sentido de sempre orientarmos nossa vida, nossas atitudes, nossas ideias, por aquilo que pode nos trazer bens maiores, mais efetivos e mais importantes como espíritos. É o comportamento consciente na busca de crescimento espiritual, é a obediência lúcida e pensada a certas normas e preceitos espirituais, buscando algo maior para nós mesmos e para aqueles com quem convivemos.

Já a disciplina mediúnica é a que está relacionada à tarefa do encarnado como médium, envolvendo todos os aspectos já vistos no item “Mediunidade e Compromissos” e tudo o que já falamos nos outros itens que tratam da disciplina. É, portanto, a obediência consciente, espontânea e voluntária aos preceitos e normas que o médium considera importantes e positivos para o bom desenvolvimento e prática de sua mediunidade.

Preparo prévio para o trabalho mediúnico.

Como parte de sua disciplina, o médium deve estar ciente de que sua preparação para o trabalho começa muito antes do momento em que o trabalho propriamente dito começa.











sábado, 15 de outubro de 2016

A MEDIUNIDADE É UMA MISSÃO ?









Uma pessoa me perguntou: Tem algum pré-requisito para reencarnar como Médium?

Um médium, na maioria das vezes, vem em uma família que tem sensibilidade mediúnica (desenvolvida ou não), pois, deste modo, geneticamente, seu corpo físico teria melhores condições para se desenvolver na encarnação atual dentro destas mesmas características de sensibilidade do Corpo Emocional.

O médium de missão no plano espiritual foi aconselhado ou optou, dependendo do nível que o ser tenha, por vivenciar um processo no qual usaria sua capacidade mediúnica como instrumento da lei maior e da justiça divina para ajudar ao próximo, dentro do merecimento de cada um e assim, ao exercer esta tarefa, desgastar seu carma.

E importante lembrarmos que a missão daqueles que reencarnam como médiuns não e melhor ou pior que qualquer outra missão.

Exemplo, uma pessoa que veio com missão para ser medico, e neste caminho ajudar o próximo também, esta pessoa pode vir dentro de uma família que o ajudará no caminho que ele escolheu no plano espiritual, características estas que podem ser: material (família com condição financeira), genéticas (ter uma destreza nas mãos para ser um cirurgião ou ter uma capacidade intelectual fora da media), etc.

De uma forma ou outra, o universo dá à pessoa condição para que ela possa, com sua força de vontade e livre arbítrio, realizar a missão que assumiu no plano espiritual.

Ainda no plano espiritual, já existe a sintonização vibracional dos seres com suas entidades, que se prepararam para nesta vivência, serem seus mentores diretos.

E se durante sua encarnação, dentro de seu livre arbítrio, a pessoa não busca o caminho da mediunidade, a evolução direciona as entidades (mentores) que trabalhariam com aquele médium para outro com frequência especifica condizente a missão das entidades (mentores).

E ai, acontece o maior problema, pois aquela pessoa que veio para vivenciar uma encarnação como médium traz um corpo físico que gera energias especificas para doação, sua genética: voltada a recuperar energias muito rapidamente (Trabalho em nível de corpo emocional), com sensibilidade aumentada na pineal, geração de ectoplasma de forma superlativa, etc.

Esta pessoa que se fecha para o caminho mediúnico ou qualquer outro caminho que possa permitir a doação ou o emprego destes níveis de energia acaba represando-a. Como esta energia não flui, assim como ela, a pessoa ficara estagnada, sua vida também não fluirá.

Dai que alguns, com falta de conhecimento dizem: “Suas entidades estão fazendo sua vida ir para trás.”, o que e algo descabido, pois seres de Luz não fariam isso a ninguém, muito menos para o Médium que vem numa jornada espiritual. Eles respeitam o livre arbítrio.

Algumas pessoas podem perguntar: por que Deus permite que este travamento aconteça?

Ele criou estas possibilidades, estes processos, para que as pessoas sejam de uma forma ou de outra, levadas para o aprendizado necessário no caminho de sua evolução.

Lembrando sempre a máxima: “O Aprendizado vem Pelo Amor ou pela Dor”
Eu ainda completaria, também pelo Conhecimento.


Que Deus abençoe a todos que necessitam do caminho da mediunidade para ajudar ao próximo e a si mesmo.