quinta-feira, 27 de abril de 2017

O QUE É SANTO NA VISÃO ESPÍRITA?






André Luiz responde: “É um atributo dirigido a determinadas pessoas que aparentemente atenderam, na Terra, à execução do próprio dever.”

Os Santos são chamados de socorristas, e estes trabalham e não querem outro pagamento a não ser adquirir vontade de serem bons e servos de Jesus. Trabalham por toda parte, nos umbrais, nos postos de socorro e também ajudam os encarnados e muitas vezes, atendem os chamados de fé em nome das diversas entidades conhecidas na Terra (Santo Expedito, São Jorge, Santa Bárbara, São Pedro, Santo Agostinho, etc.). Há grande concentração de socorristas em lugares de romaria onde muitos oram e fazem pedidos.

Estes abnegados trabalhadores atendem em nome da Mãe Maria Santíssima, dos diversos Santos, do Mestre Jesus, etc. Os bons acodem sempre. Se os pedidos são mais complexos, são encaminhados a ministérios próprios e analisados pelos que lá trabalham. Para serem atendidos, são levados em conta alguns critérios como: “O que pede é bom para ele?”

Às vezes, pede-se uma graça que seria um bem no momento, e causa de dor no futuro; pedem fim de sofrimentos, doenças e às vezes não se pode interromper o curso de seu resgate; também é levado em conta, se ao receber a graça, a pessoa melhora se voltando mais ao “Pai”. Se aprovado, vão os socorristas e ajudam a pessoa (de qualquer religião e fora dela também), não importando a eles para quem foi e como foi feito o pedido, embora, há equipes que trabalham atendendo os pedidos à Mãe Maria Santíssima, Santos do lugar, etc. Podemos também ser atendidos pelos próprios Santos, que nada são, do que servos de Jesus.

Muitos já nos disseram que a presença de Santos Católicos no altar da Tenda Espírita nossa Senhora da Piedade, deveu-se ao fato de o Espírito Caboclo das Sete Encruzilhadas ter sido padre numa das suas encarnações e trazer esse expediente para a Umbanda. Isso é fato? Se for então, podemos dizer que esse Caboclo, infelizmente, está preso em seu ego, não podendo ser um Guia Espiritual a dirigir pessoas, quem dera iniciar uma religião.

As imagens que estão no altar foi da escolha e da vontade particular de Zélio de Moraes; o Caboclo das Sete Encruzilhadas não determinou a colocação de imagem alguma. A montagem de um altar é da nossa vontade e da nossa idealização. O que compõe um altar é da nossa particularidade; isso não influi em nada a realização do trabalho caritativo; só devemos tomar o devido cuidado de não exagerar nas imagens e nos apetrechos, que sabemos não aumentar em nada a espiritualidade. Com certeza, algumas imagens de bom gosto e bem colocadas, aumenta a fé dos assistidos, pois tem um ponto de concentração e atração, pois só conseguimos entender claramente o que os nossos cinco sentidos captam.

Porque Santos católicos na Umbanda? Vamos elucidar: Certamente, os atuais umbandistas não aceitaram a classificação dos Santos na Umbanda, e por fim, com o tempo, praticamente “congelaram-nos”, colocando-os tão somente como aceitos pelos remanescentes católicos que vieram para a Umbanda, ou mesmo pelo fato do sincretismo afro. Vamos explicar melhor a importância dos Santos na Umbanda, e pelo que estudaremos, entendemos que nada mais são que a Irmandade Espiritual dos Semirombas em trabalho amoroso e caritativo em nossa amada religião.

Afinal, por que então os umbandistas aceitam a presença de Espíritos de Babalawôs, Pajés, do Oriente, etc., se todos eles também foram de outra religião quando encarnados?

Talvez a não aceitação dos Santos fosse pelo fato da grande confusão reinante sobre o entendimento do que seriam os Orixás, e a partir daí, fizeram a ligação chamada “sincretismo”, pela similitude de características, qualidades e atribuições.

Só tem uma coisa: o sincretismo foi efetuado pelo e para somente os cultos afros. A Umbanda não é sincrética.

Cremos que alguns Santos proeminentes, Espíritos elevados, que na Umbanda são também nominados de Orixás, onde alguns pontificam Linhas de Trabalhos dos Orixás Mediadores, como representantes dos mesmos, atuando em comunhão com essa força; Exemplos: São Jorge é um Ogum, São Jerônimo é um Xangô, Santa Bárbara é uma Yansã, São Lázaro é um Omulú, etc. (eles não são “o” Orixá, mas “um” Orixá, perfazendo toda uma Linha de Trabalho Espiritual). Alguns Espíritos da Luz, conhecidos como Santos, estão na Umbanda; cada um deles pontifica um dos 21 Orixás Mediadores de cada Linha que vieram para a Umbanda. Eles dão assistência tanto para a Umbanda quando para o catolicismo.

Os Santos, Guias e Protetores Espirituais, Anjos, etc. seriam, “Um” com os Orixás, ou seja, vibram por afinidades e temperamentos na mesma faixa vibratória do que seria esse Orixá, a que estão ligados. Crendo ou não em Orixás, fica patente que tudo na Terra vibra e tem em sua constituição física/espiritual a presença dos elementos da Natureza que sabemos ter a presença dos Orixás em si; portanto, Santos, Anjos, Espíritos de toda ordem ligados ao Planeta Terra, estão integrados aos elementos da Natureza terrena, vibrando na força/irradiação Orixá.

Os Templos Umbandistas não estão errados quando clamam por São Jorge como Ogum, pois esse mesmo São Jorge, Espírito elevado, está ligado fluidicamente e espiritualmente, por afinidade e temperamento com a força da Lei Divina, conhecida por nós como Ogum. Assim também, seria com Santa Bárbara, ligada fluidicamente com Yansã, São Jerônimo, ligado fluidicamente com Xangô, etc.

Não devemos erradicar os Santos da Umbanda, pois são Espíritos iluminados que viveram uma vida santificada, voltados a prática da caridade, humildade, amor, fé, esperança e prática evangélica, sendo grandes exemplos cristãos para a humanidade.

A Umbanda segue, aceita e coaduna com os Espíritos e a Espiritualidade e não com os religiosos e religiões terrenas. Não praticamos catolicismo, mas aceitamos alguns Santos, por serem Espíritos de muita luz, nos dando exemplos vivos de espiritualidade, fé, amor, oração e caridade.

Como também não somos kardecistas, mas aceitamos alguns Espíritos da Luz que ali militam, seus conceitos e orientações, desde que calcados nos ensinamentos crísticos, na razão e no bom senso.

Aliás, temos vários Guias e Protetores Espirituais que pertenceram à outras plagas e religiões terrenas quando em vida, e hoje estão militando na Umbanda, por sua vivenciação evangélica, integrados às cortes de Jesus.

Exemplos: malaio/muçulmano (Orixá Mallet), hinduísta/himalaico (Ogum Timbiri), árabes e beduínos/muçulmanos (Pai Jimbaruê de Aruanda, Caboclo da Lua, etc.), hinduístas/Índia (Pai Jacob, Mestre Zartú, Ori do Oriente) etc.


Cada indivíduo considerado como “Santo”, o é devido a sua justeza, retidão, caráter, espiritualidade, às obras assistenciais ou mesmo miraculosas efetuadas durante a sua curta permanência na Terra, e com certeza vibrava dentro de um Poder Reinante do Divino Criador (Corporações Orixás) e por isso conseguia através de sua fé imaculada e poderosa, realizar os tais “milagres”.














terça-feira, 25 de abril de 2017

BASES PARA NOSSA REFORMA ÍNTIMA






A maior dificuldade para se fazer a tão falada Reforma Íntima é justamente saber o que devemos nos reformar – o que está de errado em nós? A partir daí então, devemos passar para outra grande dificuldade que é praticar a Reforma em nossa personalidade, em nosso modo de agir e até mesmo no pensar.

1) Falar sempre de forma INATACÁVEL;

2) Não tomar nada como pessoal;

3) Não fazer suposições ;

4) Fazer o melhor que pudermos com o máximo de nós.

Parece simples, mas não é:

Quantas vezes não comentamos sobre alguém, atacando aquela pessoa com suas más características, más tendências ou condutas; quantas vezes não agredimos diretamente o próximo, geralmente um familiar ou companheiro?

Quantas vezes recebemos críticas que poderiam ser usadas para o nosso melhoramento e levamos para o lado pessoal ficando ainda magoado com aquela pessoa.

Quantas vezes criamos suposições a respeito das pessoas e quando verificamos é algo totalmente diferente.

Quantas vezes deixamos a preguiça adiar projetos, ou entramos em atividades sem a dedicação merecida resultando fracassos profissionais e pessoais!

Independente de crença somos convidados para nossa evolução diariamente em nossas relações na família e no trabalho. Exerçamos nossas vivências diárias para benefício próprio, não atacando ninguém de forma verbal, não tomando nada como pessoal, sem fazer suposições, fazendo sempre o melhor que pudermos sem ultrapassar nossos limites.


“Ante as dificuldades do cotidiano, exerçamos a paciência, não apenas em auxílio aos outros, mas igualmente a favor de nós mesmos.” 














(Emmanuel. Livro Encontro Marcado.)

sábado, 22 de abril de 2017

SE MEU PAI É OGUM





Dia 23 de Abril comemoramos o dia de São Jorge, sincretizado com a figura de Ogum na Umbanda brasileira. Ogum é o General de Aruanda e vencedor de demandas, através da popular figura de São Jorge guerreiro, creio que ao lado de Iemanjá, é um dos Orixás mais conhecidos e cultuados no Brasil.

A figura mitológica de São Jorge é carregada de lendas, feitos e atos heroicos. Visto como aquele que dominou o dragão, ou seja, tem o poder sobre os 4 elementos que o dragão representa. Como diz o ponto:

“Em seu cavalo branco, ele vem montado.
Viva São Jorge Guerreiro.
Com sua bandeira e sua espada,
Vem abençoar os filhos do terreiro.”


Algumas vertentes umbandistas creditam que a regência do ano de 2015 será feita por Ogum, então espera-se um ano de muitas batalhas, mas também com muitas vitórias.

Seus domínios mais conhecidos são: a Lei, a Ordem, a Metalurgia, o Ferro, a Tecnologia, os Caminhos e também as Demandas. Atua tanto no elemento Ar quanto no elemento Fogo, apesar da figura acima citada do dragão denotar que ele tem controle sobre todos os quatro elementos.

É o regente não só das leis mas como da Lei Maior, a Lei Divina. Então quando um ser está em desequilíbrios, os falangeiros de Ogum são acionados para restabelecer a ordem dos mesmos. Trabalhando conjuntamente com a Justiça Divina (Xangô) traz harmonia e faz-se cumprir a lei do Karma.

Possui diversos encantados – Orixás Intermediários – conhecidos pelas suas posturas retas, militares e por não falar. São alguns: Ogum Beira-Mar, Ogum Sete-Ondas, Ogum Rompe-Mato, Ogum Naruê, Ogum Malê, Ogum Megê, Ogum Iara e Ogum Delê.


São Jorge é uma figura mítica, ou seja, não há comprovação de sua real existência. Crê-se que tenha nascido na Capadócia (região da Anatólia, atual Turquia) e era um soldado cristão do Império Romano, por volta do século IV. Quando o imperador Diocleciano declarou perseguição aos cristãos, Jorge acabou se rebelando e foi torturado por sua insubordinação. Foi decapitado em 23 de abril de 303. O Santo é padroeiro de países como Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, Sérvia, Montenegro, Etiópia e das cidades de Londres, Barcelona, Gênova, Régio da Calábria, Ferrara, Moscou e Beirute.




Como já vimos, Ogum domina a primeira Linha de Umbanda, que controla todos os fatos de execução e cobrança do carma de cada indivíduo ou grupo, daí serem soldados.

1. Falange de Ogum Beira-Mar

Colaboradores de Iemanjá, Ogum Beira-Mar trabalha sobre a areia molhada, enquanto Ogum Sete-Ondas trabalha sobre as ondas.


2. Falange de Ogum Rompe-Mato

Ogum Rompe-Mato trabalha para Oxóssi (Ode) e Ossãe, nas matas.
Ogum das Pedreiras trabalha para Xangô, nas pedreiras. Em ambos os casos, é a mesma falange que trabalha para os dois Orixás, com nomes diferentes. Rompe-Mato aceita suas oferendas na entrada da mata, nas cores verde, vermelha e branca, sendo a vela vermelha. 

 3. Falange de Ogum Megê

Meji, do yorubá, duas faces, é a falange de Ogum que atua nos campos da vibração da direita e da vibração da esquerda, é um Ogum relativamente raro nos dias de hoje, sua falange se apresentam muito poucos, como Ogum Sete Catacumbas e Ogum Sete Estradas. outro muito conhecido que pode vir sob os auspícios dessa vibração, seria Ogum Xoroque. É uma vibração de Ogum que atua nos cemitérios ou encruzilhadas, por trabalhar diretamente com Exú, tem uma vasta falange de exus sob seus domínios, é um Ogum extremamente eficiente para desmanche de trabalhos e atuação para quebrar demandas. Atua também no cemitério juntamente com Obaluaie.
É colaborador de Iansã; seu nome significa “Sete”. É o guardião dos cemitérios, rondando suas calçadas, lidando diretamente com a Linha das Almas. Toda sua oferenda será em vermelho e branco,as  vezes preto próxima ao cruzeiro do cemitério (calunga pequena).

4. Falange de Ogum Naruê

Seu nome significa “Aquele que é o primeiro a gerar valor”.
Trabalhando diretamente na Linha das Almas, desmanchando a magia negra, controla as almas quibandeiras. 

5. Falange de Ogum Matinata

Com poucos médiuns que o incorporam, sua falange protege os campos de Oxalá, os locais abertos, floridos e iluminados. Mas não trabalha diretamente para esse Orixá. 

6. Falange de Ogum Iara

É a falange de Ogum que atua nos rios, sob os auspícios de Oxum, é o Ogum das águas doces, dos pântanos, geralmente vêem com as mãos espalmadas simbolizando conchas, mas também já vi manifestações com as mãos fechadas ou apenas os indicadores espalmados. Ele ronda os rios e alguns as cachoeiras, juntamente com Ogum Rompe-Mato, suas cores são o vermelho e o branco, alguns o vermelho e amarelo. 

7. Falange de Ogum Delê (ou de Lei)

“Aquele que Toca o Solo”; como seu nome significa, é uma falange que vibra na linha pura de Ogum. São eles que trabalham diretamente no carma e sua cobrança, rondando o mundo. Suas cores são vermelha e branca e suas oferendas podem ser em qualquer lugar, ao ar livre.
































quarta-feira, 19 de abril de 2017

HINO UMBANDISTA









Apresentamos um disco, faixa única, de rotação 78, provavelmente da década de 1940, intitulado: “Hino Umbandista” de autoria de: Iris Fossati Guimarães e Jerson D´Oliveira, orquestrado pelo afamado maestro Radamés Gnattali, adquirido em época de seu lançamento pela nossa avó materna, Mãe Alice, 1ª dirigente do Templo da Estrela Azul – Casa de Oração Umbandista.

Esse disco é uma raridade, pelo fato de que dispõe de uma música intitulada “Hino Umbandista”, anterior a composição “Refletiu a Luz Divina”, composta pelo senhor J. M. Alves, na década de 60, sendo posteriormente adotada pelos umbandistas como “Hino da Umbanda”.

Não encontramos absolutamente ninguém que o conhecesse, nem os mais velhos umbandistas que conhecemos, bem como nas pesquisas realizadas na Net; não encontramos nenhuma referência. Inclusive, este disco, é desconhecido pela própria família do maestro, não fazendo parte do acervo histórico dedicado a ele.

Radamés Gnattali (Porto Alegre, 27 de janeiro de 1906 — Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 1988) foi um arranjador, compositor, e instrumentista brasileiro.

Estudou com Guilherme Fontainha no Conservatório de Porto Alegre; na Escola Nacional de Música, com Agnelo França. Terminou o curso de piano em 1924 e fez concertos em várias capitais brasileiras, viajando também como violista do Quarteto Oswald, desde então passou a estudar composição e orquestração.

Em 1939 substituiu Pixinguinha como arranjador da gravadora Victor. Durante trinta anos trabalhou como arranjador na Rádio Nacional. Foi o autor da parte orquestral de gravações célebres como a do cantor Orlando Silva para a música Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, ou ainda da famosa gravação original de Aquarela do Brasil (Ary Barroso) ou de Copacabana (João de Barro e Alberto Ribeiro) - esta última imortalizada na voz de Dick Farney.

Em 1960 embarcou para Europa, apresentando-se num sexteto que incluía Acordeão, Guitarra, Bateria e Contrabaixo. Foi contemporâneo de compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros e Pixinguinha.

Na década de 70, Radamés foi teve influência na composição de choros, incentivando jovens instrumentistas como Raphael Rabello, Joel Nascimento e Mauricio Carrilho, e para a formação de grupos de choro como o Camerata Carioca. Também compôs obras importantes para o violão, Orquestra, concerto para piano e uma variedade de choros.

Foi parceiro de Tom Jobim. No seu círculo de amizades Tom Jobim, Cartola, Heitor Villa-Lobos, Pixinguinha Donga, João da Baiana, Francisco Mignone, Lorenzo Fernandez e Camargo Guarnieri. É autor do hino do Estado de Mato Grosso do Sul — a peça foi escolhida em concurso público nacional.

Em janeiro de 1983, recebeu o Prêmio Shell na categoria de música erudita; na ocasião, foi homenageado com um concerto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, do Duo Assad e da Camerata Carioca.

Em maio do mesmo ano, numa série de eventos em homenagem a Pixinguinha, Radamés e Elizeth Cardoso apresentaram o recital Uma Rosa para Pixinguinha e, em parceria com a Camerata Carioca, gravou o disco Vivaldi e Pixinguinha. Radamés foi um dos mestres mais requisitados nesse período, demonstrando uma jovialidade que encantou novos chorões como Joel Nascimento, Raphael Rabello e Maurício Carrilho. Nasceu assim uma amizade que gerou muitos encontros e parcerias.

Em 1979 surgiu, no cenário da música instrumental, o conjunto de choro Camerata Carioca, tendo Radamés como padrinho.

A saúde começou a fraquejar em 1986, quando Radamés sofreu um derrame que o deixou com o lado direito do corpo paralisado. Em 1988, em decorrência de problemas circulatórios, sofreu outro derrame, falecendo no dia 13 de fevereiro de 1988 na cidade do Rio de Janeiro.




Maestro Radamés Gnattali

Segundo nos informou o filho do maestro Radamés, a compositora da letra, senhora Iris Fossati Guimarães era uma musicista influente e parenta do senhor Radamés.

O Maestro Radamés era simpatizante da Umbanda. Dizia:

“Eu sempre trabalhei em música popular e gosto muito. Aliás, devo a isso, eu fazer alguma coisa de brasileiro, hoje, aprendendo com o povo, pois só o povo ensina essa coisa”.

Esta composição é cantada como o Hino da Umbanda Crística.





sábado, 15 de abril de 2017

A PÁSCOA





Encontramo-nos, mais uma vez, na época da Páscoa. Páscoa é uma palavra hebraica que significa "libertação". Com o êxodo, a Páscoa hebraica significa a lembrança perene da libertação do povo hebreu da escravidão do Egito, por Moisés.

Como cristãos, somos levados ao longínquo passado ao recordar a passagem de Jesus pela terra, a sua mensagem de perdão aos inimigos e de amor à humanidade inteira. Esta época tem para os espíritas um significado muito especial, pois lembra-nos que Jesus, vencendo a morte, nos transmitiu um ensinamento fundamental: o de que a vida continua para além do corpo físico, pois ele fez questão de aparecer aos apóstolos e a Maria de Magdala, após o sepultamento.

Mas, aqui reside uma diferença substancial entre as religiões judaico-crisas  e o espiritismo – a crença na ressurreição de Jesus.

Para nós, espíritas, Jesus ressurgiu no seu corpo perispirítico ou espiritual e não com o corpo físico, esse já em decomposição, com danos irreversíveis no cérebro ao fim de pouco tempo, de acordo com a ciência.

As Igrejas cristãs continuam defendendo a ideia de que o Cristo “subiu aos Céus” em corpo e alma, e de que o mesmo sucederá a todos os “eleitos” no chamado “juízo final”.

A doutrina espírita, defensora da lógica e do bom-senso refuta essa teoria, pela impossibilidade física de seres que já faleceram ao longo dos séculos terem os respectivos corpos reconstituídos nas suas estruturas orgânicas no dia do juízo final. Poder-se-ia argumentar que a Deus nada é impossível, mas porque iria Ele derrogar as suas próprias leis naturais, recorrendo a milagres?! Para mostrar o Seu poder aos homens? Mas Deus apenas é. Nada precisa de provar.

Simultaneamente, tal ideia é contra qualquer noção de justiça e de moral, pois mais justa será sempre a concessão ao homem duma nova oportunidade de renascimento, tantas vezes quantas as necessárias, de modo a que este tenha a possibilidade de corrigir os erros cometidos e de evoluir no aprendizado intelecto-moral, de modo a alcançar novos patamares de crescimento, rumo à perfeição.

É pela lei dos renascimentos, que o homem se aproxima de Deus: ao “nascer de novo”, criam-se as condições de igualdade de oportunidades para todos os espíritos e cumprem-se as palavras de Jesus: “em verdade vos digo que ninguém verá a luz dos céus, se não nascer de novo”.

Outro aspecto que desde sempre nos foi transmitido pela religião judaico-cristã tradicional é a noção da “culpa”. Jesus sofreu o processo da crucificação para nos “salvar” dos nossos “pecados”, cometidos desde Adão e Eva. E aí estão as procissões realizadas na Sexta-Feira Santa, simulacro que nos assusta desde tenra idade, do “enterro” de Jesus, realizada à noite, com todo o aparato e negrume necessários à manutenção da nossa “culpa”.

Para os espíritas, a Páscoa é a época de lembrar mais uma vez a necessidade da “libertação do homem velho”,  refletindo no exemplo de Jesus, possa nascer o “Homem Novo”.

Em vez de nos agarrarmos às exterioridades das celebrações pascais, aproveitemos esta época para tentarmos mudar alguns dos nossos hábitos, ser menos egoístas, mais caridosos e amigos com todos os que nos rodeiam. Essa a verdadeira mensagem que Jesus nos deixou e a certeza de que estará sempre ao nosso lado cuidando do nosso orbe e de cada um de nós, auxiliando-nos no reerguimento, após cada uma de nossas quedas.


Comemore, então, meu amigo, uma “outra” Páscoa. Não a do chocolate ou a do sofrimento, mas a sua Páscoa, a da sua “libertação”, refletindo na sua transformação interior, a Páscoa da valorização da própria vida na certeza da imortalidade.







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FELIZ PÁSCOA A TODOS OS IRMÃOS




segunda-feira, 10 de abril de 2017

O QUE É UM TERREIRO








O Que É o Terreiro?
O terreiro
E o últimpo paradeiro
porto derradeiro
Daquele Que, Não Mais Inteiro
Se Viu enganado
E de Coração alquebrado,
Espírito dilacerado
Se Poe de Joelhos
e Pede Conselhos
tendão Por um Fio de Esperança
e da Alegria APENAS Lembrança.
Chega acanhado,
Segredo guardado
Sobre SUA Presença naquele templo.
E espera NÃO Ser Julgado
Pelo olho marejado
que de SUA dor E o Exemplo.
Terreiro E o Chão Onde a dança
do Velho UO da Criança
relembra OS Ancestrais
E ASSIM Fazendo
(Coisa Que Eu recomendo)
Chega Perto do Divino
com uma alegria de hum Menino
sem colo de SEUS pais.
Terreiro E FE
E o Bater NÃO Couro
de Mãos de Ouro
Que Fazem cantar ATÉ
o divino se Fazer Ouvir.
Terreiro E Emoção
Que Não Há Como descrever
e de Coração
LHE convido a conhecer.

























José Augusto Duarte

sábado, 8 de abril de 2017

ACOLHER





Quando uma pessoa procura um templo religioso, normalmente o faz com o Espírito – e não raras vezes também o corpo – alquebrado pelas promessas e esperanças que lhe foram alimentadas e, depois, desacreditadas.

E se a vida fora do templo foi dura e ríspida com ela, nosso dever, como religiosos e mesmo humanos, é acolhê-la. Se ela já foi julgada, excluída, taxada, humilhada, é nossa missão confortá-la. Sem perguntas que não “O que podemos fazer por você?”. Sem olhares senão os de compaixão de verdadeiros irmãos na caminhada rumo ao Criador.

Não nos cabe o papel de acusadores, juízes ou carcereiros do alheio. Esses, já os há suficientes do lado de fora do templo. A nós, aqui dentro, cabe estender as mãos e ajudar a todos quantos o desejem de verdade a sair das trevas e do lamaçal do erro e da ignorância.

Pouco importam as preferências pessoais de cada um. Vegetarianos, veganos, ou não. Capitalistas, socialistas, ou apolíticos. Igualmente sem relevância as origens sociais, a condição financeira, a cor de pele, a etnia, a raça ou sexualidade – heterossexual, homossexual, bissexual, pansexual, ou mesmo sexualidade alguma.

O que realmente importa é o que a pessoa traz no coração. Importantes são as escolhas entre boas e más ações, entre bons e maus pensamentos.

Pouco importa se, pessoalmente, condenemos essa ou aquela atitude. Essa ou aquela escolha. Esse ou aquele proceder. O atual chefe da Igreja Católica Apostólica Romana tem dado belíssimos exemplos disso.
Esse, a meu ver, o bom procedimento de um templo, de um sacerdote. Acolher, entre fiéis e membros internos, pessoas das mais variadas origens, condições sociais, raças, preferências e sexualidades.

A todas elas, Amor. Caridade. Auxílio.


Havendo fé, retidão de caráter, comprometimento e responsabilidade, as mãos devem estar sempre estendidas.












quarta-feira, 5 de abril de 2017

COMPROMETIMENTO MEDIÚNICO





Desenvolver a mediunidade na Umbanda é algo considerado de grande responsabilidade. O médium que vai se desenvolver irá lidar com vidas humanas, muitas vezes, em momentos de dor e perdas, outros em conflitos existenciais e questionamentos de valores. Este médium para exercer minimamente bem sua atividade mediúnica diante da responsabilidade assumida deve ter ao menos comprometimentos com o compromisso assumido ou que pretende assumir.

Se a tarefa mediúnica não é prioridade em sua vida, então podemos concluir que dificilmente realizará um bom trabalho para si e para os outros, pois não basta ter o fenômeno de incorporação e deixar que um espirito faça tudo e assuma toda a responsabilidade como se este trabalho não dependesse também de uma parceria entre médium e suas guias que necessitam dele para trabalhar e vice versa.

Sem o comprometimento o trabalho fica para segundo plano: Vela de anjo de guarda, banhos, firmezas, orações e verdades ficam para trás. Quando se dá conta já não consegue mais ter a frequência desejada no compromisso assumido. Quando chega a este ponto, de dar desculpas a si mesmo e aos outros por suas faltas, temos um sinal de alerta. Talvez, este médium deva voltar a assistência durante um período para pensar melhor se quer apenas poder vir de vez em quando ao terreiro ou assumir um compromisso consigo mesmo e com a espiritualidade.

Se pretende frequentar esporadicamente o templo, basta estar na consulência e dar passagem a seus guias quando houver esta liberdade . Precisamos ouvir nossos guias antes de esperar que os outros ouçam.  Somos médiuns para oferecer o dom a quem necessita, para recebermos e buscar algo nossa posição é de consulente; aquele que mais pretende oferecer que receber é médium, aquele que pretende mais receber do que oferecer é consulente. Mas há de convir que o médium seja o primeiro a receber os benefícios do convívio com as entidades espirituais. Pois tudo de bom passa por ele enquanto as cargas negativas, emoções e dores se descarregam sem permanecer nele mesmo. A oportunidade de aprendizado ouvindo as dores alheias são únicas e podem transformar sua vida. Assim como uma palavra certa pode salvar vidas, uma palavra errada pode destruir e ai a grande responsabilidade mediúnica. Melhor uma entidade “muda” a outra no afã de “ajudar” possa falar “demais” ou “além da conta”, sem entrar no mérito de “bobagens” ditas acerca da vida, dos costumes ou valores de quem se encontra na dor ou numa encruzilhada da vida.


Comprometimento mediúnico é comprometimento com a vida, o descomprometimento mediúnico denota descomprometimento com a vida, um alto enganar-se, auto sabotagem, ou simplesmente um sinal de que, talvez, pode ser que o seu caminho seja em outro lugar, o que pode ser na mesma religião ou outra religião. E ninguém pode saber esta resposta a não ser você mesmo com a força do seu coração e do seu ser, junto ao eu superior e DEUS.












domingo, 2 de abril de 2017

CINCO EVIDÊNCIAS DE QUE DEUS EXISTE






Podemos encontrar pelo menos cinco evidências racionais da existência de Deus:

1. CRIAÇÃO INANIMADA ATESTA A EXISTÊNCIA DE DEUS.(Salmos 19:1-2)

Crer que o universo surgiu por acaso faz tanto sentido quanto crer que os livros se formam sozinhos pelas leis da soletração e da gramática. Quando se vê uma bela casa logo se pensa em quem construiu. Se alguém lhe dissesse que ela não foi construída por ninguém, mas que simplesmente apareceu ali, acreditaria nisso? É claro que não. Como disse certo escritor: “porque toda casa é construída por alguém.” É uma afirmação óbvia.
Todos concordam, então por que não aceitar a conclusão lógica a que chegou o mesmo escritor bíblico: “Mas que edificou todas as coisas é Deus”. (Hebreus 3:4). Qualquer um que tenha bom senso terá de, mais cedo ou mais tarde, admitir a necessidade da existência de um criador. O princípio da causalidade mesmo certifica que todo fenômeno tem uma causa. Esta é uma verdade incontestável, a existência de uma causa primária! Albert Einstein, o maior físico do século XX, admitiu: “Para mim basta… meditar na maravilhosa estrutura do Universo a nós vagamente perceptível, e tentar compreender humildemente nem que seja uma infinitésima parte da inteligência manifesta na Natureza”.

2. A CRIAÇÃO ANIMADA ATESTA A EXISTÊNCIA DE DEUS. (Romanos 1:20)

Embora exista uma enorme diversificação de seres vivos, o padrão biológico é essencialmente o mesmo, apresentando apenas diversos graus de simplicidade ou complexidade orgânica. Esta é uma forte evidência de que todos os seres vivos procedem de um mesmo projeto. Está hoje demonstrado cientificamente que a vida só procede de uma vida preexistente. Todos os avanços da nova ciência médica e cirúrgica no tratamento e prevenção de doenças infecciosas baseiam-se nesta grande e inegável lei da biogênese. Ao consultarem o que poderia ser chamado de livro da criação divina, os cientistas são forçados a reconhecer que uma vida maior deu origem a todos os seres viventes. “Não há a mais leve evidência de que a matéria possa surgir de matéria inanimada”. (Prof. Conn). Deus criou a vida, Ele é a fonte de vida. “Nele nos movemos, vivemos e existimos”.

(Atos 17:28). Cada respiração, cada pulsar do coração é uma prova do cuidado de Deus. É também dele que depende tudo, desde as mais rudimentares formas de vida até as mais complexas. Não existe outra maneira de explicar a presença de vida sobre a Terra. A realidade inevitável do poder e complexidade da criação macroscópica e microscópica apontam, sem dúvida para Deus.

3. A CONSCIÊNCIA HUMANA ATESTA A EXISTÊNCIA DE DEUS.

Entre os povos mais avançados até os mais primitivos e degradados da Terra podemos encontrar neles consciência, isto é, a faculdade de aprovar ou condenar ações numa base moral. Diz Paulo: “Os gentios, que não tem lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles embora não tendo lei, para si mesmos são lei. Pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os”. (Romanos 2:14,15).

Naturalmente a consciência das pessoas que se encontram longe de Deus, acha-se contaminada, obliterada, cauterizada (I Timóteo 4:2; Tito 1:15), sendo-lhe necessário ser purificada pelo sangue de Cristo (hebreus 9:14; 10:2-10,22). Por mais insensibilizadas que sejam suas consciências, porém, todos os homens possuem um senso comum do direito e do errado, não apenas causa de ensinos morais que tenham recebido, mas porque, como declarou Immanuel Kante, grande filósofo alemão, “há dentro de nosso interior a lei moral”. “Há entre os gentios, almas que servem a Deus ignorantemente, a quem a luz nunca foi levada por instrumentos humanos…

Conquanto da lei escrita de Deus, ouviram sua voz a falar-lhes por meio da natureza, e fizeram aquilo que a lei requeria”. A existência de uma lei implica a existência de um legislador. Foi Deus quem idealizou uma norma de conduta para o homem e a escreveu na mente humana.

4. O PLANO E A ORDEM DO UNIVERSO ATESTAM A EXISTÊNCIA DE DEUS.

Apenas de um criador inteligente poderia derivar-se o Universo. Não por acidente que os planetas, os sistemas solares e galáxias, giram cada qual em sua órbita, harmonicamente e guardando entre si relação perfeita; não é por acidente que 107 elementos químicos, diferentes, se combinam, se ligam uns aos outros, nas mais variadas formas, dando origem a todo tipo de matéria encontrada na Natureza; não é por acidente que na fotossíntese as plantas clorofiladas utilizam a luz solar, o dióxido de carbono, a água e os minerais para liberar oxigênio e produzir alimentos, e poderíamos ir mais além, demonstrando por meio sólidos e irrefutáveis argumentos que a ordem natural não foi inventada pela mente humana. A existência da ordem pressupõe a existência de uma inteligência organizadora. E essa inteligência não pode ter sido outra senão Deus.

5. A CRENÇA UNIVERSAL NA EXISTÊNCIA DE DEUS ATESTA SUA EXISTÊNCIA.

A crença de que Deus existe é praticamente tão difundida quanto a própria raça humana, embora muitas vezes se manifeste de forma pervertida ou revestida de ideias supersticiosas. A maior parte dos ateus parece imaginar que um grupo de teólogos se tenha reunido em sessão secreta e inventado a ideia de Deus, apresentando-a depois ao povo. Mas os teólogos não inventaram a Deus como também os astrônomos não inventaram as estrelas, nem os botânicos as flores. É certo que os antigos mantinham ideias erradas acerca dos corpos celestes, mas esse fato não nega a existência dos corpos celestes. E visto que a humanidade já teve ideias defeituosas acerca de Deus, isso implica que existe um Deus acerca do qual podiam ter noções erradas.

Eis em sucintas palavras os argumentos que podemos aduzir. Não fique, porém, a impressão de que a existência de Deus depende de uma demonstração racional. Nem para provar todas as coisas podemos usar o método científico. Há uma ciência muito mais profunda que precisamos aprender: a ciência da fé.