terça-feira, 30 de maio de 2017

A VISÃO UMBANDISTA DA PENITÊNCIA E SUA IMPORTÂNCIA



Penitência, na realidade, o que seria?

Esse termo é muito usado no Evangelho, incitando o cristão a praticá-lo. A penitência é um dos sete sacramentos da Igreja Católica. É a pena que o confessor (padre) impõe ao confessado (penitente). Jejuns, macerações que alguém impõe a si mesmo. Punição, castigo infligido por alguma falta. Os católicos entendem a penitência como um ato de se privar de algo que se gosta, ou se oferecer algo que têm, e mesmo oferecer algum tipo de sofrimento corporal, para que se possa “pagar” um pecado, ou mesmo vivenciar essa enitência como forma de se chegar mais rapidamente à Deus.

Para a Umbanda, penitência tem uma conotação totalmente diferente. Sabedores da realidade da penitência, somos da opinião que sem ela em nossas vidas, não conseguiremos galgar os patamares da nossa evolução como humanos e como Espíritos. Para podermos ser merecedores das graças das bênçãos de Deus em nossas vidas, precisaremos nos penitenciar diariamente. Para que nossas orações e o Rosário das Santas Almas Benditas sejam ouvidos e se tornem efetivos em nossas vidas, necessitaremos nos penitenciar diariamente. Vamos então entender o que seria penitência na visão umbandista, para que possamos agregá-la conscientemente em nosso dia-a-dia, atendendo a máxima de Jesus: “Orai e vigiai para não cairdes em tentação”. No Evangelho, em Mateus, cap. 3 vs. 8 e 11, São João Batista diz: “Fazei pois dignos frutos de penitência” – “Eu na verdade vos batizo em água para vos trazer a penitência; porém o que há de vir depois de mim é mais poderoso do que eu; e eu não sou digno de lhe ministrar o calçado; ele vos batizará no Espírito Santo: e no fogo. Eliseu Rigonatti nos explana:

“A todos os que queriam tornar-se dignos do Reino dos Céus, João aconselhava que fizessem penitência. Qual seria essa penitência, primeiro passo a ser dado em direção ao reino de Deus? Não eram as longas orações, nem os donativos e esmolas; nem as peregrinações aos lugares santos nem as construções de capelas; nem os jejuns nem os votos nem as promessas; não era a adoração de imagens nem a entronização delas. A penitência não consistia em formalidades exteriores, mas sim na reforma do caráter e na retificação dos atos errados que cada um tinha praticado. De que valem formalidades exteriores se o íntimo de cada qual permanece o mesmo? As práticas exteriores podem enganar os homens, mas não enganam a Deus, nosso Pai.

Qual o valor da confissão de erros a um homem, que, geralmente, erra tanto quanto seus irmãos?

Permanecendo o erro de pé, pode haver justificativa diante de Deus, nosso Pai? 

A verdadeira confissão se faz quando se procura a pessoa a quem se ofendeu e com ela se conserta o erro.

Roubaste teu irmão? Restitui-lhe o que lhe roubaste.

Defraudaste alguém? Entrega-lhe o que lhe pertence.

Cometeste adultério? Purifica-te por um viver honesto.

Tens vícios? Abandona-os.

És mau, vingativo, rancoroso? Torna-te bom, perdoas sê indulgente.

És rico? Ajuda o pobre.

És pobre? Não murmures contra tua situação.

És sábio? Instrui o ignorante.

És forte? Ampara o fraco.

És empregado Obedece diligentemente.

És patrão? Sê humano para com teus subalternos.

Sois pais? Encaminhai vossos filhos pelas veredas do bem.

Sois esposos? Tratai-vos com carinho, amor e amizade, fazendo do lar um santuário de virtudes, de abnegação e de devotamento.

Sois filhos? Respeitai vossos pais.


Estes são alguns dos dignos frutos de penitência que João ordenava que se fizessem”.


















sábado, 27 de maio de 2017

O PRIMEIRO ESCRITOR DA UMBANDA







Antônio Eliezer Leal de Souza nasceu em Livramento (antiga Santana do Livramento), Rio Grande do Sul, em 24 de dezembro de 1880.

Quando jovem, foi alferes e participou da Guerra de Canudos, mas desligou-se do Exército, já cansado de sofrer prisões por combater o governo de Borges de Medeiros. Passou então a dedicar-se ao jornalismo em Porto Alegre.

Depois de algum tempo na área, mudou para o Rio de Janeiro e resolveu cursar Direito, sem concluí-lo.

Naquela cidade, destacou-se como diretor e repórter dos jornais “A Noite”, “Diário de Notícias” e “A Nota”. Foi um grande participante do movimento umbandista.

Foi o dirigente da Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, uma das sete casas fundadas pelo Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas. Leal de Souza desencarnou em 1948, no Rio de Janeiro, deixando as seguintes obras publicadas: “O Álbum de Alzira”, “Almanaque Regional”, “Bosque Sagrado”, “Canções Revolucionárias”, “No Mundo dos Espíritos”, “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda” (considerado realmente, o primeiro livro sobre Umbanda lançado no Brasil), “A Biografia de Getúlio Vargas”, “A Rosa Encarnada” (romance Espírita), “A Transposição dos Umbrais”, entre outros.
Pois é, caro leitor, Leal de Souza ousou escrever pela primeira vez sobre Umbanda, num jornal de grande divulgação do Rio de Janeiro, em 1932, em plena repressão da Ditadura Vargas.

Leal de Souza, que nós já sabemos ter sido o dirigente da Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, era poeta, jornalista e escritor e foi o primeiro umbandista que enfrentou a crítica feroz, ostensiva e pública, em defesa da Umbanda do Brasil, ou seja, daquele movimento inicial preparado pelo Caboclo Curuguçú e assumido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Isto aconteceu numa época que era quase um crime de heresia de falar em tal assunto. Foi o primeiro que tentou definir, em diversos artigos, o que era Umbanda ou o que viria a ser no futuro esse outro lado que já denominava de Linha Branca de Umbanda e Demanda. Nessa época, para os fanáticos religiosos, alguns católicos e alguns kardecistas sectaristas, tudo era apenas: “Macumba”.

Em 1925, Leal de Souza publicou o livro: “No Mundo dos Espíritos”, compilado de uma grande série de reportagens suas, através do jornal – “A Noite”, com o título: “No Mundo dos Espíritos – Inquérito A Noite”. Esse material é importante ser lido, pois nos passa um panorama, em época, das manifestações dos Espíritos em Centros Espíritas, Feitiçarias, Mistificações, Macumbas, etc. Os relatos são fidedignos e interessantes.

Leal de Souza, a partir de 1920, iniciou entrevistas a jornais e revistas, tentando explicar das razões e da finalidade da “Linha Branca de Umbanda e Demanda”. Ele registrava – sem talvez prever o valor e a dimensão que teria para a posteridade, e para a história dessa Umbanda, que abarca milhões de adeptos na atualidade.

A dignidade e a sinceridade desse valoroso escritor nunca foi posta em dúvida, pois seus registros ocorreram desde 1920, época de grandes perseguições e preconceitos ostensivos contra os Terreiros de Umbanda, fatos que perduraram por muitos anos.

Leal de Souza foi um participante ativo e dedicado, durante 10 anos, da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e amigo pessoal de Zélio de Moraes, dali se afastando, por ordem e em boa paz, a mando do Caboclo das Sete Encruzilhadas, para dirigir a Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição.


Nota-se, então, que ele estava bem familiarizado com a importante missão dessa portentosa Entidade do Astral Superior. Leal de Souza não poderia ter inventado o Caboclo Curugussú, e muito menos falseado a verdade, visto que era um fiel adepto do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Leal de Souza foi o primeiro ensaísta de uma espécie de normatização, pois naquela época ele tentava classificar (segundo o seu conhecimento de então) as 7 Linhas da Umbanda.









quinta-feira, 25 de maio de 2017

O PERIGO DE RENUNCIAR AO EXERCÍCIO MEDIÚNICO





No estudo que vimos fazendo em torno da mediunidade, temos encontrado material digno da atenção de quantos se interessam por tão delicado problema. Um aspecto importante é o que se relaciona com a rebeldia dos médiuns que, sem razões defensáveis, resolvem negligenciar e até abandonar suas tarefas mediúnicas.

São muitas as causas, mas, às vezes, pode haver uma origem remota e mais grave que o simples desejo de fugir aos encargos do trabalho mediúnico. No campo de nossas observações, temos notado com frequência, a propensão revelada por alguns médiuns rebeldes para abandonar completamente suas obrigações medianímicas, quer estejam em pleno período de desenvolvimento, quer já se julguem desenvolvidos.

Geralmente, a rebeldia constitui manifestação de mediunidade mal desenvolvida. Nunca se torna demasiado repetir o perigo que o abandono do exercício mediúnico representa para o médium e, consequentemente, para os que se encontrem sob sua dependência.

É preciso compreender que o trabalho mediúnico, em qualquer de suas fases, significa atendimento a compromissos assumidos pelo Espírito antes de reencarnar. Mesmo que tais compromissos tenham sido implicitamente aceitos, devem ser respeitados. O médium rebelde assume grande responsabilidade e não pequeno débito, cuja amortização poderá ser penosa e demorada. Não raro, o recalcitrante começa a pagar os juros de sua obstinação aqui mesmo e essa responsabilidade o acompanha depois da desencarnação. É a lei. As vicissitudes têm sua razão de ser, porque não há efeito sem causa. Se o médium insiste em se afastar cada vez mais dos deveres mediúnicos a que deve obediência verá sua situação se agravar cada vez mais.

Quanto menor for sua pressa em retomar às santificantes tarefas da mediunidade, maior será o seu infortúnio.

Conhecemos, por experiência, a reação que os médiuns rebeldes oferecem àqueles que procuram, com a mais elogiável das intenções, ampará-los e chamá-los ao reencontro do bom caminho. Insuflados por entidades espirituais não evoluídas, que se valem de suas fraquezas para lhes impor outros rumos, esses médiuns chegam até a evidenciar irritação, maltratando os que querem justamente salvá-los de provações mais amargas. Para eles é sempre recomendável o recurso da prece individual e coletiva. Pode-se ter uma ideia, diante disto, da situação anormal que os médiuns rebeldes criam para si próprios. Às vezes eles se consideram muito inspirados, recusam conselhos e advertências, mostrando-se ofendidos em face de qualquer propósito de proteção. Impõe-se, portanto, uma campanha permanente de reeducação mental, capaz de abrir os olhos dessas infelizes criaturas, que têm olhos de ver, mas não vêem.

Deve-se debater, com pertinácia e riqueza de argumentos e de exemplos, a questão da mediunidade abandonada. A maioria dos fatos ocorre com médiuns desconhecedores da Doutrina e do Evangelho segundo o Espiritismo. Acontece que há entre eles os que se envaidecem do dom que possuem e gostam de ser mimados. Nem sempre cultivam a humildade, que constitui um dos pontos fortes da educação evangélica.

Parece-nos bem mais difícil que o abandono das tarefas mediúnicas ocorra com médiuns senhores dos deveres doutrinários e perfeitamente em dia com os ensinamentos evangélicos. Por isto, é mister levar esses ensinamentos aos médiuns incipientes, que ainda se encontram no período inicial do desenvolvimento, a fim de que se capacitem de suas responsabilidades espirituais, aprendam a defender-se de influências malsãs e evitem incidir nos erros que têm levado médiuns imprevidentes e imprudentes às mais extensas e dolorosas provações.

Quando qualquer médium perceber estar perdendo o interesse pelo serviço mediúnico, deve procurar um mentor de comprovada idoneidade e expor-lhe sua situação. Muitos males poderão ser evitados por essa providência oportuna. Em certos casos, o médium perturbado será aconselhado a frequentar Sessões mediúnicas apenas como assistente, não para trabalhar mediunicamente. E somente o fará mediante a assistência de um diretor de sessão comprovadamente possuidor de requisitos doutrinários. Este buscará orientação espiritual, far-lhe-á passes, convocará o Espírito-guia do médium para consolidar o trabalho de recuperação.

A vigilância redobrará através de preces, para envolver o Espírito do médium em fluidos benéficos, destinados a protegê-lo contra a ação nefasta dos que o assediam e a despertar sua consciência para a reconquista do rumo de que foi desviado. Todos sabemos a inflexibilidade do carma. Temos dívidas do passado a ressarcir, dívidas que podemos amortizar na encarnação atual, se não desperdiçamos as oportunidades que se nos apresentam a cada instante. No caso da mediunidade, não devemos recusá-la nem cobri-la de censura. Pelo contrário, nosso dever é abençoá-la e fazer tudo quanto pudermos para aprimorar nossa capacidade de bem servi-la. Os resultados serão estupendos. O exercício do mediunismo, realizado com dedicação e fé, humildade e perseverança, entreabre para o médium um mundo novo de felicidade interior. Benditos, pois, aqueles que são médiuns e sabem honrar a sua mediunidade!

O médium que se nega a efetuar o serviço mediúnico pode estar influenciado por “cargas fluídicas negativas”, geralmente espessas e depressivas. Entidades espirituais de baixo nível moral contribuem, em certos casos, para afastar os médiuns de seus deveres. Deve-se neutralizar essas “cargas fluídicas” por meio de passes metódicos e preces fervorosas. Quanto maior a saturação fluídica, mais difícil de ser desfeita. Ela origina a “retenção da mediunidade”, que representa o acúmulo excessivo de energia nervosa, de energia fluídica, diremos mais apropriadamente, que a falta do exercício mediúnico transforma-se num elemento prejudicial ao médium. Torna-se preciso, portanto, que este não deserte de suas obrigações e seja assíduo aos exercícios da mediunidade. Trabalhando mediunicamente, descarregará a energia nervosa excessiva e essa descarga, realizada em serviços benéficos, lhe trará bem-estar.

Portanto, o médium deve trabalhar, deve permanecer atento aos deveres mediúnicos, não apenas em seu próprio benefício, mas para contribuir em favor dos serviços de caridade e assistência. Não estamos fantasiando. A mediunidade está para a criatura como o salva-vidas para o náufrago perdido na imensidade oceânica. Se este, confiado em sua habilidade natatória, desfaz-se do salva-vidas, dentro em pouco, dominado pela fadiga será envolvido pelas vagas e levado irremissivelmente ao soçobro. O médium somente deve suspender o trabalho mediúnico por fadiga ou doença. Geralmente, nestes casos, a situação se resolve naturalmente, seja por intuição de seu Espírito-Guia, seja pela compreensão clara e pacífica da necessidade do repouso. O que não se torna aconselhável é a suspensão do exercício da mediunidade por motivos frívolos ou de natureza incompatível com as determinações da Doutrina.

Quase sempre o médium portador de “saturação fluídica negativa” (assim denominamos o estado fluídico depressivo, para maior facilidade do nosso raciocínio) se nega ao trabalho mediúnico sem razão ponderável e repele qualquer auxílio assistencial dos companheiros mais esclarecidos. Não aceita conselho e se considera absolutamente certo no que diz e faz. Sem o perceber, vai abrindo caminho para a obsessão, tornando infrutíferos os esforços para salvá-lo. Para os médiuns rebeldes, recalcitrantes, o recurso recomendável é ainda o serviço mediúnico em sessão, fortalecido pela assistência evangélica, além de passes adequados a cada situação, pois, embora a aparência não o demonstre, nem sempre os rebeldes possuem características idênticas. O problema do abandono do trabalho mediúnico é sério. A rebeldia, no entanto, é rara naqueles que se escudam no estudo e na prática da Doutrina e de “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

O médium amparado pela consciência que tem de seus deveres mediúnicos, com plena noção das obrigações doutrinárias, não se vê perturbado por influências malignas. Isso acontece com os imprevidentes, que trocam a humildade pela vaidade.

Quanto mais a criatura se evangeliza, quanto mais permanece fiel aos ensinamentos da Doutrina, mais forte se sente para cumprir os compromissos assumidos espiritualmente. Eis por que recomendamos ao médium se esforce sempre no seu próprio burilamento, estudando também, como também exemplificando, “O Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns”, “O Evangelho segundo o Espiritismo”, onde se encontra inavaliável riqueza de ensinamentos. O médium que não estuda nem aplica as lições doutrinárias e evangélicas é como um barco que voga ao sabor dos ventos. Precisa, portanto, estudar sempre, pois no estudo aumentará seus recursos para conquistam o seu bem-estar espiritual e melhor se defender das descargas fluídicas negativas, principalmente de entidades que, por não conhecerem ainda a beleza da Justiça Divina, perseveram no erro.

Avante, pois, médiuns!
















(Texto de: Indalício Mendes)

terça-feira, 23 de maio de 2017

HOJE É DIA DE FESTA , VAMOS SARAVÁ NOSSA CASA



Fiel aos princípios com os quais foi idealizada pelo Plano Astral desde a sua fundação, a AELA vem crescendo espiritualmente e materialmente ao longo dos tempos.

Nesse processo, fortemente ligado a toda a sua história vemos hoje, 23  de maio, que já se passaram 41 anos de sua fundação como instituição religiosa de caráter filantrópico.

A materialização daquilo que foi, em primeiro lugar idealizado pelo Plano Astral, e posteriormente por nós seres encarnados,  somente tornou-se  possível pela união de todos, num único propósito e objetivo.

O que hoje vemos concretizado a nível material, somente reforça o entendimento de que numa comunidade, se não houver a colaboração e dedicação de todos que a compõe nada se consegue.

Nesse período, muitos são e foram os confrades e colaboradores e a todos rendemos graças e nossa eterna gratidão.

Em se tratando de um núcleo espiritualista, de nada vale existir uma edificação bem estruturada e organizada, se não existirem pessoas de boa vontade, íntegras, honestas e de firmes propósitos, em primeiro lugar com elas mesmas, para que se pratique a Umbanda.

Se hoje, após decorridos 41 anos, contamos com uma Instituição e um Templo materialmente bem estruturado e organizado é porque nossos Mentores Espirituais depositaram confiança em todos os que por aqui passaram e, principalmente naqueles que, ao longo desse tempo, ainda permanecem trilharmos os caminhos da Umbanda com muito amor e fé, assumindo responsabilidades ainda maiores, pois maior tem sido o número de frequentadores a aportar na AELA na ânsia de obter ajuda.

Se as pessoas deixarem a instituição, sua missão mediúnica ou se vierem a ruir não existirá Templo, não existirá Instituição, não existirá Umbanda, porque não haverá pessoas para que haja o intercâmbio entre o plano material e o espiritual.

Durante todo esse período, muitos foram os que ingressaram e deixaram a AELA espontaneamente, optando por seguir outros caminhos.

Consciente da importância que muitas pessoas tiveram e tem na concretização da AELA, não posso negar que minha pessoa confunde-se com esta  casa de caridade.

Quando fui escolhido para ser o instrumento do Mentor Espiritual que dirige este Templo, sem que eu tivesse consciência plena, o Plano Astral foi  me induzido no desenvolvimento de ações materiais que viessem a concretizar o que estava planejado.

Sem lisonjear-me contar a história da AELA é contar a minha historia. São mais de 40 anos, sem interrupção, trilhando os caminhos da Umbanda.

Muitas foram as intempéries e ingratidões por mim enfrentadas em relação às questões materiais que envolvem uma instituição e, principalmente, em relação a um grupo de pessoas com diversos níveis de consciência e personalidades.

Se hoje somos uma instituição que completa 41 anos de fundação sem interrupção de suas atividades é porque, mesmo em meio a tantos dissabores e ingratidões, as Entidades sempre me deram forças para continuar desempenhando a tarefa que me foi confiada.

Isso talvez porque, nesse caminho, sempre me mantive firme na fé e confiante nas Entidades, sem nunca sequer deixar de cumprir com suas determinações e orientações pois, tenho consciência de que para a prática mediúnica e para a manutenção de um grupo espiritualista é necessário muita humildade, disciplina e dedicação.

Finalizando, não existiria um Templo, não existiria a AELA e não existiria uma corrente mediúnica, se não existisse seres astralizados que assumiram a responsabilidade de comandar nosso núcleo espiritualista.

Saravá nosso querido Preto-velho Nhô Benedito"!

Saravá nosso querido Caboclo “Pena Branca"!

Saravá nosso querido Tranca-rua “Mário"!

Sarava a Umbanda!



Ivan Crocetti





“Sentimento é assim: poucos entendem e muito é sentido, nenhum é igual ao outro, só se assemelha para aprendermos sobre nós mesmos - seres complicados de tão simples repletos de diferenças e aperfeiçoando a compaixão. Por amor e por dor, percebemos todos que somos iguais mesmos, buscamos e fazemos por merecer e corrigir, pois, Deus é o destino e todos nós ansiamos o encontro com Ele, a paz do espírito, que é a claridade que direciona para fora da caverna. A complicação é entendida como simples sentir o bem e a verdade, que todos devem vivenciar. A AELA é isso, o Bom dia e a Boa noite, com fé, movimento e coragem!”

VITOR





"Quando eu era adolescente fui  a um lugar que se dizia "terreiro de umbanda". Falei, pelo que vi, que nunca mais voltaria a pisar na umbanda.
Hoje, com muita alegria, faço parte da Aela.
Aqui eu pude mudar a imagem do que é a umbanda.
Vi nesta casa santa a seriedade e a dedicação das entidades e dos médiuns com o amor ao próximo.
Não há nada além de amor.
Se alguma pessoa vem a este terreiro em busca de algo que não seja o amor, em sentido amplo, sai daqui sem alcançar seu objetivo.
Percebi que as pessoas que compõem o elo desta corrente, como todo ser humano, não são perfeitos, porém estão aqui dando o melhor de si em benefício de outro irmão.
Neste centro espírita encontro a paz, a fé, a esperança e a tranquilidade para seguir em frente na caminhada terrena. Aqui é meu porto seguro. "

KARLA





Sinto necessidade de conhecer a história de cada membro no que diz respeito a como chegou a pertencer a nossa Casa. É natural que nós como integrantes mais recentes não tenhamos estas informações e também sei que com o tempo isto vai se esclarecendo. Entendam que não estou falando de particularidades mas sim de singularidade.  O que faz este grupo estar numa mesma corrente,  dividirmos semanalmente um mesmo ritual,  acreditarmos numa mesma força Maior e não nos conhecermos?

VIVIANE







A AELA é meu lar espiritual, onde encontro paz, fraternidade, caridade e muito amor.

IVAN








É difícil expressar tudo o quão  é importante fazer parte dessa corrente ,o tempo faz me ver e rever tantas coisas e à única certeza  tenho é meu agradecimento profundo por poder aprender e amar essa umbanda quê é de todos!!
Sou muito pequena com tantos sábios à minha volta !!

ELZA






Aela para mim é como se estivesse falando de mim, pois faz parte da minha vida, sem exageros é minha vida, então por isso a dificuldade acredito eu!! Falar da gente ou de Algo que faz parte da gente, é sempre difícil, mas emocionante!! Saravá à todos e viva AELA!!


JONAS







"A AELA é meu porto seguro.
É a força na  hora da dificuldade.
É a alegria que mantém o sorriso no meu rosto.
É a esperança que o amor e a luz se espalhem e tomem conta do mundo.
É a certeza de estar trilhando no caminho certo.
É o ensinamento e a prática da caridade.
É a fé em seu sentido mais puro e verdadeiro.
Serei eternamente grata por ter pisado nesse terreiro amado um dia ... E nele permanecer enquanto Deus permitir."

Nancy







AELA! Nossa querida AELA, de tanta LUZ, de muito AMOR, de muita ESPERANÇA para todos que estão em sintonia com o mundo MAIOR, esta casa de CARIDADE, que não difere dos ricos ou dos pobres, dos ignorantes ou dos intelectuais,  casa esta que alimenta o Coração de todos os seres vivos ou invisíveis com muito AMOR, CARIDADE, FÉ, LUZ E ESPERANÇA!  Não existe sentimento maior do que agradecer aos mentores espirituais que dirigem esta casa de CARIDADE! E gostaria de também de agradecer o meu o seu o nosso querido irmão, amigo, e pai IVAN CROCCETI, que Oxalá sempre continue iluminando os seus caminhos! Muito e muito obrigado mesmo💛💚

LEANDRO MIRANDA









AELA aonde temos a trilogia: FÉ "- AMOR E CARIDADE.  E com estes três ícones da espiritualidade nos completamos espiritualmente. A cada palavra de um PRETO VELHO,  de um CABOCLO ou de um COMPANHEIRO,  absorvemos ensinamentos,  clareza espiritual,  nos fortificamos, aprendemos a disciplina,  enfim....  Só temos a agradecer a PERMISSÃO,  que nos foi dada pelos nossos mentores espirituais de participar desta bênção,  nesta etapa reencarnatoria.

DANIEL






Para mim nem todas as palavras poderei expressar o significado  desta casa AMOR CARIDADE DEDICAÇÃO enfim meu amparo espiritual se não tivesse estas maravilhosas entidades não sei se suportaria ,E na AELA que tenho a esperança de dias melhores todos temos problemas e aonde encontro os verdadeiros amigos enfim está casa para mim é o meu Porto Seguro.

LUIZ GIUBLIN







A AELA é onde encontro carinho, paz, amor e descubro a razão da minha existência.
MUITA GRATIDÃO AS ENTIDADES DE UMBANDA
Parabéns AELA 
“Trouxeste sol para a minha vida e luz para o meu caminho.
Se eu me perder na estrada sei que não estarei sozinho!
Para você a minha gratidão e todo o meu carinho!”


GIANCARLO



PARABÉNS PELOS 41 ANOS DE FÉ , AMOR E CARIDADE






segunda-feira, 22 de maio de 2017

REFLEXÃO ESPÍRITA SOBRE A UMBANDA




As sequelas espirituais deste período de repressão e humilhação são subestimados .Durante muitos anos de trabalho em grupos mediúnicos nos deparamos, muitas vezes, com espíritos que em sua última encarnação foram negros escravos no Brasil. São, em quase sua totalidade, grupos relativamente grandes, unidos por experiências de extremo sofrimento moral e físico.

Como de praxe nesses casos, algozes e vítimas permanecem aprisionados na atmosfera psíquica de suas vivências, recapitulando-as incessantemente. Ao dialogarmos com esses irmãos, em meio ao ódio e ao desespero encontramos também uma imensa prostração das forças morais, uma tristeza profunda nascida da desesperança. Essas experiências nos fizeram perceber quão subestimada é a herança espiritual da escravidão no Brasil.

Uma rápida incursão na literatura um pouco mais especializada e para além dos livros  escolares já nos dá uma noção das proporções do problema. Na literatura espírita, “Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho”, também permite entrever a gravidade dessa questão.

É desnecessário nos alongarmos sobre a posição da Doutrina Espírita quanto ao tema da escravidão, mas apenas como exemplo, vejamos a questão 831 de “O Livro dos Espíritos”:

Pergunta: A desigualdade natural das aptidões não coloca certas raças humanas sob a dependência das raças mais inteligentes?

Resposta: Sim, mas para que estas as elevem, não para embrutecê-las ainda mais pela escravização. Durante longo tempo, os homens consideram certas raças humanas como animais de trabalho, munidos de braços e mãos, e se julgaram com o direito de vender os dessas raças como bestas de carga. Consideram-se de sangue mais puro os que assim procedem. Insensatos! Nada veem senão a matéria. Mais ou menos puro não é o sangue, porém o Espírito. (361-803)

Porém, é oportuno lembrar que o nascente movimento espírita brasileiro, através de suas instituições e representantes ilustres tais como Adolfo Bezerra de Menezes e Francisco Leite de Bittencourt Sampaio, contribuiu para o movimento abolicionista. Por exemplo, A. B. de Menezes, em se referindo à escravidão, pergunta:

“Pode haver paz e felicidade para as famílias enquanto guardarem elas em seu seio essa cratera ardente que lhes requeima sempre a flor da inocência e da virtude de seus filhos?”

Ou ainda, no “Reformador”:

“Substituir o regime da liberdade, dom divino, pelo da escravidão, abuso da força sobre a fraqueza, menos não é do que contrariar o código de leis absolutas; a nós compete pôr, fielmente, em execução este código”

(Reformador, 01 de janeiro de 1887).

Mas, se nós espíritas contribuímos para a extinção da escravidão no plano encarnado, temos contribuído igualmente para a devida cura de suas sequelas espirituais? Nossas reuniões mediúnicas tem acolhido fraternalmente esse particular grupo de Espíritos? Temos coração e entendimento abertos às suas histórias de vida? Receio que, via de regra, o preconceito e a desconfiança ainda permeiem o atendimento a esses irmãos.

Neste aspecto, como em muitos outros, ainda não nos portamos a altura da doutrina que ora professamos, permitindo que a discriminação que ainda grassa na sociedade contamine a seara espírita.

Refletindo sobre as causas dessas dificuldades penso que ao menos uma delas seja o receio, consciente ou não, de sermos confundidos com adeptos das religiões e cultos de origem africana. Como sabemos, é grande ainda a confusão na sociedade em geral a esse respeito. Ora, tal receio não deveria ser maior que o de sermos rotulados de católicos ou protestantes, mas, no entanto, creio que os Espíritos de padres e pastores desencarnados não sejam objeto de semelhantes prevenções quando comparecem à maioria das tarefas mediúnicas. 

Particularmente neste momento de transição espiritual urge estarmos atentos a todo o bem que possamos realizar. E os espíritas têm muito a contribuir para a quitação dessa dívida moral coletiva, que onera tão pesadamente a psicosfera do Brasil.

Para os que ainda veem a Umbanda como uma seita estonteada e falseada em seu conjunto doutrinário e religioso, usaremos as palavras do Senador francês Saint-Etienne, do Partido Espírita, em 1868, numa petição encaminhada ao Senado Francês:



“O Espiritismo (nota do autor: aqui, leia-se também: A Umbanda) é uma ideia que se infiltra sem ruído e, se encontra numerosos adeptos, é porque agrada. Jamais fez reclames nem quaisquer exibições; forte pelas leis naturais, nas quais se apoia, vendo-se crescer sem esforços, nem abalos, não vai enfrentar ninguém, não vai violar nenhuma consciência. Diz o que é e espera que a ela venham!”



















sexta-feira, 19 de maio de 2017

PILARES DE SUSTENTAÇÃO DA CASA ESPÍRITA







O trabalho voluntário na Casa Espírita, além de contribuir para o fortalecimento das forças do bem na humanidade, é uma oportunidade ímpar, disponibilizada à criatura humana para que, de forma consciente e mais constante, se encontre com nosso Pai celestial. Daí a importância de o voluntário, ao abraçar sua tarefa, estar plenamente cônscio da relevância de sua participação, certo de que, em sua atuação, contará com a companhia e assistência do Pai celestial através de sua coorte de anjos.

Dessa forma o trabalhador voluntário da seara divina deve envidar todo seu esforço no sentido de honrar esses momentos, assentando sua força de trabalho em pilares que resistam às dificuldades naturais, existentes no terreno onde as sementes do Amor serão plantadas e regadas.

1º Pilar: Amor ao próximo, respeito humano

O trabalho voluntário na Casa Espírita exige contato permanente com criaturas humanas encarnadas e desencarnadas, situadas nas mais variadas faixas vibratórias de pensamento e comportamento, daí a necessidade de o voluntário ser portador de um aceitável grau de sensibilidade para que possa bem se relacionar com essas pessoas, a fim de não prejudicar os intentos divinos em favor delas. Ao lidar com criaturas humanas nunca esqueçamos que nem sempre estamos tratando com pessoas lógicas, mas sim, na maioria das vezes, com pessoas emocionais.

É imprescindível que, no desempenho de sua tarefa, o voluntário guarde estrita vigilância ante as investidas provenientes do plano espiritual inferior, pois as mesmas encontram terreno fértil, para sua semeadura, no lodaçal do orgulho, da vaidade, do melindre, da sede de poder, da ignorância e da fragilidade emocional e moral das pessoas, bem como em outras imperfeições próprias da natureza humana.

Assim, tratar bem aqueles com quem nos relacionamos, estimulando-os para o trabalho que desempenham e/ou incentivando- os a superar as dificuldades da jornada, são exemplos que, sempre que possível, devem ser vivenciados pelo trabalhador espírita. Ademais, não custa nada lembrar que, sempre que a oportunidade apareça devemos habitualmente cumprimentar as pessoas, com naturalidade, ser compreensivos, ser solícitos, atenciosos, enfim, educados com o semelhante. Esses “pequenos” gestos muito contribuem para o ajuste da nossa sintonia com o plano espiritual superior que nos assiste.

2º Pilar: Fidelidade aos princípios espíritas

Em função da natureza do trabalho realizado na Casa Espírita, é fundamental que seu trabalhador voluntário não só tenha conhecimento doutrinário, mas também o abrace e nele tenha fé. Afirmamos que o trabalho espírita é diferente dos demais, porque não leva em consideração somente as necessidades de ordem material da criatura humana, mas, principalmente as mais imediatas. O trabalho sob a égide do Espiritismo também leva em consideração a vida espiritual das pessoas e seu retorno à carne em vidas futuras. Para que essa consciência se firme, de forma mais efetiva na conduta do voluntário, é necessário que saiba o que é reencarnação, quais os princípios que a regem e que a compreenda à luz do Espiritismo; que tenha conhecimento e acredite na comunicabilidade dos Espíritos, em como essa comunicação se processa e que efeitos provoca na vida da criatura humana; que tenha fé em Deus, em sua bondade, misericórdia e justiça, para melhor entender as desventuras com que se deparará ao longo do seu trabalho e que acredite na imortalidade da alma, para citar alguns requisitos básicos necessários a que se guarde fidelidade aos princípios doutrinários espíritas.

A falta de conhecimento do que seja o Espiritismo, dos recursos de que dispõe e dos princípios em que se assenta, indubitavelmente levará o voluntário espírita a desenvolver seu esforço de trabalho em direção contrária à que se recomenda a Doutrina Espírita, gerando assim sérios conflitos de identidade na Instituição. Um exemplo funesto dessa ausência de fé e fidelidade às recomendações do autêntico Espiritismo é a realização de práticas estranhas ou exóticas na Casa Espírita.

3º Pilar: Convivência fraterna e companheirismo

Jesus com seu exemplo nos ensinou que o trabalho na seara divina não dispensa a participação de ninguém que esteja imbuído de boa vontade e sintonizado com os propósitos divinos. Para cumprir sua missão entre nós, Ele se fez acompanhar de discípulos das mais variadas condições sociais e culturais, com destaque para os doze apóstolos que lhe eram mais próximos. Poderia, certamente, cumpri-la sozinho, mas em sua sabedoria optou por partilhá-la com seus irmãos de caminhada e de ideal. Assim deve ser na Casa Espírita, pois todos os que nela se encontram são irmãos que abraçam a mesma fé, dispostos a seguir as recomendações de vida eterna, trazidas pelo Cristo, uns espiritualmente mais amadurecidos que outros, mas todos desejosos de crescimento espiritual.

Diante dessa heterogeneidade evolutiva, é natural que em alguns momentos ocorram desencontros de opinião e comportamento, todavia, nesses momentos devemos nos lembrar de que viemos para unir pessoas e não para separá-las. Que o companheiro de espírito mais amadurecido na prática do bem se apresente junto ao mais fragilizado, não para confrontá-lo, mas para, juntos, trabalharem em favor da causa do Cristo, uma vez que os discípulos de Jesus são conhecidos por muito se amarem. Que nosso proceder no desempenho de nossa tarefa seja o de partilha, de companheirismo e de compreensão para com as limitações humanas. Dar asas ao destempero emocional, ao “disse me disse”, à soberba, à arrogância, à exaltação da personalidade, por exemplo, só serve para obstaculizar a efetivação dos propósitos do Espiritismo na humanidade. Os tempos são chegados e esse tempo é o da solidariedade e da fraternidade. Nós, os trabalhadores da última hora, já perdemos muito tempo com os braços cruzados, portanto, temos muito trabalho pela frente.

4º Pilar: Amor ao trabalho

No exercício de sua tarefa, o trabalhador voluntário da Casa Espírita deve estar imbuído do sentimento de amor ao que faz e não do da obrigação ou da prestação de um favor a alguém, seja encarnado, seja desencarnado. Não esqueçamos que Jesus espera de cada um de nós misericórdia (compaixão) para com a dor e o sofrimento alheio e gestos conscientes de amor ao próximo e não sacrifícios ou mesmo obrigações forçadas de qualquer ordem.

A alegria de poder contribuir para a felicidade daqueles que a Providência divina coloca em nosso caminho deve ser a motivação que nos leve a realizar o trabalho voluntário, principalmente na Casa Espírita. Isso exige que eduquemos nossos sentimentos e reavaliemos nossa postura ética (como estamos nos relacionando com nossos semelhantes, principalmente os mais próximos?), moral (que valores tomamos como referência para nossa conduta cotidiana?) e comportamental (nosso comportamento na vida está coerente com o que acreditamos e professamos, como espíritas que somos?). Meditar sobre esses três pontos e esforçar-se, o mais que possível, para vivenciar atitudes coerentes com a proposta divina, referente a cada um deles, é tarefa urgente e inadiável, haja vista a necessidade de adquirirmos o equilíbrio exigido para o trabalho na lida espírita. Sem esse equilíbrio, como enfrentaremos as dificuldades e incompreensões que fatalmente surgirão no decorrer da tarefa? É fundamental que saibamos, adequadamente, nos desviar das pedras que surgirem no caminho, contornando-as ou removendo-as, uma vez que, se elas ali permanecerem, poderão ser motivo de tropeço e até mesmo de queda daqueles que com elas se depararem.

5º Pilar: Presença

O trabalho espírita, devido às bases em que se assenta e coerente com os fins a que se propõe, em hipótese alguma deve promover a infelicidade de seus agentes. Por isso, quem se dispuser a trabalhar na seara espírita deve planejar bem seu tempo de modo a não se prejudicar na condução de suas outras atividades, fora do Centro, e também para que a tarefa da qual participa no Movimento Espírita não venha a sofrer nenhum tipo de prejuízo. É imperativo que haja tranquilidade e satisfação por parte do trabalhador voluntário, principalmente no desempenho de sua tarefa, e isso só será possível se, dentre outros fatores, houver, no mínimo, um equilíbrio razoável do binômio: trabalho assumido versus tempo disponível à sua realização. Para que esse equilíbrio se estabeleça e o encargo seja satisfatoriamente realizado, se faz necessário administrar bem a ocupação do tempo disponibilizado, uma vez que esse tempo, competentemente distribuído, mesmo sendo pouco, pode gerar frutos mais proveitosos do que os produzidos por alguém muito ocupado com realizações desnecessárias e assumindo atitudes incompatíveis com os propósitos da tarefa e com as finalidades do Espiritismo. Nesse quesito, a assiduidade e a responsabilidade são duas condições que não podem faltar.

Conclusão

Aos que desejam participar do trabalho voluntário na Casa Espírita e aos que já estão nele integrados deixamos a seguinte mensagem de Francesco, il poverello de Assis:


Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.