quarta-feira, 28 de junho de 2017

DEFINIÇÃO DE MACUMBA





A primeira definição de Macumba que se encontra em qualquer dicionário é: “antigo instrumento musical de percussão, espécie de reco-reco, de origem africana, que dá um som de rapa (rascante); e Macumbeiro é o tocador desse instrumento”. (nota do autor: Deram a designação de instrumento musical, pelo fato de que nos rituais de Macumba, tocavam-se os ditos instrumentos).

O conceito da Macumba está tão arraigado na cultura popular brasileira, que são comuns expressões como “xô Macumba” e “chuta que é Macumba” para demonstrar desagrado com a má sorte. As superstições nesse sentido são tão grandes, que até mesmo para a Copa do Mundo foram criados sites para espantar o azar. São também muito comuns amuletos que vão desde adereços até objetos que remetem aos utilizados nos cultos religiosos.

Popularmente, a palavra Macumba é utilizada para designar genericamente os cultos sincréticos afro brasileiros derivados de práticas religiosas e divindades dos povos africanos trazidos ao Brasil como escravos, tais como os Bantos, como o Candomblé. Entretanto, ainda que Macumba seja confundida com o Candomblé e Umbanda, os praticantes e seguidores dessas religiões recusam o uso da palavra para designá-las. Outras acepções para o termo Macumba são:

Macumba, na acepção popular do vocábulo, é mais ligada ao emprego do ebó, feitiço, “despacho“, coisa feita, mironga, mandinga, muamba;

Palavra usada no sentido pejorativo para se referir ao Candomblé ou à Umbanda;


Diz-se mais comumente Macumba que Candomblé, no Rio de Janeiro, e mais Candomblé do que Macumba, na Bahia.







domingo, 25 de junho de 2017

A INTEGRIDADE VIBRATÓRIA DE UM TERREIRO








Sem disciplina rígida e séria uma Casa de Umbanda não prossegue seu trabalho sob os auspícios da Espiritualidade Superior.

O que parece, às vezes, exagero do dirigente no sentido da manutenção da disciplina, do respeito ao terreiro e aos Guias, do respeito à hierarquia constituída, da não permissão de fofocas e conversas fúteis, intrigas e maledicências, constitui-se, na verdade, no grande pára-raio ou entrave à entrada de espíritos obsessores, zombeteiros, mistificadores que atuam criando confusões, brigas, desentendimentos, desânimos e queda da Casa Umbandista.

Todo cuidado é pouco.

Não importa quem agrade ou desagrade.

Quem tem o espírito de amor e busca um Templo sério, e a verdadeira espiritualidade que conduz à evolução compreende, adere. Caso contrário, é melhor que fique de fora da corrente, pois o orgulho, a vaidade, os ciúmes e a ignorância de si mesmo são instrumentos nas mãos dos inimigos invisíveis para desmoralização de um Grupo Espiritualista.


A corrente é a grande força do Templo Umbandista.

Na verdade, a corrente merece mais cuidados que as paredes e toda a estrutura física do Templo.

Tudo gira em torno dela.

Se um elo dessa corrente estiver fraco, obsediado, pode desestruturar todo o trabalho e dar acesso às energias negativas mais amplas que, muitas vezes, conseguem prejudicar a vida de muitas pessoas ligadas a casa espiritual.

Devemos sempre lembrar:
"Ninguém é tão forte como todos nós juntos".

Para manter a Corrente sempre iluminada a disciplina tem que ser rigorosa, e o seu princípio está no respeito à hierarquia.

O membro da Corrente que não se sinta inserido nesse campo de atividade de acordo com as normas da Casa deve se afastar, pois será melhor para ele, e evitar-se-á problemas futuros mais graves, bem como a possibilidade de entrada de quiumbas por tele mentalização nesses médiuns desavisados.


Diz André Luiz, pelo médium Chico Xavier que :


"Caridade sem disciplina é perda de tempo".

terça-feira, 20 de junho de 2017

O FALSO ESPIRITISMO







Consideram alguns, falso espiritismo, o que se pratica fora de certas regras ou moldes, e como os processos variam, nos diferentes centros, e cada grupo julga o seu método ótimo e legítimo, esse critério restritivo restringiria o espiritismo verdadeiro a quatro ou cinco núcleos, que cada qual dos crentes diria ser o seu, e os de sua predileção.

Em meu conceito, o falso espiritismo tem duas faces: - a deturpação da doutrina e o fingimento sistemático de manifestações de espíritos.

Ajustam-se essas duas faces num só rosto, constituindo a fisionomia dos exploradores que enganam e roubam os ingênuos ou ignorantes.

Há profissionais dessa exploração. Indivíduos audazes, e quase sempre de uma ignorância rebarbativa, dizendo-se em comunicação com espíritos, tecem histórias em torno do que lhe contam os consulentes e, desorientando-os, inventam cerimônias complicadas a que atribuem efeitos mágicos correspondentes aos objetivos de quem as paga. Às vezes, os fatos em desdobramento independente da influência do embusteiro, coincidem com as suas promessas e logo a sua fama se alastra, consolidando a sua reputação.

Esses impostores podem chegar ao espiritismo por duas vias: alguns possuem predicados mediúnicos e desenvolvendo-os, sem que o sintam, no esforço enganador de suas práticas, acabam sob o domínio de espíritos que os conduzem ao resgate, ou os convertem em instrumentos terríficos, conforme a categoria dessas entidades. Os outros, que não são médiuns, terminam encontrando-se com um desses aparelhos humanos, e, por intermédio dele, entram em contato com espíritos que, elevados ou não, sempre conseguem submetê-los aos seus fins. Os exploradores vivem, pois, entre duas ameaças, a da Terra e a do espaço; a da polícia, que os encarcera, e a do espírito, que lhes quebra a vontade, escravizando-o. Tais criaturas raro chegam à regeneração, numa existência, e desencarnaram na situação de miséria moral proveniente de sua atividade.

Há médiuns que se equiparam aqueles negociantes de mistérios, exercendo, por dinheiro, faculdades de que só se devem utilizar gratuitamente em benefício do próximo, porém se esses transviados se persistem em seu comércio são abandonados de seus protetores, e caem sob o poder de espíritos capazes de invalidá-los na sociedade, e que, às vezes, os obrigam a retornar aos centros, para lhes serem arrancados e afastados os novos atuantes de sua mediunidade.


Certos médiuns mistificam por fanatismo: - quando o espírito, por qualquer causa, não se aproxima, ou não incorpora, receiam que os assistentes da cena percam a crença ou não se convertam ao espiritismo e para que isso não aconteça, comprometem, ao mesmo tempo, a sua doutrina, o espírito e o seu nome, com um ato lamentável de fingimento. Outros, por vaidade, cometem essas tristes mistificações, sendo sempre desmascarados, pois o médium não é capaz de produzir o que o seu protetor produz. Alguns erram, sem a intenção deliberada do embuste, por simples curiosidade: - ouvem dizer que o seu guia, fez este ou aquele trabalho de beleza ou resultado excepcional, e, na primeira sessão, sob o desejo de ver o que os companheiros admiraram, não permitem ao trabalhador a incorporação completa, e prejudicam o seu labor.












sábado, 17 de junho de 2017

HIERARQUIAS ESPIRITUAIS NA UMBANDA





Por mais que nosso planeta seja um campo de expiações, onde muitas vezes o sofrimento se faz necessário ao aprendizado, existem seres iluminados dispostos a guiar a humanidade no caminho da espiritualidade. Esses espíritos benevolentes já se livraram dos “grilhões” que nos prendem a roda das encarnações e seguem trabalhando em prol daqueles que ainda dependem dessa via de evolução para despertar suas consciências a uma realidade superior. Esses espíritos de luz se organizam de maneira hierárquica e harmoniosa, seguindo as leis divinas, que são perfeitas e incorruptíveis.

Na visão da Umbanda Esotérica, as entidades que se manifestam nos terreiros, estão em um grau evolutivo superior ao dos seres encarnados, possuem experiência e sabedoria elevada, atuaram em diversos movimentos espirituais durante suas encarnações e agora militam na Corrente Astral de Umbanda. Apresentam-se nas formas de Caboclos, Pretos Velhos e Crianças. Estão sob o comando e supervisão direta do Cristo, o Sr. Jesus. São essas entidades que compõem as Hierarquias Espirituais de Umbanda.

Nas obras do mestre W. W. da Mata e Silva são descritos os planos e graus das hierarquias espirituais, onde existem 3 planos (orixás, guias e protetores) que agregam 7 graus ou vibrações ascendentes.

No primeiro plano encontram-se os Orixás Intermediários em número de 399 entidades em cada linha ou vibração do Orixá, discriminadas da seguinte maneira: 7 Orixás Principais que ordenam 7 Chefes de Legiões, 49 Orixás Chefes de Falange e 343 Orixás Chefes de Subfalanges, compondo os 1º, 2º e 3º graus, respectivamente.

Consideramos 7 as Linhas ou Vibrações de Orixás na Umbanda Esotérica (Oxalá, Yemanjá, Yóri, Xangô, Ogum, Oxossi e Yorimá), portanto multiplicamos esses valores em 7, e teremos 2.793 atuando no 1º plano da hierarquia espiritual. Sendo que os 7 Orixás Principais de cada linha não incorporam, logo são 2.743 as entidades que podem atuar na incorporação, assumindo a responsabilidade mediúnica.

No segundo plano, situados no 4º grau, estão os denominados Guias atuando como Chefes de Grupamentos, em número de 2.401 em cada linha ou vibração, totalizando 16.807.

No 3º plano, constituindo os 5º, 6º e 7º graus ou vibrações, estão os Protetores, que atuam como Integrantes de Grupamentos. Sendo no 5º grau 16.807, no 6º grau grau 117.649 e no 7º grau 823.543, sendo esses números para cada linha ou vibração, totalizando 6.705.993 de espíritos atuando no 3º plano.

Podemos observar que o número de entidades situadas no 2º grau, é 7 vezes o número das situadas no 1º, e assim segue-se multiplicando pelo número 7 até o 7º grau, estendendo-se aos subgrupamentos até limitar todos os seres do mundo astral. O porquê dessa lógica é um assunto de cunho iniciático, do entendimento daqueles que se aprofundam nos mistérios através do estudo e prática, mas podemos considerar que 7 são os Orixás ou Linhas que manifestam suas vibrações sobre 7 espíritos e cada um sobre mais 7 e assim teremos os resultados obtidos acima.

No livro Umbanda de Todos Nós, capítulo 7, do escritor W. W. da Mata e Silva, podemos encontrar um mapa para melhor visualização e entendimento da formação da Hierarquia Espiritual de Umbanda.











Lembramos que todas as entidades que atuam nos terreiros de Umbanda possuem os conhecimentos necessários para suas funções, independente do grau em que esteja situada. O grau das entidades que o médium terá como mentores, serão de acordo com seu grau de evolução, podendo ser identificado dentro da iniciação. Um médium que já alcançou algum mérito durante encarnações anteriores poderá ser assistido por uma entidade no grau de Guia ou até mesmo de Orixá, e provavelmente será o chefe de um terreiro ou casa, porém esses médiuns são em minoria, sendo que 80% dos médiuns atuantes na Umbanda trabalham com entidades situadas no 3º plano, o que não desqualifica os trabalhos realizados, pois o simples contato com um autêntico protetor que milita na Corrente Astral de Umbanda já traz diversos benefícios para o médium e os consulentes.


Devemos entender que as entidades que compõem as Hierarquias Espirituais de Umbanda, atuam com o único objetivo de guiar os filhos de fé para o despertar de sua consciência, alcançando assim sua libertação do mundo das formas, e seguindo para vias de evolução ainda desconhecidas por todos nós.





















terça-feira, 13 de junho de 2017

O QUE ACONTECE NO MOMENTO DA CONSULTA ESPIRITUAL COM O MÉDIUM "INCORPORADO" NUM GUIA ?





"Infelizmente, nem todos os médiuns chegam ao templo umbandista imbuídos do ideal de doação, esquecendo-se de suas mazelas, ressentimentos e pequenas lamurias do dia a dia. Em verdade, o que é mais importante para nós, amigos benfeitores, é que os nossos aparelhos esqueçam-se e elevem os pensamentos ao Pai, entregando-se com amor nas tarefas mediúnicas. Se todos conseguissem isto por algumas horas, uma vez por semana, facilitariam enormemente os nossos labores espirituais."




PAI VELHO – Não vamos nos fixar na mecânica da incorporação para tentarmos nos fazer entender aos filhos da Terra. Muitos outros abalizados autores já explicaram detalhadamente a importância do médium estar bem preparado, com seus chacras equilibrados e alinhados para vibrarem na mesma frequência vibratória das entidades do lado de cá.

Primeiramente é fundamental desmistificarmos o que seja “incorporação”, pois nos é triste vermos medianeiros despreparados omitindo sua consciência e dissimulando para os consulentes, dizendo que são inconscientes. Em verdade, não reencarnam mais médiuns totalmente inconscientes e prepondera no mediunismo umbandista nos dias atuais a chamada “incorporação” pela irradiação intuitiva. O aparelho mediúnico sente as vibrações, percebe os seus guias, mas fica plenamente desperto e consciente do que se passa pela sua mente. Daí a importância do estudo, que dará a educação e o autoconhecimento necessários para que os sensitivos sejam bons receptores dos guias emissores do plano espiritual.

Então, mais objetivamente respondendo à vossa pergunta: no momento das consultas espirituais o templo umbandista está repleto de espíritos trabalhadores e desencarnados que serão atendidos. O ponto central de todos os trabalhos realizados são os médiuns com os seus protetores. Usinas vivas fornecedoras de ectoplasma, aglutinam-se em torno desses medianeiros os técnicos astrais que vão manipular os fluídos necessários aos socorros programados. Dependendo das especificidades de cada consulente, movimentamos as energias afins, por linha vibratória – orixá – correspondente à necessidade do atendido.

Ao mesmo tempo, cada guia atende numa determinada função, havendo uma enorme movimentação de falanges e legiões que se deslocam aonde for necessário, tanto no plano físico quanto nos estratos etéreo astrais, para realizarem as tarefas a que estão destinadas e autorizadas.

Nada é feito sem um comando hierárquico e ordens de serviços criteriosas, de conformidade com o merecimento e livre-arbítrio de todos os envolvidos. A instância superior que dita e detalha a amplitude do que será feito tem recursos de análise criteriosos que tornam impossível haver equívocos ou erros, mesmo quando há penetração na corrente mediúnica por invigilância dos próprios médiuns.

Dizia Jesus “Quem não renuncia a si mesmo, toma a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo”. Infelizmente, nem todos os médiuns chegam ao templo umbandista imbuídos do ideal de doação, esquecendo-se de suas mazelas, ressentimentos e pequenas lamurias do dia a dia. Em verdade, o que é mais importante para nós, amigos benfeitores, é que os nossos aparelhos esqueçam-se e elevem os pensamentos ao Pai, entregando-se com amor nas tarefas mediúnicas. Se todos conseguissem isto por algumas horas, uma vez por semana, facilitariam enormemente os nossos labores espirituais.








Do livro "Aos Pés do Preto Velho" - Ramatís e Pai Tomé

sábado, 10 de junho de 2017

OS PRETOS VELHOS E PRETAS VELHAS









Pai Antônio foi o primeiro preto velho a se manifestar na Religião de Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Moraes onde se estabeleceu a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu essa “linha” para nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.

O “Preto-Velho” está ligado à cultura religiosa Afro-Brasileira em geral e à Umbanda de forma específica, pois dentro da Religião Umbandista este termo identifica um dos elementos formadores de sua liturgia, representa uma “linha de trabalho”, uma “falange de espíritos”, todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.

São trabalhadores da espiritualidade, com características próprias e coletivas, que valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente pretos e pretas velhas como Pai João e Vó Maria, por exemplo.






Milhares de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um trabalho despersonalizado do elemento individual valorizando o elemento coletivo identificado pelo termo genérico “preto-velho”. Muitos até dizem “nem tão preto e nem tão velho”, ainda assim “preto velho fulano de tal”. A falta de informação é a mãe do preconceito, e, no caso do “preto-velho”, muitos que são leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem africana desconhecem valor do “preto-velho” dentro das mesmas.

Preto é Cor e Negro é Raça, logo o termo “preto-velho” torna-se característico e com sentido apenas dentro de um contexto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irrestrito seria “Negro Velho”, “Negro Ancião” ou ainda “Negro de idade avançada” para identificar o homem da raça negra que encontra-se já na “terceira idade” (a melhor idade). Por conta disso alguns sentem-se desconfortáveis em utilizar um termo que à primeira vista pode parecer desrespeitoso ao citar um amável senhor negro, já com suas madeixas brancas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem sofrido, que na humildade da subjugação forçada e escrava encontrou a liberdade do espírito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo ao encontro da imagem e resignação de nosso senhor Jesus Cristo.

Alguns preferem chamá-los apenas de “Pais Velhos” o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de orgulho. São eles que souberam passar por uma vida de escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de orgulho em se aufo-afirmar “Nêgo Véio” e ex-escravo; talvez assim se mantenham para que nunca nos esqueçamos que em qualquer situação temos ainda oportunidade de evoluir. Quanto mais adversa maior a oportunidade de dar o testemunho de nossa fé.

O “preto-velho” é um ícone da Umbanda, resumindo em si boa parte da filosofia umbandista. Assim, os espíritos desencarnados de ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos, nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como Mestres no astral.

No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns formadores de opinião, a imagem do “preto-velho” pode estar associada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam “com estas coisas” pois não sabem que a Umbanda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo. Não existe uma Umbanda “boa” e uma Umbanda “ruim”, existe sim única e exclusivamente uma Umbanda que faz o bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os “Pretos-Velhos”, todos fazem o bem sem olhar a quem, caso contrário não é de fato um “preto-velho”, pode ser alguém disfarçado de “velho-negro”, o “preto-velho” trabalha única e exclusivamente para a caridade espiritual.

São espíritos que se apresentam desta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma experiência diferente. Os pretos velhos trazem consigo o “mistério ancião”, pois não basta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evolutiva.

Quanto menos valor se dá a forma, mais valor se dá à mensagem, e “preto-velho” fala devagar, bem baixinho; quando assim se pronuncia, todos se aquietam para ouvi-lo, parece-nos ouvir na língua Yorubá a palavra “Atotô”, saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso: “Silêncio”.

Nas culturas antigas o “velho” era sempre respeitado e ouvido como fonte viva do conhecimento ancestral. Hoje ainda vemos este costume nas culturas indígenas e ciganas. Algumas tradições religiosas mantêm esta postura frente o sacerdote mais velho, trata-se de uma herança cultural religiosa tão antiga quanto nossa memória ou nossa história pode ir buscar, tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.

Muitos já estão fora do ciclo reencarnacionista, estão libertos do karma, já desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com paixões e apegos que inexoravelmente ficarão para trás no caminho evolutivo.
















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segunda-feira, 5 de junho de 2017

A VISÃO UMBANDISTA DO PECADO




Um dos conceitos mais arraigados na nossa cultura cristã é a ideia do pecado. Desde a mais tenra idade nos ensinam que somos todos pecadores, que tudo de errado que fazemos é pecado e que por isto devemos ser punidos, ou como é mais comum dizermos, castigados. Fazendo-se uma análise, à luz da razão, desta relação entre pecado e castigo, vamos verificar que este é um processo que apenas gera medo e temor, levando-nos a conter nossos atos, não pela educação, mas pela ameaça do respectivo castigo. Mas será esta a maneira adequada de levar as pessoas à obediência do Evangelho? Será este o meio adequado de implantar o amor entre os homens? Antes de nos concentrarmos na busca de uma alternativa, seria interessante que fôssemos procurar a origem desta visão punitiva.

Quando Moisés retirou seu povo do Egito, os hebreus estavam completamente influenciados pela cultura egípcia, a ideia de um Deus único era estranha e não havia qualquer disciplina entre eles, era um povo rebelde e acostumado à prática do roubo, do adultério e da adoração a vários deuses. Era ainda um povo primitivo, incapaz de espontaneamente modificar sua conduta. Não existia outra maneira de levá-los a abandonar os velhos hábitos a não ser a adoção da imagem de um Deus punitivo, um Deus que se irava e que castigava implacavelmente aqueles que não obedecessem a “sua Lei”, era o tempo do “olho por olho, dente por dente”.

Quando Jesus veio a Terra, seu discurso falava de um Deus tão amoroso que ele o chamava de Pai, sua mensagem não era mais o antigo conceito do Deus vingativo, mas do Deus que perdoava e que nos queria vivendo como irmãos, perdoando e oferecendo a outra face.

Com o advento da Idade Média, a Igreja resgatou o conceito mosaico do pecado, e a ideia de que os pecadores precisavam ser castigados como forma de remir suas faltas, além disso, foi fortalecida a ideia da ação do demônio na vida dos homens e de que se não “pagássemos” pelas nossas faltas estaríamos irremediavelmente condenados ao fogo do inferno. Essa concepção foi transmitida através das gerações e chegou até os nossos dias, onde continuamos temendo os castigos de Deus.

O Espiritismo, através de uma visão amadurecida, observa sob uma nova ótica a questão do pecado, lançando a luz do entendimento sobre o assunto e trazendo conforto e esperança aos homens, que doravante apagam a noção de pecadores e passam a assumir o papel de seres em evolução, ainda imperfeitos é verdade, mas rumando inexoravelmente para uma condição superior onde não mais cometerão os erros atuais. Alguns podem julgar esta posição absurda, mas então vamos parar um minuto e perguntar a nós mesmos: Quantos de nós, que somos humanos, ao invés de darmos nova oportunidade aos nossos filhos, quando estes fazem algo que julgamos errados, os expulsamos de casa e os condenamos a viver eternamente com sua culpa? Então por que Deus que é o infinito amor agiria de uma forma pior do que a nossa? Afinal não foi Jesus quem disse: “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus” (Mateus 7:11).

Apaguemos de nossas mentes a ideia da culpa. Na doutrina Espírita nós não somos culpados; somos responsáveis pelos nossos atos e devemos responder pelas nossas ações, não através do famigerado castigo, mas através de mecanismos que nos levam à conscientização de nossas atitudes equivocadas e da reparação dos mesmos, pois o equívoco faz parte do processo de aprendizado e como seres em evolução precisamos vivenciar as mais diversas experiências para alcançar o progresso espiritual, e nessa jornada de luz é natural que nos enganemos, mas, é imprescindível que nos esforcemos para crescer. O objetivo da Lei Divina não é punir, mas, educar, fazendo com que cada indivíduo evite repetir seus erros pela compreensão de que sua atitude passada foi inadequada e que é necessária uma mudança de conduta.

As fases deste processo de mudança são: o Arrependimento, momento em que reconhecemos a nossa falha de conduta, a Expiação, que é quando vamos refletir sobre o que fizemos e finalmente a Reparação, que é o ápice deste processo, pois é quando alteramos nossos passos ou corrigimos o ato falho. Observem a lógica desta proposta, nela todos saem enriquecidos; nós, pelo amadurecimento, e o outro (a quem porventura prejudicamos), por ser valorizado ao consertarmos os nossos enganos. A vida é uma dádiva de Deus, que no-la concedeu, para que alcancemos a felicidade, e não para vivermos com medo, vamos todos então trabalhar para alcançarmos a comunhão com Ele, certos de que: “Todo homem podendo corrigir as suas imperfeições pela sua própria vontade, pode poupar-se dos males que delas decorrem e assegurar a sua felicidade futura” (o Céu e o Inferno, Cap VII).















(Edilson Botto)