sexta-feira, 29 de setembro de 2017

TRABALHA E CONFIA







Muitas vezes, cansas-te das atividades que a vida te pede; no entanto, é forçoso pensar nos benefícios e vantagens que o trabalho te propicia.

Efetivamente, são muitas as dificuldades morais que as tarefas do cotidiano amontoam no coração.

Basta, no entanto, reflitas no socorro e no auxílio que elas te trazem para que lhes reconheças a oportunidade e a grandeza.

Em muitas circunstâncias, o trabalho te impõe fadiga e desgaste, mas, através dele próprio, é que surpreendes os recursos indispensáveis ao próprio refazimento, a fim de que te promovas a encargos de nível mais alto.

Em muitos lances da estrada, provocará problemas difíceis de resolver, contudo, pela solução desses mesmos problemas, é que adquirirás experiência suscetível de libertar-te da ignorância.

Por vezes, suscitará o aparecimento de adversários gratuitos; todavia, é justamente nele que conquistas as preciosas afeições que te prestigiem e amparam a existência.

Em vários episódios do cotidiano, te traz ao caminho a presença daqueles que te causam prejuízos transitórios por não te conseguirem auxiliar ou compreender, mas exatamente com ele é que possuis o apoio necessário, em favor daqueles a quem mais amas.

Detém-te a observar as trilhas da existência e perceberás que foi no trabalho que obtiveste o aprendizado que te ilumina, o conhecimento que te enriquece, o auxílio que te resguarda, o apreço que te cerca, o amigo que te abençoa e as melhores motivações para a aquisição de segurança e competência.

Trabalha e confia sempre, oferecendo à vida o melhor de ti mesmo e o melhor da vida te virá ao encontro.

Compreendemos a pausa de repouso para o refazimento preciso, a fim de prosseguirmos trabalhando; entretanto, é imperioso reconhecer que a inércia em si é ferrugem no arado e golpe na produção.

Não recuses e nem percas o privilégio de trabalhar, servindo ao bem, porque, ainda mesmo nas circunstâncias mais constrangedoras, o trabalho se te converterá numa bênção e, ainda que te custe lágrimas, essas mesmas lágrimas, se perseverares nele, se te transformarão no caminho em alavancas de apoio e balizas de luz.











(Do livro “Mais Perto”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito de Emmanuel)

terça-feira, 26 de setembro de 2017

SALVE AS CRIANÇAS NA UMBANDA




Mais do que uma comemoração religiosa, o dia de São Cosme e Damião, ou dia dos Erês ou Ibejis, nos terreiros de povos tradicionais é marcado pela distribuição de doces e guloseimas para as crianças. Tradição esta que é repetida por católicos, que em suas casas recebem os meninos e meninas que correm de um lado para outro, buscando encher suas sacolas de coisas de criança.

A distribuição de doces no dia de São Cosme e Damião, dentro do catolicismo, se deve ao fato de que os santos Cosme e Damião ofereciam doces para amenizar a tristeza das crianças e enfermos.

Os dois são considerados protetores dos pequenos, e por isso em seu dia muitas pessoas repetem o mesmo gesto de carinho, que foi trazido pelos portugueses.

Independente da origem das guloseimas, o fato é que se trata de uma data doce, que deve servir para espalhar alegria, cada um com suas próprias convicções e dentro da mais absoluta harmonia. Delas, o único risco que se pode esperar é uma cárie ou umas calorias a mais no fim do dia.
São Cosme e Damião, sincretizados as crianças gêmeas conhecidas por Ibejis ou Êres, são entidades alegres, festeiras e têm grande prestígio junto aos orixás

São Cosme e Damião, dois irmãos gêmeos, médicos de profissão e santos na vocação, viveram no Oriente e eram reconhecidos por sua habilidade como médicos, além de missionários. Eles jamais abandonaram sua crença e devido a isto foram perseguidos e decapitados em 303 DC.

São Cosme e Damião são considerados os padroeiros dos farmacêuticos , médicos profissionais da saúde, na umbanda são sincretizados como os Erês ou Ibejis; divindades gêmeas, duas crianças arteiras e brincalhonas.








TERCEIRA LINHA DA UMBANDA

YORI – A MANIFESTAÇÃO DA POTÊNCIA DIVINA

Representa para o ser humano o terceiro raio cósmico, a inteligência ativa. É a energia dirigida em ondas puras. É a inteligência e o domínio das ciências.

YORI é a energia dos anjos de Olorum, Deus supremo do povo iorubá, criador do mundo É a potência divina manifestando-se e formando a coroa dos inocentes do espaço.

Representa a manifestação da criação em toda a sua pureza ( da potência criadora do pai e da mãe nasce o filho). sendo considerada como a única linha que consegue realmente dominar a magia como um todo.

Todas as forças para entrarem ou saírem da aruanda ( céu, morada das entidades superiores) tem que passar pela vibração de criança. Uma criança do espaço brincando com um carrinho, uma bola está em trabalho de descarrego fluídico.

O sentido mágico desta força está na formação da palavra:

YO= vitalidade saindo da luz ou da energia e
RI= rei ou potência maior manifestando-se.

Isto significa que YORI é a força que representa a manifestação da potência que sai da luz ou da energia.

É a linha de grande força que irradia a alegria que ronda as matas, os rios, as praias, as pedreiras os campos floridos, os jardins e todos os lugares em que se fizer necessária a sua ajuda de força.






As sementinhas do nosso Jardim

Criança Erê, criança Erê!
Pra receber uma graça!
Eu vou fazer numa praça
Uma homenagem a você,
Êh! Erê, o quê mais quererê
Erê quer o quê?
Quero mais bala,
Vamos comprar bola
Acende uma vela
Me leva pra escola
E nunca na vida nos deixe sozinhos
E nunca na vida nos deixe sozinhos Bis {
Queremos comida
E muito carinho,
Brinquedos e bebidas
Pra alegrar o nosso ninho
E nunca na vida nos deixe sozinhos
E nunca na vida nos deixe sozinhos
E nunca na vida nos deixe painho.
Êh! Erê.









CONVERSA DE PRETO VELHO







À noite, quando a maioria das pessoas estão dormindo, diversas falanges espirituais se desdobram em trabalhos socorristas de assistência à humanidade encarnada. Devido ao sono, a queda natural do metabolismo e das ondas cerebrais, o corpo espiritual desprende-se naturalmente do corpo físico.

Aproveitando-se desse fato natural e inerente a todo ser humano muitos amigos espirituais trabalham nessa hora da noite retirando essas pessoas do seu corpo físico, dando um toque sensato a elas diretamente em espírito, ou, simplesmente, trabalhando as energias do assistido com mais liberdade a partir do plano espiritual da vida.

Um dia desses, durante um trabalho de assistência, estava conversando com um preto-velho, que responde nas lidas de Umbanda, pelo nome de pai José da Guiné. Segue o diálogo:

- Pai José, esse trabalho de assistência na madrugada é enorme, não? O médium umbandista muitas vezes nem imagina o tamanho dele, não é mesmo?

- É sim fio. Trabalho grande, toda noite. Mas são poucos que lembram da espiritualidade diadia e mantém sintonia elevada antes de dormir. Isso acaba por barrar as possibilidades de trabalho em conjunto conosco, você sabe disso. A maioria dos médiuns por aí pensam que o único dia de trabalho espiritual é o dia de trabalho no terreiro. É uma pena.

- É verdade, as pessoas tendem a se preparar muito para o dia de trabalho no terreiro, mas esquecem dos outros dias.

- Preparar? Muitas vezes eles nem se preparam fio. A maioria chega lá cheia de problemas e preocupações na cabeça. Dá um trabalhão danado acoplar na aura toda encardida de pensamentos e sentimentos estranhos deles. E nego num tá falando que preparação é tomar um banho de erva antes do trabalho, não...

- Ué, mas o banho de erva é importante, não é pai?

- É, claro que é. Mas num é tudo. Antes do banho de erva, seria melhor um banho de bom humor, com folhas de tranquilidade e flores de simplicidade, hehehe... Isso sim ajudaria. Num adianta colocar roupa branca, defumar, tomar banho, se o coração tá sujo, se a boca maldiz, se o rosto está sem alegria e o espírito apagado. Limpeza interna fio, antes de limpeza externa...

- Tá certo... - Tá certo, mas você muitas vezes num faz isso né? Hehehe... Tudo bem, todo mundo tem lá seus dias ruins, o problema é quando isso se torna constante. Fio, a Umbanda é muito rica em rituais, em expressões exteriores de alegria e culto a divindade. Mas isso deve ser utilizado sempre como uma forma de exteriorizar o que de melhor trazemos dentro de nós. Não uma fuga do que carregamos aqui dentro. Volta seus olhos pra dentro e lá presta culto aos Orixás. Só depois disso, canta e dança...

- Quando estiver participando de um trabalho, esteja por inteiro, em corpo físico, coração e mente. Não faça das reuniões espirituais um encontro social. Antes de começar os trabalhos, medita, ora, entra em sintonia com o trabalho que já está acontecendo. Durante os cantos, busca a sintonia com os Orixás. Nesse momento, você e Eles não estão separados pela ilusão da matéria. Tão juntos. Em espírito e verdade...

- Acompanha as batidas do atabaque e faz elas vibrarem em todo seu ser. Defuma seu corpo, mas defuma também sua alma, queimando naquela brasa seu ego, sua vaidade, seu individualismo, que lhe cega os sentidos.

- Trabalha, aprende, louva, cresce meu fio. Mas o mais importante: Leva isso pra fora do terreiro! Lá dentro, todo mundo é filho de pemba, todo mundo tá de branco, todo mundo ama os Orixás...

- Mas aqui fora, logo na primeira dificuldade, duvidam e esquecem dos ensinamentos lá recebidos. Aqui fora, num tem caridade, fraternidade, Orixá, espiritualidade. Mas a Lei de Umbanda não é pra ficar contida no terreiro. A Lei de Umbanda é pra estar presente em cada ato nosso. Em cada palavra, em cada expressão de nosso ser...

- Percebe fio? Você é médium o tempo todo, não só no dia de trabalho, mas todo dia. Você é médium até quando tá dormindo...hehehe

Pai José fez uma pausa e eu fiquei a pensar a respeito da responsabilidade do trabalho mediúnico. De quantos médiuns por aí nem tinham ideia do trabalho espiritual que as muitas correntes de Umbanda desenvolvem. De como, a vivência de terreiro, demandava uma mudança interior, uma postura diferente em relação à vida. Enquanto pensava a respeito, pai José disse:

- É por aí mesmo fio. A partir do momento que a pessoa internaliza os valores espirituais, um novo mundo, cheio de novas perspectivas surge. Novas ideias, novos ideais. Uma forma diferente de encarar a vida. Esse é o resultado do trabalho. A caridade não é mais uma obrigação, mas torna-se natural e inerente ao próprio ser, assim como a respiração. A sintonia acontece esteja onde ele estiver, carregando consigo a Lei da Sagrada Umbanda em seu coração...

- Lembre-se: Aruanda não é um lugar! Aruanda é um estado de espírito... Você a carrega para onde for. Isso é trabalho. Isso é sacerdócio. Isso é viver buscando a espiritualização...


- Por isso, meu fio, faz de cada trabalho espiritual que você participar um passo em direção a esse caminho. Um passo em direção a unidade com o Orixá. Cada reunião, um passo... Sempre!











quinta-feira, 21 de setembro de 2017

LIÇÃO DE PRETO VELHO





A figura do Preto-Velho é um símbolo magnífico. Ela representa o espírito de humildade, de serenidade e de paciência que devemos ter sempre em mente para que possamos evoluir espiritualmente.

Certa vez, em um centro do interior de Minas, uma senhora consultando-se com um preto velho comentou que ficava muito triste ao ver no terreiro pessoas unicamente interessadas em resolver seus problemas particulares de cunho material, usando os trabalhos de Umbanda sem pensar no próximo e, só retornavam ao terreiro, quando estavam com outros problemas. O preto velho deu uma baforada com seu cachimbo e respondeu tranquilamente: "Sabe filha, essas pessoas preocupadas consigo próprias, são escravas do egoísmo. Procuramos ajudá-las, resolvendo seus problemas, brincando de pechinchar obrigações, de propósito. mas aquelas que podem ser aproveitadas, depois de algum tempo, sem que percebam, estarão vestidas de roupa branca, descalças, fazendo parte do terreiro.

 Muitas pessoas vem aqui buscar lã e saem tosquiadas; acabam nos ajudando nos trabalhos de caridade".

Essa é a sabedoria dos pretos velhos...









sexta-feira, 15 de setembro de 2017

LIMPEZA DO TERREIRO




Entramos no Recanto e vimos poucos colaboradores encarnados. Faltava, ainda, algumas horas para o início dos trabalhos e a rotina não se modificara: alguns lavavam o chão, outro encerava e limpava as cadeiras da assistência, a dirigente cuidava de seus afazeres com os copos, águas, velas e ervas. De quando em quando um ou outro comentava observações do cotidiano [...].

- Vejam além das aparências, vasculhem além as formas e dos dogmas, lembrem-se da rogativa evangélica e tenham “olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”. [palavras do Mentor que nos orientava].

A fim de que a lição se firmasse ainda mais inconfundível em nós, o velho acariciou-me a fronte e solicitou que eu acompanhasse mais aproximadamente a limpeza do ambiente físico. O seu toque me proporcionou maior poder visual. Rapidamente, percebi que a água e o sabão não limpavam apenas as pedras, retirando-lhes a poeira, mas de alguma forma percebia que eram retirados dejetos mentais e toda uma sorte de fluidos espirituais densos [...].

Ao simples acender de uma vela, acompanhada pela prece silenciosa e muito sincera da dirigente, percebemos que a chama passou a produzir uma luz avermelhada e calor muito diferentes daquelas a que estávamos acostumados a usar, quando “vivos” ; isso fez-me refletir mais profundamente sobre esse ato de devoção e atitude ritualística. Conforme o médium rezava, acendia as velas e punha seu coração em sintonia com as Inteligências Superiores da casa, de seu tórax e mente brotavam energias brilhantes e elásticas e nos foi possível observar que as velas em si formavam uma grande cadeia energética, algo como uma corrente psico-magnética, que ia sendo emaranhada por todo o recinto, delimitando, assim, os espaços para os trabalhadores e visitantes. Essa cadeia energética abrangia todo o recinto, nas duas feições, material e espiritual, sob a forma de estrela. Não percebemos quem a manipulava ou construía, a impressão é que esta corrente se produzia por si própria.

Na assistência, a limpeza das cadeiras e do chão proporcionava ambiente sadio e higiênico. As paredes, nas quais havia vários tecidos com pontos riscados dos guias orientadores do Recanto, apresentavam-se limpas; em nenhum lugar observamos elementos deletérios.

As imagens do altar possuíam uma espécie de “aura” que até então eu não havia percebido. Pulsavam, vibravam...davam-nos a entender que estavam vivificadas por algum processo desconhecido e intrigante. Não é que elas se movessem, piscassem ou coisa parecida...mas...é...como um quartzo, como os cristais. Aproximando-nos respeitosamente e tocando-as de leve, percebemos de pronto porque tantos crentes e em tão diversificadas religiões fazem questão de tocar imagens dos seus santos [...]. A ligação afetiva, a admiração, a devoção, a adoração, enfim, a enorme fé dos crentes, cujas preces mesclam rogativas e solicitações, agradecimentos e bênçãos, impregna-as de fluidos espirituais incontestes. Os espíritos “representantes dos Orixás”, então, transmutam-nas em energia luminosa e salutar, provocando tal “aura”. Temos assim, nesse circulo virtuoso, um verdadeiro canal de intercâmbio espiritual e apoio aos encarnados, muito longe dos supostos “ídolos de barro” e da primitiva adoração de imagens.

Admirado, percebi Cláudio [outro amigo espiritual] entretido com assunto parecido. Chamou a minha atenção para um fenômeno curioso que percebera minutos atrás: ante a aproximação de determinado médium, as plantas reagiam espiritualmente, ou seja, aos nossos olhos ganhavam em brilho e cor, tornavam-se mais...”vivazes”...Com outros, o fenômeno não se repetia.

- Toda a casa está impregnada da energia vital dos médiuns, assistentes e demais espíritos que nos visitam ou dedicam horas produtivas entre nós. Nesse arcabouço de paus e pedras, tijolos e cimento, tinta, cal, etc., vão se sobrepondo, em camadas, amor e ódio, resignação e rebeldia, orgulho, vaidade, egoísmo, humildade, desprendimento e altruísmo, obsessão e entendimento, e todos os demais sentimentos e pensamentos, racionais e emocionais, elevados, obscuros ou indiferentes. Não há “coisa alguma” insensível nessa casa. Em função das trocas de fluidos observadas, possibilita-se aos encarnados receberem influências das inteligências desencarnadas, positivas ou negativas, densas ou sutis, de fundo material ou espiritual, em suas vidas. Naturalmente, esse fenômeno ocorre em todos os lugares, em todas as casas e templos, etc., mas variável em maior ou menor grau segundo a fé, a consciência e o esforço desprendido para tal mister. Mesmo os irmãos distanciados destes conhecimentos, involuntário ou propositalmente, possuirão, sem dúvida, objetos e locais impregnados de sua energia [...].

Estávamos estupefatos. Nunca supuséramos que os trabalhos de Umbanda poderiam ter tamanha riqueza de fenômenos e envolvimento de entidades espirituais de elevados dotes morais. Aqui e ali, tudo respirava organização e disciplina, intercâmbio e respeito.







terça-feira, 12 de setembro de 2017

FLUÍDOS ESPIRITUAIS







Lembramos que Jesus Cristo, embora tivesse curado muitos daqueles que O buscavam, libertando-os de enfermidades do corpo, da mente e da alma, teve oportunidade de dizer que não viera para curar corpos e sim almas, deixando implicitamente explicado que os sofrimentos humanos têm as suas raízes no cerne do espírito imortal. Dentro da interpretação espiritual, devemos considerar, antes de tudo, que a origem das desarmonias, de qualquer espécie, permanecem ligadas à imperfeição do Espírito, das quais este ainda irá se desvincular conforme o desenrolar da sua evolução.


O dicionarista Aurélio Buarque de Holanda, ao designar a fase não sólida da matéria, propõe a seguinte definição para o termo FLUIDO: “o que corre ou se expande à maneira de um líquido ou gás”. O Espírito André Luiz, desenvolve esse conceito, aperfeiçoando-o, ao associar o termo fluido aos corpos “cujas moléculas cedem invariavelmente à mínima pressão, movendo-se entre si quando retidas por um agente de contenção ou separando-se quando entregues a si mesmas”.

Quando, no século XIX (19), cientistas como William Crookes, Roentgen e Marie Cure desvendaram o mundo dos raios, ondas e vibrações, contribuíram para que os homens passassem a considerar o Universo em que matéria e energia não passariam de estágios ou estados de uma só realidade, a expressar-se em diferentes campos energéticos, substâncias e corpos projetados no espaço infinito. A matéria, portanto, passa a ser entendida como possuindo mais estados de existência, e não somente os 3 já conhecidos (sólido, líquido e gasoso).

Segundo os Espíritos Superiores, podemos entender os fluidos como: “tudo o que se relaciona com a matéria, da mais grosseira à mais diáfana (translúcida), incluindo-se neste contexto estados que ignoramos, uma vez que ela pode ser tão etérea e sutil que nenhuma impressão nos cause aos sentidos e susceptível de combinar-se ao fluido universal, sob a ação do espírito, para produzir uma infinita variedade de coisas de que apenas conhecemos uma parte mínima”.

Léon Denis (lê-se León Dení) nos diz que essa matéria tornada imponderável, à medida que se rarefaz, adquire novas propriedades e uma capacidade de irradiação sempre crescente; torna-se, portanto, uma das formas de energia.

O homem, na sua condição de Espírito encarnado, formado por espírito – períspirito (corpo espiritual) – corpo físico, influencia e é influenciado de modo incessante, pois vivemos em um Universo onde tudo e todos interagem. Nos afinizamos com pessoas e coisas, pensamentos e substâncias, variando a cada fase evolutiva em que nos encontramos. Por isso, nós estamos o tempo todo registrando com mais intensidade o campo de energias daqueles seres de que mais precisamos para evoluir (principalmente, aqueles a que estamos ligados afetivamente).

Recebemos elementos sutis, os quais nos penetram por meio de nosso corpo espiritual. Tais elementos, fixam-se por mais ou menos tempo no campo enérgico do corpo espiritual e é assimilado por esse. Estes elementos podem ser equilibrantes e de progresso, ou fonte de estagnação e desordem, a depender da afinidade que estabelecemos pelo nosso padrão psíquico e mental.

Tão importante quanto o que se recebe, também é o que se produz e se doa. Quando o Espírito (encarnado ou desencarnado) se manifesta (pensando, agindo ou simplesmente existindo), todas as suas potências vibram, fazendo vibrar, por sua vez, o fluido cósmico universal (o princípio elementar do Universo), imprimindo neste alterações que lhe dão aspecto (forma, cor, odor), movimento e direção. Essa variação específica que o Fluido Cósmico Universal assume, por AÇÃO DOS SERES INTELIGENTES, chamamos de FLUIDOS ESPIRITUAIS.

Não apenas os Espíritos projetam irradiações. Todos os seres animados e inanimados irradiam energias não-físicas, podendo igualmente assimilá-las. Daí a expressão “magnetismo”, como a lembrar-nos da ação da Lei de Sintonia e Afinidade, a qual faz todos os seres, do ponto de vista espiritual, se comportarem como IMÃS.

Separamos algumas considerações que parecem de relevância para que todo o DOADOR DE ENERGIAS (médiuns de trabalho ou não), tenha em mente ao longo da sua tarefa socorrista, as quais se seguem.

Os FLUIDOS formam a “atmosfera psíquica” dos seres conscientes, fornecendo elementos com os quais operam pela FORÇA DO PENSAMENTO E DA VONTADE. Nessa atmosfera fluídica que envolve todos os espíritos (encarnados e desencarnados) formam-se os fenômenos perceptíveis para o espírito e não percebidos pelos sentidos materiais (visão, olfato, audição, tato). Nessa atmosfera fluídica é que se forma a Luz Espiritual que envolve cada Espírito (novamente, encarnado ou desencarnado). Ela é o veículo do pensamento do Espírito, assim como o ar é o veículo para a propagação do som.

Os ESPÍRITOS AGEM SOBRE OS FLUIDOS ESPIRITUAIS, não os manipulando como os homens manipulam os gases, mas com o auxílio do pensamento e da vontade. O PENSAMENTO E A VONTADE SÃO, PARA OS ESPÍRITOS, AQUILO QUE A MÃO É PARA O HOMEM.

Pelo PENSAMENTO os Espíritos imprimem aos FLUIDOS ESPIRITUAIS um direcionamento, uma aplicação. Eles os aglomeram, os combinam, os dispersam; formam, com esses materiais, conjuntos que tenham uma aparência, uma forma, uma cor determinada. Modificam, enfim, a propriedade destes fluidos, assim com um químico manipula determinados gases ou outros corpos, servindo-se de determinadas leis.

A ação dos espíritos sobre os fluidos espirituais tem consequências de importância direta e capital para os encarnados. Uma vez que os fluidos são o veículo do pensamento, este [o pensamento] consegue lhes alterar a qualidade, impregnando-os de elementos bons ou maus, que se irradiam dos próprios pensamentos e os fazem vibrar, modificados pela pureza dos sentimentos. Dessa forma, os maus pensamentos contaminam os fluidos espirituais, corrompendo-os. Por isso, os fluidos que rodeiam os maus espíritos, ou os que eles projetam, são viciados, enquanto aqueles fluidos que recebem a influência dos bons espíritos são tão puros quanto o permitem o grau de perfeição moral destes Guias e Protetores.

Lembro que as transformações nessa “atmosfera fluídica” que nos envolve a todos, ocorrem a todo o instante, conscientemente ou inconscientemente.

Sob o ponto de vista moral, esses fluidos podem trazer registradas as marcas dos sentimentos de ódio, inveja, rancor, ciúme, orgulho, revolta...da mesma forma como de bondade, amor, caridade, doçura, serenidade, etc. Do ponto de vista físico (sensação que podemos sentir), eles podem ser irritantes, calmantes, excitantes (no sentido de estimulantes), dulcificantes, tóxicos, reparadores, etc..

Um fator importante para compreendermos o mecanismo do tratamento espiritual pela doação dos fluidos é que devemos nos lembrar de que NOSSO CORPO ESPIRITUAL (PERÍSPIRITO) É FORMADO PELOS FLUIDOS ESPIRITUAIS. Ou seja, nosso corpo espiritual possui A MESMA NATUREZA que os FLUIDOS ESPIRITUAIS de que nos valemos no trabalho socorrista.

De acordo com as características próprias de cada indivíduo, ao longo da sua encarnação, em decorrência dos atos praticados ao longo da vida (se bons ou maus), esse corpo espiritual vai tornando-se mais sutil ou mais denso.

Em vista dessa realidade, existe uma facilidade de assimilação de fluidos por parte dos encarnados à semelhança da esponja quando se embebe de líquido.

Os fluidos se atraem ou se repelem, de acordo com sua natureza. Por isso, a incompatibilidade entre os bons e os maus fluidos.

Os fluidos agem sobre o corpo espiritual e este, por sua vez, reage sobre o organismo material com o qual está em contato, interligado por cada molécula. Se os seus eflúvios forem de boa natureza, o corpo recebe uma impressão benéfica e saudável; se forem maus, a impressão é penosa, causando sofrimento. Se os fluidos maus fixarem-se por longo tempo sobre o corpo espiritual do indivíduo, poderão desencadear doenças físicas.

A doação e aplicação de FLUIDOS ESPIRITUAIS SALUTARES, realizadas nos trabalhos socorristas (de cura ou de assistência espiritual), obtém resultados admiráveis, quando a força fluídica, aplicada ao indivíduo enfermo ou desarmonizado, caracteriza-se pela ABUNDÂNCIA, QUALIDADE E INTENSIDADE de fluidos provenientes de um (ou mais) DOADORES PORTADORES DE BONS SENTIMENTOS E AJUDADOS POR ENTIDADES ESPIRITUAIS BENFAZEJAS.

Também não podemos deixar de citar a ÁGUA com seu potencial catalizador dos FLUIDOS ESPIRITUAIS. A ÁGUA FLUIDIFICADA, ao ser ministrado ao enfermo ou qualquer um necessitado, libera no organismo espiritual deste a energia irradiante que nela foi projetada, funcionando, a semelhança de um remédio homeopático, estimulando os núcleos vitais do organismo de onde procedem os elementos produtores e regeneradores das células físicas.

O mecanismo que envolve o médium (doador) e o Guia Espiritual que o ampara no tratamento espiritual, ocorre de duas formas. Na primeira, o Espírito Mentor derrama sobre o médium os seus fluidos espirituais salutares e benéficos, potencializando os fluidos espirituais do médium, para que sejam repassados ao ser necessitado que está sendo auxiliado. Na segunda, o Espírito Mentor retira do médium determinadas energias (por exemplo, o ectoplasma, que é uma irradiação diretamente ligada ao organismo físico do médium) para manipulá-la e aplicá-la sobre o enfermo.

No entanto, para que haja as condições necessárias para o sucesso no atendimento socorrista (ABUNDÂNCIA DE FLUIDOS, QUALIDADE DOS FLUIDOS E INTENSIDADE DOS FLUIDOS, conforme já citamos), 2 fatores a serem seguidos pelos médiuns, são primordiais:

QUALIDADES MORAIS: É necessária a moralidade de conduta para sintonizar com os Benfeitores Espirituais e agregar em seu campo mediúnico a maior quantidade possível de fluidos benéficos sem deturpá-los ou corrompê-los. Um vaso impuro contamina a substância que por ele passa.

PASSIVIDADE: Passividade aqui deve ser entendida como EDUCAÇÃO MEDIÚNICA. O controle dos automatismos, para que as expressões do médium não desfigurem e interfiram no trabalho a ser desenvolvido, uma vez que sua disciplina deve ser tal que esse possa colaborar não só na doação e na irradiação dos fluidos espirituais, mas também na dispersão dos acúmulos nocivos que são retirados dos assistidos dentro do ambiente de trabalhos socorristas.

Finalizando, quero expressar que a tarefa de auxílio e socorro, realizada pelas Casas que objetivam amparar a todos os que lhes batem às portas, enseja a oportunidade de concretizar o ensino evangélico do “amai-vos uns aos outros” e aquela outra recomendação quanto à tarefa básica dos cristãos “curai...”, “ressuscitai...”, “purificai...”, conforme os apontamentos de Mateus, no seu Evangelho, capítulo 10, versículo 8. É por esse compromisso que os “Espíritos do Senhor” são atraídos para os nossos templos de luz para, juntamente com os homens, levarem adiante o plano de libertação da Terra das sombras do mal, pela ação da caridade.














sábado, 9 de setembro de 2017

SUSTENTAÇÃO DO TRABALHO ESPIRITUAL









Podemos desmembrar a composição de um trabalho espiritual, de uma maneira genérica, em alguns elementos que desenvolvem funções mais ou menos específicas. Primeiramente, temos dois conjuntos de colaboradores que operam em níveis diferentes do ambiente de trabalho, ou seja, temos os trabalhadores Desencarnados (Guias, Mentores, Protetores) e os trabalhadores Encarnados (Médiuns, Dirigentes, Auxiliares). Da mesma maneira, na parte da Assistência, temos a Assistência que é composta por Encarnados e uma Assistência que é composta por Desencarnados. Todos compartilhando do mesmo ambiente, em ambas as dimensões da vida.


Como nossa intenção é falar da atividade de sustentação, gostaria de tratar especificamente, do conjunto dos trabalhadores encarnados, o qual é constituído por:

Dirigente dos trabalhos, aquele que exerce a liderança espiritual naquela atividade;

Médiuns Ostensivos (“médiuns de trabalho”, no dizer popular, pode ser médium de incorporação, vidente, psicógrafo, etc...a depender do tipo de trabalho);

Sustentadores (também podem ser entendidos como auxiliares, assistente, participante, apoiador, ou “`médiuns” de sustentação, já numa linguagem mais específica do kardecismo);
Então, qual seria, do ponto de vista da função, a importância daqueles que servem como sustentadores do trabalho espiritual? Bom, sabemos que a função dessas pessoas é a de ajudar a SUSTENTAR os trabalhos...mas, o que seria isso?

Se recorrermos a um bom dicionário da língua portuguesa, vamos encontrar alguns significados para a palavra Sustentar (como, ter ou segurar por baixo, impedir de cair, apoiar, etc.). Mas, um desses significados é bastante adequado para a ideia de Sustentação no trabalho espiritual. Sustentar seria AMPARAR; FORNECER RECURSOS A.

Logo, aquele que figura como Sustentador é todo e qualquer pessoa que participe do ambiente do trabalho e que possa contribuir fornecendo vibrações elevadas para a formação e manutenção do campo espiritual e energético da Casa. Esta pessoa pode ser um médium de trabalho ou não, desde que NÃO ESTEJA SENDO ATUADO diretamente por uma entidade espiritual (seja na incorporação, na psicografia, ou qualquer outro fenômeno que exija a participação direta do médium).

Na Umbanda encontramos esse papel sendo desenvolvido, dentro da corrente mediúnica da casa, pelos demais médiuns que não estejam em trabalho em um momento qualquer também serve como um Sustentador.

No Kardecismo, encontramos os trabalhadores da Sustentação, geralmente sentados ao lado dos médiuns de psicofonia, nos trabalhos de desobsessão e/ou assistência espiritual, auxiliando os médiuns de psicografia e também formando a corrente necessária para os médiuns passistas.

É importantíssimo que eu ressalte que não basta somente “estar do lado” do médium, ou no ambiente de trabalho para concorrer com a manutenção vibratória e espiritual. É preciso estar numa condição própria para isso. O que na verdade é algo bastante simples e sem demais complicações. Basta, somente, que a pessoa esteja no ambiente do trabalho com o seu pensamento voltado exclusivamente para o que está acontecendo ali (ou seja, não ficar dentro do trabalho pensando no “jogo de Futebol”, nem no que vai fazer na hora que sair dali, ou demais distrações que não dizem respeito àquele momento). Manter-se em oração, mentalizando imagens positivas, saudáveis, etc. Sem forçar nada. Entregar-se àquele momento com alegria e gratidão por poder estar ali e direcionar sua atenção para o que está ocorrendo no ambiente.

Vale lembrar também que todos os recursos humanos que estão disponíveis no ambiente de trabalho são utilizados pelos Mentores de Luz, seja a pessoa médium de trabalho ou não. Eles se utilizam das emanações de energia positiva que são geradas por cada pessoa, quando estas se encontram envolvidas em pensamentos saudáveis, em oração, etc. Com o passar do tempo, é até comum que determinadas pessoas que antes só atuavam como Sustentadores passem a ter afloradas em si, expressões mediúnicas belas e ostensivas, direcionando-as para que passem a também tornarem-se médiuns de trabalho.

Neste ponto, surge mais uma pergunta. Qual a relação de importância entre o médium de trabalho e o sustentador?

O Sustentador funciona como um gerador e mantenedor do padrão das energias que devem estar disponíveis no ambiente. Quando um médium de trabalho está atuado por um Guia (na Umbanda, por exemplo) desenvolvendo um trabalho, ou mesmo numa sessão de desobsessão (Espírita) em que o médium dá passagem a um irmão sofredor, devemos saber que neste momento há um consumo muito grande da energia de ambos. As energias do Médium, assim como a do Espírito (seja ele um Mentor ou não), vão sendo consumidas (como uma vela que tivesse um pavio aceso em cada extremidade). Esse consumo da energia pode ser mais ou menos intenso a depender da capacidade de doação de energias próprias de cada médium e de cada Entidade (nem todos tem o mesmo potencial). Isso se deve ao fato da necessidade que ambos tem, médium e Entidade Espiritual, de equilibrar as suas vibrações para que o “encaixe” entre as suas irradiações possa ocorrer e assim também provocar a manifestação mediúnica (incorporação, psicofonia, psicografia, etc.).

Dessa forma, o Sustentador gera um potencial de energias que é distribuído na corrente mediúnica e é assimilado pelo campo mediúnico-vibratório dos médiuns que se encontram em trabalho, de maneira que este campo possa ser revigorado, alimentado, e a sua ligação com a Entidade Espiritual possa ocorrer durante o tempo necessário para o trabalho.

Lembramos que no caso daqueles que se encontram na Sustentação, embora não estejam em trabalho, os seus Guias e Mentores de Luz também estão atuando, mas de maneira sutil. Ao invés de atuarem envolvendo-os diretamente com a sua irradiação (conforme o caso da incorporação, psicografia, etc), o Mentor atua criando um campo de Inspiração e de Intuição para com o seu médium, permanecendo também ele (o Guia) atuando como um sustentador do ambiente, só que na dimensão espiritual.

Falando especificamente da Umbanda, as vibrações da música por meio do ritmo e da voz (as melodias e as mensagens contidas nas letras dos Pontos Cantados), geradas por aqueles que as executam de maneira concentrada e em sintonia com o trabalho, servem como um potencial gerador e sustentador da corrente mediúnica. Da mesma forma, aqueles que não se encontram cantando ou tocando, podem manter-se em prece, mentalizando coisas boas para também alimentar o trabalho dos demais.

Na sessão Espírita, os sustentadores devem agir também em sintonia com o que se desenvolve no trabalho, sem alienar-se do que está ocorrendo, mantendo-se em oração, mentalizando imagens positivas, etc.

Já pensou se aquelas pessoas que assistiam ao Chico Xavier ficassem mais interessadas em ver a marca da assinatura da psicografia e o conteúdo da mensagem do que em orar para que ele tivesse sucesso no atendimento daquela multidão que o buscava, sedenta de consolo e esperança?

Já pensou se estivéssemos no trabalho mais interessados estivesse ali para resolver um problema particular nosso do que o atendimento daqueles que buscam o Templo Sagrado pedindo um lenitivo para as suas dores e aflições?

Eles teriam muito trabalho para conseguir vencer as resistências vibratórias impostas por aqueles que deveriam estar ao seu lado para ajudá-los (ao médium e principalmente aos Mentores de Luz que confiam em nós), o que colocaria em sério risco as tarefas de atendimento e consolação, com as quais nos vinculamos, seja nas Leis de Umbanda ou nos princípios da Doutrina Espírita.

Por isso a necessidade de SUSTENTARMOS (olha a palavra aí, de novo) uma postura digna e condizente com o caminho que escolhemos, por vontade própria, trilhar nessa jornada espiritual de evolução e busca de iluminação para nós mesmos e para todos que nos cercam. E devemos fazer isso vigiando constantemente, em nossas vidas, as nossas palavras e atitudes. Tratando especificamente do ambiente de trabalho espiritual, essa atenção precisa ser redobrada, pois necessitamos ter uma conversação digna e uma postura coerente com o local em que nos encontramos, em respeito a todos que compartilham do mesmo ambiente conosco e, principalmente, em respeito àqueles que batem em nossas portas em busca de alívio e socorro.









quarta-feira, 6 de setembro de 2017

ESPÍRITOS SOCORRISTAS : O QUE SÃO ?











Muitos irmãos já ouviram falar em espíritos socorristas. Mas quem são exatamente e qual a função desses espíritos?

Os espíritos socorristas são aqueles que buscam os irmãos desencarnados que já têm condições de serem levados a hospitais espirituais ou colônias de refazimento e também atuam no alívio dos irmãos desencarnados mais rebeldes, que não percebem sua presença, mas que não deixam de receber suas vibrações positivas de paz.

Em uma Sessão de Passe e Irradiação, por exemplo, há numerosos grupos espirituais que atuam no astral e no plano terrestre, dentro dos templos. Há os espíritos que organizam o trabalho utilizando o fluido dos médiuns cuidando de espíritos feridos, fazendo curativos, limpando feridas, cuidando de espíritos mentalmente enfermos, espíritos que estão confusos e outros que ainda pensam que estão encarnados e estão ligados aos bens materiais que deixaram na terra.

Ao ser levado à corrente, recebendo o que chamamos de choque anímico, o espírito necessitado passa por um momento de lucidez que pode direcioná-lo para o início de uma nova etapa no mundo espiritual. Percebe a presença dos enfermeiros espirituais que os encaminham às instituições de tratamentos no plano espiritual.


De acordo com os quadros que são dados, o espírito que já foi assistido na corrente magnética e encaminhado às instituições, pode às vezes ser trazido novamente para passar pelo tratamento através da corrente, recebendo assim o fluido de ectoplasma que necessita para a sua melhora espiritual.















domingo, 3 de setembro de 2017

AS FONTES ENERGÉTICAS NA UMBANDA






Muitas pessoas necessitam, ainda, de algo que funcione como muletas psicológicas, a fim de desenvolverem seu potencial. Mas na Umbanda o que acontece é bem diferente, o altar ou “Congá”, os objetos de culto e todo o simbolismo são utilizados visando compor o que as entidades chamam de “bateria magnética”, uma espécie de bateria psíquica que concentra as energias para as tarefas a serem realizadas.

A Umbanda, como já vimos, lida com fluidos, às vezes, muito pesados, com magnetismo elementar e uma grande quantidade de pessoas que vem em busca de recursos e devido à falta de informação não conseguem compreender seu verdadeiro objetivo.

O “Congá” é uma verdadeira concentração de energia, pois todos concentram nele seus pensamentos, suas orações, suas criações mentais mais sutis. Então quando os mentores espirituais precisam de uma cota de energia maior para a realização de determinadas atividades, recorrem a esse “depósito de energia”, mas o congá é também um imenso reservatório de ectoplasma, força nervosa grandemente utilizada devido à natureza dos trabalhos.

Os cânticos ou “pontos cantados” também têm um profundo significado dentro dos rituais da Umbanda, usados não só para a invocação dos “guias”, ou mentores espirituais, e para a identificação dos mesmos quando estes se manifestam, servem também como condensadores de energia, é uma espécie de mantra, palavras consagradas por seu alto potencial de captação energética, e de acordo com o ponto cantado, uma imensa quantidade de energia vai se formando e se aglutinando na psicosfera ambiente, energia esta, que depois é absorvida pela aura dos que ali se encontram, além de se agregarem em torno do congá.

Seguindo o mesmo processo, também temos os chamados “banhos de descarrego”, tão receitados pelas entidades, sabemos bem do poder das ervas e de seu magnetismo, que quando utilizados adequadamente podem operar verdadeiros prodígios, gerando equilíbrio e harmonia. As plantas guardam, em seu estado de evolução, muita energia e vitalidade, os raios que são absorvidos do sol no processo da fotossíntese, formam uma aura particular em cada família do reino vegetal, que se associa ao próprio quimismo da planta, que quando são colocadas em infusão transmitem à água todo o seu potencial energético, curador e reconstituinte. Quando o adepto toma o banho com a mistura de determinadas ervas, todo o magnetismo que ali está associado provoca em alguns casos, um choque energético ou uma reconstituição das camadas mais externas de sua aura. Na verdade, isso não tem nada a ver com o misticismo, é puramente científico. Sob a influencia abençoada das ervas, muitos benefícios tem sido alcançados por inúmeras pessoas. Na atualidade, muitos cientistas deram sua contribuição com a descoberta dos florais, que obedecem ao mesmo princípio terapêutico dos chás e banhos de ervas.

Nas defumações, empregadas na Umbanda, o princípio é o mesmo, mas em lugar de empregar as ervas em infusão, elas são queimadas, e na queima, suas propriedades terapêuticas são transmitidas e utilizadas de forma energicamente pura, ou seja, o fogo, a combustão, transforma a matéria em energia, isto é a lei da física, e quando determinada erva é queimada, sua parte fluídica ou etérea se concentra aliando-se ao seu potencial próprio, o potencial da parte física que se transforma em energia no momento da combustão, o produto obtido aí, aliado ao fluido energético dos espíritos que sabem manipular tais recursos, são de eficácia comprovada em casos de parasitismos, simbioses e larvas astrais, que são literalmente arrancados de seus hospedeiros encarnados. Neste caso, também não se trata de misticismo, mas de puro conhecimento de certas propriedades dos elementos vegetais, animais e minerais a serviço do bem.


Podemos observar que todas essas energias são utilizadas para desestruturar as criações mentais inferiores que se encontram nas auras dos adeptos. Mas para muitos, tudo isso significa apenas uma forma de adorar ou de se prestar culto às forças da natureza, ou um elo de ligação e união com os guias e mentores espirituais, e é por isso que os umbandistas têm a necessidade de cada vez mais se esclarecer sobre as questões de sua religião para compreenderem as leis que regem as atividades da espiritualidade e para não continuarem na ignorância do que ocorre transformando tudo em misticismo.