Com o tempo, a prática e
uma boa orientação, essa dúvida costuma desaparecer. Mas se o médium não se
conhece e não conhece os próprios pensamentos, a chance de interferir no
trabalho do Guia permanece. Claro que as informações do nosso mental, nossa
língua, nossos conhecimentos e nosso vocabulário são utilizados pelos espíritos
que dão consulta através de nós. É muito mais difícil para o médium
semiconsciente passar uma informação totalmente nova e sem precedentes, do que
o Guia falar sobre algo que o médium já leu, estudou, ou ouviu. Mesmo assim,
nossas opiniões, julgamentos e pensamentos não podem interferir.
Um dos caminhos para
entender o seu papel e reconhecer a atuação dos Guias é saber observar os
pensamentos e silenciar a mente.
Isso significa que devemos
ouvir nossa mente. Como? Silenciando. No meio do turbilhão de atividades e
ocupações de um dia, dificilmente nos damos conta sobre o que estamos pensando.
Observar os pensamentos é parar, silenciar e prestar atenção ao que passa na
mente. São dezenas de pensamentos em poucos minutos. Perceba quais são
repetitivos, quais podem ser colocados no papel e esquecidos, quais são realmente
importantes naquele momento. Conheça o funcionamento de sua mente.
Se estamos o tempo todo
preocupados, analisando as situações, julgando o próximo, fazendo planos,
remoendo o passado, nunca estamos realmente vivendo a situação presente.
Estar no presente é
estarmos plenos, totalmente conectados com o que estamos fazendo agora. Um
exercício é fazer uma atividade rotineira, como tomar banho, sem pensar em mais
nada além do que você está fazendo naquele momento.
Preste atenção no
sabonete, no seu corpo, nos movimentos dos dedos ao lavar os cabelos, nas
sensações de cada toque ou de água caindo. Parece simples, mas nesses poucos
minutos, vários outros pensamentos virão à mente. Preste atenção neles, como um
observador.
Imagine um médium
incorporado. Enquanto o Guia trabalha e dá consulta, o médium observa o que
está acontecendo ao redor, pensa sobre o que o consulente está falando, lembra
das situações semelhantes, julga o comportamento ou os fatos apresentados, isso
se não tenta adivinhar qual o melhor conselho a dar. Impossível? Não.
Acreditem, isso acontece. Se você consegue ser um observador dos próprios
pensamentos, muito mais facilmente conseguirá ser um observador durante o
trabalho mediúnico.
"Só quando mantém a
calma e o silêncio em seu interior é que você pode alcançar a região de calma e
silêncio em que vivem as pedras, as plantas e os animais. Só quando o barulho
de sua mente silencia, você se torna capaz de ligar-se à natureza num nível
profundo e ultrapassar a sensação de separação causada pelo excesso de
pensamento. Na calma e no silêncio há uma dimensão adicional de conhecimento e
de percepção que fica além do pensamento".
Ao ler isso, não penso só
na possibilidade de acessar outras dimensões de conhecimento e percepção,
outras dimensões sensoriais. Mas leio "natureza" como Tronos da Vida,
como nossos amados Pais e Mães Orixás, e vejo essa real possibilidade de uma
maior conexão com essas Forças e Poderes espirituais quando estamos silenciosos
e vivendo o momento presente. Tente pedir ajuda a sua família espiritual. Tendo
sua mente calma e tranquila, muito mais facilmente receberá uma intuição ou
sentirá a resposta dentro de si. "Deus, nossos Orixás e Guias sempre nos
alcançam no silêncio de nossos corações".
Encontre esse lugar de
calma e silêncio dentro de sua própria mente. Observe seus pensamentos.
Conheça-os profundamente. Assim não haverá dúvidas sobre quem é você e quem são
os seus Guias.
Texto escrito por Marina
B. Nagel
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