segunda-feira, 29 de outubro de 2018

DISCIPLINA E RESPONSABILIDADE NA ATUAÇÃO MEDIÚNICA









Recapitulamos aqui as noções de responsabilidade que devem nortear o médium para o bom exercício de suas faculdades psíquicas. Em nossos estudos , até aqui, temos analisado a importância de aspectos como o estudo, a meditação, o compromisso e a vivência evangélica, como fatores decorrentes da conscientização de nosso papel de instrumentos da Espiritualidade. Tudo isso nos remete à necessidade de se estabelecer uma disciplina no sentido de fortalecermos a responsabilidade frente aos serviços mediúnicos que abraçamos e sobretudo em nossas atividades rotineiras, fora da Casa Espírita.

Como sabemos, somos médiuns 24 horas ao dia e, como tal, é imperioso desenvolvermos e acalentarmos princípios éticos que nos vão conduzir à prática da mediunidade com Jesus.

Não basta apenas sermos capazes de produzir fenômenos – é preciso sermos cada vez mais bons instrumentos a serviço dos Espíritos Superiores. No prefácio do livro “Nos domínios da mediunidade”, o guia espiritual Emmanuel fala sobre a necessidade de asilarmos o Cristo no coração e na consciência, sob pena de ficarmos desorientados ao toque dos fenômenos. Segundo ele, “sem noção de responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os Cimos da Vida”. Se nossa real intenção é a de sermos bons médiuns, importa entendermos com clareza as noções de responsabilidade e disciplina.

Longe de divisar, para o medianeiro, falsas ideias de missões de avultada transcendência – somos, ainda, médiuns de prova, certo? –, a responsabilidade de que falamos deve fazer reconhecermo-nos “humildes portadores de tarefas comuns, conquanto graves e importantes como as de qualquer outra pessoa”. Isto é o que nos diz André Luiz, em “Conduta espírita”, acrescentando que “o seareiro do Cristo é sempre servo, e servo do amor”. Nesse aspecto, é de grande relevância a necessidade de auto evangelização: sem a vivência evangélica, aprendendo e praticando as lições de doação abnegada deixadas por Jesus, nossa atuação medianímica será como a de uma máquina que ao primeiro sinal de esgotamento será substituída.

Tratamos como seres tão carentes como nós mesmos – na verdade, somos até mais necessitados, uma vez que os Espíritos sofredores que ajudamos a atender vêm nos auxiliar em nosso trabalho de aperfeiçoamento, a dizer-nos com seus exemplos que é preciso transformarmo-nos para melhor. Temos, pois, necessidades a considerar e a primeira delas, conforme Emmanuel, em “O Consolador”, é a de evangelizarmo-nos a nós mesmos antes de nos entregarmos às grandes tarefas doutrinárias, quais as reuniões mediúnicas. Porque de outro modo, pondera o nobre Espírito, poderemos nos esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de nossa missão.

Vivência evangélica e moralidade

Bem se vê – pelo que se disse mais atrás – que tal vivência implica no cultivo da moralidade, pois pouco nos adianta conhecer a fundo o texto evangélico e nos comportarmos como os “sepulcros caiados” que o Cristo criticou há dois mil anos, porquanto irrepreensíveis na aparência e conspurcados na intimidade... “O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo, reforça-nos Emmanuel.

Tal inimigo, diz o Mentor, apresenta-se frequentemente como o personalismo, a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento de nossos deveres à luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro, nos conduzem à invigilância, à leviandade e à confusão dos campos produtivos.
Mas há meio de nos safarmos: “Contra esse inimigo é preciso movimentar as energias íntimas pelo estudo, pelo cultivo da humildade, pela boa vontade, com o melhor esforço de auto educação, à claridade do Evangelho”.

No capítulo XVI de “O livro dos médiuns”, Allan Kardec, devidamente assessorado pelos Espíritos Superiores, tece considerações acerca dos bons médiuns, classificando-os como sérios, modestos, devotados e seguros. Assim como podemos encontrar todas essas características em um só medianeiro, é possível também só observarmos algumas delas, em se tratando daqueles militantes nas hostes espíritas.

O Codificador, porém, traça aqueles caracteres hierarquicamente, ponto o aspecto da seriedade no início da escala. Para Kardec, os médiuns sérios, pois, são “os que não se servem de sua faculdade senão para o bem e para as coisas verdadeiramente úteis; creem profana-la fazendo-a servir à satisfação de curiosos e de indiferentes, ou para futilidades”.

Entendemos que alguém nessas condições estará apto à modéstia, à devoção à causa abraçada e principalmente à segurança no exercício de suas faculdades medianímicas.

De modo que “além da facilidade de execução”, pondera o Codificador, “merecem plena confiança, por seu próprio caráter, a natureza elevada dos Espíritos que os assistem, e que são menos expostos a serem enganados”.
Assim, convém estarmos atentos ao trabalho disciplinado e responsável, conscientes de que, como nos alertam os Emissários do Cristo em O Livro dos Espíritos, “não fazer o bem já é fazer o mal”.









quinta-feira, 18 de outubro de 2018

MEDIUNIDADE PACÍFICA OU PERTUBADORA






Pergunta: - Por que a mediunidade não se manifesta só de modo pacífico, qual graça decorrente da evolução humana? Em geral, ela eclode nas criaturas produzindo-lhes distúrbios mentais ou perturbando-lhes o próprio organismo físico. É justo tal acontecimento?


Ramatís: - Só a mediunidade saudável e natural, que é fruto do maior apuro espiritual da alma, revela-se de modo sereno e em suave espontaneidade, como um dom inato e sem produzir quaisquer sensações desagradáveis no ser. Entretanto, caso se trate de uma "concessão" provisória feita pela Administração Sideral, isto é, a "mediunidade de prova", como decorrência de uma hipersensibilidade prematura despertada excepcionalmente pelos técnicos do mundo astral com o fito de favorecer aos espíritos muito endividados, a sua recuperação espiritual pregressa, o seu despertamento, é em geral sujeito a várias circunstâncias desagradáveis.

Durante o período de florescimento da mediunidade, a maior ou menor perturbação psíquica ou orgânica do médium também depende muitíssimo do tipo de suas amizades espirituais e do seu modo de vida no mundo material. As alegrias, os sofrimentos ou as tristezas que o tomam de súbito também decorrem do tipo das aproximações do Invisível, que se sintonizam perfeitamente aos seus pensamentos e sentimentos manifestos.

A tarefa mediúnica não compreende somente a função mecânica de o médium transmitir as comunicações dos espíritos desencarnados para o cenário terrícola, atendendo à prosaica função de "ponte viva" entre o mundo material e o Além. Ela requer também que os seus medianeiros vivam existência digna e operosa na carne, afim de lograrem sintonia com espíritos sublimes e responsáveis pela redenção do homem. Toda imprudência, desleixo, rebeldia, má vontade ou paixão viciosa por parte dos médiuns em prova, no mundo físico, geram toda sorte de distúrbios psíquicos e mesmo sofrimentos físicos incontroláveis que, devido a isso, tornam o desenvolvimento mediúnico um processo torturante.

É muito comum a maioria dos médiuns iniciarem o seu despertamento mediúnico sob a atuação dos espíritos sofredores, imperfeitos ou obsessores, que, aproveitando-se da "porta mediúnica" aberta para a fenomenologia do mundo físico, atiram-se à satisfação dos seus objetivos impuros e cruéis. Desde que o médium invigilante e desregrado ainda esteja comprometido por dificultoso resgate cármico, ele então se converte no instrumento favorável para o vampirismo dos desencarnados, que se debruçam avidamente sobre o mundo material. A mediunidade, num sentido geral, só desperta nos homens pela ação do sofrimento, que lhes afeta a carne e o psiquismo para depois amainar sob um desenvolvimento ordeiro, nos ambientes evangélicos, dirigidos por elementos experimentados.

Só então é que o médium neófito e perturbado pouco a pouco se ajusta à sua tarefa incomum e assume o controle psíquico de seu corpo, enquanto procura sintonizar-se vibratoriamente com o espírito guia e benfeitor, que deverá protegê-lo na sua tarefa de intercâmbio com o mundo invisível






Trecho do livro "Mediunismo" - Ramatís, psicografia de Hercílio Maes. Editora do Conhecimento.






quarta-feira, 10 de outubro de 2018

OS ESPÍRITOS NÃO RESOLVEM SEUS PROBLEMAS








Muita gente procura o centro espírita em busca de uma conversa direta com os guias espirituais. Talvez acreditem que, se tiverem oportunidade de conversar, chorar suas mágoas e defender suas ideias de autopiedade, os espíritos se mobilizarão para auxiliá-los e destrinchar suas dificuldades com toda a urgência e facilidade. Meu Deus, como muitos amigos(as) estão equivocados! Espírito nenhum resolve problemas de ninguém. Esse definitivamente não é o objetivo nem o papel dos espíritos, meu filho(a). Se porventura você está em busca de uma solução simples e repentina para seus dramas e desafios, saiba que os espíritos desconhecem quimera capaz de cumprir esse intento.

No espiritismo, não se traz o amor de volta; ensina-se a amar mais e valorizar a vida, os sentimentos e as emoções, sem pretender controlar os sentimentos alheios ou transformar o outro em fantoche de nossas emoções desajustadas.
Os espíritos não estão aí para “desmanchar trabalhos” ou feitiçarias; é dever de cada um renovar os próprios pensamentos, procurar auxílio terapêutico para educar as emoções e aprender a viver com maior qualidade.

Até o momento, não encontramos uma varinha mágica ou uma lâmpada maravilhosa com um gênio que possa satisfazer anseios e desejos, resolvendo as questões de meus filhos(as). O máximo que podemos fazer é apontar certos caminhos e incentivar meus filhos(as) a caminhar e desenvolver, seguindo a rota do amor.

Não adianta falar com as entidades e os guias ou procurar o auxílio dos orixás, como muitos acreditam, pois tanto a solução como a gênese de todos os problemas está dentro de você, meu filho. Ao menos no espiritismo, a função dos espíritos é maior do que satisfazer caprichos e necessidades imediatas daqueles que concentram sua visão nas coisas do mundo. Não podemos perder nosso tempo com lamentações intermináveis nem com pranto que não produza renovação. Nosso campo de trabalho é a intimidade do ser humano, e a cientização de sua capacidade de trabalhar e investir no lado bom de todas as coisas. Nada mais.

Tem gente por aí se deixando levar pelas aparências de espiritualidade. A grande multidão ainda não despertou para as verdades espirituais e acha-se com os sentidos embriagados e as crenças arraigadas em formas mesquinhas e irreais de viver a vida espiritual. Persegue soluções que lhe sejam favoráveis, e, em geral, tais soluções dizem respeito a questões emocionais ou materiais que meus filhos(as) não se sentiram capazes de superar. Ah! Como se enganam quanto à realidade do espírito.

O aprendizado da vida é longo, amplo e exige um esforço mental de tais proporções que não torna fácil romper com os velhos hábitos de barganhas espirituais aprendidos com as religiões do passado.

Fazem-se promessas, cumprem-se rituais na esperança de que os espíritos ou Deus concedam-lhes um favor qualquer em troca de seus esforços externos, que presumem sobrepor-se aos valores internos. Pensamentos assim resultam de uma educação religiosa deficiente e advêm de hábitos seculares que perduram nos dias atuais e carecem de uma análise mais profunda. Os indivíduos que agem com base nessas premissas evitam reconhecer sua responsabilidade nos acontecimentos que os atingem e pensam enganar a Deus com seu jeito leviano e irresponsável de tratar as questões espirituais. Fatalmente se decepcionam ao constatar que aquilo que queriam não se realizou e que as focas sublimes da vida não se dobraram aos seus caprichos pessoais.

Os problemas apresentados pela vida têm endereço certo, e não há como transferi-los para os espíritos resolverem. Se determinada luta ou dificuldade chega até você, compete a você vencê-la. Na sede de se livrar do processo educativo ministrado pela vida, meus filhos(as) esperam que , os espíritos, possam  isentá-los de seus desafios. Isso é irreal.

Não detêm o poder de transferir de endereço a receita de reeducação que vem para cada um. Nenhum espírito minimamente esclarecido poderá prometer esse tipo de coisa sem comprometer o aprendizado individual. Foram chamados pelo Pai para auxiliar meus filhos(as) apontando o caminho ou a direção mais provável para alcançarem êxito na construção de sua felicidade.

Vejam como exemplo a atuação do próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. Mesmo matando a sede e a fome de multidões, ele não arranjou emprego para ninguém. Curou e restabeleceu a saúde de muitos que nele acreditaram, mas não libertou ninguém das consequências de seus atos e escolhas.

Sabendo das dificuldades sociais da época, não tentou resolver questões que somente poderiam ser transpostas com o tempo e o amadurecimento daquele povo. Em momento algum o vimos a prescrever fórmulas para dar fim a desavenças de ordem familiar, socioeconômica nem tampouco emocional, recomendando meios de trazer o marido de volta ou fazer a pessoa amada retornar aos braços de quem deseja. Uma vez que ele é o Senhor de todos os espíritos e não promoveu coisas nesse nível, como podemos nós, seus seguidores, sequer cogitar realizá-las?

O que podemos deduzir das atitudes de Nosso Senhor, meus filhos(as), é que, se ele não se dispôs a realizar tais demandas, que na época certamente existiam, é porque a natureza de seu trabalho era outra. Mesmo debelando os males, prestando o socorro que podia, ele não eximiu a população de enfrentar seus desafios.

Quem recebeu o pão voltou a ter fome e inevitavelmente teve de trabalhar para suprir as próprias necessidades; quem foi curado teve de aprender a valorizar a própria vida, pois outras enfermidades viriam mais tarde; quem Jesus ressuscitou dos mortos desencarnou mais adiante. Em suma, o processo de reeducação a que conduzem os embates da vida é tarefa de cada um. Cristo Nosso Senhor apenas indicou a direção, mas cabe a cada seguidor palmilhar o caminho com suas próprias pernas, avançando com passos seguros e resolutos em seu aprendizado.

Através desse raciocínio, meu filho(a), você poderá compreender a razão pela qual não há proveito em recorrer aos espíritos para livrá-lo do sofrimento ou isentá-lo de dificuldades. Esse é o caminho do crescimento na Terra, e não há como fugir às próprias responsabilidades ou transferir o destino das tribulações. A dívida acorda sempre com o devedor, não há como se furtar a essa realidade.



Capítulo do livro Alforria pelo espírito Pai João








quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O BOM PERFUME








Como se faz um bom perfume?

Vamos tentar responder dentro de meu pouco conhecimento sobre isso... penso eu, pela mistura de essências aromáticas (óleos essenciais), álcool e água que vai resultar um produto de aroma agradável, para uso pessoal ou então para ser aplicado a um ambiente.

Se isolarmos esses componentes o resultado seria o mesmo?

Não, o álcool tem suas propriedades e utilidades, assim como as essências e a água, porém, isoladamente, nenhum deles consegue produzir o resultado final daquela mistura não é?

E se mudarmos os tipos de óleos e essências, haveria outros resultados?

Sim, porque cada essência contribui com um toque especial para a obtenção do perfume, dependendo de uma escala de evaporação, há, por exemplos, os toques amadeirados, os cítricos, os florais.



Alguns óleos essenciais entram ainda como fixadores porque têm as chamadas notas básicas ou de maior duração, servindo de base para a fixação das demais essências.

O mesmo se pode dizer em relação à qualidade do álcool e da água utilizados na preparação, pois sua variação vai interferir na qualidade do produto final.

Em resumo, um bom perfume depende da qualidade específica de cada “ingrediente” utilizado e do conhecimento técnico daquele que faz o preparo.

''Numa corrente mediúnica é a mesma coisa!''

A corrente se compõe de médiuns, cada um com características particulares,  alguns se assemelham e procuram estar juntos, seriam talvez, do grupo “óleos essenciais”, ou quem sabe do grupo “álcool”, ou do grupo “água”. Porém, cada um, não importa a “classificação”, vai dar sua contribuição particular para o resultado final: uma corrente mediúnica equilibrada em ação.

Mas, mudando um pouco as coisas, e se acontecer uma “rebelião”? E se os “médiuns-óleos essenciais” resolverem agir como “álcool”, ou então como “água”? E se estes últimos também resolverem agir como outra coisa que não seja da sua natureza? E se nenhum deles souber exatamente quem é, quais são as suas aptidões, nem para quê foi chamado ali? O que vai acontecer?

No mínimo, aquele “laboratório” vai virar uma grande bagunça, e muito “material” ficará sem uma destinação inteligente, perdido... Nem “perfume”, nem “ingredientes”...

Parece bobagem minha, mas é o que muitas vezes ocorre no campo mediúnico― e “nas melhores famílias”, nos Terreiros mais bem intencionados e organizados,  porque as orientações dos guias e do dirigente da casa, por mais claras que sejam, estão sujeitas a “interpretações” da parte dos membros da corrente mediúnica e não se pode prever nem controlar o que anda na cabeça dos outros, pois cada um entende as coisas ao seu modo,dentro de suas limitações.



Acontece que cada membro da corrente é responsável por seus atos (inclusive pensamentos,emoções e atitudes).

Isso quer dizer que cada um de nós, membros de um trabalho espiritual, precisa olhar dentro de si e ver, em primeiro lugar, onde e como se “classifica”: que tipo de “ingrediente” tem sido, como tem contribuído para o resultado final (o objetivo do grupo), e onde e como pode melhorar seu desempenho.

Cada um de nós precisa se perguntar, basicamente: “Que tipo de pessoa eu sou, quais são minhas aptidões e minhas deficiências?”; “Como eu me preparo interiormente para uma tarefa (no campo material e no espiritual)?”; “Estou aqui, por uma escolha consciente, ou vim por medo, ou porque alguém pediu, alguém disse que eu deveria frequentar um terreiro que me sentisse bem? “Aceito a tarefa que me foi designada, ou minha real vontade é estar no lugar de outro?”; “Como reajo diante de circunstâncias inesperadas; como recebo uma crítica; como recebo um elogio?”; “Preciso de elogios constantes para trabalhar, ou encontro satisfação pelo resultado final do trabalho de grupo.

Em resumo, cada um de nós, médiuns de corrente, precisa se conhecer, cuidar de si mesmo e se aprimorar, para definir objetivos e fazer escolhas conscientes. Só assim a nossa participação nos trabalhos espirituais será proveitosa para o nosso crescimento e para o nosso aprendizado, e só a partir desse crescimento e aprendizado pessoal é que poderemos prestar auxílio aos outros.

Se não cuidarmos da qualidade das nossas energias, como será possível doarmos algo de bom aos outros na hora do passe ou do auxílio em algum trabalho interno em nossa casa?

Tudo isso dá trabalho: exige humildade, determinação, vontade firme, perseverança, paciência, autoestima, autoconfiança, capacidade de doação, paciência com o pai de santo...

Mas, como tudo na vida, é uma tarefa a ser cumprida aos poucos, dia após dia, sem pressa, sem atropelos, cada um respeitando o próprio tempo, suas necessidades e limites, sua natureza íntima. Quem é “óleo essencial” só poderá contribuir como tal; e isto vale também para quem é “álcool” e para quem é “água”.
Não adianta querer ser ou parecer outra coisa...

E o mais bonito de tudo, no final das contas, é que juntos nós vamos produzir “um perfume” único e inconfundível, que irá envolver a todos, tornando a nossa vida diária um tanto mais bela e agradável, além de poder ser levado a outras pessoas, pelo simples toque de uma brisa, ou por uma gotinha distribuída aqui e acolá...

Enfim, essa “experiência” vai valer a pena!

É algo que enriquece nosso “currículo”! E que leva outras tantas pessoas a buscarem também uma atividade que as satisfaça; incentivando em todos nós o firme propósito de nos tornamos bons “ingredientes” nas mãos sábias da nossa doutrina, este grande livro onde todos nós podemos aprender e, ao mesmo tempo, ajudar á escrever.

Que estejamos de mente e coração abertos no sentido de sermos úteis em nossa caminhada dentro de nossa religião,lembrando sempre que: “Sempre fica um pouco de perfume nas mãos de quem oferece rosas”...