Pergunta: - Por que a
mediunidade não se manifesta só de modo pacífico, qual graça decorrente da
evolução humana? Em geral, ela eclode nas criaturas produzindo-lhes distúrbios
mentais ou perturbando-lhes o próprio organismo físico. É justo tal
acontecimento?
Ramatís: - Só a
mediunidade saudável e natural, que é fruto do maior apuro espiritual da alma,
revela-se de modo sereno e em suave espontaneidade, como um dom inato e sem
produzir quaisquer sensações desagradáveis no ser. Entretanto, caso se trate de
uma "concessão" provisória feita pela Administração Sideral, isto é,
a "mediunidade de prova", como decorrência de uma hipersensibilidade
prematura despertada excepcionalmente pelos técnicos do mundo astral com o fito
de favorecer aos espíritos muito endividados, a sua recuperação espiritual
pregressa, o seu despertamento, é em geral sujeito a várias circunstâncias
desagradáveis.
Durante o período de
florescimento da mediunidade, a maior ou menor perturbação psíquica ou orgânica
do médium também depende muitíssimo do tipo de suas amizades espirituais e do
seu modo de vida no mundo material. As alegrias, os sofrimentos ou as tristezas
que o tomam de súbito também decorrem do tipo das aproximações do Invisível,
que se sintonizam perfeitamente aos seus pensamentos e sentimentos manifestos.
A tarefa mediúnica não
compreende somente a função mecânica de o médium transmitir as comunicações dos
espíritos desencarnados para o cenário terrícola, atendendo à prosaica função
de "ponte viva" entre o mundo material e o Além. Ela requer também
que os seus medianeiros vivam existência digna e operosa na carne, afim de
lograrem sintonia com espíritos sublimes e responsáveis pela redenção do homem.
Toda imprudência, desleixo, rebeldia, má vontade ou paixão viciosa por parte
dos médiuns em prova, no mundo físico, geram toda sorte de distúrbios psíquicos
e mesmo sofrimentos físicos incontroláveis que, devido a isso, tornam o
desenvolvimento mediúnico um processo torturante.
É muito comum a maioria
dos médiuns iniciarem o seu despertamento mediúnico sob a atuação dos espíritos
sofredores, imperfeitos ou obsessores, que, aproveitando-se da "porta
mediúnica" aberta para a fenomenologia do mundo físico, atiram-se à
satisfação dos seus objetivos impuros e cruéis. Desde que o médium invigilante
e desregrado ainda esteja comprometido por dificultoso resgate cármico, ele
então se converte no instrumento favorável para o vampirismo dos desencarnados,
que se debruçam avidamente sobre o mundo material. A mediunidade, num sentido
geral, só desperta nos homens pela ação do sofrimento, que lhes afeta a carne e
o psiquismo para depois amainar sob um desenvolvimento ordeiro, nos ambientes
evangélicos, dirigidos por elementos experimentados.
Só então é que o médium
neófito e perturbado pouco a pouco se ajusta à sua tarefa incomum e assume o
controle psíquico de seu corpo, enquanto procura sintonizar-se vibratoriamente
com o espírito guia e benfeitor, que deverá protegê-lo na sua tarefa de
intercâmbio com o mundo invisível
Trecho do livro
"Mediunismo" - Ramatís, psicografia de Hercílio Maes. Editora do
Conhecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário