Como se faz um bom
perfume?
Vamos tentar responder
dentro de meu pouco conhecimento sobre isso... penso eu, pela mistura de
essências aromáticas (óleos essenciais), álcool e água que vai resultar um
produto de aroma agradável, para uso pessoal ou então para ser aplicado a um
ambiente.
Se isolarmos esses
componentes o resultado seria o mesmo?
Não, o álcool tem suas
propriedades e utilidades, assim como as essências e a água, porém,
isoladamente, nenhum deles consegue produzir o resultado final daquela mistura não
é?
E se mudarmos os tipos de
óleos e essências, haveria outros resultados?
Sim, porque cada essência
contribui com um toque especial para a obtenção do perfume, dependendo de uma
escala de evaporação, há, por exemplos, os toques amadeirados, os cítricos, os
florais.
Alguns óleos essenciais
entram ainda como fixadores porque têm as chamadas notas básicas ou de maior
duração, servindo de base para a fixação das demais essências.
O mesmo se pode dizer em
relação à qualidade do álcool e da água utilizados na preparação, pois sua
variação vai interferir na qualidade do produto final.
Em resumo, um bom perfume
depende da qualidade específica de cada “ingrediente” utilizado e do
conhecimento técnico daquele que faz o preparo.
''Numa corrente mediúnica
é a mesma coisa!''
A corrente se compõe de
médiuns, cada um com características particulares, alguns se assemelham e procuram estar juntos,
seriam talvez, do grupo “óleos essenciais”, ou quem sabe do grupo “álcool”, ou
do grupo “água”. Porém, cada um, não importa a “classificação”, vai dar sua
contribuição particular para o resultado final: uma corrente mediúnica
equilibrada em ação.
Mas, mudando um pouco as
coisas, e se acontecer uma “rebelião”? E se os “médiuns-óleos essenciais”
resolverem agir como “álcool”, ou então como “água”? E se estes últimos também
resolverem agir como outra coisa que não seja da sua natureza? E se nenhum
deles souber exatamente quem é, quais são as suas aptidões, nem para quê foi
chamado ali? O que vai acontecer?
No mínimo, aquele
“laboratório” vai virar uma grande bagunça, e muito “material” ficará sem uma
destinação inteligente, perdido... Nem “perfume”, nem “ingredientes”...
Parece bobagem minha, mas
é o que muitas vezes ocorre no campo mediúnico― e “nas melhores famílias”, nos
Terreiros mais bem intencionados e organizados,
porque as orientações dos guias e do dirigente da casa, por mais claras
que sejam, estão sujeitas a “interpretações” da parte dos membros da corrente
mediúnica e não se pode prever nem controlar o que anda na cabeça dos outros,
pois cada um entende as coisas ao seu modo,dentro de suas limitações.
Acontece que cada membro
da corrente é responsável por seus atos (inclusive pensamentos,emoções e
atitudes).
Isso quer dizer que cada
um de nós, membros de um trabalho espiritual, precisa olhar dentro de si e ver,
em primeiro lugar, onde e como se “classifica”: que tipo de “ingrediente” tem
sido, como tem contribuído para o resultado final (o objetivo do grupo), e onde
e como pode melhorar seu desempenho.
Cada um de nós precisa se
perguntar, basicamente: “Que tipo de pessoa eu sou, quais são minhas aptidões e
minhas deficiências?”; “Como eu me preparo interiormente para uma tarefa (no
campo material e no espiritual)?”; “Estou aqui, por uma escolha consciente, ou
vim por medo, ou porque alguém pediu, alguém disse que eu deveria frequentar um
terreiro que me sentisse bem? “Aceito a tarefa que me foi designada, ou minha
real vontade é estar no lugar de outro?”; “Como reajo diante de circunstâncias
inesperadas; como recebo uma crítica; como recebo um elogio?”; “Preciso de
elogios constantes para trabalhar, ou encontro satisfação pelo resultado final
do trabalho de grupo.
Em resumo, cada um de nós,
médiuns de corrente, precisa se conhecer, cuidar de si mesmo e se aprimorar,
para definir objetivos e fazer escolhas conscientes. Só assim a nossa
participação nos trabalhos espirituais será proveitosa para o nosso crescimento
e para o nosso aprendizado, e só a partir desse crescimento e aprendizado
pessoal é que poderemos prestar auxílio aos outros.
Se não cuidarmos da
qualidade das nossas energias, como será possível doarmos algo de bom aos
outros na hora do passe ou do auxílio em algum trabalho interno em nossa casa?
Tudo isso dá trabalho:
exige humildade, determinação, vontade firme, perseverança, paciência,
autoestima, autoconfiança, capacidade de doação, paciência com o pai de
santo...
Mas, como tudo na vida, é
uma tarefa a ser cumprida aos poucos, dia após dia, sem pressa, sem atropelos,
cada um respeitando o próprio tempo, suas necessidades e limites, sua natureza
íntima. Quem é “óleo essencial” só poderá contribuir como tal; e isto vale
também para quem é “álcool” e para quem é “água”.
Não adianta querer ser ou
parecer outra coisa...
E o mais bonito de tudo,
no final das contas, é que juntos nós vamos produzir “um perfume” único e
inconfundível, que irá envolver a todos, tornando a nossa vida diária um tanto
mais bela e agradável, além de poder ser levado a outras pessoas, pelo simples
toque de uma brisa, ou por uma gotinha distribuída aqui e acolá...
Enfim, essa “experiência”
vai valer a pena!
É algo que enriquece nosso
“currículo”! E que leva outras tantas pessoas a buscarem também uma atividade
que as satisfaça; incentivando em todos nós o firme propósito de nos tornamos
bons “ingredientes” nas mãos sábias da nossa doutrina, este grande livro onde
todos nós podemos aprender e, ao mesmo tempo, ajudar á escrever.
Que estejamos de mente e
coração abertos no sentido de sermos úteis em nossa caminhada dentro de nossa
religião,lembrando sempre que: “Sempre fica um pouco de perfume nas mãos de
quem oferece rosas”...
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