quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

PRECE DE ENCERRAMENTO



Saravando os setes Orixás de Umbanda,

Saravando o patrono espiritual deste templo, preto velho Nhô Benedito,

O mentor espiritual Caboclo Pena Branca,

Saravando as demais entidades e falanges que se fizerem presentes.

 Mestre Oxalá, mais um ciclo de aprendizado se aproxima de seu encerramento.

Gostaríamos de lhe agradecer por todas as oportunidades recebidas, por todo o auxílio que nos foi concedido em um período de tantas provações coletivas.

Estejamos certos que nesses momentos mais intensos de prova, a sua proteção se intensifica, pois em cada lágrima que se derrama na Terra, colocou o Senhor uma mão que levanta e consola.

Que possamos estar confiantes e esperançosos no porvir que nos aguarda, onde passaremos de um mundo de provas e expiações para um mundo mais ditoso e feliz, onde na fronte de todos os seres estará estampada a palavra amor.

Não mais a competição mesquinha e egoística, mas a união fraternal e a incansável luta consigo mesmo, rumo à perfeição.

Que possamos assim, reconhecer tudo o que temos recebido do teu amor, visando o nosso aprendizado e crescimento espiritual. Aceitando em todas as circunstâncias da vida os teus desígnios superiores ante a nossa vontade ainda tão imperfeita.

Mestre, longo é o caminho, grande é o nosso débito, mas inesgotável é a nossa esperança.

Recomeçaremos nas estradas da vida quantas vezes forem necessárias, pois não avançar é recuar. Que possamos enfim, encerrar esse ciclo cheio de esperança, nos preparando para um novo ano que se inicia, pedindo para que a sua benção seja claridade aos nossos olhos, harmonia aos nossos ouvidos, movimento às nossas mãos e impulso aos nossos pés.

Que em nossa querida Umbanda, onde o Criador lhe direcionou de modo mais intenso a utilização das vibrações da natureza, denominadas Orixás.

Que possamos nos fortificar e nos unir cada vez mais a ela, através de seus mensageiros, caboclos, pretos-velhos, guardiões e todos os demais colaboradores anônimos. E que toda essa união e força possa formar uma vibração de amor e reconhecimento direcionado a Ti, agora e sempre.

Que assim seja. Saravá!

 

Prece proferida por LEONARDO MIRANDA, por ocasião do trabalho de encerramento das atividades em 10.12.2021.


terça-feira, 2 de novembro de 2021

FINADOS NA VISÃO ESPÍRITA

 

 


O hábito de visitar os mortos, como se o cemitério fosse sala de visitas do Além, é cultivado desde as culturas mais remotas. Mostra a tendência em confundir o indivíduo com seu corpo. Há pessoas que, em desespero ante a morte de um ente querido, o "VISITAM" diariamente. Chegam a deitar-se no túmulo. Desejam estar perto do familiar. Católicos, budistas, protestantes, muçulmanos, espíritas - somos todos espiritualistas, acreditamos na existência e sobrevivência do Espírito.

 Obviamente, o ser etéreo não reside no cemitério. Muitos preferem dizer que perderam o familiar, algo que mostra falta de convicção na sobrevivência do Espírito. Quem admite que a vida continua jamais afirmará que perdeu alguém. Ele simplesmente partiu. Quando dizemos "perdi um ente querido", estamos registrando sérios prejuízos emocionais. Se afirmarmos que ele partiu, haverá apenas o imposto da saudade, abençoada saudade, a mostrar que há amor em nosso coração, o sentimento supremo que nos realiza como filhos de Deus. Em datas significativas, envolvendo aniversário de casamento, de morte, finados, Natal, Ano Novo, dia dos Pais, dia das Mães, sempre pensamos neles.

 

 

 

COMO PODEMOS AJUDAR OS QUE PARTIRAM ANTES DE NÓS?

 

Envolvendo o ser querido em vibrações de carinho, evocando as lembranças felizes, nunca as infelizes; enviando clichês mentais otimistas; fazendo o bem em memória dele, porque nos vinculamos com os Espíritos através do pensamento. Além disso, orando por ele, realizando caridade em sua homenagem, tudo isso lhe chegará como sendo a nossa contribuição para a sua felicidade; a prece dá-lhe paz, diminui-lhe a dor e anima-o para o reencontro futuro que nos aguarda.

 

 

 

PODEMOS CHORAR?

 

Podemos chorar, é claro. Mas saibamos chorar. Que seja um choro de saudade e não de inconformação e revolta. O choro, a lamentação exagerada dos que ficaram causam sofrimento para quem partiu, porque eles precisam da nossa prece, da nossa ajuda para terem fé no futuro e confiança em Deus. Tal comportamento pode atrapalhar o reencontro com os que foram antes de nós. Porque se eles nos visitar ou se nós os visitarmos (através do sono) nosso desequilíbrio os perturbará. Se soubermos sofrer, ao chegar a nossa vez, nos reuniremos a eles, não há dúvida nenhuma.

 

 

 

 

ENTÃO OS ESPÍRITAS NÃO VISITAM O CEMITÉRIO?

 

Nós espíritas não visitamos os cemitérios, porque homenageamos os “vivos desencarnados” todos os dias. Mas a posição da Doutrina Espírita, quanto as homenagens (dos não espíritas), prestadas aos "MORTOS" neste Dia de Finados, ao contrário do que geralmente se pensa, é favorável, DESDE QUE SINCERAS E NÃO APENAS CONVENCIONAIS.

 Os Espíritos, respondendo a perguntas de Kardec a respeito (em O Livro dos Espíritos), mostraram que os laços de amor existentes entre os que partiram e os que ficaram na Terra justificam esses atos. E declaram que no Dia de Finados os cemitérios ficam repletos de Espíritos que se alegram com a lembrança dos parentes e amigos. Há espíritos que só são lembrados nesta data, por isso, gostam da homenagem; há espíritos que gostariam de serem lembrados no recinto do lar. Porque, se ele desencarnou recentemente e ainda não está perfeitamente adaptado às novas realidades, irá sentir-se pouco à vontade na contemplação de seus despojos carnais; Espíritos com maior entendimento, pedem que usemos o dinheiro das flores em alimento aos pobres. Portanto, usemos o bom senso em nossas homenagens. Com a certeza que ELES VIVEM. E se eles vivem, nós também viveremos. E é nessa certeza que devemos aproveitar integralmente o tempo que estivermos encarnados, nos esforçando para oferecer o melhor de nós em favor da edificação humana. Só assim, teremos um feliz retorno à pátria espiritual.


Na Umbanda, dia 02 de novembro é o dia das Almas Benditas. É o dia dedicado para homenagear as Santas Almas que trabalham anonimamente na espiritualidade, nos bastidores, fazendo caridade e auxiliando aos encarnados e desencarnados em muitas missões e tarefas. E também para orar pelas almas sofredoras e, muitas vezes, errantes.




Fonte: - Portal do Espírito

domingo, 24 de outubro de 2021

MEU PRIMEIRO TRABALHO DA MATA

 



O trabalho foi agendado para a manhã de domingo. Na noite anterior, começou a chover. “E agora? Que pena, já pensou, termos que adiar? ” Pensei nos irmãos que cuidaram do preparo do lugar ainda na manhã de sábado, e em como todos deveriam estar se sentindo. Pensei, também, que talvez não fosse a primeira vez que nossa Casa tivesse que lidar com as contingências da mãe Natureza, e que aceitar suas manifestações também é sinal de respeito e fé.

 

O domingo amanheceu com o sol se infiltrando por entre as nuvens; cuidei da minha firmeza e fui, confiante, encontrar meus irmãos em nossa Casa; tínhamos que levar algumas coisas conosco, e dividimos em alguns colos, bagageiros e porta-malas.

 Disposta a “logística”, seguimos em grupos para uma propriedade particular, fora da área urbana, gentilmente cedida por amigos da Casa. Pudemos contar com suas presenças respeitosas e simpáticas, com privacidade e com segurança, em local onde poderíamos garantir o respeito à conservação da área.

Nossas Entidades cuidaram de nossa segurança física e espiritual, e demos início ao trabalho; contamos com um bom número de filhos da Casa, e a animação era geral (e se alguém estava com sono, disfarçou bem…).

 

O trabalho era destinado à promoção de equilíbrio mediúnico, e a energia de nossa egrégora era intensa e vibrante. De fato, um trabalho na mata - em contato com a terra, as árvores, um curso d’água – coloca em ação um padrão vibratório incomparável.

  

A chuva não voltou, e o sol me presenteou várias vezes, com a visão de seus raios por entre as árvores a resplandecer nas roupas brancas e nos sorrisos dos irmãos.

Sim, foi cansativo: foram horas em pé (eu sou meio urbanóide, é fogo ficar tanto tempo descalça no mato, rsrs), com a fome chegando, com o sol ficando mais corajoso, com a manifestação dos Guias (estou desavergonhadamente sedentária, preciso me cuidar com urgência)… mas voltei pra casa com muitos presentes (um bem-estar oceânico, uma paz profunda, uma leveza enorme) e ostentando orgulhosamente alguns “troféus de guerra”: um dedão esfolado, umas picadas de formiga, uma calça branca toda enfeitada com apliques de barro, uma dorzinha no corpo, típica de quem carregou um caminhão de mudança (o caminhão, não a mudança, kkk).

 

Tenho muito a agradecer aos nossos  Guias Espirituais, pela oportunidade concedida; é muito importante a sensação de pertencer ao grupo maravilhoso, é fraterno, é caridoso, é estimulante. No plano individual, devo confessar que a experiência foi enriquecedora demais.







quarta-feira, 13 de outubro de 2021

 


Assim como ao futuro acadêmico, ao engenheiro e ao médico, assim como em outras profissões, compete iniciar seus estudos quando criança pela cartilha primária, sendo alfabetizado, posteriormente aprendendo os conhecimentos básicos que o permitirá tentar no futuro os estudos mais complexos de uma determinada profissão, ao umbandista/médium, é necessário também começar o seu desenvolvimento religioso pelas lições básicas da Umbanda.

O homem pode formar-se médico, advogado, chegar a ser um doutor, mas ele sempre terá começado pela alfabetização, pelo básico, e mesmo as profissões mais singelas, hoje são dotadas de cursos profissionalizantes baseados em conhecimentos técnicos a fim de orientar as experimentações mais comuns.

Eliminamos as indecisões, os equívocos e os transtornos comuns das tentativas empíricas sem métodos quando preparados pelo estudo teórico e prático orientado por um profundo conhecedor do assunto, sensato e experimentado.

Na Umbanda, para sermos bons umbandistas/médiuns, o estudo teórico e prático orientado nos proporciona conhecer a história, os rituais, a disciplina, a hierarquia, as sensações e percepções envolvidas no dia a dia e no trabalho umbandista.

O estudo afasta o medo, a censura, o sarcasmo, o senso de ridículo, pois nos proporciona entender como tudo acontece, dentro e fora de um terreiro.

O estudo nos proporciona êxito em nossas atividades a favor do próximo e, principalmente, a favor de nós mesmos.

O êxito está proporcionalmente ligado ao equilíbrio moral e emocional, fruto da disciplina, do autoconhecimento, da fé e da entrega do umbandista.

Só chegamos ao preparo necessário aprendendo a amar nossa religião.

Para amá-la precisamos entendê-la.

Para entendê-la precisamos estudá-la.

Assim como não confiaríamos nossa saúde a alguém que não tenha estudado por longos anos e se formado médico, é claro que também não poderíamos confiar na capacidade, na segurança e no entendimento de qualquer umbandista/médium que ignore a necessidade primária de estudar e entender sua religião.

 

 

 

  

 

 

 

Cantinho São Francisco de Assis

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

CARTA DE XANGÔ PARA SEU FILHO

"Filho, sei que não tem sido nada fácil esse fardo pesado que vens carregando, mas também sei que não me pede pra diminuí-lo e sim para lhe dar mais forças para conseguir carregar, tudo o que tem vivido, todas as decepções tem sido para que te acrescente algo, para que sirva de aprendizado, porque sei que você é ingênuo, as pessoas tentam te passar pra tras... Mas você é meu filho, guerreiro, sensitivo... E sente tudo o que há de ruim pairando no ar, não se preocupe se alguem conseguir te passar pra trás eu estarei te zelando , te guardando e isso só poderá acontecer para abrir os seus olhos, para te alertar! Filho, sei que as vezes você tem reclamado da vida, mas te peço que não faça isso, Olorum me deu a permissão para que trouxesse a Beleza, a Alegria e a Justiça para o mundo para que para que sua vida seja vivida intensamente . Você não sabe, mas a noite ao lado da sua cama estou eu.. Cantando pra você dormir, para que possa acordar bem, com pensamentos bons, com idéias brilhantes... Não se preocupe com esse seu senso de justiça... pois você é meu filho, isso é seu e ninguém vai conseguir mudar.. Assim como eu, você quer que a justiça seja sempre feita para todos os seus, só não deixe que isso te atrapalhe... Filho, vou me despedindo nesta carta, mas não em sua vida.. Meu Oxé sempre será a arma que cobre o seu corpo e alimenta o seu sangue, não deixarei o mal passar!!! Desejo-lhe filho, que haja muito HOJE para que possa ser esquecido as mágoas dos ONTENS. Minha força sempre estará com você. Filho, você é lindo, carinhoso e sei que adora ser mimado, ser paparicado... Forte, turrão, cabeça dura, ciumento e as vezes até possessivo, mas você é encantador e aonde chega é querido por todos. Comunicativo e inteligente és a mais bela flor do meu jardim. Sempre cheiroso e elegante onde passa chama atenção... Estou sempre com você onde estiver porque um Pai nunca abandona seu filho, seu choro é meu choro, seu riso é meu riso!!! Eu te amo filho!! De seu pai, XANGÔ!

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

UMBANDA MITOS E VERDADES

 




Podemos observar que as pessoas que procuram a Umbanda o fazem, em sua maioria, para resolverem problemas de ordem material, exigindo um resultado imediato, e quando não encontram creditam no Terreiro ou ao Dirigente e Médiuns, quando não a própria Umbanda, o motivo do seu fracasso.

Por que isso acontece? Acreditamos que a culpa disso seja dos próprios umbandistas que não esclarecem que a Umbanda é uma religião digna e nobre como todas as outras, se omitem ou são os primeiros a dar “oferendas” para obterem favores materiais das Entidades.

Por outro lado, sabemos que a Umbanda lida com vários elementos e uma variedade enorme de espíritos, e também que ela tem a capacidade de penetração nos mais variados campos do Astral, consequentemente, havendo merecimento e empenho, muito problemas acabam realmente por ter uma “solução mais rápida”, mas somente aos que merecem e o fazem por merecer.

Qual é o mistério da Umbanda? Amor e Caridade, pura e simplesmente. A ritualística que cada terreiro de Umbanda segue, somente serve como um leque de possibilidades para os diversos anseios de culto de cada um. Na verdade, quem procura um Terreiro de Umbanda deveria apenas se preocupar se ela é séria, se não cobra consultas e trabalhos e se tem como objetivo principal a caridade e o Amor ao próximo. Essa é a verdadeira Umbanda.

Sabendo que temos por obrigação sempre buscar o “por que” das coisas e não ficarmos satisfeitos com repostas do tipo “isso é assim porque é” ou “isso é um mistério da fé”, vamos aqui tentar elucidar algumas dúvidas que encontramos por parte da maioria dos frequentadores e alguns médiuns de Umbanda. Serão perguntas e respostas que escutamos frequentemente nos terreiros ou fará deles. Não julguem a qualidade das perguntas, porque se para você a pergunta é simples ou boba, para outro poderá não ser. As respostas sim são simples porque assim é a Umbanda. Então vamos lá:

1. Pode uma pessoa praticar o mal sob influência de espíritos?

Sim pode, tanto quanto pode praticar o bem, também influenciada pelos espíritos. Mas estejam certos de que para que as influências negativas ou positivas atuem em nossas vidas devemos estar sintonizados com tais vibrações.

Portanto orai e vigiai. Você tem seu livre arbítrio e é o único responsável pelas companhias que atrair, tanto carnais como espirituais, e que permitir atuar em sua vida.

2. Todos somos médiuns?

Todos nós somos sensitivos, mas alguns em um grau mais elevado que o outro. Esses diferentes níveis de sensibilidade podem ser compreendidos com diversas formas de mediunidade que está liga a missão que o individua tem aqui na terra. Alguns são médiuns de incorporação, outros intuitivos, videntes, audientes, de efeitos físicos, de pisocofonia e de psicografia, todos passíveis de desenvolvimento de acordo com o livre arbítrio de cada um.

3. O Médium quando está incorporado sabe tudo o que está acontecendo e o que a pessoa está falando com a Entidade?

Normalmente sim. A grande maioria dos médiuns é consciente ou semiconsciente como falam, ou seja, sabem o que está acontecendo mas não tem ingerência sobre as atitudes da entidade.

Normalmente logo após a consulta o médium ainda lembra de alguma coisa, que vem como “flash”, mas logo depois vão esquecendo aos poucos. Somente médiuns inconscientes é que não sabem o que se passou durante uma consulta, mas é muito raro este tipo de mediunidade.

Mas se a sua preocupação é se você pode conversar qualquer assunto com a entidade que o médium não vai contar para ninguém, isso aí dependerá da índole do médium e da Casa que ele trabalhe, mas não se preocupe, pois o princípio básico de uma casa de Umbanda séria é o sigilo em respeito às consultas e o respeito com os problemas de cada um.



4. Se uma pessoa tem que trabalhar mediunicamente e se a mesma não entrar para um Centro ela poderá receber um guia ou entidades na rua, em casa, no trabalho ou em outro lugar?

Não. Uma Entidade Guia ou Protetora “de Luz” não irá de forma alguma expor a pessoa ao ridículo ou a situações constrangedoras incorporando em lugares públicos. O fato é que se a pessoa é médium, e tem como missão trabalhar mediunicamente e opta por não desenvolver sua mediunidade isso não faz com que ela deixe de ser médium. O que acontece é que sua mediunidade ficará embrutecida e desamparada expondo a ação de espíritos trevosos que poderão, esse sim, manifestarem em locais públicos colocando a pessoa em situações embaraçosas e de risco.

A Umbanda ou outra religião qualquer serve para nosso crescimento moral e espiritual e como um elo de religação com Deus, frequentar ou participar ativamente de uma deve ser uma opção particular de cada um e não uma imposição.

Devemos saber que pelo fato de termos uma mediunidade mais aflorada nos torna imãs, atraindo toda e qualquer energia que estiver nos ambientes aos quais frequentarmos, o desenvolvimento dessa mediunidade, se faz necessário para aprendermos a lidar com essas energias e controlar as manifestações e termos a oportunidade através do trabalho mediúnico de resgatarmos nossos kármas e compromissos assumidos antes de reencarnarmos.

Negar e fugir disso não nos levará a nada, é claro que existem outras formas de praticarmos a Caridade, trabalhar mediunicamente deve ser uma opção e não uma imposição. Cada um com seu Kárma, missão e vontade.

5. É verdade que a pessoa que entra para trabalhar na Umbanda não pode mais sair, porque atrasa a vida?

Não, não é verdade. Como também não é verdade que a vida da pessoa em questão vai pra frente se ela entrar para a Umbanda.

O que ocorre é que ao entrar para a corrente de um terreiro de Umbanda a pessoa passa a dar vazão e a desenvolver sua mediunidade, assume compromissos e responsabilidades, se tranquiliza e se harmoniza vibracionalmente e evolutivamente, ou pelo menos deveria.

O “atraso na vida” da pessoa ocorre porque ela deixa de se equilibrar, evoluir e fazer caridade. Consequentemente ela deixa de ter tranquilidade para resolver até o mais simples dos problemas. Mas isso ocorre porque a pessoa saiu do Terreiro, mas não deixou de ser médium e continua recebendo influência do Astral. E se ela não continuar com suas responsabilidades em ter uma vida regrada, de conduta ilibata e não praticar a caridade de alguma forma, receberá maior influência do Astral inferior, segundo a Lei das afinidades.

Que fique bem claro que não é o ingresso da pessoa ou a sua permanência na Umbanda, ou qualquer outra religião, que fará com que a vida da pessoa “ande para frente” ou que todos os problemas dela se resolverão. Temos que ter a consciência de que é a sua conduta moral, seu desejo de praticar a caridade, de ajudar ao próximo, de buscar sua evolução é que será determinante se ela vai melhorar ou não, é uma questão de merecimento pessoal. A Umbanda através de um Terreiro sério lhe dará a oportunidade, o conhecimento e o meio, cabe a pessoa abraçar ou não.

6. É, mas uma vez eu ouvi um médium dizer que se ele abandonasse as entidades o castigariam? Isso é verdade?

Não, a entidade não faria isso. Certamente era o médium que em suas limitações de conhecimento entendia assim. Na verdade o que muito provavelmente aconteceria, se fosse em um Terreiro sério e com entidades sérias, a Entidade faria era aconselhar e alertar o médium quanto ao perigo que ele estaria sujeito ao abandonar a Umbanda ou seu compromisso mediúnico.

Entidade Protetora ou Guia, não bate ou castiga seu médium, ela respeita a sua opção e o livre arbítrio que lhe foi outorgado por Deus. Ele não tem ingerência sobre isso.

Como dito anteriormente, o médium ao se afastar do seu compromisso mediúnico ou do terreiro, não deixa de ser médium por isso, de acordo com o que faça da sua vida a partir daí é o que vai justificar sua nova condição, se fizer coisas boas continuará recebendo boas influências, mas se levar uma vida desregrada receberá influências negativas ou ruins.

A Umbanda, tão pouco seus guias e protetores, não têm função de nos punir e sim de orientar e amparar.

7. O que é um “guia de frente”?

É a entidade que chefia a coroa do médium, é representante direto de seu Orixá Regente. É responsável em comandar todas as entidades e guias que trabalhem na coroa do médium ela traz as orientações e ordens diretas do Orixá Regente. São também conhecidas como mentores. Em alguns terreiros pode ser também um Preto-velho ou um Caboclo.

8. Pode duas ou mais pessoas receber entidades com o mesmo nome?

Certamente que sim. Aliás isso é bastante comum de acontecer da mesma maneira que encontramos pessoas com o mesmo nome.

Podemos observar várias entidades se identificando como: Caboclo Rompe Mato, por exemplo, isso não quer dizer que é a mesma entidade ou o mesmo espírito, e sim entidades que trabalham em um mesmo campo vibracional.

Na verdade se paramos para pensar realmente, o nome é o menos deve importar, mas sim o grau de comprometimento com a caridade.

9. Como é o desenvolvimento de um médium Umbandista?

Embora esta questão seja bastante específica e a resposta varie de terreiro para terreiro, como a maioria das questões sobre ritualística e fundamentos, vejamos alguns pontos que devem ser observados.

1. a) É fundamental uma avaliação minuciosa do médium com relação a Umbanda e suas próprias aspirações. É de suma importância que ele esteja certo de que é isso que deseja para si e para sua vida, que entenda que a Umbanda é uma religião que o ajudará na sua evolução através da Caridade e não é para resolver seus problemas.

2. b) A casa que ele escolher para realizar este empreendimento deve estar o mais próximo do que ele acredite, entenda e queira para si. É fundamental que seja uma casa séria e comprometida com a caridade, ou seja, que seja realmente de Umbanda.

3. c) As diferentes ritualísticas da Umbanda servem exatamente para atender as diversas aspirações. Por isso antes de qualquer coisa ele deve frequentar a assistência assiduamente, observar, envolver-se e estudar até ter certeza que ali é o seu lugar.

4. d) Cada casa tem um critério para se fazer parte da corrente, procure saber qual é. Ao entrar para a corrente deverá seguir rigorosamente as orientações do Dirigente e da Entidade chefe ou das pessoas a sua ordem.

5. e) Entender que nãos será umbandista dos portões para dentro do terreiro, mas sim de coração, corpo e alma. Deverá dedicar-se, educar-se, doutrinar-se seguindo as orientações recebidas, que sua conduta moral deverá ser constantemente vigiada.

6. f) Participar de todas as seções que esteja aberta aos médiuns novos, estudar e se dedicar com afinco, buscando sempre melhorar seus pensamentos, desejos e vontades. Buscar constantemente a evolução espiritual e moral, para assim poder preparar o seu corpo e mente para ser um bom instrumento para as Entidades Protetoras e Guias.

Buscar tudo isso irá facilitar a incorporação e o desenvolvimento de sua mediunidade, se entregue de corpo e alma, sem medo. É essencial lembrar que é um momento de adaptação, onde tanto médium quanto entidade estarão se afinizando. Não tenha pressa, o tempo que você levará para incorporar, dar passes, dar consultas, só dependerá de você mesmo, de sua dedicação empenho e preparo seguindo as orientações que lhe forem passadas.

10. É verdade que homens que trabalham com entidades femininas são Gays ou podem se tornar?

Não, não é verdade. O que determina a preferência sexual de uma pessoa é ela mesma e não a entidade, aliás ninguém tem ingerência sobre este assunto, isso é um pensamento machista e preconceituoso, a Umbanda não coaduna com pensamentos retrógrados. Ninguém vira ou se torna homossexual, ou ela é ou não é, isso é uma característica dela e deve ser respeitado O médium é um medianeiro, um aparelho para a espiritualidade trabalhar pela expansão da caridade, assim sendo a entidade não interfere na personalidade do médium, senão todos que incorporarem Ogum serão guerreiros, e quem trabalha com todas as linhas sofre de personalidades múltiplas. Então se for assim mulheres também não podem trabalhar com entidades masculinas pois se tornarão lésbicas.

Temos que mudar esta mentalidade e acabar com o preconceito dentro dos Terreiros. A Umbanda tem lógica e coerência, o que deve realmente interessar não é a preferência sexual do indivíduo, mas o quanto de caridade e amor a pessoa tem para fazer e dar, o quão dedicado a espiritualidade ela o é, e o quão envolvido com o astral superior ela esteja.

11. Como funciona a hierarquia dentro de um terreiro de Umbanda?

Dentro de um terreiro de Umbanda deve existir organização e disciplina. E para manter essa organização e disciplina deve existir também um sistema hierárquico. Alguns Terreiros dividem-se em parte administrativa e espiritual.










quarta-feira, 1 de setembro de 2021

SETEMBRO O MÊS DA IBEJADA

 


 

Ibeijada, Yori, Erês, Dois-Dois, Crianças, Ibejis, são esses vários nomes para essas entidades que se apresentam de maneira infantil.Quando chegam no terreiro transformam o ambiente em pura alegria.

YORI: um dos raros termos sagrados que se manteve sem nenhuma alteração. Esse termo, assim como Yorimá, era de pleno conhecimento da pura Raça Vermelha, só se apagando do mental do Ser humano após a catástrofe da Atlântida. Ele ressurgiu através do Movimento Umbandista, em sua mais alta pureza e expressão. Traduzindo este vocábulo através do alfabeto Adâmico, temos: A Potência Divina Manifestando-se; A Potência dos Puros.

BEIJADA: Nome dado no Brasil, às entidades que se apresentam sob a forma de crianças. São, conforme a crença geral, nos cultos afro-brasileiros e na Umbanda, as falanges dos Orixás gêmeos africanos IBEJIS

IBEJI : (ib: “nascer”; eji: “dois”) Orixás gêmeos africanos que correspondem, no sincretismo afro-brasileiro, aos santos católicos Cosme e Damião. Ibeji na nação Keto, ou Vunji nas nações Angola e Congo.

DOIS DOIS: Nome pela qual são designados os santos católicos Crispim e Crispiniano; os santos Cosme e Damião; o Orixá africano IBEJI e a falange das crianças na Umbanda.

ERÊ: Vem do yorubá iré que significa “brincadeira, divertimento”. Existe uma confusão latente entre o Orixá Ibeji e os Erês. É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma entidade. Ibeji, são divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião. Erês, Crianças, Ibejada, Dois-Dois, são Guias ou Entidades de caráter infantil que incorporam na Umbanda.

No decorrer das consultas vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. Por apresentarem aspecto infantil podem não ser levadas muito a sério, porém o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos. O elemento e força da natureza correspondente a Ibeji são todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos. Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários conhecimentos. Imaginem uma criança com menos de sete anos possuir a experiência e a vivência de um homem velho e ainda gozar a imunidade própria dos inocentes. A entidade conhecida na umbanda por erê é assim. Faz tipo de criança, pedindo como material de trabalho chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de bolinhas -o refrigerante e trata a todos como tio e vô.

A festa das Crianças na Umbanda, conhecida como Festa de São Cosme, Damião e Doun, tem duração de um mês, iniciando em 27 de setembro (Cosme e Damião) e terminando em 25 de outubro (Crispim e Crispiniano).

Uma característica marcante na Umbanda e no Candomblé em relação às representações de São Cosme e São Damião é que junto aos dois santos católicos aparece uma criancinha vestida igual a eles. Essa criança é chamada de Doúm ou Idowu, que personifica as crianças com até sete (7) anos, sendo ele o protetor das crianças nessa faixa de idade.

 

Entre os adeptos da Umbanda, reza a crença de que para cada dois gêmeos que nascem, um terceiro não encarna neste mundo. Mas, embora não apareça de forma física, Doum também é venerado e respeitado como parte da família dos Ibejis, considerado “aquele que não veio”. Por isso, o mito de Doum também serve de consolo quando uma criança morre bebê ou ainda no ventre materno. Nesses casos, a partida é entendida como o retorno de um desses seres divinos ao mundo do qual não conseguiu se despedir. Mas por serem considerados espíritos infantis, os ibejis são muito confundidos com os erês, que na verdade são espíritos intermediários, mensageiros.

 

Existe também a crença popular, de que COSME E DAMIÃO. QUEM É DOUM? era filho de uma empregada da família dos gêmeos, Cosme e Damião e que morreu no dia seguinte ao martírio dos irmãos, e foi levado por eles que o amavam muito. É comum nas estampas de Cosme e Damião se incluir a figura de uma outra criança, que representa Doum.

 

E, se for à uma festa de Cosme e Damião em um Terreiro de Umbanda, aproveite ao maximo a oportunidade e todos os ensinamentos e leve para casa, além dos doces e bolos, o exemplo de alegria dessa encantadora falange de Yori!

Salve as Crianças! Salve os Erês!

Salve Cosme e Damião!

Salve Oni beijada!

 

 

domingo, 22 de agosto de 2021

DESIGUALDADE SOCIAL NA VISÃO ESPÍRITA

 



Embora muitos sonhem com a igualdade social, segundo a visão reencarnacionista isso não é possível. Por que? Porque os homens “não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos (trabalhadores)."

Na questão 814 do O livro dos espíritos Kardec perguntou: Por que Deus concedeu a uns a riqueza e o poder e a outros, a miséria?

Resposta dos espíritos: Para provar a cada um de uma maneira diferente. Aliás, vós o sabeis essas provas são escolhidas pelos próprios Espíritos, que muitas vezes sucumbem ao realizá-las.

Mas, se conseguíssemos dividir a riqueza do mundo em partes iguais, caberia uma parte mínima e insuficiente para cada um. E se todos recebessem esta parcela mínima, não haveria uma pessoa que tivesse dinheiro suficiente para financiar o progresso científico; nós nos acomodaríamos e não nos esforçaríamos a buscar novas descobertas.

Por que tanto esforço, estudo, pesquisa, se ganharíamos todos a mesma coisa?

Se fosse o contrário, se todos ficássemos ricos, onde haveria tanto dinheiro para todos? Quem seria empregado de quem?

Ninguém, pois todos iriam querer ser patrões. Ninguém iria querer trabalhar na lavoura, na produção de uma fábrica, etc. Onde encontraríamos mercadoria para comprar, se não tem quem produza?

Quando esta divisão é feita pelo Governo, não há Justiça, pois os governantes vivem bem e o povo sofre com a falta de muitas coisas. A riqueza e a pobreza são testes que Deus nos impõe. Ora nascemos ricos, ora pobres. Há ricos que não usam sua riqueza para ajudar seu próximo, que não se satisfaz com o que tem e quer mais ou usa seu dinheiro para fazer maldade ao próximo ou para si mesmo (jogos, bebidas, etc.). E muitas vezes buscam a riqueza prejudicando o próximo, lesando a lei dos homens e a de Deus. Como disse Jesus: “De que vale ganhar o mundo e perder sua alma.”

Há pobres que não se conformam com a pobreza e tentam buscar a riqueza, lesando o próximo, transgredindo, assim, a lei dos homens e a de Deus, como: roubando, assaltando, vendendo drogas, dando golpes, etc. Quem age assim esquece que quando lesamos o próximo, somos o primeiro a ser lesado. Há os que buscam a fuga da pobreza, através do suicídio direto (tiro, envenenamento, se jogar na frente do carro, etc.), e do suicídio indireto e lento (as drogas, como: maconha, cocaína, bebidas alcoólicas, etc.) que complicam ainda mais a situação. Outros se acomodam a reclamar e viver da ajuda que ganham de instituições e Governo, daí não se esforçam para melhorar de vida. Por pior q seja a escola, ela está lá com seus professores, basta ter vontade de estudar e de mudar de vida. Mas como disseram os Espiritos: "..nem todos são laboriosos e ativos."

Muitos de nós já foi rico, e talvez não tenhamos feito bom uso da riqueza. E para não nos prejudicarmos novamente nesta encarnação, Deus nos mandou pobres, e vice-versa.

Muitos de nós, talvez tenha pedido para vir pobre, como prova. E ao reencarnar, nos esquecemos, daí nos revoltamos.

Portanto, se olharmos somente para esta vida, diríamos que Deus é injusto, mas o Espiritismo, nos esclarece que este planeta é um planeta de felicidade incompleta, onde muitos buscam a felicidade completa nesta vida e lesando o próximo, plantando assim, a sua infelicidade futura. E para muitos a felicidade está em ter riqueza. Se fosse assim, os ricos não teriam problemas. Como a felicidade neste planeta não é completa, aqui todos choram, do magnata ao miserável.

Não podemos esquecer que a colônia Nosso Lar dá trabalho a mais de 100 mil criaturas, que se regeneram e se iluminam ao mesmo tempo. A colônia possui programas de trabalho numeroso para que todos possam se integrar a ele, independente da profissão que tiveram na Terra. Os habitantes da colônia recebem provisões de pão e roupa, no que se refere ao necessário; mas os que se esforçam para obter o BÔNUS HORA conseguem certas prerrogativas na comunidade social. O ocioso vestirá, sem dúvida; mas o operário dedicado vestirá o que melhor lhe pareça. Bônus Hora não é exatamente uma moeda, mas uma ficha de serviço individual com valor aquisitivo. Quem acumula o BÔNUS HORA pode adquirir uma casa ou roupas. Poderá trocar por oportunidades nos lugares consagrados ao entretenimento. Poderá frequentar escolas nos Ministérios. Portanto, todos tem, mas tem mais quem trabalha mais.

Observemos estes exemplos:

Exemplo 1: No livro Memórias de um suicida, o espírito Jerônimo, que se matou com um tiro no ouvido porque sua empresa faliu, deixando esposa e filhos em situação difícil, reencarnou em família rica, com o propósito de não formar família, montar uma instituição para crianças órfãs, e ir à ruína financeira novamente, para ter que lutar com coragem, ou seja, seria um teste para ver se ele não cometeria suicídio novamente.

Exemplo 2: J. Raul Teixeira conta em uma de suas palestras que um dia quando estava indo almoçar viu uma mulher revirando lixo e separando alimento. Ele ficou com pena e seu mentor apareceu e contou que na vida passada ela foi um famoso político brasileiro, ainda hoje muito conceituado, e que por ter prejudicado tanto o povo, tinha reencarnado numa condição miserável, devido ao mecanismo do complexo de culpa que fez, após a morte do corpo de carne, no mundo espiritual (onde não conseguimos esconder nada, nem de nós, nem dos outros), voltando numa condição miserável para aprender a valorizar aquilo que ele tanto desprezara na vida anterior: as dificuldades financeiras do próximo.

Exemplo 3: Disse Emmanuel através da psicografia de Chico Xavier no livro Na Era do Espírito: “. . . Muitas vezes, sonhamos para nossos filhos, no Mundo, invejável destaque na profissões liberais com primorosas titulações acadêmicas, mas é provável hajam renascido conosco para serviços de gleba (terra, solo), aspirando a adquirir duros calos nas mãos a fim de se realizarem na elevação que demandam.

Então, riqueza e pobreza são testes que nos ensinam, de encarnação a encarnação, a lidar com uma e com outra situação fazendo com que nos coloquemos no lugar do outro.

A fonte de todo mal está no egoísmo, no orgulho e na ganância das pessoas. Muitos querem acumular e buscam ter bens materiais como se fosse seu, quando na verdade é empréstimo de Deus.

Se fosse nosso levaríamos após a desencarnação. No entanto, só levamos o que acumulamos na alma.

Quando nossas atitudes forem equilibradas e baseadas na lei de amor e caridade, os abusos de todas espécies cessarão por si mesmo.

A pobreza não pode ser erradicada, mas pode ser amenizada com a ajuda dos que tem mais. Muitos sentem "pena ou dó" de quem tem uma vida miserável, mas não sai da sua zona de conforto para buscar quem sofre para doar algo a alguém ou ajudar a uma instituição que faça isso por ela.

Não esperemos apenas do Governo, façamos a nossa parte. Como disse Emmanuel: "Não te digas incapaz, nem te digas inútil. Auxilie como puderes." Todos podem doar ou se doar para ajudar alguém ou uma instituição. Nossa negligência pode estar prejudicando alguém. Irmã Dulce disse: "Não se vai acabar com a pobreza; Deus instituiu pobres e ricos. Porém, a gente deve empregar todos os esforços possíveis para melhorar a situação." Como disse Chico Xavier: ''Se todos trabalhassem pelo pão de cada dia, dividindo com os outros as migalhas que lhes sobrassem do pão cotidiano, a paz seria uma realidade e a justiça social se faria sem tantas lutas''. Como disse Kardec: "seremos cobrados não só pelo que fizemos, mas também pelo que deixamos de fazer." Pensemos nisso e façamos nossa parte.




Texto do GEAK

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

MOLÉSTIAS QUE ALARMAM O MUNDO

 

 


ENTREVISTA concedida a Hebe Camargo, sob a ASSISTÊNCIA DE EMMANUEL o nosso conhecido e querido mentor espiritual, em rede nacional, na TV Bandeirantes, na noite de 20 de dezembro de 1985, com a participação da atriz Nair Bello.

 

PERGUNTA DE HEBE CAMARGO - Numa de suas respostas, falando sobre as guerras, Chico ponderou que o próprio homem é que as provoca. Igualmente moléstias que alarmam o mundo, qual o câncer, a Aids, etc,etc, seriam provocadas pelo homem?

 

RESPOSTA DE CHICO XAVIER - Há um conceito antigo que assevera: Deus socorre a criatura pela própria criatura.

Então, vamos pensar, a Bondade Divina suscitou a inteligência humana para sanar o problema da distância e o problema da distância foi vencido pelo avião, pelo automóvel, vamos dizer, pelo motor.

A Misericórdia de Deus inspirou a inteligência humana e o homem venceu uma peste como sendo a varíola, através da vacina, e o homem se libertou da febre amarela, da peste bubônica, da varíola e de outras moléstias consideradas quase que irreversíveis ou fatais.

O homem sentiu necessidade de mais aproximação, uns com os outros, e a Bondade de Deus, através da inteligência humana, nos deu a onda hertziana, o rádio, a televisão e todo esse mundo de comunicações em que dentro de segundos o que acontece num hemisfério pode ser conhecido no outro lado do planeta.

Então, nós vemos, por exemplo, o homem sentiu o flagelo e a fome, mas a Bondade de Deus suscitou à cabeça humana diversas formas de produção e, sobretudo, transporte rápido e o transporte rápido, se exercido fielmente, aniquila a fome.

A fome deixou de existir, mas a inteligência humana não foi ainda capaz de eliminar o ódio criado por ela mesma, porque Deus não criou o homem para ter o destino de um robô, mas sim de ser um cooperador inteligente do próprio Deus na Criação.

Então, em matéria de sentimentos, Deus não podia violentar o homem.

A guerra se deve ao ódio entre os povos, ódio que ainda não foi vencido, porque Deus não é Pai de violência, mas, sim Pai de Infinito Amor e deixa por conta dos seus filhos a solução das necessidades da confraternização geral entre todos, o amor entre todos, a simplicidade, a humildade, a bondade, a compreensão humana para que a violência seja banida da Terra.

Enquanto o homem odiar, enquanto houver ressentimento no coração de alguém, porque o ressentimento é um pedacinho da guerra, enquanto houver ressentimento, então, nós somos obrigados a considerar que devemos esse flagelo ao Homem, ao Homem, considerando aos homens e às senhoras do mundo, porque não é problema para que pudesse vir um auxílio exterior para ser exterminado, porque tudo que é perigo exterior Deus tem suscitado à ciência humana os recursos para que esses perigos sejam eliminados.

Então todas essas manifestações dolorosas de guerra, de separação, de violência, isso tudo, nós somos os responsáveis por elas, porque elas nascem do nosso sentimento.

Agora, as doenças, mesmo as que hoje são consideradas perigosas, como sendo a Aids, por exemplo, e outras doenças, nós confiamos em Deus que a ciência vai descobrir meios de vacinação, de imunização das criaturas, e todos os males físicos, como o câncer, serão debelados, porque também a tuberculose e a lepra foram debeladas.






domingo, 18 de julho de 2021

MEDO DA MORTE ?

 

 

 

Um homem transitava por estrada deserta, altas horas.

 

Noite escura, sem luar, estrelas apagadas... Seguia apreensivo. Por ali ocorriam, não raro, assaltos... percebeu que alguém o acompanhava.

 

Olá! Quem vem aí? - perguntou, assustado.

Não obteve resposta. Apressou-se, no que foi imitado pelo perseguidor. Correu... O desconhecido também.

 

Apavorado, em desabalada carreira, tão rápido quanto suas pernas o permitiam, coração a galopar no peito, pulmões em brasa, passou diante de um poste de luz.

 

Olhou para trás e, como por encanto, o medo desapareceu. Percebeu que seu perseguidor era apenas um velho burro, acostumado a acompanhar andarilhos.

 

A história assemelha-se ao que ocorre com a morte.

 

A imortalidade é algo intuitivo na criatura humana. No entanto, muitos têm medo, porque desconhecem inteiramente o processo e o que os espera no Mundo Espiritual.

 

O Espiritismo é o poste de luz que ilumina os caminhos misteriosos do retorno, afugentando temores sem fundamento e constrangimentos perturbadores.

 

De forma racional, esclarece acerca da sobrevivência da alma, descerrando a cortina que separa os dois mundos.

 

Com a Doutrina Espírita aprendemos a encarar com serenidade a morte, que chamamos de desencarnação, porquanto ninguém morre.

 

Isso é muito importante, fundamental mesmo, já que se trata da única certeza da existência humana: todos desencarnaremos um dia.

 

A Terra é uma oficina de trabalho para os que desenvolvem atividades edificantes, em favor da própria renovação.

 

Um hospital para os que corrigem desajustes nascidos de viciações pretéritas.

 

Uma prisão, em expiação dolorosa, para os que resgatam débitos relacionados com crimes cometidos em existências anteriores.

 

Uma escola para os que já compreendem que a vida não é simples acidente biológico, nem a existência humana uma simples jornada recreativa. Mas não é o nosso lar. Este está no plano espiritual, onde poderemos viver em plenitude, sem limitações impostas pelo corpo carnal.

 

Compreensível, pois, que nos preparemos, superando temores e dúvidas, inquietações e enganos, a fim de que, ao chegar a nossa hora, estejamos habilitados a um retorno equilibrado e feliz.

 

O primeiro passo é o de tirar da morte o aspecto fúnebre, mórbido, temível, sobrenatural...

 

Há condicionamentos milenares nesse sentido.

 

Existem pessoas que simplesmente se recusam a conceber o falecimento de um familiar ou o seu próprio.

 

Transferem o assunto para um futuro remoto. Por isso se desajustam quando chega o tempo da separação.

 

Onde está, ó morte, o teu aguilhão? - pergunta o Apóstolo Paulo, a demonstrar que a fé raciocinada supera os temores e angústias da grande transição, dando-nos a compreensão de que o fenômeno chamado morte nada mais é do que o passaporte para a  verdadeira vida.

 

O Espiritismo, se estudado, nos proporciona uma fé inabalável. O conhecimento de tudo o que nos espera, e a disposição de lutarmos para que nos espere o melhor.

 

Um dos maiores motivos de sofrimento no além túmulo, é o apego aos bens terrenos.

 

Muitas pessoas não aceitam as normas estabelecidas pela aduana do túmulo, que não nos permite levar os bens materiais no momento em que passamos para o outro lado.

Isso demonstra que tais pessoas ainda não entenderam que os bens materiais nos são  emprestados por Deus como meio de progresso, e que os teremos que devolver, mais cedo ou mais tarde.

 

É importante que reflitamos sobre isso, não nos deixando possuir pelos bens dos quais somos apenas usufrutuários.

 

Um dos motivos de sofrimento dos que ficam, é o fato de não terem se dedicado o quanto deviam àqueles dos quais se despedem.

 

Por isso, convém que, enquanto estamos a caminho, façamos o melhor que pudermos aos nossos afetos, para que o remorso não nos dilacere a alma depois.







sexta-feira, 9 de julho de 2021

NÃO HÁ MORTE




Depois que partiram do círculo carnal aqueles a quem amas, tens a impressão de que a vida perdeu a sua finalidade.

 

As horas ficaram vazias, enquanto uma angústia que te dilacera e uma surda desesperação que te mina as energias se fazem a constante dos teus momentos de demorada agonia. Estiveram ao teu lado como bênção de Deus, clareando o teu mundo de venturas com o lume da sua presença e não pensaste, não te permitiste acreditar na possibilidade de que eles te pudessem preceder na viagem de retorno.

 

Cessados os primeiros instantes do impacto que a realidade te impôs, recapitulas as horas de júbilo enquanto o pranto verte incessante, sem confortar-te, como se as lágrimas carregassem ácido que te requeima desde a fonte do sentimento à comporta dos olhos, não diminuindo a ardência da saudade…

 

Ante essa situação, o futuro se te desdobra sombrio, ameaçador, e interrogas como será possível prosseguir sem eles.

 

O teu coração pulsa destroçado e a tua dor moral se transforma em punhalada física, a revolver a lâmina que te macera em largo prazo.

 

Temes não suportar tão cruel sofrimento.

 

Conseguirás, porém, superá-lo.

 

Muito justas, sim, tuas saudades e sofrimentos.

 

Não, porém, a ponto de levar-te ao desequilíbrio, à morte da esperança, à revolta…

 

Os seres a quem amas e que morreram, não se consumiram na voragem do aniquilamento.

 

Eles sobreviveram.

 

A vida seria um engodo, se se destruísse ante o sopro desagregador da morte que passa.

 

A vida se manifesta, se desenvolve em infinitos matizes e incontáveis expressões. A forma se modifica e se estrutura, se agrega e se decompõe passando de uma para outra expressão vibratória sem que a energia que a vitaliza dependa das circunstâncias transitórias em que se exterioriza.

 

Não estão, portanto, mortos, no sentido de destruídos, os que transitaram ao teu lado e se transferiram de domicílio.

 

Prosseguem vivendo aqueles a quem amas.

 

Aguarda um pouco, enquanto, orando, a prece te luarize a alma e os envolvas no rumo por onde seguem.

 

Não te imponhas mentalmente com altas doses de mágoas, com interrogações pressionantes, arrojando na direção deles os petardos vigorosos da tua incontida aflição.

 

Esforça-te por encontrar a resignação.

 

O amor vence, quando verdadeiro, qualquer distância e é ponte entre abismos, encurtando caminhos.

 

Da mesma forma que anelas por volver a senti-los, a falar-lhes, a ouvir-lhes, eles também o desejam.

 

Necessitam, porém, evoluir, quanto tu próprio.

 

Se te prendes a eles demoradamente ou os encarceras no egoísmo, desejando continuar uma etapa que ora se encerrou, não os fruirás, porque estarão na retaguarda.

 

Libertando-os, eles prosseguirão contigo, preparar-te-ão o reencontro, aguardar-te-ão…

 

Faze-te, a teu turno, digno deles, da sua confiança, e unge-te de amor com que enriqueças outras vidas em memória deles, por afeição a eles.

 

Não penses mais em termos de adeus e, sim, em expressões de até logo mais.

 

Todos os homens na Terra são chamados a esse testemunho, o da temporária despedida. Considera, portanto, a imperiosa necessidade de pensar nessa injunção e deixa que a reflexão sobre a morte faça parte do teu programa de assuntos mentais, com que te armarás, desde já, para o retorno, ou para enfrentar em paz a partida dos teus amores…

 

Quanto àqueles que viste partir, de quem sofres saudades infinitas e impreenchíveis vazios no sentimento, entrega-os a Deus, confiando-os e confiando-te ao Pai, na certeza de que, se souberes abrir a alma à esperança e a fé, conseguirás senti-los, ouvi-los, deles haurindo a confortadora energia com que te fortalecerás até ao instante da união sem dor, sem sombra, sem separação pelos caminhos do tempo sem fim, no amanhã ditoso.




 

(Do Livro: Sementes de Vida Eterna - de Divaldo Pereira Franco