Era a manhã radiosa do dia 26 de junho de
1994, em Pádua, na Itália. O médium Divaldo Pereira Franco visitava o túmulo de
Santo Antônio de Pádua quando, repentinamente, observou uma luz muito intensa
que o envolveu. Joanna de Ângelis fez-se médium do Santo e transmitiu para
Divaldo o texto a seguir:
CONVITE
AOS MÉDIUNS
No princípio, acreditava-se que o mundo era
responsável pelo pecado, fazendo-se necessário fugir dele, detestá-lo, entregando-se
à maceração, aos flagícios.
O monastério era uma das poucas opções,
senão a única, para se encontrar o caminho do reino dos Céus. Silêncios
austeros, prolongados e atormentadores se impunham, ou contemplação profunda,
morte em vida, como forma de auto anulação do ser.
A adoração se tornava um capítulo diário do
livro da vida sacerdotal, e a oração recitada e a leitura do breviário
constituíam os métodos de autocontrole dos anseios do sentimento e das
propostas da razão. Os discursos extenuantes e as fórmulas externas do culto,
nas demoradas cerimônias religiosas, tornavam-se terapias libertadoras para a
tentação.
Os demônios, porém, venciam as receitas
salvacionistas e resistiam aos exorcismos, ricos de palavras ameaçadoras e
pobres de conteúdo espiritual, afligindo as almas e alucinando-as em intérminos
conúbios obsessivos. Isto, porque, o corcel do pensamento disparava, acionado
pelos instintos represados, devoradores... A mente se transformava em áspero
campo de batalha com os sentimentos em brasa, embora a face da pessoa
ostentasse a máscara da incorruptibilidade, da pureza, da vitória. As noites
eram terrificadoras: gemidos, soluços, gritos, flagelação...
Somente aqueles que, na fé, buscassem viver
o amor, encontrariam o equilíbrio entre a mente e o corpo, a fim de arrancarem
o semblante patibular da aparência, para serem novamente humanos, afáveis e
bons. O sorriso e a alegria no relacionamento social eram execráveis, deveriam
ser combatidos, e o amor a Deus mantinha-se soturno, depressivo, quase
detestável.
A criatura tinha que se comportar com se
estivesse morta, a fim de viver, depois, plenificada, no Céu. O sofrimento
constituía a tônica, e a autopunição representava a mais elevada expressão do
amor a si mesmo, odiando-se. Compreende-se a existência de uma revolta surda no
imo dos seres humanos, que explodia nas licenças morais perversas, nos castigos
e punições desumanos, em expressões de prepotência, que culminavam nas
aberrações mais chocantes.
A natureza humana é obra da Natureza
Divina, que permite, ao ser, modelar a máquina que o ajuda no processo da
evolução. Com certeza, Espíritos nobres conseguiram superar os limites das
celas estreitas, a rigidez dos códigos de repressão à vida, as violentas
castrações à alegria e ao encantamento diante da Criação, tornando-se
conquistadores dos espaços e modelos para inumeráveis outros, que lhes seguiram
as pegadas. Diversos, no entanto, mergulharam em demorados processos de
loucura, que lhes roubou a existência física.
Santificar-se era um desafio ao homem
interior, que anelava por Deus, embora o cárcere corporal, que o limitava. Assim
mesmo, esses homens e mulheres, que buscavam Deus e o Seu reino, conseguiram
colocar estrelas na imensa noite da ignorância, para que hoje brilhasse nova luz
a guiar a Humanidade.
Agora, esclarecidas as manifestações
espirituais e elucidados os fenômenos mediúnicos, abrem-se os portais da
Imortalidade, e o intercâmbio entre os dois mundos faz-se natural, estimulado
pelos próprios seres livres. A razão comanda a conduta, convidando à liberdade
compatível com a evolução.
Restaura-se a fé com a mesma alegria dos primeiros
dias do Cristianismo. A dor já não é punitiva, mas reparadora, iluminativa. Ruem
as pesadas paredes do isolamento individuai, o mundo e as criaturas são as
grandes metas a conquistar. A fraternidade rompe o claustro, enquanto o amor
desata os nós que impediam os relacionamentos da ternura e da afeição.
As águas frescas desse amor acalmam as
labaredas das paixões refreadas.
Ainda permanecem, é certo, focos de
incêndio e de alucinação, no mundo, por liberação desequilibrada, fenômeno esse
natural, após a demorada contenção. Jesus, porém, chegará a todos, através dos
Seus discípulos novos, e a paz reinará soberana.
As forças da tentação - externa-interna -,
os Espíritos ensandecidos, violentos, adversários do bem, serão conquistados
suavemente e não expulsos ao impacto de veementes objurgações do ódio e da
ignorância medievais. A mensagem de Jesus é sempre um hino de incomparável
alegria, e entregar-Lhe a existência torna-se aquisição de um tesouro raro.
Esse amor, que é a Sua mensagem, feita de
júbilo interior, irradia-se e penetra nas almas, mudando-as.
Para sentir-Lhe o seráfico olor e a
bem-aventurada presença, deve o ser que O busca elevar-se, abandonando as
paixões e desenvolvendo as virtudes no contato com as dores do mundo,
balsamizando as feridas e erguendo os combalidos, atendendo a fome de pão, a
sede de água e, sobretudo, as necessidades de entendimento, lado a lado com a
carência, pelos caminhos das novas Galileias. Nessa grandiosa renovação que
começa na Terra, sob o comando do Paracleto, ressuscita-se o intercâmbio
intenso entre as criaturas e os imortais, repetindo os dias do Inesquecível
Galileu.
Aos médiuns modernos- apóstolos da Fé
racional- cabem as lutas silenciosas, o enfrentamento com as forças do Mal, a
fim de que a vitória contra as tentações se patenteie na paz de cada um e no
espírito de caridade, a nortear-lhes os passos pela senda da auto-entrega.
Oração, silêncio digno e ação santificante
são os novos métodos para a taumaturgia, para a identificação do cristão com
Jesus.
Médiuns
da Terra:
Exultai ao chamado do Senhor! Rendei-vos ao
apostolado do vosso serviço, certos de que a luta que travareis dar-vos-á a perfeita
consciência da qualidade do vosso ministério.
Não relacioneis queixas, nem dores, nem
renúncias. Encontrai no próprio serviço de amor o pão do reconforto e a paz do
espírito lúcido, portanto, inteirado dos deveres a cumprir. Deixai que falem os
imortais por vós, assim como dialogai com eles também.
Ide com a cruz da mediunidade e
transformareis, pelo bem executado, as duas traves em que imolareis o egoísmo,
o orgulho e a inferioridade, nas asas da vossa libertação.
O Vencedor do mundo e nós outros, aqueles
que vos amamos, esperamos por vós. Tende coragem e fé!
Antônio
de Pádua
Colaboração Carola Pinotti
(Esta mensagem foi enviada por Divaldo
Franco ao Centro Espírita Antônio de Pádua, por ocasião do seu 72° aniversário,
comemorado com palestra e confraternização em 16 de fevereiro de 2013.)
tanta gratidão que nem cabe na esfera terrestre! te amo santo Antônio! obrigada Divaldo obrigada.
ResponderExcluirMuito obrigado amigos pelo testemunho muita paz e evolução para todos nós. Bem hajam
ResponderExcluirbelissimo nossa gratidão
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