Essa Linha, conhecida
também como "Ibejada" ou "Yori", é integrada por espíritos
que se apresentam como crianças. Geralmente, manifestam-se espíritos que quando
encarnados, morreram crianças ou que, após o desencarne, optaram por trabalhar
na Umbanda desse modo. Comumente, manifestam-se espíritos que foram filhos de
escravos, curumins, entre outros.
É uma Linha de muita luz.
O fato de estar manifestado no médium uma criança, não significa que se trate
de uma entidade com menos força ou conhecimento que as demais. Pelo contrário,
a Linha das crianças é uma linha de grande força e poder! Realizam trabalhos de
cura, dão conselhos, afastam a demanda, etc.
Ao contrário de que muitos
irmãos Kardecistas falam, esses espíritos não estão "presos" na
condição de crianças. Ao revés, como
visto alhures, optaram a adentrar nesta Linha, para servir a Umbanda e trazer
aos filhos de fé a alegria, a doçura e pureza. Como diz o ditado, “se todos
tivessem olhos de Crianças, o mundo seria mais alegre e não haveriam mais
guerras”.
E é com essa alegria, com
essa pureza que muitas vezes eles tocam nas feridas morais do médium, mostrando
seus defeitos, sua falhas e o ensinam ,
com conselhos simples e diretos, a melhorar.
Esses espíritos também
habitam na natureza. Nas praias, nos rios, na cachoeira, nos campos e
principalmente nos jardins.
Essa Linha é regida por
São Cosme e Damião, dois médicos gêmeos que são tidos como protetores das
crianças. Uma curiosidade, é que a imagem de São Cosme e Damião no catolicismo
é formada apenas pelos gêmeos médicos. Na Umbanda, foi inserida uma criança no meio
deles, a qual é chamada de Doum. Conta a lenda, que Doum era o irmão mais novo
dos gêmeos e que acabou falecendo ainda criança. Esse foi o motivo principal
para os gêmeos estudarem medicina e prestarem seus serviços gratuitamente em
nome da caridade. Por essa razão, muitos pontos de Umbanda falam em
"Cosme, Damião e Doum!"
Alguns também atribuem a
regência dessa Linha a São Crispim e Crespiniano.
OS DOCES DE COSME E DAMIÃO
Reconhecidos por seus
devotos como os santos meninos, os gêmeos Cosme e Damião, na verdade,
chamavam-se Acta e Passio e eram médicos árabes. Eles viveram em plena época do
Império Romano e realizavam verdadeiros milagres, não cobrando pelas suas
consultas. Toda essa fama dos irmãos incomodou o imperador Deocleciano, que
mandou prender os dois que, depois de mortos, passaram a ser os padroeiros das
crianças.
Numa antiga lenda
africana, dois príncipes gêmeos traziam sorte para o reino, resolvendo todo
tipo de problema, pedindo em troca apenas doces, balas e brinquedos. Bastante
bagunceiros, um deles se acidentou ao brincar numa cachoeira. O irmão que
sobrou ficou tão triste que pediu para se encontrar com o outro no céu. Assim,
Orunmilá atendeu o desejo do pequeno príncipe, deixando na terra duas imagens
feita de barro, representando os meninos.
Seu dia é comemorado em 27
de setembro, quando tradicionalmente é feita uma farta distribuição de doces
para crianças.
FALANGE DO
ERÊ
ARLINDO CRUZ
Só quem acredita vê
Que essa vida é um doce
Mesmo se não fosse
Eu seria assim
Sou menino brincalhão
Encontrei a chance
Bem ao meu alcance
E a agarrei pra mim
(Eu dou)
Viva Cosme e Damião, doum (doum)
Viva Cosme e Damião
Viva Cosme e Damião
O que importa é que a gente miúda
Me trouxe ajuda, quando eu precisei
E o que prego nas minhas andanças
Que só as crianças me ditam a lei
E assim me sinto protegido
Ungido com a viscosidade da fé
Sua benção é presença imensa
Que vença com a crença que tem seu axé
(Eu dou)
Viva Cosme e Damião, doum (doum)...
Da vida tão amargurada
Essa gurizada me fez renascer
Hoje sou cobra criada
Salve a ibejada falange do erê
Vinte e sete de setembro
Eu sempre me lembro, não esqueço de dar
Cocada, pacóca, suspiro, pipoca
Bola, bala, bola, cuscuz e manjar
(Eu dou)
Viva Cosme e Damião, doum (doum)...
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