terça-feira, 27 de outubro de 2020

DURANTE OS TRABALHOS DE UMBANDA

 



Em Casas de umbanda sérias e de elevado caráter, durante as consultas espirituais, o templo umbandista está repleto de espíritos trabalhadores e desencarnados que serão atendidos.

O ponto central de todos os trabalhos realizados são os médiuns com seus protetores. Como usinas vivas fornecedoras de ectoplasma, aglutinam-se em torno desses medianeiros os técnicos astrais que manipularão os fluidos necessários aos socorros programados.

Dependendo das especificidades de cada consulente, movimentam-se as energias afins, por linha vibratória – Orixá – correspondente à necessidade de cada atendido.

Ao mesmo tempo, cada Guia atende em determinada função, havendo uma enorme movimentação de falanges que se deslocam para onde for necessário, tanto no plano físico como no mundo espiritual, para realizar as tarefas a que estão destinadas e autorizadas.

Nada é feito sem um comando hierárquico e ordens de  serviços criteriosas, de conformidade com o merecimento e o livre-arbítrio de todos os envolvidos.

A instância superior que dita e detalha a amplitude do que será feito tem recursos de análise criteriosos, que tornam impossível haver equívocos ou erros, mesmo quando há penetração na corrente mediúnica por invigilância dos próprios médiuns.

 

 

 

- do livro O TRANSE RITUAL NA UMBANDA

Norberto Peixoto

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

COM DEUS ME DEITO , COM DEUS ME LEVANTO

 


Numa antiga oração popular, ensinada às crianças para que seja orada antes de dormir, encontramos uma expressão muito interessante:

 

Com Deus me deito, com Deus me levanto...

Eis então algumas considerações importantes inspiradas neste costume:

Com Deus me deito...

Que importante anelo para alguém que se prepara para o sono!

Tendo em vista que ao dormir, ao se penetrar o universo do sono e dos sonhos, ninguém pode garantir a qualidade deste transe, a harmonização com Deus faz-se fundamental.

Cada pessoa que se desprende do corpo físico, passa a travar contato com os variados tipos espirituais.

Amigos uns, inimigos outros, comparsas do pretérito reencarnatório, incontáveis.

Por causa disso, torna-se primordial criar-se o hábito benfazejo de orar, antes de dormir, entregando a mente, os raciocínios e os sentimentos às mãos do Criador.

Quando alguém mergulha nesse rio do sono, não tem idéia de com quem deparará.

É o que nos ajuda a entender os sonhos suaves, cheios de estesias, repletos de alegrias, que levam muita gente a dizer que chega a ter vontade de não despertar.

Há, por outro lado, os conhecidos pesadelos, que não são, senão, o resultado do contato angustiante e perturbador com adversários ou inimigos, cobradores, em vários níveis, das condutas daquele que dorme.

Deitar-se com Deus, então, transforma-se em providência muito feliz, com o fito de libertar-se de qualquer perseguição sombria.

Com Deus me levanto...

Em realidade, a referência é ao ato de despertar do sono.

É fundamental alguém aprender a levantar-se com Deus, num mundo em que, de costume, muitos indivíduos anseiam por levantar-se admitindo a não necessidade de cogitar Deus.

Quantos indivíduos, caídos na rua da amargura, rogam a ajuda divina para erguer-se da dificuldade em que se acham?

Mãos anônimas, mãos amigas, benfeitores humanos, socorristas encarnados, atendentes sociais, todo este plantel de almas do bem representa a presença de Deus junto aos irmãos que sofrem.

Tanto caminho, tanta ajuda, tanto apoio impulsionarão o sofredor para que ele se levante, e se levante com Deus.

Quantos experimentam dramas econômico-financeiros, fazendo-se endividados, inadimplentes, desgastados sociais, desacreditados, muito embora a sua honestidade, a sua consciência dos próprios deveres?

Esses companheiros anseiam pelo socorro de amigos e de instituições bancárias que lhes retirem do pescoço o nó, que lhes ofertem algum oxigênio.

Assim livrando-os da sufocação em que se acham, para que se levantem, e se levantem com Deus.

Qualquer que seja a queda humana, material ou moral, a possibilidade de levantar-se com Deus, com o apoio do Mundo Superior, será sempre a melhor maneira de se levantar no Planeta.

 

* * *

 

A oração é uma das melhores maneiras de nos colocarmos em sintonia com os amigos espirituais.

Eis um hábito muito salutar: travar conversas constantes, onde quer que estejamos, com nosso Espírito Protetor, e com os Espíritos afins que nos acompanham diariamente.

Mantendo-nos em sintonia com os bons Espíritos, através de pensamentos elevados, de alegria, gratidão e amor, conseguiremos ouvir suas inspirações, e delas nos utilizarmos para nosso bem.

Contemos mais com este recurso fabuloso que temos: a prece, e nos surpreendamos com os bons resultados obtidos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Redação do Momento Espírita.

Autor Momento Espírita.

 

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

MAMÃE OXUM






Padroeira do Brasil

Hoje é comemorado em todo o território nacional o Dia das Crianças. A comemoração foi criada em 1924 pelo deputado federal Galdino do Valle Filho. Mas, nem sempre essa data significou feriado, o 12 de outubro só se tornou dia de “folga” em razão de Nossa Senhora da Aparecida, santa católica que é considerada a Padroeira do Brasil.

Em 1980, João Paulo II consagrou a Basílica da Nossa Senhora da Aparecida (local onde a imagem da santa está guardada) e foi a partir desta celebração que a Lei 6.802 declarou feriado nacional.

Nossa Senhora da Aparecida

A relação de Nossa Senhora da Aparecida com o Brasil, começou em 1717 quando pescadores resgataram do Rio Parnaíba do Sul, dois fragmentos da imagem de Aparecida. Após o acontecido, vários milagres são atribuídos a santa. O título de Padroeira oficial do Brasil foi conferido em 16 de julho de 1930 pelas mãos do Papa Pio, mas o reconhecimento como feriado nacional só aconteceu 50 anos depois.





Sincretismo

Dentre as comemorações do 12 de Outubro encontramos homenagens à uma Orixá presente na Umbanda e religiões afro-brasileiras. Celebramos hoje a beleza, o amor puro, a jovialidade e a riqueza de Mamãe Oxum. Mas, porque essas datas coincidem?

Desde o período em que os costumes e crenças africanos chegaram ao Brasil, muitos dilemas foram travados. A sociedade escravagista, dizimava e repudiava todo e qualquer tipo de manifestação religiosa proveniente destes povos. Mesmo após tantas lutas, conquistas e direitos garantidos é notado diversos atos de intolerância voltados a essa comunidade.

Hoje, a constituição brasileira protege o direito de praticar e expressar culto religioso e criminaliza quem se opor a isso de forma ofensiva ou violenta. Mas, no contexto Brasil Colônia houve uma grande opressão aos ritos afros, e toda a manifestação desta cultura era expressamente proibida.

No entanto, a resistência desses povos perpetuaram e garantiram a sobrevivência da fé nos orixás. Para que essa fé não fosse extinta encontrou-se uma maneira de dar continuidade as práticas religiosas sem passar pela repressão. É então que surge o sincretismo, que vai associar a figura dos orixás aos santos católicos. Na prática, isso vai significar o que? Reza-se para o orixás “no pé do santo” procurando identificar semelhanças ou expressões das divindades africanas no culto católico.

O resultado disso é também a associação de Oxum a imagem de Nossa Senhora, que em cada região do país vai ganhar uma expressão diferente. Na Bahia Oxum é sincretizada com Nossa Senhora das Candeias, na Paraíba e em parte do litoral paulista geralmente está relacionada a Nossa Senhora da Conceição e em São Paulo à Nossa Senhora da Aparecida.

O arquétipo de Oxum traz o aspecto maternal, a fertilidade, que por sua vez, conecta-o a imagem de Aparecida, mãe de Jesus. A relação com as crianças também vem desse princípio, do poder da gestação que é exaltado nas duas divindades. Quando uma mulher tem problemas para engravidar é a Oxum que se pede auxílio. Nas celebrações à Nossa Senhora também podemos ver pedidos pela maternidade e bênçãos sob as crianças.

Portanto, hoje é comemorado o dia em que Nossa Senhora – imagem que apareceu no rio quando os pescadores não tinham mais esperança de uma pesca próspera – veio a se tornar padroeira do país.

Atualmente a santa católica também é símbolo do Orixá feminino das águas doces, do rio e das cachoeiras, mas anterior a isso, Mamãe Oxum já encontrava espaço para se fazer presente por entre os cultos em solo brasileiro.








terça-feira, 6 de outubro de 2020

O QUE SIGNIFICA SER "UMBANDISTA" ?

 

Ser Umbandista não é apenas ser religioso.

É ser cristão. Aquele que crer em Cristo, sincretizado em nosso Pai Oxalá.

 

Ser umbandista não é ostentar uma crença.

 

É vivenciar a fé sincera.

 

Ser umbandista não é ter uma religião especial.

 

É saber que tem grande responsabilidade, para consigo mesmo e para com o próximo.

 

Ser umbandista não é querer superar o próximo. Ser melhor que teu irmão.

 

É querer superar a si mesmo através da reforma íntima e de suas boas ações.

 

Ser umbandista não é construir templos de pedra, embora precisemos, de um templo.

 

É transformar-se em um templo vivo, aderindo sua alma, o seu coração em templo eterno.

 

Ser umbandista não é apenas aceitar a reencarnação.

 

É compreendê-la como manifestação de uma Lei, da Justiça Divina do caminho natural para o equilíbrio dual.

 

Ser umbandista não é só comunicar-se com os Espíritos, porque todos indistintamente se comunicam, mesmo sem o saber.

 

É comunicar-se com os bons Espíritos, espíritos de luz para melhorar a si, e ajudar o próximo a ser melhor também.

 

Ser umbandista não é apenas consumir as obras espíritas/umbandistas para obter conhecimento e cultura.

 

É transformar os livros e suas mensagens, em lições vivas para a própria mudança. Ter grande conhecimento sem  vivenciar, é o mesmo que falar e nada fazer, esperando que alguém faça por você.

 

Ser umbandista não é internar-se no Centro Espírita ou Terreiro, fugindo do mundo para não ser tentado.

É conviver com todas as situações, com equilíbrio e sabedoria sem alterar-se.

Um umbandista consciente é umbandista no centro, no terreiro, em casa, na rua, no trânsito, na fila, ao telefone, sozinho ou no meio da multidão, na alegria e na dor, na saúde e na doença.

 

Ser umbandista não é ser diferente.

 

É ser exatamente igual a todos, porque todos são iguais perante Zambi.

Não é mostrar-se que é bom, e sim provar a si próprio que se esforça para ser bom, porque ser bom deve ser um estado normal dos “Homens” consciente. Anormal é não ser bom, o suficiente para viver em comunidade ou na sociedade.

 

Ser umbandista não é curar ninguém.

 

É contribuir para que esse alguém trabalhe a sua própria cura, mediante seu próprio esforço.

 

Ser umbandista, não é tornar o doente um dependente dos supostos poderes milagrosos de outros.

 

É ensinar-lhe a confiar em Zambi (Deus), em Oxalá(Jesus) e nos Orixás (Divindades);

É ensinar-lhe a confiar no triângulo da religião que você umbandista escolheu. Que se refere aos Caboclos, Pretos Velhos e Crianças (Ibeiji) que trabalham para o alto, elevando a fé, o amor e o conhecimento. No triângulo que trabalha para o nosso meio, aqui entre nós, o Exu, Pombagira. E que é na fé, na vontade sincera e perseverante de melhorar a si próprio, para equilibrar o seu EU, e receber a Cura se caso merecer.

 

Ser umbandista não é consolar-se em somente receber.

 

É confortar-se ao doar, porque pelas leis naturais da vida, "é mais bem aventurado dar do que receber".

 

E, por fim ser umbandista, não é esperar que Zambi desça até onde nós estamos.

 

É subir ao encontro dele, de Zambi, elevando-se moralmente e esforçando-se para melhorar sempre, buscando sempre doar auxílio ao próximo, a pratica do bem e da caridade."

 

Isto é ser umbandista!

 

"Entendam que a missão é sua. A missão não é do planeta. A sua missão não é ser nem se tornar alguém espiritualmente importante. ”

 

“Mas com certeza a sua missão é ser alguém espiritualmente completo para com você mesmo."

 

Se achamos que nosso terreiro não faz muito pelas pessoas, vamos começar a pensar o quanto fazemos pelo nosso terreiro.