Desenvolver a mediunidade na Umbanda é algo considerado de grande responsabilidade. O médium que vai se desenvolver irá lidar com vidas humanas, muitas vezes, em momentos de dor e perdas, outros em conflitos existenciais e questionamentos de valores. Este médium para exercer minimamente bem sua atividade mediúnica diante da responsabilidade assumida deve ter ao menos comprometimentos com o compromisso assumido ou que pretende assumir.
Se a tarefa mediúnica não
é prioridade em sua vida, então podemos concluir que dificilmente realizará um
bom trabalho para si e para os outros, pois não basta ter o fenômeno de
incorporação e deixar que um espirito faça tudo e assuma toda a
responsabilidade como se este trabalho não dependesse também de uma parceria
entre médium e suas guias que necessitam dele para trabalhar e vice versa.
Sem o comprometimento o
trabalho fica para segundo plano: Vela de anjo de guarda, banhos, firmezas,
orações e verdades ficam para trás. Quando se dá conta já não consegue mais ter
a frequência desejada no compromisso assumido. Quando chega a este ponto, de dar
desculpas a si mesmo e aos outros por suas faltas, temos um sinal de alerta.
Talvez, este médium deva voltar a assistência durante um período para pensar
melhor se quer apenas poder vir de vez em quando ao terreiro ou assumir um
compromisso consigo mesmo e com a espiritualidade.
Se pretende frequentar
esporadicamente o templo, basta estar na consulência e dar passagem a seus
guias quando houver esta liberdade . Precisamos ouvir nossos guias antes de
esperar que os outros ouçam. Somos
médiuns para oferecer o dom a quem necessita, para recebermos e buscar algo
nossa posição é de consulente; aquele que mais pretende oferecer que receber é
médium, aquele que pretende mais receber do que oferecer é consulente. Mas há
de convir que o médium seja o primeiro a receber os benefícios do convívio com
as entidades espirituais. Pois tudo de bom passa por ele enquanto as cargas
negativas, emoções e dores se descarregam sem permanecer nele mesmo. A
oportunidade de aprendizado ouvindo as dores alheias são únicas e podem transformar
sua vida. Assim como uma palavra certa pode salvar vidas, uma palavra errada
pode destruir e ai a grande responsabilidade mediúnica. Melhor uma entidade
“muda” a outra no afã de “ajudar” possa falar “demais” ou “além da conta”, sem
entrar no mérito de “bobagens” ditas acerca da vida, dos costumes ou valores de
quem se encontra na dor ou numa encruzilhada da vida.
Comprometimento mediúnico
é comprometimento com a vida, o descomprometimento mediúnico denota
descomprometimento com a vida, um alto enganar-se, auto sabotagem, ou
simplesmente um sinal de que, talvez, pode ser que o seu caminho seja em outro
lugar, o que pode ser na mesma religião ou outra religião. E ninguém pode saber
esta resposta a não ser você mesmo com a força do seu coração e do seu ser,
junto ao eu superior e DEUS.