domingo, 4 de agosto de 2013

ACEITANDO A MORTE




A morte, examinada do ponto de vista terrestre, prossegue sendo a grande destruidora da alegria e da esperança, que gera dissabores e infortúnios entre os homens.
Interrompendo os programas estabelecidos, propicia frustração e amargura, naqueles que permanecem no corpo, em razão das conjunturas em que se encontram.
Não possuindo, os homens, a visão correta sobre a realidade da vida, investem, no corpo, os objetivos imediatos da existência física, o máximo de valores, esquecendo-se de colocar na sua planificação a inevitável ocorrência da desencarnação.
Anestesiando a razão, mediante processo automatista, quase inconsciente, a fim de ignorar-lhe a presença, evitam a abordagem do fenômeno biológico de transformação, assim evadindo-se do dever de uma análise mais profunda em torno do ser e da vida.
Como consequência, quando se deparam com essa fatalidade, são tomados, quase sempre, de estupor ou desespero, de amargura ou revolta.
O egoísmo, que lhes predomina em a natureza, fá-los anelar pela permanência física dos seres queridos, mesmo quando enfermos ou limitados, sem que sejam consideradas as bênçãos que os aguardam após a libertação.
Eis por que, do ponto de vista espiritual, a morte significa o retorno para o lar, donde se procede, antes de iniciada a viagem para o aprendizado na escola terrena, sempre de breve duração, considerando-se a perenidade da vida em si mesma.
Desse modo, em expressivo número de vezes, para morrer é necessário possuir merecimento.





Livro Loucura e Obsessão, Cap. 21, Manoel Philomeno de Miranda, Divaldo Franco.


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