quarta-feira, 21 de agosto de 2013

CARIDADE NO LAR - PERIGO À VISTA



No incontido desejo em fazer valer a razão sobre a empolgação, a humildade sobre a vaidade, e o conhecimento sobre a ignorância, somos levados a dar ciência ao Movimento Umbandista (médiuns, assistentes e simpatizantes) de um fato corriqueiro, embora perigoso, e que tem dado azo a desdobramentos muito desagradáveis para quem os comete.

Estamos falando de atividades espírito-caritativas ou pseudo espírito caritativas perpetradas em ambientes domésticos, e que podem trazer grandes tormentos ao equilíbrio psico material do grupo familiar residente.  Motivadas a auxiliarem ou mesmo a darem vazão a sentimentos reprimidos (vaidade, egocentrismo, narcisismo etc.), pessoas estão incorporando espíritos com os quais mantém vínculos, para amparar terceiros, no que tange a problemas diversos. Arrastando móveis, improvisando congás, e adequando espaços, iniciam labor espiritual sem se aperceberem que o local de habitação, por ser ambiente onde a família vive seu quotidiano (alegrias, tristezas, frustrações, aspirações etc.), não foi construído e/ou preparado para suportar reflexos de tal atividade.

Enquanto dirigentes zelosos, sob a orientação de seus respectivos mentores espirituais, preparam seus templos com as firmezas necessárias à segurança, à defesa e ao equilíbrio do lugar, frente aos trabalhos mediúnico-espirituais, muitos deles vibratóriamente pesados (desobsessão, desmanche de magia de teor negativo), "alimentando" a egrégora da Casa e ionizando o espaço de caridade, outros tantos, sem se atentarem às medidas retrocitadas, por boa ou má-fé, começam a redirecionar para seus lares energias conscientes e/ou inconscientes que acompanham aqueles que são alvos de atendimento, processando-se a aglutinação e eventual sedimentação destas forças naquela habitação.

É que, ao se efetuar auxílio a indivíduos vitimados por demandas, obsessores, formas-pensamento, ou qualquer outro instrumento de ataque psico-espiritual, invariavelmente adquirimos novos adversários. Por que os verdugos vão querer saber quem é aquele que se posiciona como pretenso escudo às suas ações maléficas. Ao par disto, tentarão desestabilizá-lo e instabilizar toda a base de sustentação daquela célula familiar, eis que contrariados em suas intenções.

Como o local não está preparado para os entrechoques magnético-espirituais, e levando-se em consideração quem nem todos os membros daquela pequena coletividade estão equilibrados psiquicamente, dá-se patente influenciação dos atacantes sobre o grupo.

Médiuns que realizam trabalhos espirituais em seus domicílios, para assim agirem, baseiam-se na premissa de que seus Guias e Protetores os protegerão de tudo e de todos, e que nada de nocivo lhes poderá acontecer. Porém as coisas não são simples como costumam parecer. Até dirigentes bem preparados, cônscios de suas responsabilidades, e exercendo labor caritativo consciente, algumas vezes costumam sofrer abalos em seu trabalho; o que dirá aqueles que realizam atividades sem nenhum alicerce defensivo.

Se é certo que no final da guerra o Bem prevalecerá, correto é afirmar-se também que as diversas batalhas travadas nem sempre serão, a priori, vencidas.

Lugar de socorro e tratamento de patologias espirituais é Templo de Umbanda, e não a casa em que moramos. Por quê? Porque os terreiros umbandistas são verdadeiras usinas de reciclagem de lixo astral (miasmas, larvas astrais, formas-pensamento negativas, magnetismo deletérico etc.), capacitados para lidar com tais energias, neutralizando suas ações e reciclando sua constituição, além de depurar magneticamente outras individualidades astrais, tal qual a usina que recicla lixo em adubo, ou as estações de tratamento que transformam água poluída em água potável, além de possuírem cordão fluídico de defesa e forças de defesa inteligentes (GUARDIÕES), aptas a lidarem com espíritos rebeldes e maus.

Mas, e no caso de baterem a nossa porta pedindo socorro? Nesta situação o médium deverá com sua experiência e bom-senso analisar fria e racionalmente o quadro que se apresenta, rogando orientação aos espíritos que o cercam. O medianeiro bem preparado, bem instruído, tem consciência, ou deveria ter, que nestes casos existem métodos socorristas que podem ser aplicados aos necessitados, sob orientação mental dos Guias, sem a necessidade de incorporação e envolvimento direto no problema.

Há aqueles que pensam que haverá cura ou melhora do enfermo somente se houver incorporação de espíritos. Este fato, no entanto, apenas serve para atestar a insegurança que lhes é peculiar.

Por fim, devemos expor, contrariando aqueles que são de opinião de que o socorro e tratamento ministrados pelas entidades espirituais só se realizam quando os médiuns estão incorporados, que os amigos de Aruanda laboram de maneira ininterrupta, tenha ou não a presença de médiuns nos terreiros. Todos os dias, todas as horas, espíritos enfermos são conduzidos as Instituições Umbandistas, ora para esclarecimentos, ora para desmagnetização perispiritual, e também para espontânea ou compulsoriamente repararem ações deletéricas causadas pelos mesmos. E não é só. Muitas individualidades espirituais procuram ajuda para seus problemas, e acabam por serem atraídas pelos feixes luminescentes de caridade emanados pelas agremiações umbandistas, para aí obterem amparo. Imaginem que estragos, conscientes ou inconscientes, poderiam provocar na psico esfera de um imóvel residencial, inadequado para tal atendimento.
O assunto é extenso e complexo. Entretanto, o básico foi discorrido, e esperamos sinceramente que tais apontamentos sejam um referencial seguro para futuras ações medianímicas.

Saravá Umbanda!















(Jornal Umbanda Hoje).

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