Ramatis, no livro
Mediunismo, nos diz que, “considerando que a faculdade mediúnica “de prova” ou
“de obrigação” é sempre o acréscimo que o Alto concede ao espírito endividado
para conseguir a sua reabilitação espiritual, sob hipótese nenhuma deve ela ser
negociada ou vilipendiada.
É o serviço de confiança que o médium exerce em favor alheio sem deixar de cumprir todas as suas obrigações para com a família, a sociedade e os poderes públicos. Os mentores siderais não lhe exigem o sacrifício econômico da família, a negligência educativa da prole, o descuido com as necessidades justas da parentela, para só atender indiscriminadamente ao exercício de sua faculdade.
“Cada médium, como
espírito em evolução, conduz o seu próprio fardo cármico, gerado no pretérito
delituoso, o que também lhe determina as obrigações em comum no lar, onde
vítimas e algozes, amigos e adversários de ontem empreendem o curso de
aproximação espiritual definitiva. Assim é que, em última hipótese, deve
prevalecer sobre o serviço mediúnico o cumprimento exato das determinações
cármicas que lhe deram origem à existência na matéria”.
Mediunidade como
capacidade permanente, não ocasional.
Infelizmente, a
mediunidade não vem equipada com botão “liga-desliga” e SER médium é muito
diferente de apenas ESTAR médium. O que isso quer dizer? Quer dizer que
mediunidade não é uma capacidade que podemos escolher quando ativar e
desativar.
É exatamente como qualquer
sentido físico: não podemos escolher quando enxergar ou ouvir.
Do mesmo modo, não podemos
escolher quando ser médiuns e quando não ser médiuns. Somos médiuns 24 h por
dia, sete dias por semana, durante toda a nossa vida.
E isso tem implicações
muito importantes para o médium responsável e consciente do seu trabalho, pois,
como diz Maria Aparecida Martins, “somos médiuns uns dos outros, compramos,
muitas vezes, o mau humor do pai, o vitimismo da mãe, o desânimo do marido.”
Além disso, como já vimos,
o trabalho mediúnico não se restringe à atuação do médium no grupo que frequenta,
nem se limita ao dia em que este grupo se reúne para trabalhar. Ele vai além,
ocupando toda a vida do médium, e está presente em todas as atividades que
desempenha.
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