domingo, 13 de setembro de 2015

VOLTANDO A ACREDITAR NA VIDA



A cada momento estamos nos transformando em alguém muito diferente de tudo o que fomos até hoje. Quanto mais nos aprofundamos em nossa busca interior, mais nos tornamos a realidade de nossa essência divina.

Mesmo enquanto o ego ainda se mantém atento e alerta a tudo o que fazemos de diferente, pelo medo de perder o controle sobre nossa vida, aos poucos, vamos libertando partes de nossa alma que ficaram perdidas ou aprisionadas "por aí", seja em nosso inconsciente, no inconsciente de outras pessoas ou, ainda, em "realidades paralelas".

Algumas vezes, temos que partir para uma busca mais específica no resgate das partes de nossa alma e torna-se necessário que façamos esse caminho com muita consciência para que essas partes que estão aprisionadas de forma mais destrutiva, tenham a possibilidade de voltarem para nós, sendo tratadas, purificadas, energizadas e curadas, através de alguns recursos existentes atualmente.

Porém, nem sempre é preciso que isso ocorra dessa forma, pois somente pelo fato de estarmos determinados a acabar com a tirania e domínio do ego, naturalmente vamos fazendo essa busca e resgate de nossas partes dissociadas ou perdidas. É um processo natural, pois na jornada interior, ao mergulharmos em nosso inconsciente na intenção de descobrirmos nossas verdades destrutivas e ocultas, isso nos leva a libertarmos partes de nossa alma que estão aprisionadas pelo ego. Nessa libertação, a alma vai ganhando força e o ego não consegue frear seus impulsos.

É nesse ponto que finalmente conseguimos dar o primeiro passo para o verdadeiro movimento de expressão de nossa alma, alcançando um novo nível de consciência, mais elevado e mais adequado para começarmos, de verdade, o desenvolvimento dos potenciais divinos e de luz que carregamos em nós, para manifestarmos a força e a vontade de nossa Presença Divina, no cumprimento de nosso propósito. Todos os passos anteriores nos levaram sempre a novos níveis de consciência, mas neste nível, tudo vibra em frequências mais elevadas, que fazem com que nossa vibração se intensifique. Esta nova vibração nos leva a acessar dimensões mais elevadas e, ao nos sintonizarmos a essas dimensões, tudo o que há de "poderes de luz" em nós se potencializa. Enfim, neste novo estágio de nossa evolução, tudo contribui para que possamos expressar o divino em nós, nos sentimos amparados, fortalecidos, encorajados, há algo em nós que nos conduz, sem que precisemos pensar, calcular ou criar estratégias, tudo se desenrola de forma suave, espontânea e potente.

Atraímos pessoas, situações, condições que se manifestam de forma agradável, somos "bem tratados", somos aceitos, percebemos que as pessoas gostam de nós sem que precisemos "criar um personagem" para agradá-las, simplesmente somos nós mesmos nesse estágio, não nos preocupamos mais em agradar para sermos aceitos, apenas desejamos ser o melhor para o Todo, e essa expressão mais natural de nós acaba agradando a todos, sem esforços e sem máscaras.

Como não estamos acostumados a que tudo flua em nossa vida e nem a nos sentirmos tão bem aceitos e aprovados pelas pessoas - neste estágio é natural atrairmos novos grupos e pessoas - estranhamos essa situação tão saudável e agradável, e nosso ego desconfia, pois ele não acredita em condições benéficas de vida, ele fica avaliando tudo e todos, achando que "é bom demais para ser verdade" e fica tentando encontrar pontos negativos nessa experiência para nos fazer desacreditar, tentando fazer com que nos recolhamos novamente ao invés de nos expormos. Mas como neste ponto nossa consciência está muito mais desperta e estamos muito mais atentos às investidas perigosas do ego, somos capazes de sentir o prazer de desfrutar dessa nova condição e interação mais saudável com o mundo, ao mesmo tempo em que acolhemos e prestamos atenção às queixas do senhor ego. Isto é adequado, pois estamos na dualidade e todos nós contemos aspectos de luz e sombra, isso significa que devemos estar atentos, pois essas pessoas contém um ego que, de um momento a outro, poderá querer agir de forma inadequada.

Não precisamos mais ser persecutórios como antes, desconfiando de tudo e todos, só precisamos de um grau de atenção. Enquanto vamos nos firmando nesse novo patamar, vamos percebendo que existem sim possibilidades de interagirmos de forma saudável com o mundo e que as pessoas "são boas também" e é muito reconfortante poder acreditar novamente. Mas se não estivermos atentos, poderemos cair em uma polaridade oposta à nossa anterior e começarmos a acreditar demasiadamente apenas no lado bom das pessoas, desconsiderando que seus egos poderão reagir negativamente em algum momento, fazendo com que, ao acreditarmos demais, baixemos a guarda, deixando de nos proteger e poderemos ser "atacados". Assim, o ideal é passarmos a acreditar na benevolência das pessoas, aprendendo a dar e receber de forma incondicional, mas devemos estar sempre com o observador interno ativado, estando alertas - e não persecutórios - para percebermos qualquer movimento negativo dos egos e, principalmente, de nosso ego, que poderá "convidar" os outros egos a nos "fazerem algum mal", pois ele nunca desistirá de seus intentos de nos tirar do caminho do coração. Se cairmos nessa armadilha, depois termos aberto nosso coração, voltando a acreditar na beleza da vida, poderemos sofrer um grande choque, fazendo com que entremos novamente nas velhas crenças de que é perigoso demais acreditar no amor e abrir o coração, e venhamos a desacreditar de forma mais intensa que antes, nos fechando novamente.

Reforço que neste novo estágio evolutivo, onde as pessoas com quem interagimos estão vibrando em frequências mais elevadas, realmente tudo é mais saudável, agradável e harmônico. Não nos sentimos o tempo todo prestes a sermos atacados, somos de verdade reconhecidos e aceitos pelas pessoas que também são reconhecidas e aceitas por nós. Tudo é uma questão de troca, se vibramos amor em direção aos outros, obviamente receberemos em troca sua vibração de amor. É maravilhoso... começamos a enxergar o brilho nas pessoas, focando em seus potenciais de luz, com a consciência de que ainda contém seus aspectos nas sombras, mas isso não nos intimida nem ameaça, conseguimos enxergar o divino no outro apesar de toda a sua humanidade. Juntos, como humanos mergulhados na dualidade, vamos nos apoiando e nos ajudando mutuamente, vivendo um momento fraterno de amor e beleza divina.

E assim, voltamos a acreditar na VIDA e respiramos aliviados e satisfeitos, fortalecidos para fazermos "aquilo que viemos fazer"!



por Teresa Cristina Pascotto

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