A cada momento estamos nos
transformando em alguém muito diferente de tudo o que fomos até hoje. Quanto
mais nos aprofundamos em nossa busca interior, mais nos tornamos a realidade de
nossa essência divina.
Mesmo enquanto o ego ainda
se mantém atento e alerta a tudo o que fazemos de diferente, pelo medo de
perder o controle sobre nossa vida, aos poucos, vamos libertando partes de
nossa alma que ficaram perdidas ou aprisionadas "por aí", seja em
nosso inconsciente, no inconsciente de outras pessoas ou, ainda, em
"realidades paralelas".
Algumas vezes, temos que
partir para uma busca mais específica no resgate das partes de nossa alma e
torna-se necessário que façamos esse caminho com muita consciência para que
essas partes que estão aprisionadas de forma mais destrutiva, tenham a
possibilidade de voltarem para nós, sendo tratadas, purificadas, energizadas e
curadas, através de alguns recursos existentes atualmente.
Porém, nem sempre é
preciso que isso ocorra dessa forma, pois somente pelo fato de estarmos
determinados a acabar com a tirania e domínio do ego, naturalmente vamos
fazendo essa busca e resgate de nossas partes dissociadas ou perdidas. É um
processo natural, pois na jornada interior, ao mergulharmos em nosso
inconsciente na intenção de descobrirmos nossas verdades destrutivas e ocultas,
isso nos leva a libertarmos partes de nossa alma que estão aprisionadas pelo
ego. Nessa libertação, a alma vai ganhando força e o ego não consegue frear
seus impulsos.
É nesse ponto que
finalmente conseguimos dar o primeiro passo para o verdadeiro movimento de
expressão de nossa alma, alcançando um novo nível de consciência, mais elevado
e mais adequado para começarmos, de verdade, o desenvolvimento dos potenciais
divinos e de luz que carregamos em nós, para manifestarmos a força e a vontade
de nossa Presença Divina, no cumprimento de nosso propósito. Todos os passos
anteriores nos levaram sempre a novos níveis de consciência, mas neste nível,
tudo vibra em frequências mais elevadas, que fazem com que nossa vibração se
intensifique. Esta nova vibração nos leva a acessar dimensões mais elevadas e,
ao nos sintonizarmos a essas dimensões, tudo o que há de "poderes de
luz" em nós se potencializa. Enfim, neste novo estágio de nossa evolução,
tudo contribui para que possamos expressar o divino em nós, nos sentimos
amparados, fortalecidos, encorajados, há algo em nós que nos conduz, sem que
precisemos pensar, calcular ou criar estratégias, tudo se desenrola de forma
suave, espontânea e potente.
Atraímos pessoas, situações,
condições que se manifestam de forma agradável, somos "bem tratados",
somos aceitos, percebemos que as pessoas gostam de nós sem que precisemos
"criar um personagem" para agradá-las, simplesmente somos nós mesmos
nesse estágio, não nos preocupamos mais em agradar para sermos aceitos, apenas
desejamos ser o melhor para o Todo, e essa expressão mais natural de nós acaba
agradando a todos, sem esforços e sem máscaras.
Como não estamos
acostumados a que tudo flua em nossa vida e nem a nos sentirmos tão bem aceitos
e aprovados pelas pessoas - neste estágio é natural atrairmos novos grupos e
pessoas - estranhamos essa situação tão saudável e agradável, e nosso ego
desconfia, pois ele não acredita em condições benéficas de vida, ele fica
avaliando tudo e todos, achando que "é bom demais para ser verdade" e
fica tentando encontrar pontos negativos nessa experiência para nos fazer
desacreditar, tentando fazer com que nos recolhamos novamente ao invés de nos
expormos. Mas como neste ponto nossa consciência está muito mais desperta e
estamos muito mais atentos às investidas perigosas do ego, somos capazes de
sentir o prazer de desfrutar dessa nova condição e interação mais saudável com
o mundo, ao mesmo tempo em que acolhemos e prestamos atenção às queixas do senhor
ego. Isto é adequado, pois estamos na dualidade e todos nós contemos aspectos
de luz e sombra, isso significa que devemos estar atentos, pois essas pessoas
contém um ego que, de um momento a outro, poderá querer agir de forma
inadequada.
Não precisamos mais ser
persecutórios como antes, desconfiando de tudo e todos, só precisamos de um
grau de atenção. Enquanto vamos nos firmando nesse novo patamar, vamos
percebendo que existem sim possibilidades de interagirmos de forma saudável com
o mundo e que as pessoas "são boas também" e é muito reconfortante
poder acreditar novamente. Mas se não estivermos atentos, poderemos cair em uma
polaridade oposta à nossa anterior e começarmos a acreditar demasiadamente
apenas no lado bom das pessoas, desconsiderando que seus egos poderão reagir
negativamente em algum momento, fazendo com que, ao acreditarmos demais,
baixemos a guarda, deixando de nos proteger e poderemos ser
"atacados". Assim, o ideal é passarmos a acreditar na benevolência
das pessoas, aprendendo a dar e receber de forma incondicional, mas devemos
estar sempre com o observador interno ativado, estando alertas - e não
persecutórios - para percebermos qualquer movimento negativo dos egos e,
principalmente, de nosso ego, que poderá "convidar" os outros egos a nos
"fazerem algum mal", pois ele nunca desistirá de seus intentos de nos
tirar do caminho do coração. Se cairmos nessa armadilha, depois termos aberto
nosso coração, voltando a acreditar na beleza da vida, poderemos sofrer um
grande choque, fazendo com que entremos novamente nas velhas crenças de que é
perigoso demais acreditar no amor e abrir o coração, e venhamos a desacreditar
de forma mais intensa que antes, nos fechando novamente.
Reforço que neste novo
estágio evolutivo, onde as pessoas com quem interagimos estão vibrando em
frequências mais elevadas, realmente tudo é mais saudável, agradável e
harmônico. Não nos sentimos o tempo todo prestes a sermos atacados, somos de
verdade reconhecidos e aceitos pelas pessoas que também são reconhecidas e aceitas
por nós. Tudo é uma questão de troca, se vibramos amor em direção aos outros,
obviamente receberemos em troca sua vibração de amor. É maravilhoso...
começamos a enxergar o brilho nas pessoas, focando em seus potenciais de luz,
com a consciência de que ainda contém seus aspectos nas sombras, mas isso não
nos intimida nem ameaça, conseguimos enxergar o divino no outro apesar de toda
a sua humanidade. Juntos, como humanos mergulhados na dualidade, vamos nos
apoiando e nos ajudando mutuamente, vivendo um momento fraterno de amor e
beleza divina.
E assim, voltamos a
acreditar na VIDA e respiramos aliviados e satisfeitos, fortalecidos para
fazermos "aquilo que viemos fazer"!
por Teresa Cristina
Pascotto
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