Não seria necessário
adentrar nos campos do respeito se fossemos seres que tivessem plena
consciência dos seus atos e não nos deixássemos levar pelos infortúnios diários
da qual somos acometidos. Não, não seria necessário. Mas é! Quando entramos em
um terreiro de Umbanda temos que saber que estamos adentrando em um local
sagrado – materialmente falando -, que no plano espiritual ali presente
encontra-se uma comunidade de espíritos em torno de um hospital, uma clínica de
assistência e de socorro. Porque assim é um terreiro de Umbanda no plano
espiritual. Ali os espíritos não estão para nos auxiliar de forma particular e
individual – apesar dos trabalhos materiais inclinar nesse sentido -, mas sim
para ajudar toda uma comunidade como um todo. Comunidade, essa, que é tanto de
ordem material quanto espiritual. Pouco sabemos sobre a importância dos
trabalhos espirituais e somente o eco dessa importância é refletida para o
plano terreno.
Pois bem, se pensarmos
assim fica evidente que estaremos compartilhando um lugar com encarnados e
desencarnados das mais qualidades possíveis, sendo assim devemos presar pelo
respeito mútuo.
Mas como podemos
demonstrar e exaltar o respeito que temos?
Poderia resumir com a
palavra “paciência”, mas acredito que possamos descrever um pouco mais. O
respeito deve-se expor através de nossos atos: falar baixo; procurar elevar os
pensamentos; ter compaixão com o problema do próximo (independente do que seja)
e ter paciência com a “consulta” dele; entender que as vezes o sofrimento é uma
forma de expiação e evolução e que a equipe espiritual ali presente não faz
milagres, mas se desdobra para fazer o possível dentro dos desígnios divinos.
Mas o respeito principal deve estar enraizado em nossos corações e resguardado
por uma couraça de fé, pouco adianta termos as mais polidas atitudes possíveis
se em nossos corações apenas transborda o lodo da mesquinhez e do egoísmo. Essa
relação fé/respeito se fortalece e cresce no decorrer de nossa vida espiritual,
cresce através das provas que os mentores nos dão, entendo que não há como
impor de todos um carinho e respeito inato as práticas e aos irmãos que ali
estão, mas a boa vontade de deixar de lado as amalgamas vis, que se expressão
como desrespeito, deve reinar nossos corações, mentes e atitudes.
Lembre-se irmãos: não
somos obrigados a ser o mais evoluído dos seres, mas temos obrigação de
procurar entregar o nosso melhor a cada dia.