terça-feira, 27 de agosto de 2019

POVO DO ORIENTE , ORIENTE CHAMA.








Vamos falar um pouco sobre a Linha do Oriente, para trazer alguns esclarecimentos.

Lembro que, na Umbanda trabalhamos com diversas linhas e que nem todos os terreiros realizam trabalho com todas elas, como é o caso da Linha do Oriente.

Cada casa de Umbanda é um posto de socorro que melhor atende aos necessitados daquele local, ao perfil dos trabalhadores da casa e ao compromisso de trabalho principalmente do dirigente da casa.

Como disse acima, uma casa não necessariamente terá todas as linhas de trabalho atuando no plano físico, o que não quer dizer que elas não existam, ou que não façam parte da Corrente Astral do local.

A linha do Oriente apresenta um trabalho bastante diferente, mesmo sendo realizado nos terreiros, normalmente é feito em dia separado do restante dos outros trabalhos, pelo simples motivo do tipo de energia que é trabalhada nesse dia, para a cura dos enfermos.

Quando falo do tipo de energia não falo de energia melhor nem pior, mas de energia menos densa, mais sutil.

Para dar um exemplo, nenhum médico ou enfermeiro fará um curativo ou cirurgia na calçada do hospital, ou em qualquer outro lugar que não tenha o preparo e assepsia adequados para tal. Claro que em uma EMERGÊNCIA, os primeiros socorros serão prestados no lugar que o doente estiver, mas emergências não acontecem todos os dias, e para ter melhor resultado no tratamento e uso dessa energia, é necessário alguns preparos dos médiuns e do local.

A Linha do Oriente é dividida em 07 falanges e composta em sua maioria por entidades de origem oriental é nessa linha que se encontram as falanges dos hindus, árabes, japoneses, chineses, mongóis, egípcios romanos, etc. Compõem-se estas falanges de espíritos que tiveram encarnação nesses povos e que através do ensino das ciências ocultas, praticam a caridade pregada na Umbanda.

Esta Linha procurou abrigar as mais diversas entidades, que a princípio não se encaixavam na matriz formadora do brasileiro (índio, português e africano). Podendo, a Linha do Oriente vir representada por entidades da linha de caboclo ou pretos-velhos.

As entidades que compõem esta linha são discretas, falando pouco, com linguajar perfeito e bastante correto, sendo que não gostam de dar consultas, e se precisam passar algum ensinamento ao consulente, o fazem através de frases curtas e cheias de significados.

Os mais altos conhecimentos esotéricos da antiguidade são conhecidos, no plano astral, pelas entidades que se manifestam nessa Linha, já que nela estão representados Grandes Mestres do Ocultismo (Esoterismo – Cartomancia – Quiromancia – Astrologia – Numerologia – Grafologia – etc.). Aqui me chamou a atenção por eu ser Grafóloga e conseguir perceber e sentir a energia da pessoa pela escrita, sendo que vai além da técnica aprendida, eu não sabia porque a Grafologia me causava tanto fascínio, mas que agora faz bastante sentido.

Atuando com a arte da cura, as entidades da Linha do Oriente buscam fazer o encarnado compreender bem as causas de suas enfermidades e a necessidade de mudança nessas causas, bem como a necessidade de seguirem à risca os tratamentos indicados. São entidades que vêm com a missão de humanizar corações endurecidos e fecundar a fé, os valores espirituais, morais e éticos no mental humano.

A Linha do Oriente é regida por Oxalá, e por Pai Xangô, fogo e calor divino, sendo que as entidades dessa Linha atuam nas irradiações dos diversos orixás, conforme as demais falanges da Umbanda.

É chefiada por São João Batista, que tem o comando dos povos do oriente, onde se manifestam espíritos de profetas, apóstolos, iniciados, cabalistas, anacoretas, ascetas, pastores, santos, instrutores e peregrinos.

As informações sobre as falanges espirituais das 7 linhas que trabalham na Umbanda, são extremamente raras e divergentes. Esses mistérios vêm se abrindo aos poucos, e o nosso acesso a eles é algo ainda muito restrito. As tentativas de codificações sistematizadas da religião, ainda engatinham e temos então “UMBANDAS”, com uma enorme variedade de verdades absolutas, que apenas limitam e confundem.

Mas penso que se os Mentores Espirituais responsáveis por essa maravilhosa manifestação religiosa, permitem tal situação, sabem por que e o que estão fazendo. É uma religião nova e crescente, não só entre os encarnados, mas também na erraticidade.

As chamadas Linhas auxiliares, compostas pelos Baianos, Boiadeiros, Marinheiros, Ciganos e Povo do Oriente, não faziam parte da constituição inicial apresentada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, através do médium Zélio de Moraes. Mas representam hoje, importantes e atuantes falanges dentro dos trabalhos regulares das Giras de Umbanda. Nem os Guardiões Exús e Pombas Giras, estavam presentes, de modo explícito, na organização espiritual inicial da Umbanda.

“O Povo do Oriente” é composto de espíritos que atuam de modo efetivo nos processos de curas físicas, emocionais e espirituais. Formado por espíritos chamados de médicos do astral. Esses médicos do astral, não são necessariamente espíritos de médicos convencionais, como podemos pensar. Mas espíritos muito, muito evoluídos de grandes sábios, profundos conhecedores de química, biologia, psicologia, física, medicina oriental, técnicas de curas milenares com uso e domínio da energia mental e espiritual sobre energia condensada da matéria.

Essa linha, também, trabalha na Umbanda, mas está presente em muitos outras manifestações espirituais como Centros kardecistas e outras Fraternidades, sendo denominados de “Mestres” e “Mestras”, pois são conhecedores, zeladores e guardiões de grande sabedoria ancestral, revelada apenas aos “escolhidos iniciados”.

Embora chamada de Oriente, agrega espíritos que tenham encarnado em diversos continentes de nosso planeta e ainda de outros sistemas do Cosmos, ou seja, algo que está muito além de nossa limitada capacidade de elaboração intelectual.

É a Linha de trabalho com o poder de acessar as egrégoras de pura luz de mestres ascencionados, profetas, santos e tronos angelicais.

Usam como elemento principal em seus trabalhos, o ectoplasma dos médiuns e assistentes presentes, raramente usam os elementos materiais convencionais utilizados por entidades de outras linhas da Umbanda. Quando o fazem, servem-se de luzes e cores, cristais e materiais de radiestesia, contas e rosários budistas e hindus, ou outros objetos específicos ao trabalho daquela entidade especificamente, ou ao caso que estejam tratando.

Suas manifestações mediúnicas, em seus médiuns podem se dar em forma de incorporação (quando na Umbanda) psicofônia; psicografia mecânica, semi mecânica, intuitiva; efeitos físicos (cura, materialização, transfiguração, transporte…), atuam através de seus médiuns passistas, também nos passes aplicados nas sessões de Centros kardecistas.

O médium ativo dessa linha, não deve fumar ou consumir bebidas alcoólicas com frequência, pois além da vibração perispiritual das entidades ser muito sutil, precisam manter uma qualidade pura de ectoplasma, para os trabalhos de passes magnéticos, e os de “efeitos físicos”, entre eles os de energia de cura.

Todas as pessoas que trabalham com a cura, em qualquer seguimento, têm sempre por perto como mentor, um espírito da Linha do Oriente. Naturalmente que 90% delas não tem consciência dessa aproximação e orientação. Sua influência estende-se ainda a educadores, terapeutas, , sacerdotes, místicos, religiosos.

Os médiuns que não tem conhecimento de sua condição mediúnica e não a exercem de modo formal, também podem ser beneficiados pelos Mentores, através de intuições e sonhos.

São Seres de pura Luz, “literalmente falando” que nos transmitem sensações de profunda paz, quietude mental, amor universal, fé e confiança.











sábado, 17 de agosto de 2019

A VIDA DO OUTRO LADO








Como médium e espiritualista, vovó estava certa de que o inferno e suas possessões diabólicas eram criações do homem e não tinham nada a ver com Deus, e que satã era tão real quanto o bicho-papão.

O problema é que todo o processo da confissão me parecia ilógico. Se precisasse de algum intermediário entre mim e Deus, eu não devia mais me preocupar em rezar. (…) E se Deus ama a todos nós da mesma maneira, por que Ele daria mais atenção a esse padre pedindo perdão por mim do que se eu pedisse diretamente?

Talvez o mais confuso dos tópicos para mim fosse a vida após a morte. Conforme me explicaram, a cada um de nós é dada uma existência na Terra, após a qual ou somos banidos para a eternidade do inferno devido a qualquer infração – de assassinato ao uso de anticoncepcionais – ou somos aceitos no céu, onde passaremos a eternidade contemplando a Visão Beatífica, o que parece ótimo, mas não muito produtivo.



Levei sempre as minhas dúvidas a Francine e a vovó Ada. Nas inúmeras conversas que tivemos, elas me ensinaram a nunca desrespeitar o catolicismo ou qualquer outra religião, pois, no final, concordando ou não com cada um de seus detalhes, em essência todas elas ensinam a mesma lição: ame a Deus, faça bem ao próximo e retorne ao Lar.

O Outro Lado não é um paraíso distante além das nuvens. Ele existe realmente, logo aqui entre nós, a apenas noventa centímetros acima do chão, porém em outra dimensão cuja vibração é muito mais alta do que a nossa.

Nosso verdadeiro Lar é o Outro Lado, e não a Terra. É de lá que todos viemos, e nossa viagem para lá é a volta a um lugar conhecido, onde nos lembramos completamente do motivo pelo qual nos ausentamos e o que esperávamos cumprir com essa ausência.

Já fizemos a viagem de ida e volta muitas vezes e a faremos muitas outras, por isso sabemos exatamente como sair daqui e chegar lá.
Sentimos tanta saudade do Outro Lado, que cada um de nós faz viagens astrais para lá durante o sono pelo menos duas ou três vezes por semana, embora não nos lembramos delas no nível consciente.

O Outro lado não é um lugar místico “em algum ponto lá em cima”. Ele está logo aqui entre nós, a meros noventa centímetros do chão.

No Outro Lado, onde o tempo não existe, onde tudo o que tem vida sempre esteve e estará, nada envelhece, nada apodrece, nada se corrói. Cada milímetro quadrado de terra, cada gota de água, tudo é magnificamente, eternamente novo.

Será possível acreditar que Deus está esperando ansiosamente para ouvir de um daqueles comitês a sua decisão sobre o que é ou não um milagre, ou quem é santo e quem perdeu a vez?
(…) Existem cerca de seis bilhões de indivíduos na Terra. (…) deve haver nesse mundo pessoas extraordinárias, generosas e dedicadas que realizam milagres todos os dias em silêncio, excedendo todas as qualificações necessárias à santidade, sem fazer alarde, sem a atenção da mídia, pessoas sobre as quais o comitê jamais ouviu falar. Garanto que você conhece algumas. Posso garantir que no Outro Lado elas são tão reconhecidas, respeitadas e valorizadas quanto aquelas que possuem um certificado provando que foram “oficialmente” beatificadas.



Sugerir que qualquer nível, inclusive a santidade, tenha mais valor aos olhos de Deus é o mesmo que sugerir que Deus ama mais os universitários do que as crianças do jardim-de-infância.

Tudo o que estava acontecendo havia sido escrito por mim em meu planejamento antes de eu iniciar esta existência.

Podemos considerar as coincidências apenas como situações pitorescas, mas elas são algo muito mais interessante: uma memória consciente, uma antevisão de um momento do mapa que elaboramos, mais provas do Lar e do fato de que, naquele instante, nossa vida estava em perfeita harmonia com os planos que fizemos.














Sylvia Browne com Lindsay Harrison

domingo, 11 de agosto de 2019

A HERANÇA ESPIRITUAL DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL







  

As sequelas espirituais deste período de repressão e humilhação são subestimados ,

Durante muitos anos de trabalho em grupos mediúnicos nos deparamos, muitas vezes, com espíritos que em sua última encarnação foram negros escravos no Brasil. São, em quase sua totalidade, grupos relativamente grandes, unidos por experiências de extremo sofrimento moral e físico. 

Como de praxe nesses casos, algozes e vítimas permanecem aprisionados na atmosfera psíquica de suas vivências, recapitulando-as incessantemente. Ao dialogarmos com esses irmãos, em meio ao ódio e ao desespero encontramos também uma imensa prostração das forças morais, uma tristeza profunda nascida da desesperança. Essas experiências nos fizeram perceber quão subestimada é a herança espiritual da escravidão no Brasil. 

Uma rápida incursão na literatura um pouco mais especializada e para além dos livros escolares já nos dá uma noção das proporções do problema. Na literatura espírita, “Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho”, também permite entrever a gravidade dessa questão. 

É desnecessário nos alongarmos sobre a posição da Doutrina Espírita quanto ao tema da escravidão, mas apenas como exemplo, vejamos a questão 831 de “O Livro dos Espíritos”: 

Pergunta: A desigualdade natural das aptidões não coloca certas raças humanas sob a dependência das raças mais inteligentes? 

Resposta: Sim, mas para que estas as elevem, não para embrutecê-las ainda mais pela escravização. Durante longo tempo, os homens consideram certas raças humanas como animais de trabalho, munidos de braços e mãos, e se julgaram com o direito de vender os dessas raças como bestas de carga. Consideram-se de sangue mais puro os que assim procedem. Insensatos! Nada vêem senão a matéria. Mais ou menos puro não é o sangue, porém o Espírito. (361-803) 

Porém, é oportuno lembrar que o nascente movimento espírita brasileiro, através de suas instituições e representantes ilustres tais como Adolfo Bezerra de Menezes e Francisco Leite de Bittencourt Sampaio, contribuiu para o movimento abolicionista. Por exemplo, A. B. de Menezes, em se referindo à escravidão, pergunta: 

“Pode haver paz e felicidade para as famílias enquanto guardarem elas em seu seio essa cratera ardente que lhes requeima sempre a flor da inocência e da virtude de seus filhos?” 

Ou ainda, no “Reformador”: 

“Substituir o regime da liberdade, dom divino, pelo da escravidão, abuso da força sobre a fraqueza, menos não é do que contrariar o código de leis absolutas; a nós compete pôr, fielmente, em execução este código” (Reformador, 01 de janeiro de 1887). 

Mas, se nós espíritas contribuímos para a extinção da escravidão no plano encarnado, temos contribuído igualmente para a devida cura de suas sequelas espirituais? Nossas reuniões mediúnicas tem acolhido fraternalmente esse particular grupo de Espíritos? Temos coração e entendimento abertos às suas histórias de vida? Receio que, via de regra, o preconceito e a desconfiança ainda permeiem o atendimento a esses irmãos. Neste aspecto, como em muitos outros, ainda não nos portamos a altura da doutrina que ora professamos, permitindo que a discriminação que ainda grassa na sociedade contamine a seara espírita. 

Refletindo sobre as causas dessas dificuldades penso que ao menos uma delas seja o receio, consciente ou não, de sermos confundidos com adeptos das religiões e cultos de origem africana. Como sabemos, é grande ainda a confusão na sociedade em geral a esse respeito. Ora, tal receio não deveria ser maior que o de sermos rotulados de católicos ou protestantes, mas, no entanto, creio que os Espíritos de padres e pastores desencarnados não sejam objeto de semelhantes prevenções quando comparecem à maioria das tarefas mediúnicas. Ironicamente, essa relutância – ou até mesmo omissão dos espíritas – pode, perfeitamente, ter contribuído para o surgimento da Umbanda, em cujas genuínas lides esses irmãos encontram guarida. 

Particularmente neste momento de transição espiritual urge estarmos atentos a todo o bem que possamos realizar. E os espíritas têm muito a contribuir para a quitação dessa dívida moral coletiva, que onera tão pesadamente a psicosfera do Brasil. 







(Texto de: André Luiz Malvezzi – Professor do Departamento de Física da UNESP/Ba

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

A RESPONSABILIDADE DE UM MÉDIUM UMBANDISTA








Nós, médiuns Umbandistas, temos de nos conscientizar de nossa responsabilidade quanto ao atendimento de pessoas em nossas casas. Existem alguns pontos a serem observados.

Nunca devemos pensar que a responsabilidade de um atendimento é toda da entidade, nós também temos uma parcela muito grande de participação em todo o contato com os consulentes. De uma forma simples podemos entender assim: O médium gera uma energia que, ao juntar-se à energia da entidade que venha a incorporar, cria uma terceira energia, que é a que vai atuar durante o atendimento. Portanto, se uma das energias estiver em desequilíbrio (geralmente é a do médium), isto afetara a eficácia do atendimento. Sendo assim, sempre que formos aos trabalhos devemos tentar ao máximo estarmos equilibrados, e se isto não for possível o correto seria não atendermos diretamente a ninguém, pelo menos até estarmos melhor.

Devemos ter muita atenção ao que é falado para as pessoas. Lembremos que muitos que vão até os terreiros, muitas vezes estão desesperados, abalados emocional e psicologicamente e podem interpretar de forma errônea as palavras. Também podemos estar criando ilusões que podem vir a se tornar decepções.



Outro ponto a ser considerado é o atendimento a pessoas com algum tipo de doença. Nunca, em hipótese alguma, podemos fazê-la pensar que pode parar com os medicamentos receitados pelo seu médico simplesmente por estar se tratando também no terreiro, pois se assim for feito e esta pessoa vier a piorar ou até a morrer, podemos ser responsabilizados criminalmente. Também não podemos nunca receitar remédios que não sejam de ervas ou naturais e mesmo assim tomando muito cuidado. Sabemos que muitas ervas, se não usadas corretamente, podem causar efeitos colaterais, pois são tóxicas. Lembrem, receitar remédios (de farmácia) sem estar habilitado para isto é exercício ilegal da medicina.

Irmão de fé, vamos ser umbandistas com ética e responsabilidade, não vamos prometer milagres que sabemos não sermos capazes de realizar. Não vamos criar falsas ilusões que venham mais tarde se tornar verdadeiras decepções.
Façamos da Umbanda uma religião de fé e amor, onde todos entendam que temos um caminho e que, ao caminhar por ele, vamos colher os “bônus” mas também pagar os “ônus”….