sexta-feira, 6 de setembro de 2019

POR QUE NÃO DEVEMOS DEIXAR AS PESSOAS TOCAREM EM NOSSA CABEÇA ?






A cabeça é sagrada não só para o umbandista, mas sim para a maioria das crenças que conheço. Alguns exemplos:

O sétimo e principal Chakra, o Sahasrara é situado no topo centralizado de nossas cabeças. Segundo a tradição indiana, é através dele que recebemos a iluminação divina, o Sahasrara é também responsável por regular toda a nossa energia. Seu mantra é o Aum que nos remete ao sânscrito Aum-Bandhã que é relacionado às origens da umbanda.

Judeus e muçulmanos cobrem suas cabeças em sinal de respeito;

O mesmo vale para os católicos, de forma mais aguda os Franciscanos que raspam o topo de suas cabeças.

No Candomblé a cabeça dos filhos de santo recebem sempre atenção especial em todos os rituais;

A cabeça é símbolo de conhecimento, de comando, de aprendizado e elevação do pensamento, de aproximação com a Inteligência Suprema, em outras palavras, Deus.




Voltando à Umbanda, Orixá significa Energia de Cabeça (falei mais sobre isso aqui), mais um ponto que confirma o sacramento da coroa (cabeça, ori) do filho de santo. Como a umbanda tem essa característica de contemplar qualidades de várias religiões, todos os argumentos acima são válidos também para a nossa liturgia.

Por representar o ponto de contato entre a nós e o astral, a cabeça deve ser preservada, evitando-se que quaisquer pessoas não autorizadas o toquem. quando digo quaisquer pessoas, eu falo sobre todas elas, independentemente de sua religião ou intenção.

Da mesma maneira que recebemos energias por nossa coroa, emanamos por nossas mãos ou objetos que empunhamos, além do fato de sermos um subproduto de nossas intenções, ou seja, emanamos energias íntimas, produzidas de acordo com nosso estado de espírito, por esse motivo se alguém ficar muito tempo tocando nossas cabeças há o grande risco do choque de energias, o que nos desestabiliza emocional, espiritual e até fisicamente.

É por isso que evitamos ao máximo o gesto de erguer a mão sobre a cabeça de um filho, porque durante a gira estamos de coroa aberta para receber as vibrações dos orixás e é só da energia deles que o médium precisa, não a de outro encarnado.

Há momentos em que a intervenção do dirigente se faz necessário, pois o médium pode estar sofrendo de algum bloqueio, contudo julgo mais saudável que ele aprenda a vencer essas dificuldades sob uma supervisão mais distanciada. Médiuns mais maduros nascem assim.

Um comentário: