A cabeça é sagrada não só
para o umbandista, mas sim para a maioria das crenças que conheço. Alguns
exemplos:
O sétimo e principal Chakra,
o Sahasrara é situado no topo centralizado de nossas cabeças. Segundo a
tradição indiana, é através dele que recebemos a iluminação divina, o Sahasrara
é também responsável por regular toda a nossa energia. Seu mantra é o Aum que
nos remete ao sânscrito Aum-Bandhã que é relacionado às origens da umbanda.
Judeus e muçulmanos cobrem
suas cabeças em sinal de respeito;
O mesmo vale para os
católicos, de forma mais aguda os Franciscanos que raspam o topo de suas
cabeças.
No Candomblé a cabeça dos
filhos de santo recebem sempre atenção especial em todos os rituais;
A cabeça é símbolo de
conhecimento, de comando, de aprendizado e elevação do pensamento, de
aproximação com a Inteligência Suprema, em outras palavras, Deus.
Voltando à Umbanda, Orixá
significa Energia de Cabeça (falei mais sobre isso aqui), mais um ponto que
confirma o sacramento da coroa (cabeça, ori) do filho de santo. Como a umbanda
tem essa característica de contemplar qualidades de várias religiões, todos os
argumentos acima são válidos também para a nossa liturgia.
Por representar o ponto de
contato entre a nós e o astral, a cabeça deve ser preservada, evitando-se que
quaisquer pessoas não autorizadas o toquem. quando digo quaisquer pessoas, eu
falo sobre todas elas, independentemente de sua religião ou intenção.
Da mesma maneira que
recebemos energias por nossa coroa, emanamos por nossas mãos ou objetos que
empunhamos, além do fato de sermos um subproduto de nossas intenções, ou seja,
emanamos energias íntimas, produzidas de acordo com nosso estado de espírito, por
esse motivo se alguém ficar muito tempo tocando nossas cabeças há o grande
risco do choque de energias, o que nos desestabiliza emocional, espiritual e
até fisicamente.
É por isso que evitamos ao
máximo o gesto de erguer a mão sobre a cabeça de um filho, porque durante a
gira estamos de coroa aberta para receber as vibrações dos orixás e é só da
energia deles que o médium precisa, não a de outro encarnado.
Há momentos em que a
intervenção do dirigente se faz necessário, pois o médium pode estar sofrendo
de algum bloqueio, contudo julgo mais saudável que ele aprenda a vencer essas
dificuldades sob uma supervisão mais distanciada. Médiuns mais maduros nascem
assim.
Esclarecedor
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