domingo, 30 de agosto de 2020

ENTENDENDO O HINO DA UMBANDA

 


REFLETIU A LUZ DIVINA, EM TODO SEU ESPLENDOR, é a Luz que se origina em Olorum, em Deus, em Zambi, é a Luz maior que ainda não compreendemos, mas que nos aquece, nos guia e nos ilumina, trazendo a esperança, o alívio e o conforto;

 

É DO REINO DE OXALÁ, ONDE HÁ PAZ E AMOR, nesse reino de Luz, onde habita as forças sagradas, onde habita os irmãos do espaço que vêm ao nosso auxílio, prestar a caridade e nos guiar para a evolução;

 

LUZ QUE REFLETIU NA TERRA, LUZ QUE REFLETIU NO MAR, A luz que nos toca, que toca todos os ambientes, visíveis e invisíveis, por mais escuro e denso que sejam, a luz que até os cegos podem sentir, tanto os cegos de matéria, como os cegos de espírito, sentem essa luz de amor, que vem do Reino de Oxalá;

 

LUZ QUE VEIO DE ARUANDA, PARA TUDO ILUMINAR, A luz de Aruanda está presente em todos os momentos de nossa vida. Seja o sol, seja a estrela, seja a lua, seja os ventos, os arco iris, as tempestades, as chuvas. Estamos cercados por essas forças que nos mostram o quão insiguinificante somos, e como é grandioso as forças de nosso Pai;

 

A UMBANDA É PAZ E AMOR, É O MUNDO CHEIO DE LUZ; A paz e o amor que sentimos em nossos trabalhos, devemos levar para o dia a dia, mostrando a outras pessoas que somos diferente porque somos Umbandistas, somos diferentes porque não temos inveja, não temos ódio, porque perdoamos, porque amamos! Eis o mundo cheio de Luz, quando todos os seres fizerem verdadeiramente isso!

 

É A FORÇA QUE NOS DÁ VIDA E A GRANDEZA NOS CONDUZ; a força dos Orixás, dos guerreiros da luz e a grandeza da humildade e da compaixão, são os ideais que os filhos de fé devem buscar dia à dia;

 

AVANTE FILHOS DE FÉ, diz nosso hino! É um chamado para que defendemos nossa fé. Nossa fé que nos auxilia tanto nas horas de tristeza ou nas horas de dificuldade. Não devemos ser egoístas ao ponto de não retribuir à nossa religião, tudo aquilo que ela nos ofereceu.

 

COMO A NOSSA LEI NÃO NÃO HÁ, sem querer se achar melhor que as demais, a Umbanda é uma das poucas aonde não obriga ninguém a se converter, a contribuir, a participar. Irmãos de outras religiões nos procuram e são atendidos iguais aos demais. E em nenhum momento a Umbanda diz para largar esse ou aquele caminho. Cura-o, abençoa-o e deixa seguir seu caminho. Essa é nossa Lei! Amar, respeitar, perdoar, e defender!

 

LEVANDO AO MUNDO INTEIRO A BANDEIRA DE OXALÁ, essa é à ordem aos filhos de fé! Levar ao mundo inteiro, começando por nossas casas, nossos trabalhos, nossas escolas, universidades, nossa sociedade, sem medo de assumir-se Umbandista, sem medo da reação dos outros, pois só assim, conseguiremos o respeito e o reconhecimento que tanto esperamos. Levar ao mundo a bandeira de Oxalá é uma das mais gratificantes missões, pois levando essa bandeira de paz e amor, auxiliamos, trazemos a cura e a benção nos caminhos dos irmãos necessitados. Trazemos esperança e conforto, pregando que a morte não existe, que trata-se apenas de um recomeço e que um dia iremos nos encontrar nos planos espirituais.

 



terça-feira, 25 de agosto de 2020

OS ANJOS E DEMÔNIOS SEGUNDO A UMBANDA

 



 

Segundo a Umbanda, nem Anjos nem Demônios são entidades distintas, por isso que a criação de seres inteligentes é uma só. 

 

Unidos a corpos materiais, esses seres constituem a humanidade que povoa a Terra e as outras esferas habitadas; uma vez libertos do corpo material, constituem o mundo espiritual ou dos Espíritos, que povoam as faixas dimensionais correspondentes.  

 

Deus criou-os perfectíveis e deu-lhes por escopo a perfeição, com a felicidade que dela decorre. Não lhes deu, contudo, a perfeição, pois quis que a obtivessem por seu próprio esforço, a fim de que também e realmente lhes pertencesse o mérito. Desde o momento da sua criação que os seres progridem, quer encarnados, quer no estado espiritual. Atingido o apogeu, tornam-se puros Espíritos ou Anjos ou mesmo Orixás segundo a expressão vulgar, de sorte que, a partir do embrião do ser inteligente até ao Anjo ou Orixá, há uma cadeia na qual cada um dos elos assinala um grau de progresso. Do expresso resulta que há Espíritos em todos os graus de adiantamento, moral e intelectual, conforme a posição em que se acham, na imensa escala do progresso.  

 

Em todos os graus existe, portanto, ignorância e saber, bondade e maldade. Nas classes inferiores destacam- se Espíritos ainda profundamente propensos ao mal e comprazendo-se com o mal. A estes pode-se denominar “Demônios”, pois são capazes de todos os malefícios aos ditos atribuídos.  

 

A Umbanda não lhes dá tal nome por se prender ele à ideia de uma criação distinta do gênero humano, como seres de natureza essencialmente perversa, votados ao mal eternamente e incapazes de qualquer progresso para o bem. 

 

Segundo a doutrina das Igrejas os Demônios foram criados bons e tornaram-se maus por sua desobediência: são Anjos colocados primitivamente por Deus no ápice da escala, tendo dela decaído. Segundo a Umbanda os Demônios são Espíritos imperfeitos, suscetíveis de regeneração e que, colocados na base da escala, hão de nela graduar-se. Os que por apatia, negligência, obstinação ou má vontade persistem em ficar, por mais tempo, nas classes inferiores, sofrem as consequências dessa atitude, e o hábito do mal dificulta-lhes a regeneração.   

Chega-lhes, porém, um dia a fadiga dessa vida penosa e das suas respectivas consequências; eles comparam a sua situação à dos bons Espíritos e compreendem que o seu interesse está no bem, procurando então melhorarem-se, mas por ato de espontânea vontade, sem que haja nisso o mínimo constrangimento.  

 

Submetidos à lei geral do progresso, em virtude da sua aptidão para o mesmo, não progridem, ainda assim, contra a vontade. Deus fornece-lhes constantemente os meios, porém, com a faculdade de aceitá-los ou recusá-los. Se o progresso fosse obrigatório não haveria mérito, e Deus quer que todos tenhamos o mérito de nossas obras. Ninguém é colocado em primeiro lugar por privilégio; mas o primeiro lugar a todos é franqueado à custa do esforço próprio. Os Anjos mais elevados conquistaram a sua graduação, passando, como os demais, pela rota comum. 

 

Chegados a certo grau de pureza, os Espíritos têm missões adequadas ao seu progresso; preenchem assim todas as funções atribuídas aos Anjos de diferentes categorias. E como Deus criou de toda a eternidade, segue-se que de toda a eternidade houve número suficiente para satisfazer às necessidades do governo universal. Deste modo uma só espécie de seres inteligentes, submetida à lei de progresso, satisfaz todos os fins da Criação. Por fim, a unidade da Criação, aliada à ideia de uma origem comum, tendo o mesmo ponto de partida e trajetória, elevando-se pelo próprio mérito, corresponde melhor à justiça de Deus do que a criação de espécies diferentes, mais ou menos favorecidas de dotes naturais, que seriam outros tantos privilégios. 

 

A doutrina vulgar sobre a natureza dos Anjos, dos Demônios e das almas, não admitindo a lei do progresso, mas vendo, todavia, seres de diversos graus, concluiu que seriam produto de outras tantas criações especiais. E assim foi que chegou a fazer de Deus um pai parcial, tudo concedendo a alguns de seus filhos, e a outros impondo o mais rude trabalho. Não admira que por muito tempo os homens achassem justificação para tais preferências, quando eles próprios delas usavam em relação aos filhos, estabelecendo direitos de primogenitura e outros privilégios de nascimento.  

 

Podia tais homens acreditar que andavam mais errados que Deus? Hoje, porém, alargou-se o círculo das ideias: o homem vê mais claro e tem noções mais precisas de justiça; desejando-a para si e nem sempre encontrando-a na Terra, ele quer pelo menos encontrá-la mais perfeita no Céu. E aqui está por que lhe repugna à razão toda e qualquer doutrina, na qual não resplenda a Justiça Divina na plenitude integral da sua pureza. Agora, uma coisa é a mais pura verdade: O mal é produto do humano. Nasce, cresce, se desenvolve, amadurece e é colocado em prática com o humano. Somente o ser humano causa sofrimento, pratica crueldades, mente, mata.  

 

Estamos encarnados nesse abençoado Planeta a fim de exercitarmos nosso livre arbítrio, e a cada dia, através das vivenciações virtuosas, vamos galgando a cada dia degraus de felicidade, nos afastando do mal, produzido pelas nossas próprias imperfeições. 

 

 

 (Texto baseado no livro “O Céu e o Inferno – A Justiça Divina Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec)  

sábado, 22 de agosto de 2020

E ASSIM SEGUE A UMBANDA

 


 

Segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas, nenhuma religião nasce plena. Ela nasce em fase embrionária e como uma criança ela cresce e se desenvolve. Somos sabedores que no surgimento de qualquer evento importante que permeia a vida de muitos, com o passar dos tempos, quando tudo se inicia somente com observações calcadas na oralidade, pela falta documental comprobatória, muita coisa acaba transformando-se em mito e/ou estórias.

 

Muitos falam sobre o Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas, infelizmente, raros são os que seguem suas orientações. Muitos dão muitas desculpas, todas calcadas na idiossincrasia. Propagam o Caboclo como instituidor da Umbanda, mas, deixam suas evidentes e claras “Linhas Mestras” relegadas a uma Umbanda lírica, histórica e ultrapassada, alegando que a Umbanda evoluiu desde a sua criação, e por isso, muita coisa que o Caboclo das Sete Encruzilhadas orientou que não usasse ou fizesse, hoje, já pode ser usado e feito com justificativas esfarrapadas, sem comprovação e sem a anuência da espiritualidade maior, aduzindo que a Umbanda progrediu e hoje tudo pode ser usado a bel prazer.  

 

O Caboclo das Sete Encruzilhadas institui a Umbanda como religião e normatizou-a com preceitos simples, mas, que teriam de serem seguidos à risca. A partir da fundação da Umbanda, muitos umbandistas derivaram das práticas originais, criando o que chamamos de: “Modalidades de Umbanda”. Se essas modalidades de Umbanda, mesmo não seguindo todas as “Linhas Mestras” do instituidor, estiverem praticando a caridade desmedida, a compaixão, fé, amor, humildade, desprendimento, desapego, perdão e perseverança, estão no caminho certo, mas, estariam mais seguros, seguindo todas as “Linhas Mestras” do fundador. 

 

Só teríamos que nos posicionar, e classificarmos que modalidade de Umbanda se pratica, para que o leigo pudesse se posicionar.   Inclusive, afirmamos que nem todo Espírito que “baixa” em Terreiro é autorizado a dirigir ou agir em nome da Umbanda. Seguimos a regra evangélica que diz: “Amados, não creiais a todo Espírito, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” (I João, 4:1). Observem o que o Capitão Pessoa, dirigente da Tenda Espírita São Jerônimo, um das sete Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, em 1942 disse: “(...) O Caboclo das Sete Encruzilhadas é o legítimo senhor de Um- banda no Brasil; nenhuma entidade, por grande que seja, intervém nos trabalhos da magia branca sem uma prévia combinação com ele (...). – “O que deseja, sobretudo, é que este ritual (nota do autor: ritual da Umbanda) seja praticado apenas por Guias autorizados, porque não são todos Espíritos que baixam nos Terreiros que se acham à altura de praticá-lo”(...).  Já lemos relatos de irmãos ainda insistindo que não foi o Caboclo das Sete Encruzilhadas que fundou a Umbanda; outros, dizem que Zélio de Moraes era kardecista e, portanto, montou uma Umbanda kardequizada. Tudo pura conjectura. São opiniões calcadas somente em achismos, pois carece de comprovação documentária, fonográfica, discográfica ou mesmo filmográfica. 

 

Cremos que muita coisa ainda há de aparecer e ser esclarecida quanto à história da Umbanda, do Caboclo das Sete Encruzilhadas, da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e de Zélio Fernandino de Moraes. Verificar esses dados históricos já foi como procurar agulha num palheiro; hoje esta sendo como procurar agulha num agulheiro. Mas, se todos que tiverem um pequeno dado histórico e comprovado contribuírem, com certeza poderíamos juntar todas as peças do tabuleiro e assim descortinar o movimento umbandista brasileiro em sua real beleza e funcionalidade. Temos poucos, mas, fiéis trabalhadores engajados no resgate histórico da nossa amada Umbanda. Uns estudiosos concordam e outros discordam dos entendimentos sobre os relatos históricos. Uns merecem e outros desmerecem a descoberta que alguns fizerem em fatos documentais.

 

A verdade é uma só: Quem participou juntamente do Caboclo das Sete Encruzilhadas em sua missão na terra já desencarnou e não deixou nada, a não ser comentários espaçados. Por isso, achamos bonito entender certos aspectos de como tudo era, mas damos verdadeiro valor e insistimos obsessivamente, que nós umbandistas devemos sim, atentar para o que o Caboclo deixou como “Linhas Mestras” a serem seguidas; o resto são somente fatos históricos para satisfazer a curiosidade. 

 

Seria o mesmo que deixarmos de lado os ensinamentos de Jesus, para somente atentar, discutir, brigar, para provar se ele era moreno, se tinha 1.80 de altura, se era casado, se mantinha relações sexuais, se teve filhos, se bebia vinho, etc., o que não iria de maneira nenhuma acrescentar em nada a nossa evolução espiritual. 

 

Já passamos a primeira fase da Umbanda (100 anos), a da implantação, já ingressando na segunda fase, a da doutrinação. Muita coisa ainda há de mudar. Hoje, fazemos, cremos e pregamos uma Umbanda. Amanhã, faremos, creremos e pregaremos outra Umbanda, calcada na Espiritualidade Maior. Mas, temos que preparar o terreno para as mudanças que virão futuramente.  

 

Ainda nos encontramos presos na egolatria, no egocentrismo e na idiossincrasia, sem ouvirmos atentamente o que nos passa a espiritualidade, pois ainda nos encontramos preocupados tão somente com fatores externos, esquecendo as mudanças interiores, esquecendo de nos educar nos ensinamentos evangélicos, legados pelo meigo Rabino da Galileia. Vamos envidar todos os nossos esforços para as mudanças atuais que se fazem necessárias, a fim de que possamos unidos, nos preparar condignamente, para sermos fieis medianeiros e depositários da confiança da Cúpula Astral de Umbanda, em Aruanda.

 

 

Coletânea de umbanda – padrinho juruá

terça-feira, 11 de agosto de 2020

REUNIÃO EM ARUANDA

 

  

Os espíritos tiveram uma reunião em Aruanda, Caboclos, Pretos Velhos, Crianças, Exus, Pombogiras, Boiadeiros, Marinheiros  Baianos e Ciganos.

 

A falange espiritual da Umbanda estava reunida e o assunto foi a falta de FÉ ou melhor a pouca FÉ dos filhos da terra.

 

Foi quando um Caboclo deu um brado e disse :

 

Tá difícil mas enquanto Pai Oxóssi me der forças e permissão, todos os ensinamentos que vem da mata serão utilizado para ajudar filho de fé.

 

 Logo em seguida levantou um Preto Velho muito triste e disse calmamente:

 

Meus filhos pensam que por eu ser velho eu não cuido deles porém, antes deles caírem eu Preto Velho estou lá no chão de braços abertos para amparar o filho antes dele cair enquanto Zambi me der forças, jamais deixarei de caminhar ao lado de um filho de fé.

 

 Logo em seguida uma Preta Velha com uma lágrima nos olhos e um terço na mão disse: enquanto eu tiver fé em nosso senhor Jesus Cristo e no rosário de Maria irei orar por todos que perderam a fé.

 

 Logo em seguida uma criança levantou e disse:

 

Levarei alegria a todos os titios e titias que estão com o coração duro igual uma pedra.

 

 Logo em seguida um Boiadeiro deu um berro e disse : Enquanto o meu laço for firme, filho de fé não cai no chão.

  

Logo em seguida um Marinheiro disse:

 

Enquanto as ondas sagradas do mar de mãe Iemanjá for minha fortaleza filho de fé não morre afagado na falta de fé.

 

 Logo em seguida uma Baiana muito arretada disse:

 

Enquanto meu Senhor do Bonfim for meu pilar, filho de fé não vai tombar.

 

 Logo em seguida um Cigano disse:

 

Enquanto minha magia existir filho de fé não deixa de ver o brilho das estrelas.

  

Lá da porteira dando segurança a reunião uma Pomba Gira deu uma gargalhada e disse :

 

Enquanto eu for Pomba Gira, filho de fé nenhum se perde nas encruzilhas da vida.

 

 Não demorou muito um Exu que zelava pela segurança levantou  disse:

 

Enquanto eu for Exu, filho de fé nenhum deixa de ter fé.

  

 Então voltaram todos para a terra cumprir sua missão mesmo muitos filhos de fé deixando de acreditar e valorizar os trabalhos deles.

  

Filhos, enquanto existir Umbanda , enquanto existir entidade comprometida com a verdade, caridade é luz. falta de FÉ nenhuma vai apagar o brilho e afetar o trabalho da Umbanda.

 

 

 

Gratidão