Umbanda




 
A UMBANDA ESOTÉRICA


     Para melhor entendermos a Umbanda Esotérica se faz necessário tratarmos primeiramente sobre seu mito do povoamento do planeta.


Nos primórdios da Era Terciária do Cenozóico, em pleno Planalto Central Brasileiro, em meio a primatas e antropóides, surge a primeira humanidade, a Raça Vermelha,... também conhecida por Tronco Tupy. Essa primeira raça, considerada um verdadeiro laboratório genético, foi chamada de Raça Pré Adâmica. (TRINDADE, 1994, Pág. 45)
     Na raça vermelha a Iniciação nos Mistérios ou Conhecimentos compreendia dois níveis, subdivididos em 7 graus. Do 1º ao 5º grau tínhamos os Mistérios ou Conhecimentos Menores e do 6º ao 7º tínhamos os Mistérios ou Conhecimentos Maiores. Os Iniciados nos Conhecimentos Maiores eram chamados de Tubaguaçus, condutores da Raça Vermelha.
     Cabe ressaltar “que o próprio planeta, na época, era uno em seus aspectos geofísicos”. (RIVAS NETO, 1999, Pág. 44). Ainda não havia ocorrido a cisão entre os continentes que então formavam um bloco único.


A forma humana mais aperfeiçoada ocorre na raça subsequente, a Raça Adâmica. Nessa raça, juntamente com os “Filhos da terra”, começam a encarnar os "Estrangeiros", provenientes de planetas da própria galáxia. (TRINDADE, 1994, Pág. 45)
     Os Espíritos Estrangeiros eram mais evoluídos e por isso ensinaram muitas coisas às tribos primitivas onde encarnaram, como a Língua Boa, polissilábica e eufônica, que obedecia a um metro sonoro divino, base de todas as línguas que seriam faladas na terra. Esta língua era chamada de Abanheenga.
Embora surgissem em território onde hoje fica o Brasil, essas raças migraram, para as demais regiões do globo.
     Após a raça Adâmica surge a Terceira Raça raiz, a Raça Lemuriana , também considerada de grande evolução moral. Cultuavam um Deus Único denominado TUPAN, e eram conhecedores do Mistério Solar, do Messias - O Cristo Cósmico. Nessa raça também ocorre à conscientização e aplicação das leis divinas chamadas naquele tempo de AUMBANDAN - O Conjunto das Leis Divinas.
     “ A Raça Lemuriana dá lugar a Raça Atlante”. (TRINDADE, 1994, Pág. 46) Com isto queremos dizer que esta teria tido um fim por motivos geológicos, passando a Raça Atlante, homens de pele vermelha, a ser a raça predominante em número e em avanço no planeta. Porém alguns remanescentes lemurianos sobreviveram ao fim de seu continente, migrando para a África, Oceania e sul da Índia.
     Segundo os Umbandistas Esotéricos, no final da raça Atlante, a dinâmica reencarnatória dos Iniciados nos Mistérios Menores e do Tubaguaçus diminui vertiginosamente. Isso, somado ao fato de que começa haver a reencarnação de seres de baixa estirpe, que cultivavam desejos mesquinhos, tais como a vaidade, o egoísmo, a inveja e, principalmente, a prática de Magia Negra , fez com que o padrão moral-vibratório decaísse, chegando a quase zero. Houve grandes guerras, levando ódio e sangue a lugares antes considerados sagrados. Devido a estes fatos apontados pelo mito, a Terra reage, tentando expulsar seus "marginais". Ocorrem grandes catástrofes, continentes inteiros afundam no mar enquanto outros surgem, ocorrem as cisões geológicas separando continentes, tal qual ocorre com os ideais dos homens, antes unidos e "agora" distanciados uns dos outros.
     Ainda segundo o mito, antes de deixarem de reencarnar, o Tubaguaçus, prevendo a inversão dos valores morais e espirituais sentiram necessidade de ocultarem a Tradição do Saber, o Aumbandan, guardando-os em seus Grandes Templos Iniciáticos. Cunharam 78 placas de nefrita em alfabeto Abanheenga, as quais foram enterradas em território onde hoje fica o Brasil. Posteriormente os egípcios grafariam 78 placas de ouro contendo, de forma velada, a Tradição do Saber, embora esta Tradição já não tivesse mais a sua pureza primitiva. Esses conhecimentos velados receberam, então, o nome de Tarot e Kabalah, sendo desdobrada em duas formas (57 Arcanos Menores e 21 Arcanos Maiores) que, posteriormente Moisés transformaria em 56 Arcanos Menores e 22 Arcanos Maiores, supostamente porque seu alfabeto, o Hebraico, tinha 22 letras.
     Voltando aos tempos da Atlântida; em meio à decadência em que esta se encontrava, houve a cisão do Tronco Tupy. Os remanescentes deste Tronco foram os Tupynambás e os Tupys-Guaranís. Os Tupys-Guaranís adulteraram a Tradição, deturpando-a e tornando-a cada vez mais distante de sua pureza original, enquanto que os Tupynambás a conservaram, dando lhe o nome de Tuyabaé-Cuaá. Os Tupynambás vieram a se instalar nas regiões sudeste e sul do Brasil, enquanto que os Tupys-Guaranís se instalaram nas demais regiões da América e posteriormente migraram para outras regiões. Essas migrações se explicam no discurso mítico, principalmente, pelo processo reencarnatório.
     Os Tupys-Guaranís, apesar de terem deturpado completamente a Tradição Oculta, ainda apresentavam grande superioridade, levando evolução aos locais em que reencarnavam. Em suas migrações, atingiram o oriente, chegando à China, Tibete, Índia, influenciando o desenvolvimento dessas civilizações e também sendo influenciados por elas.
     Essa miscigenação fez com que os Tupys-Guaranís pervertessem ainda mais a Tradição do Saber, o que levou os Tupynambás a reencarnarem no seio da África, entre os egípcios, que também eram remanescentes dos Atlantes, e lá se tornarem sacerdotes de Osíris e Ísis, influenciando toda a África, principalmente o povo Banto, que depois retornaria ao Brasil pelo processo escravagista. Foi através dos Tupynambás que foram grafadas as 78 placas de ouro no Egito, conforme já relatado.


As reencarnações dos Tupynambás no Egito e também na Índia permitiram a fusão com os Tupys-Guaranís, que chegam a esses locais já recuperados e reintegrados a Lei”. (TRINDADE, 1994, Pág. 48)
     Os povos africanos, assim como os índios brasileiros, são herdeiros da Tradição do Saber, o Aumbandan, mas, quando se dá o descobrimento do Brasil, as crenças destes povos já se achavam, novamente, deturpadas, permanecendo pouco do Conhecimento Oculto original.
     Segundo a interpretação da Umbanda Esotérica, os portugueses, seguindo desígnios divinos, aqui aportaram para, sem o saber, unir novamente todas as raças, pois foi aqui que surgiu, pela primeira vez na terra, o Aumbandan. Utilizando-se dos poucos conceitos da Tradição que ainda havia entre os negros, brancos e índios e que ainda não haviam sido completamente deturpados, os Espíritos responsáveis pela restauração do Aumbandan foram, através de médiuns, alicerçando as bases do Movimento Umbandista, que numa primeira fase, visa abarcar o maior número de pessoas, no menor espaço de tempo possível, não selecionando valores.
     Eis então que a Umbanda surge, não sendo o próprio Aumbandan, mas sim um movimento de restauração deste, e que busca evoluir até atingir esta meta. Daí se explicaria o inicial sincretismo religioso, o posterior surgimento do culto de Umbanda Popular e em seguida o surgimento da Umbanda Esotérica que busca se aproximar, mais diretamente, da religião primitiva, da Tradição do Saber.






A UMBANDA POPULAR


     Segundo algumas interpretações, alguns espíritos que costumavam manifestar-se em cultos afros começaram então a aparecer em sessões kardecistas, ocorrendo também o inverso. Para ilustrar como se dá este fato, vejamos a história de um dos mais conhecidos terreiros de Umbanda do Rio de Janeiro, o Centro Espírita Nossa Senhora da Piedade.
     Fundado em meados da década de 1920 em Niterói, posteriormente se transferindo para o Rio de Janeiro onde se localiza até hoje, teve como principal fundador Zélio de Moraes, que juntamente com um grupo de Kardecistas insatisfeitos


[...] empreenderam visitas a diversos centros de “macumba” localizados nas favelas aos arredores do Rio e de Niterói. Eles passaram a preferir os espíritos e divindades africanas e indígenas presentes na “macumba”, considerando-os mais competentes do que os altamente evoluídos espíritos kardecistas na cura e no tratamento de uma gama muito ampla de doenças e outros problemas. Eles achavam os rituais de “macumba” muito mais estimulantes e dramáticos do que os do kardecismo, que comparados aos primeiros lhes pareciam estáticos e insípidos.(BROWN, 1985, Pág. 11)

     Por outro lado consideravam bárbaros na macumba os sacrifícios de animais, as bebedeiras, a presença de espíritos diabólicos e a exploração econômica dos clientes.
Centros de Umbanda, como o Nossa Senhora da Piedade, preservaram a concepção kardecista do carma (lei de ação e reação) e da evolução espiritual. No entanto, deram ênfase a espíritos africanos e indígenas, representados principalmente pelos ditos preto-velhos e caboclos, considerados pelos kardecistas da época como atrasados. Em relação às bebidas alcóolicas, fumo e pólvora, quando se fazia necessário o seu uso, explicava-os cientificamente segundo o discurso racional dos kardecistas.
     No caso da bebida alcóolica, seu uso era justificado argumentando-se que esta tinha uma ação e vibração anestésica e fluídica devido a sua evaporação, o que propiciava as descargas (limpeza) das pessoas ou objetos impregnados de fluidos pesados ou negativos. No caso da fumaça do fumo ou dos incensos, explica-se que, sendo esta um gás, poderia destruir um fluido mau ou nocivo presente num ambiente, substituindo-o por outro fluido, bom e favorável. A explosão da pólvora, por sua vez, ao propiciar a deslocação de ar, atingia os espíritos perturbadores, que então se afastavam.(ORTIZ, 1978, Pág. 155)

     É importante ressaltar que estas explicações não se estendem a todos os Terreiros, visto não haver uniformidade de culto na Umbanda, uma vez que, de acordo com as origens e número de africanos, de indígenas e de brancos em cada região do país, encontraremos uma ampla variação de cultos mistos como: Batuque, Xangô, Tambor de Mina, Cabula, Candomblé, Candomblé de Angola, Candomblé de Caboclo, Macumba, Catimbo, Pajelança, Mesa de Cura, etc. Após as giras de Umbanda ficarem famosas e visivelmente melhor aceitas pela população em geral do que os demais cultos afro-brasileiros, muitos praticantes destes cultos passaram a usar a denominação de Umbandistas e seus locais de culto passaram a ser chamados de Terreiros de Umbanda. Porém, este processo de adesão ao título de Umbandista nem sempre foi acompanhado pela adesão às práticas, mesmo porque não existe uma definição comum de onde estas começam e onde terminam. É provável que a Umbanda não se tenha formado a partir de um único terreiro irradiador, o que fez com que cada novo “terreiro” criasse um culto a sua maneira, embora, em suas bases, fossem semelhantes.
     Entre a diversidade de formas de cultos que, então, vinham surgindo na Umbanda, encontramos um novo segmento, praticado por pouquíssimos terreiros, que trata a Umbanda como magia universal e apresenta a sua origem como uma religião mais antiga que os próprios cultos africanos, nascida nos lendários continentes perdidos da Atlântica e da Lemúria.





Definindo Umbanda
 

A Umbanda é a Lei  Mater que regula os fenômenos das manifestações e comunicações entre os Espíritos do Mundo Astral ao Mundo da Forma. É a religião original, o próprio Elo Vivente revelado pelo Verbo Criador que os sacerdotes e iniciados das antigas escolas, em parte ocultaram e em parte ensinaram, perdendo-se depois no emaranhado das ambições e perseguições,confundindo-se, em ramificações, as poucas verdades que se conservam ainda, através de vários setores, ditos espiritualistas,filosóficos e religiosos.


Sempre que ouvimos falar sobre a Umbanda, verificamos que se trata de mostrar uma evolução material de uma religião. É comum lermos textos que falam da evolução cultural, do sincretismo entre negros, índios e a igreja católica.
A abordagem sempre é feita considerando o processo histórico do Brasil, do descobrimento até os dias atuais, ou seja, a cultura africana e indiginista que veio passando de pai para filho através de práticas familiares.
Raramente encontramos alguma análise ou comentário sobre a Umbanda, vista pelo ponto de vista Espírita.Explicando melhor, existiu um processo de evolução cultural,desde os tempos do descobrimento do Brasil até os dias atuais dos cultos africanos e dos índios, que veio através dos tempos passando de família em família tentando manter os hábitos e costumes dos primeiros escravos, como exemplo podemos citar o Candomblé.
Mas a Umbanda como a conhecemos atualmente, não se encaixa dentro deste processo contínuo de evolução material e cultural, senão vejamos: A palavra Umbanda nunca foi utilizada em nenhum outro ritual, seita ou culto anterior ao seu aparecimento, no começo deste século.
Seu aparecimento se passa dentro de um Centro Espírita (Kardecista), com a manifestação de um espírito
denominado Caboclo das Sete Encruzilhadas.Verifica-se nas palavras deste espírito todo um planejamento anterior e toda uma estrutura espiritual.
A Umbanda é cristã. Prega a caridade, a humildade, a simplicidade, o amor ao próximo e acima de tudo somente faz trabalhos voltados ao bem. Um terreiro que realize um trabalho sequer, para prejudicar alguma pessoa, nunca poderá ser chamado de Terreiro de Umbanda.

Na Umbanda, não se incorporam Orixás, mas sim caboclos, pretos-velhos, que são entidades desencarnadas da terra, com elevado grau de evolução espiritual.
A Umbanda é reencarcionista e a maioria dos espíritos que nela se manifestam, falam em trabalhar para evoluírem. É comum o uso de termos e expressões oriundas do espiritismo: fluídos, passes, espíritos, incorporações, etc.,pois a maioria de seus praticantes já estudou, ou estuda, as obras Kardecistas, porém, no espiritismo estamos no Geral e na Umbanda no específico.

Fundamentos da Umbanda

A Umbanda, religião ligada aos Orixás e a natureza, tem como fundamentos a utilização de elementos da natureza, que são “regidos” pelos Orixás.
 Os elementos são : AR, TERRA , FOGO,ÁGUA. Estes elementos podem estar reunidos ou não em diversos rituais umbandistas, no intuito de manipulação de energias.
 Em todo Universo, temos o Prana ou Éter Vital, que é energia essencial para a manutenção da vida em vários níveis energéticos. O Prana é absorvido pelos elementos da natureza e por nós direta ou indiretamente.
 A respiração, o “banho” de sol, a alimentação adequada, são alguns dos meios desta absorção energética.
 Nos rituais da Umbanda, podemos manipular, então os elementos da natureza e o Prana, através de vários rituais.

Alguns exemplos :
 A vela votiva – Temos os elementos Fogo, Ar,Água e Terra. O Fogo consome o Ar e a resina da vela (Terra) e transforma a Água, contida na resina da vela, em vapor. Isto apenas falando materialmente deste ritual, sem contar o aspecto religioso e mágico..
A defumação – Temos o Fogo, Ar, a Terra e a Água envolvidos. A Água e a Terra, estão contidos nas ervas defumadas .
Como podemos constatar, estes elementos estão sempre presentes nos rituais, sendo essenciais para o bom êxito de cada ação ritualística. A magia, contida em muitos rituais umbandistas, tem a necessidade de elementos materiais de ligação entre a matéria e o plano espiritual.
 Devido às nossas necessidades materiais, precisamos nos equilibrar espiritualmente, usando elementos materiais.
 O plano espiritual, então, fazem-nos utilizar de rituais utilizando a matéria, ou seja,aquilo que temos em mão Os ciclos da natureza e os astros influenciam a vida de todos os seres vivos, aqui na Terra, pois regulam toda a vida, trazendo o equilíbrio. Devemos entender o máximo possível sobre estas influências, pois é de grande importância, obter o melhor resultado na extração e manipulação energética.

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