A psicofonia é a
mediunidade que permite a comunicação oral de um espírito através do médium. É
ainda conhecida popularmente como incorporação, mas este termo poderia sugerir
uma falsa ideia de que o espírito comunicante penetra no corpo do médium, o que
na verdade não acontece.
O médium é sempre responsável pela ordem do
desempenho mediúnico e, seja qual for o grau de consciência, o papel dele é
sempre passivo. Quando a educação mediúnica é deficiente ou viciosa, o
intercâmbio é dificultado, faltando liberdade e segurança.
As
vantagens da psicofonia são muitas. Atualmente, é a faculdade mais encontrada
nas práticas mediúnicas. É a porta mais acolhedora e acessível para a
manifestação objetiva dos espíritos no plano material. Esta forma de
mediunidade é bastante proveitosa, principalmente pela possibilidade de
estabelecer o diálogo com o espírito comunicante. Por permitir o diálogo
direto, vivo e dinâmico com os espíritos, facilita o atendimento dos que
precisam de ajuda ou esclarecimento, possibilitando ainda a doutrinação e
consolação dos espíritos pouco esclarecidos sobre as verdades espirituais.
Mecanismo Mediúnico da Psicofonia
O mentor espiritual responsável pela preparação do fenômeno da psicofonia aproxima-se do médium e lhe aplica forças
magnéticas sobre seu chacra coronário, que sensibiliza e ativa a glândula
pineal, fazendo-a produzir um hormônio chamado melatonina. A melatonina
interage com os neurônios, tendo um efeito sedativo. Em seguida, a melatonina é
direcionada para a parte do córtex cerebral responsável pela fala e que vai
ficar sob seu efeito, ou seja, sedada. Assim, o médium perde o comando sobre os
órgãos da fala, permitindo que outro espírito se ligue a este sistema sensitivo
e o utilize.
Posteriormente, os espíritos auxiliares
aproximam o espírito que irá se manifestar pela psicofonia e fazem a ligação
perispiritual aos órgãos sensitivos da fala do médium, através do chacra
laríngeo. O espírito comunicante temporariamente se apossa do órgão vocal do
médium, apropriando-se de seu mundo sensitivo e conseguindo se expressar
através da fala.
Tipos de Mediunidade na
Psicofonia
Consciente
A psicofonia consciente é muito comum. Nela,
há uma exteriorização do perispírito do médium de apenas alguns centímetros. O
espírito comunicante se aproxima do médium sem manter contato perispiritual e
transmite telepaticamente as ideias que deseja enunciar. É a mediunidade dos tribunos e pregadores, que manifestam a “inspiração momentânea”. O espírito
emite o pensamento e influi sobre o aparelho fonador do médium, que transmite
as ideias conforme as entende e usando seu próprio estilo, vocabulário e
construção de frases. Ou seja, a ideia é do espírito, mas o jeito de falar é do
médium. O médium sente a influência e capta o pensamento do espírito comunicante
na origem, antes de falar. Desta forma, ele pode avaliar antes da manifestação,
tendo fácil controle do fenômeno. Na Umbanda esse tipo de mediunidade constitui
28%.
Semi-consciente
Fenômeno mais comum nos médiuns
psicofônicos, na psicofonia semi consciente existe uma maior exteriorização do
perispírito do médium, mas ainda não completa. O espírito comunicante entra em
contato com o perispírito do médium, que se semi exterioriza, e atua através
deste sobre o corpo físico, ficando os órgãos vocais do médium parcialmente sob
o controle do espírito que faz a comunicação. Desta forma, o espírito tem maior
atuação no órgão fonador, conseguindo falar melhor, em seu próprio estilo. Ou
seja, apenas as frases são do médium, mas o estilo e as ideias são do espírito.
Enquanto a mensagem é recebida, o médium sabe o que fala, sente o padrão
vibratório e a intenção do comunicante, podendo controlar e intervir se
necessário. Porém, ao terminar a manifestação, só recordará do início e do
final da mensagem, ficando apenas com uma vaga lembrança do tema abordado. Na
Umbanda esse tipo de mediunidade constitui 70%.
Inconsciente
Na psicofonia
inconsciente, que representa somente 2% dos casos de médiuns psicofônicos, há
uma exteriorização total do perispírito do médium, ficando apenas ligado pelo
cordão fluídico. Inexiste ligação entre o cérebro do médium e a mente do
espírito manifestante e mesmo entre sua própria mente perispiritual e o cérebro
físico. O fato do espírito do médium se exteriorizar do corpo físico temporariamente
faz com que passe a estar inteiramente à disposição e sob controle do espírito
comunicante. A atuação do espírito sobre o organismo físico do médium é mais
direta, através do chacra laríngeo e dos centros nervosos liberados. Assim, o
comunicante tem maior intervenção material, modificando estilo, gestos e
entonação de voz. Ou seja, as frases, o estilo e as ideias são todas do
espírito. A mensagem é transmitida sem que o médium guarde consciência cerebral
dela, porém, em espírito, o mesmo está consciente. Ao recobrar a consciência, o
médium geralmente nada recorda da mensagem deixada. A vantagem é que há maior
liberdade para o espírito, que se identifica por gestos, entonação da voz e
atitudes.
Revista Cristã De
Espiritismo
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