A obsessão é uma espécie
de enfermidade de ordem psíquica e emocional, que consiste num constrangimento
das atividades de um Espírito pela ação de um outro. A influência maléfica de
um Espírito obsessor pode afetar a vida mental de uma pessoa, alterando suas
emoções e raciocínios, chegando até mesmo a atingir seu corpo físico. A
influência espiritual só é qualificada como obsessão quando se observa uma
perturbação constante. Se a influência verificada é apenas esporádica, ela não
se caracterizará como uma obsessão.
Somente os Espíritos maus
e imperfeitos provocam obsessões, interferindo na vontade do indivíduo, fazendo
com que ele tenha ações contrárias ao seu desejo natural.
A obsessão só se instala
na mente do paciente quando o obsessor encontra fraquezas morais que possam ser
exploradas. São pontos fracos que, naturalmente, todos nós temos, pela
imperfeição que nos caracteriza. Deste modo, conclui-se que todos estamos sujeitos
à obsessão.
As doenças do corpo carnal
só se manifestam quando existem fragilidades estruturais ou carências no
organismo físico. Na área psíquica acontece coisa semelhante. Os indivíduos
enfraquecidos moralmente, com falhas de caráter, vícios etc, estarão mais
sujeitos à obsessão.
O Espírito obsessor,
conhecendo as fraquezas morais do enfermo, vai aos poucos obtendo acesso à sua
área mental, chegando em alguns casos a dominá-lo. Se a obsessão se
intensificar, e não for tratada espiritualmente em tempo hábil, ocorrerá um
aumento de afinidade fluídica entre obsessor e obsedado, o que poderá acarretar
no agravamento da enfermidade.
As obsessões no período de
infância são raras. Geralmente, as influências iniciam-se entre os sete e dez
anos de idade, quando a personalidade da criança começa a desabrochar. Depois
desse período já é possível que ocorram influências obsessivas mais
preocupantes.
a) As causas morais:
As obsessões de causas
morais são aquelas provocadas pela má conduta do indivíduo na vida cotidiana.
Ao andarmos de mal com a vida e com as pessoas, estaremos sintonizando nossos
pensamentos com os Espíritos inferiores e atraindo-os para perto de nós. Desse
intercâmbio de influências poderá nascer uma obsessão.
b) As causas relativas ao
passado:
As obsessões relativas ao
passado são aquelas provenientes do processo de evolução a que todos os
Espíritos estão sujeitos. Nas suas experiências reencarnatórias, por ignorância
ou livre arbítrio, uma entidade pode cometer faltas graves em prejuízo do próximo.
Se a desavença entre eles gerar ódio, o desentendimento poderá perdurar por
encarnações a fio, despontando nos desafetos, brigas, desejos de vingança e
perseguição. Casos assim podem dar origem a processos obsessivos tenazes.
Desencarnados, malfeitor e
vítima continuam a alimentar os sentimentos de rancor de um para com o outro.
Se um encarna, o outro pode persegui-lo, atormentando-o e vice-versa.
c) As contaminações:
As contaminações
obsessivas geralmente acontecem quando uma pessoa frequenta ou simplesmente
passa por ambientes onde predomina a influência de Espíritos inferiores.
d) Causa anímica ou
auto-obsessão:
As obsessões anímicas são
causadas por uma influência mórbida residente na mente do próprio paciente. Por
causa de vícios de comportamento, ele cultiva de forma doentia pensamentos que
causam desequilíbrio em sua área emocional.
Muitas tendências
auto-obsessivas são provenientes de experiências infelizes ligadas às vidas
passadas do enfermo. Angústia, depressão, mania de perseguição ou carências
inexplicadas podem fazer parte de processos auto-obsessivos.
O auto-obsediado costuma
fechar-se em seus pensamentos negativos e não encontra forças para sair dessa
situação constrangedora. Esse posicionamento mental atrai Espíritos doentios que,
sintonizados na mesma faixa psíquica, agravam sua doença espiritual.
CARACTERÍSTICAS
DA OBSESSÃO:
A obsessão apresenta
características que pode situá-la no grau de gravidade que lhe é própria. Há
três graus de gravidade: Obsessão Simples, Fascinação e Subjugação.
a) Obsessão Simples:
É um tipo de influência
que, de forma sutil, constrange a pessoa a praticar atos ou ter pensamentos
diferentes do que geralmente possui. O obsedado, às vezes, nem percebe o que
lhe está ocorrendo. Em outras, têm consciência da influência daninha, mas não
consegue se livrar dela. Este tipo de obsessão é muito comum e pode agravar-se,
dependendo da natureza do Espírito atrasado envolvido e das disposições morais
do paciente.
b) Fascinação:
Allan Kardec disse, em
"O Evangelho Segundo o Espiritismo", que a fascinação é o pior tipo
de obsessão. Trata-se de uma ilusão provocada por um Espírito hipócrita que
domina a mente do paciente, distorcendo seu senso de realidade. O Espírito
obsessor planeja muito bem seu intento destrutivo e busca envolver o indivíduo
em artimanhas mentais bem preparadas.
As portas de entrada para
a fascinação, como sempre, são as falhas morais. É no orgulho de sua vítima que
o Espírito hipócrita encontra o alimento para fascinar-lhe a personalidade.
Para conseguir seu
domínio, a entidade maldosa exalta a vaidade do obsedado, fazendo-o sentir-se
infalível e autoconfiante. A ilusão é tamanha que o fascinado adquire uma
grandiosa cegueira, o que não lhe permite perceber o ridículo de certas ações
que pratica.
c) Subjugação:
A subjugação pode ser
moral ou corpórea. No caso moral, o Espírito obsessor adquire forte domínio
sobre o psiquismo do indivíduo, levando-o a tomar decisões contrárias ao seu
desejo. Na fascinação há uma ilusão. Na subjugação, o paciente tem consciência
do que lhe acontece.
Na subjugação corpórea,
além de exercer o domínio psíquico, o obsessor atinge a parte fluídica
perispiritual do doente. Domina seu corpo físico e, às vezes, numa crise
semelhante à epilepsia, atira-o ao chão. Como o obsedado fica quase sempre sem
as energias necessárias para dominar ou repelir o mau Espírito, carece da
intervenção de uma terceira pessoa com ascendência moral sobre ele, para
auxiliá-lo a sair da difícil situação.
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