Ninguém foi chamado sem um
objetivo, O chamamento divino pressupõe uma tarefa definida. Assim também
nenhum de meus filhos está participando da vida do outro por acaso, já que Deus
não brinca de acaso com os seres humanos.
A Divina Providência não
pode ser comparada às brincadeiras dos deuses gregos, que jogavam dados com o
destino dos homens. Atrás das uniões, dos encontros e das pequenas atividades
realizadas em conjunto, estão grandes planejamentos da espiritualidade.
Uma comunidade reunida é
como um grande caldeirão fervente, no qual o cozinheiro deposita diversos
ingredientes para fazer uma sopa. Lá estão os legumes, de diversas cores,
formatos e texturas, acrescentam as verduras, mais delicadas.
Não pode faltar o tempero,
nem sal demais, nem de menos.
Nessa sopa da
fraternidade, os resultados pertencem a Deus, já que você, meus filho,
representa os ingredientes. Nada é desprezado pelo Senhor, que a tudo supervisiona
com vistas a um objetivo final. As dificuldades que você encontra nos relacionamentos
fervem a tal ponto que, aos poucos — sem que isso seja notado, a princípio —,
começam a evaporar.
Dessa maneira, o caldeirão
vai transmutando meus filhos, mediante o fogo das experiências que surgem na
vida em comunidade.
Há necessidade de que,
neste momento de transformações do planeta Terra, todos se revistam do mais
santo comprometimento com a obra do bem. No caso dos médiuns, por exemplo, a
dedicação de cada um à tarefa do intercâmbio mediúnico deve ser vista como
compromisso do mais alto significado espiritual, porque você é instrumento do
Cristo. Medianeiros comprometidos são cooperadores de Jesus a serviço das
forças soberanas da vida.
Nas circunstâncias em que
meus filhos se sentem magoados ou abatidos, desanimados ou feridos de alguma
forma cm seus sentimentos, procurem meditar na vida do Nosso Senhor. Com os
olhos da fé, visualizem Jesus com o corpo deposto sobre a cruz. Se alguém acha
que não é compreendido em suas intenções, pense em Jesus em seu calvário, sendo
apedrejado, vaiado e condenado à morte pela multidão: mesma população que ele
tantas vezes curou, auxiliou, ensinou, aconchegou, escutou.
Se algum de meus filhos
acha que seus esforços não estão sendo valorizados, relembre Jesus, cujo corpo
foi perfurado pelos pregos da insensatez humana e dilacerado em seu cerne, ao
ver o sofrimento motivado pela mais absoluta ignorância.
Após visualizar tudo isso,
meu filho, reavalie seus melindres, suas dores e emoções. Se o Mestre foi
tratado de modo tão duro, o que diríamos de nós, que somos meros aprendizes do
seu amor?
Em nenhum momento, no
entanto, Nosso Senhor vacilou ou desistiu da tarefa.
Valorizou sempre aqueles
que chamou, mesmo nos instantes em que eles próprios lhe viraram as costas.
Enfim, meu filho, Jesus
acreditou em nós. Incondicionalmente e sem impor retribuições, ele acreditou em
nós. Falta a gente acreditar também. Se Jesus não tivesse fé na humanidade e,
em especial, nos seus colaboradores, não teria retornado ao plano espiritual e
confiado a obra de regeneração do mundo aos discípulos.
Ele confiou que todos são
capazes, que você é capaz. Somente porque demonstrou confiança em cada ser
humano é que ele se apresenta ao Pai levando consigo, em sua intimidade, a
humanidade vencedora.
Sabe que os filhos de Deus
têm plena capacidade de levar avante a obra que lhes foi confiada.
Não estamos a jogar
confete em nossos médiuns, como se vê nas folias de carnaval, mas incentivando
ao prosseguimento da obra como estiverem, onde estiverem e com quem estiverem
meus filhos. Não queremos destacar a fé que eventualmente tenhamos no Mestre,
mas a fé que ele deposita em cada um de nós diariamente. O Evangelho é uma
mensagem de esperança. Mas não é a esperança do homem em Deus, e, sim, a
esperança de Deus no homem. Evangelho é isso, meus filhos.
Se a humanidade sobreviveu
a duas guerras mundiais e a todo esse tempo de discórdia, dor, doenças e
intrigas políticas; se ela sobrevive a vocês mesmos, habitantes do planeta
Terra, isso é um claro sinal da fé que Deus deposita na
humanidade. Portanto,
valorize a fé de Deus e trate de corresponder ao seu chamado paternal.
Que cada um olhe para
dentro de si mesmo, não para seus defeitos, que nos igualam a todos, mas para
as virtudes conquistadas, a capacidade de realização que se encontra na
intimidade, os esforços empreendidos na caminhada — e prossiga.
Observe tudo isso e
aprenda a valorizar as coisas boas e as vitórias obtidas e não fique se
lamentando com os erros aparentes e as limitações.
Sinta-se otimista e confiante,
tanto no futuro quanto nos companheiros que caminham junto com vocês.
Quando meus filhos
levantarem as mãos, que sejam mãos santas, abençoadas pelo esforço de
realização. A grandeza do trabalho que meus filhos realizam só pode ser
compreendida à medida que vocês visualizarem a alegria que despertam nos
desesperados, o sorriso que inspiram nas crianças e a esperança que se esboça
nos olhos dos velhinhos que vocês beneficiam, em nome do amor.
Continue tocando a melodia
do amor na harpa do coração. Ordinariamente, não se mensura a extensão e a
importância dos esforços empreendidos na senda do bem até aportar na dimensão
extrafísica da vida. Aí, sim, meus filhos poderão avaliar as consequências
reais de seus atos. Tenha a certeza de que cada gesto que meus filhos fazem é
abençoado.
Tudo o que você empreende
com amor é fundamental — seja o apontar do lápis que os Espíritos utilizam para
a psicografia, seja a limpeza do ambiente para receber os convidados de Jesus.
Seja a planta, acariciada pelo amor de
vocês, ou a criança, auxiliada no processo educativo. Tudo é importante, e, em
geral, o valor das pequenas coisas é desprezado por muitos de meus filhos, o
que importa para nós, contudo, não é o tanto que realizam, mas a quantidade de
amor e de sentimento que vocês são capazes de depositar nas
pequenas atitudes.
Pensem um pouco nisso,
meus filhos, e abençoem a tarefa que vocês abraçaram em nome do Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Andei, andei, pra
conhecer.
Mas o fim do mundo é duro
da gente ver.
O fim do mundo é duro da
gente ver.
Vou pedir às boas almas
para vir nos socorrer.
Texto retirado do livro
Sabedoria de Preto Velho
Robison Pinheiro.
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