sábado, 10 de maio de 2014

ESPERANÇA DE DEUS





Ninguém foi chamado sem um objetivo, O chamamento divino pressupõe uma tarefa definida. Assim também nenhum de meus filhos está participando da vida do outro por acaso, já que Deus não brinca de acaso com os seres humanos.

A Divina Providência não pode ser comparada às brincadeiras dos deuses gregos, que jogavam dados com o destino dos homens. Atrás das uniões, dos encontros e das pequenas atividades realizadas em conjunto, estão grandes planejamentos da espiritualidade.

Uma comunidade reunida é como um grande caldeirão fervente, no qual o cozinheiro deposita diversos ingredientes para fazer uma sopa. Lá estão os legumes, de diversas cores, formatos e texturas, acrescentam as verduras, mais delicadas.

Não pode faltar o tempero, nem sal demais, nem de menos.

Nessa sopa da fraternidade, os resultados pertencem a Deus, já que você, meus filho, representa os ingredientes. Nada é desprezado pelo Senhor, que a tudo supervisiona com vistas a um objetivo final. As dificuldades que você encontra nos relacionamentos fervem a tal ponto que, aos poucos — sem que isso seja notado, a princípio —, começam a evaporar.

Dessa maneira, o caldeirão vai transmutando meus filhos, mediante o fogo das experiências que surgem na vida em comunidade.

Há necessidade de que, neste momento de transformações do planeta Terra, todos se revistam do mais santo comprometimento com a obra do bem. No caso dos médiuns, por exemplo, a dedicação de cada um à tarefa do intercâmbio mediúnico deve ser vista como compromisso do mais alto significado espiritual, porque você é instrumento do Cristo. Medianeiros comprometidos são cooperadores de Jesus a serviço das forças soberanas da vida.

Nas circunstâncias em que meus filhos se sentem magoados ou abatidos, desanimados ou feridos de alguma forma cm seus sentimentos, procurem meditar na vida do Nosso Senhor. Com os olhos da fé, visualizem Jesus com o corpo deposto sobre a cruz. Se alguém acha que não é compreendido em suas intenções, pense em Jesus em seu calvário, sendo apedrejado, vaiado e condenado à morte pela multidão: mesma população que ele tantas vezes curou, auxiliou, ensinou, aconchegou, escutou.

Se algum de meus filhos acha que seus esforços não estão sendo valorizados, relembre Jesus, cujo corpo foi perfurado pelos pregos da insensatez humana e dilacerado em seu cerne, ao ver o sofrimento motivado pela mais absoluta ignorância.

Após visualizar tudo isso, meu filho, reavalie seus melindres, suas dores e emoções. Se o Mestre foi tratado de modo tão duro, o que diríamos de nós, que somos meros aprendizes do seu amor?

Em nenhum momento, no entanto, Nosso Senhor vacilou ou desistiu da tarefa.
Valorizou sempre aqueles que chamou, mesmo nos instantes em que eles próprios lhe viraram as costas.

Enfim, meu filho, Jesus acreditou em nós. Incondicionalmente e sem impor retribuições, ele acreditou em nós. Falta a gente acreditar também. Se Jesus não tivesse fé na humanidade e, em especial, nos seus colaboradores, não teria retornado ao plano espiritual e confiado a obra de regeneração do mundo aos discípulos.

Ele confiou que todos são capazes, que você é capaz. Somente porque demonstrou confiança em cada ser humano é que ele se apresenta ao Pai levando consigo, em sua intimidade, a humanidade vencedora.

Sabe que os filhos de Deus têm plena capacidade de levar avante a obra que lhes foi confiada.

Não estamos a jogar confete em nossos médiuns, como se vê nas folias de carnaval, mas incentivando ao prosseguimento da obra como estiverem, onde estiverem e com quem estiverem meus filhos. Não queremos destacar a fé que eventualmente tenhamos no Mestre, mas a fé que ele deposita em cada um de nós diariamente. O Evangelho é uma mensagem de esperança. Mas não é a esperança do homem em Deus, e, sim, a esperança de Deus no homem. Evangelho é isso, meus filhos.

Se a humanidade sobreviveu a duas guerras mundiais e a todo esse tempo de discórdia, dor, doenças e intrigas políticas; se ela sobrevive a vocês mesmos, habitantes do planeta Terra, isso é um claro sinal da fé que Deus deposita na
humanidade. Portanto, valorize a fé de Deus e trate de corresponder ao seu chamado paternal.

Que cada um olhe para dentro de si mesmo, não para seus defeitos, que nos igualam a todos, mas para as virtudes conquistadas, a capacidade de realização que se encontra na intimidade, os esforços empreendidos na caminhada — e prossiga.

Observe tudo isso e aprenda a valorizar as coisas boas e as vitórias obtidas e não fique se lamentando com os erros aparentes e as limitações.
Sinta-se otimista e confiante, tanto no futuro quanto nos companheiros que caminham junto com vocês.

Quando meus filhos levantarem as mãos, que sejam mãos santas, abençoadas pelo esforço de realização. A grandeza do trabalho que meus filhos realizam só pode ser compreendida à medida que vocês visualizarem a alegria que despertam nos desesperados, o sorriso que inspiram nas crianças e a esperança que se esboça nos olhos dos velhinhos que vocês beneficiam, em nome do amor.

Continue tocando a melodia do amor na harpa do coração. Ordinariamente, não se mensura a extensão e a importância dos esforços empreendidos na senda do bem até aportar na dimensão extrafísica da vida. Aí, sim, meus filhos poderão avaliar as consequências reais de seus atos. Tenha a certeza de que cada gesto que meus filhos fazem é abençoado.

Tudo o que você empreende com amor é fundamental — seja o apontar do lápis que os Espíritos utilizam para a psicografia, seja a limpeza do ambiente para receber os convidados de Jesus. Seja a planta,  acariciada pelo amor de vocês, ou a criança, auxiliada no processo educativo. Tudo é importante, e, em geral, o valor das pequenas coisas é desprezado por muitos de meus filhos, o que importa para nós, contudo, não é o tanto que realizam, mas a quantidade de amor e de sentimento que vocês são capazes de depositar nas
pequenas atitudes.

Pensem um pouco nisso, meus filhos, e abençoem a tarefa que vocês abraçaram em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.


Andei, andei, pra conhecer.
Mas o fim do mundo é duro da gente ver.
O fim do mundo é duro da gente ver.
Vou pedir às boas almas para vir nos socorrer.












Texto retirado do livro Sabedoria de Preto Velho

Robison Pinheiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário