domingo, 30 de agosto de 2015

A IMPORTÂNCIA DA INTUIÇÃO




Não é fácil conceituar a intuição. Se pesquisarmos nos dicionários, encontraremos algo do tipo: a intuição é o ato de ver, perceber, discernir, pressentir. Fica-nos, então, aquela impressão de que a intuição é o ato de ver algum objeto ou fenômeno de maneira diferente daquela normalmente vista pela maioria das pessoas que olham para esse objeto ou fenômeno. Por exemplo: bilhões de pessoas, no decorrer de milhares de anos, já devem ter se deparado com um cenário, ao cair da tarde, onde, por trás de uma macieira repleta de frutos suspensos por pedúnculos, visualiza-se a Lua, fixa no firmamento. Quantos viram algo além de maçãs e da Lua? Pois é bem possível que num cenário como este e em seu sítio, em Woolsthorpe, o jovem Isaac Newton, com apenas 24 anos de idade, tenha visualizado, além de maçãs e da Lua, a inércia retilínea e a atração entre corpos com massa. Entre a visão normal, ou o ato puro e simples de olhar, e a visão sofisticada, qual seja, o ato de ver, de perceber, de discernir, de pressentir, reside o segredo da intuição, também descrita como a contemplação pela qual se atinge a verdade por meio não racional.

Vamos, então, trabalhar um pouco mais este conceito no sentido de esclarecer o que aqui entendemos por verdade e por que o processo intuitivo seria não racional.

O cientista é, diferentemente dos outros, um homem que procura pela verdade e que, portanto, assume a existência dessa verdade. Nessa procura, admite como certo o que poderíamos chamar de verdade provisória. Digamos, então, que esta última seja o que consideramos como verdade científica, e o que a distingue das demais verdades provisórias, encontradas pelos que não são cientistas, seria o seu acoplamento ao método científico ou à experimentação. Para resumir, poderíamos dizer que a verdade científica é uma verdade provisória tomada por empréstimo da natureza e da forma como ela aparenta ser. As hipóteses e conjecturas científicas assumem, com frequência, esse papel de verdades científicas. Digamos, então, que o primeiro passo, mas não o único e/ou o derradeiro, para chegarmos às verdades científicas seria a contemplação da natureza.

A não racionalidade, atribuída à intuição, retrata o seu caráter essencial, mas não engloba, propriamente, todo o processo intuitivo. Digamos que se refere ao insight ou estalo ou, ainda, à percepção de alguma coisa estranha, não notada nas outras vezes em que se observou o mesmo objeto ou fenômeno. É óbvio que esta percepção, ao ser trabalhada racionalmente, poderá vir a se constituir numa conjectura ou hipótese. No entanto, mesmo antes de formularmos uma conjectura ou hipótese, já estamos frente a algo a que podemos associar o conceito de verdade provisória. Existe um conceito popular a dizer: Gato escaldado tem medo de água fria. Seria isto equivalente a admitir que o gato raciocina? Seria isto coerente com a afirmação de que o gato formula hipóteses (a água queima) e as generaliza (as próximas águas queimarão)?

Provavelmente não! Podemos, pelo exemplo, simplesmente inferir que o gato está dotado de uma intuição primitiva e da capacidade de memorizar fatos e, em consequência disso, em condições de aprender por um meio não racional.

Se a ciência experimental começa pela intuição, poderíamos concluir que o intuitivismo é a base fundamental de todos os conhecimentos humanos oriundos das ciências empíricas. É importante não confundir intuitivismo com intuicionismo. Este último relaciona-se à doutrina que faz da intuição o instrumento próprio do conhecimento da verdade: ver para crer. Mesmo porque o cientista parte da contemplação do que realmente existe, e interpreta esta verdade seguindo um raciocínio lógico aprisionado ao método científico. O cientista, então, parte da verdade (intuitivismo) e procura por novas verdades científicas por meio da construção e da corroboração de teorias. Afirmar que a ciência começa pela intuição é, portanto, bem diferente de dizer que a ciência começa pela observação.

É comum contemplarmos a natureza por vias indiretas. Newton, por exemplo, conhecedor da inércia circular de Galileu, viu a Lua em movimento e deve ter associado este movimento à desnecessidade de um pedúnculo para que a Lua permanecesse a uma distância fixa da Terra, o que não acontecia com as maçãs. Ou seja, Newton contemplou a natureza com conhecimentos adquiridos em seus estudos, o que é diferente de observar um fenômeno sem conhecimento algum.

É sabido que o "nosso raciocínio não começa pela dedução". Isso porém não é o mesmo que dizer que o "nosso raciocínio começa de forma indutiva", já que o que nos leva à "dedução de hipóteses" não é a indução e sim a intuição. A intuição, como diz o dicionário do Aurélio, é "o ato de ver, de perceber, de discernir, de pressentir"; é a contemplação pela qual se atinge a verdade por meio não racional.

Sem dúvida, a intuição é bastante complexa, por vezes simula a utilização de um raciocínio indutivo, o que gera confusões homéricas, e é de difícil definição, razão pela qual foi retirada do método científico. Não obstante, e poucos se dão conta disso, todo progresso científico começa pela intuição. E é por isso que é difícil de se acreditar que o computador venha um dia a substituir o homem na atividade criativa, pois falta ao computador o principal fermento da criatividade, a intuição."

Os pensamentos das criaturas se reúnem vibratoriamente em determinados pontos ai permanecendo gravados. Quem conseguir sintonizá-los com sua mente, pode, através destas gravações, chegar até o autor do pensamento e dele obter maiores esclarecimentos. Conscientemente podemos fazê-lo se tivermos suficiente evolução para isso. Inconscientemente isto ocorre com certas pessoas que atingem o centro mental, e são impressionadas por algumas ideias e, a vibração mental, ao regressar ao cérebro físico, manifestam sua descoberta. E esta, por vezes, aparece inteiramente idêntica em dois ou três cérebros, por mais distantes que geograficamente se encontrem no planeta.

Pelo corpo pineal pode tudo isso ser recebido em nosso plano, quando proveniente de outros espíritos ou de nossa própria mente. Depois de captar as ideias é que a criatura poderá, se tiver capacidade, transmiti-las da ligação física da mente para o corpo pineal. Daí passam a ser racionalizadas e traduzidas em palavras. Essa é a transformação do que é vertical ( intuição, individualidade ) em horizontal ( raciocínio, personalidade ).

Pelo chakra coronário, os médiuns recebem as comunicações por ondas mentais, isto é, intuitivas, telepáticas. O Espírito comunicante pensa (em qualquer Idioma) e através do chakra coronário e do corpo pineal o médium capta esse pensamento (em sua própria língua) e o transforma em palavras e frases (com seu próprio vocabulário).

Se houver SINTONIA, haverá recebimento de comunicação mediúnica. Mas as palavras, os termos, o vocabulário, o sotaque, as frases serão do MÉDIUM que recebe as ideias e as veste de forma e não o ditado de frases construídas pelo Espírito.

Devemos distinguir cuidadosamente a intuição, que provém do espirito e o impulso, de fazer ou deixar de fazer algo, que nasce no corpo astral ( emoções e desejos ): a intuição permanece e se fortifica com o passar do tempo, ao passo que o impulso vai enfraquecendo e morre.

Por meio do átomo monádico consegue a criatura ligar-se às correntes de pensamento (noures), que formam a noosfera superior do planeta e lá captar ideias novas, conceitos elevados e a tônica da beleza sublime, seja em pintura, escultura, música ou qualquer outra expressão artística genial.

O momento que vivemos é de pleno domínio da razão, em que as forças intelectivas se sobressaem; porém algumas pessoas mais evoluídas já se governam, mais ou menos conscientemente, pelo uso desta faculdade mais perfeita.

A intuição é a percepção da verdade universal, total, e qualquer vislumbre que dela se tenha é uma partícula dessa verdade inteiriça, muito embora quando manifestada em relação a um caso particular ou isolado. A obediência às manifestações da intuição é uma das condições fundamentais do desenvolvimento e ampliação dessa faculdade no indivíduo.

Um conhecimento mental pode ser adquirido pelo estudo, pela aplicação, pelo raciocínio, pela observação, pela experimentação; a intuição, porém, não depende de nada disso: é unicamente um conhecimento infuso, ou melhor, é um discernimento espontâneo de uma verdade pacifica e única.

O homem é um ser limitado pelos seus corpos orgânicos e fluídicos, mas o ponto que não atinge com o braço, atinge-o com a inteligência e onde esta não alcança, o faz a intuição. O conhecimento vindo pelo intelecto nos faz conhecer o mundo ambiente, ao passo que a intuição nos dá discernimento das coisas divinas; o primeiro se estriba na razão que mediu, pesou, dividiu, analisou, concluiu; a segunda, porém, se apóia na fé, porque somente crê e confia. "A razão é metódica, mecânica, limitada, mas a intuição é intrínseca, ilimitada, independente, acima de qualquer lei.

O homem funciona em três planos: o físico, o mental e o espiritual, que correspondem, respectivamente, ao instinto, à razão e intuição; mas a verdade total, só é percebida pelo homem de intuição.

O homem do futuro, isto é, o homem renovado, que venceu a si mesmo, vencendo a dominação da matéria grosseira, será um homem de intuição.

O homem de intuição resolve seus problemas com elementos que obtém do plano divino, ao passo que o da razão os resolve segundo os recursos da própria inteligência humana, ligada às coisas do mundo.


Diz Alexis Carrel, um dos mais acatados expoentes da ciência oficial, a respeito desta maravilhosa faculdade: "É evidente que as grandes descobertas científicas não são unicamente obras de inteligência. Os sábios de gênio, além do dom de observar e de compreender, possuem outras qualidades, como a intuição e a imaginação criadora. Por meio da intuição, aprendem o que os outros homens não vêm, percebem a relação entre fenômenos aparentemente isolados, sentem inconscientemente a presença do tesouro ignorado. Todos os grandes homens são dotados do poder intuitivo. Sabem sem raciocínio e sem análise o que lhes importa saber. As descobertas da intuição devem ser sempre desenvolvidas pela lógica. Tanto na vida corrente como na ciência, a intuição é um meio de adquirir conhecimentos de grande poder, mas perigosos. Por vezes, é difícil distingui-la da ilusão. Aqueles que só por ela se deixam guiar estão expostos ao erro. Mas aos grandes homens ou aos simples, de coração puro, pode ela conduzir aos mais elevados cumes da vida mental ou espiritual".
























sexta-feira, 28 de agosto de 2015

ACEITAÇÃO




A primeira impressão que temos quando ouvimos ou pensamos em aceitar, seja uma pessoa, um fato ou uma circunstância é de que estaremos nos submetendo ou nos subjugando, desistindo de lutar, desistindo de mudar, sendo fracos.

De verdade se quisermos modificar qualquer aspecto da nossa vida, das nossas relações ou de nós mesmos devemos começar aceitando.

Na verdade, a aceitação é detentora de um poder transformador que só quem já experimentou pode avaliar.

É difícil aceitar uma perda material ou afetiva; uma dificuldade financeira;  uma doença; uma humilhação; uma traição.

Mas a aceitação é um ato de força interior, sabedoria, e humildade, já que existem inúmeras situações que não podemos mudar no momento em que acontecem.

E de maneira geral as pessoas são como são, dificilmente mudam, na verdade não podemos contar com isso, quem muda somos nós por escolha e vontade própria, portanto, se não houver aceitação, o que estaremos fazendo é insensato, é insano.

Ser resistente a isso, brigar, revoltar-se, negar, deprimir, desesperar, indignar-se, culpar-se, etc, são reações emocionais carregadas de raiva; raiva do outro, raiva de si mesmo, raiva da vida e a raiva destrói, desagrega.

A aceitação é uma força que desconhecemos porque somos condicionados a lutar, a esbravejar, a brigar.


Aceitar não é desistir, nem tão pouco se resignar. Aceitar é estar lúcido do momento presente como é, e se assim a vida se apresenta, assim deve ser, já que tudo está coordenado pela Lei da ação e reação.

No instante em que aceitamos, desmaterializamos situações que foram criadas por nós (“karma”), soluções surgem naturalmente através da intuição ou fatos trazendo as respostas e as saídas para a situação, tudo isso porque paramos de resistir à VIDA como ela se apresenta no momento.

A consciência de que tudo é movimento, nada é permanente, faz com que a aceitação aconteça mais facilmente. A nossa tendência “natural” é resistir, não aceitar, combater tudo o que nos contraria e o que nos gera sofrimento.

Dessa forma prolongamos a situação. Resistir só nos mantém presos dentro da situação desconfortável, muitas vezes perpetuando e tornando tudo mais complicado e pesado.

Quando não aceitamos nos tornamos amargos, revoltados, frustrados, insatisfeitos, cheios de rancor e tristeza, e esses padrões mentais/emocionais criam mais e mais dificuldades, nunca trazem solução.

Aceitar é expandir a consciência e encontrar respostas, soluções, alívio. Aceitar é o que nos leva à Fé.

É fundamental entender que aceitar não significa desistir... Seguir adiante com otimismo, e ter muitos propósitos a serem atingidos é nossa atitude saudável diante da vida.


Aceitar se refere ao momento presente, ao agora, no instante que você aceita, ou em outras palavras, você entrega, novas ideias surgem para prosseguir na direção desejada, saindo do sofrimento.


















terça-feira, 25 de agosto de 2015

SOMOS "FILHOS" OU "SOBRINHOS" DE UMBANDA





Um dia um jornalista ao entrevistar uma Mãe de santo, perguntou:

Quantos filhos sua casa tem?

A senhora não lhe respondeu como ele esperava, disse que ele deveria acompanhar as atividades do terreiro na próxima semana que ele teria a resposta.

E assim foi no sábado pouco antes de se iniciarem os trabalhos lá estava ele sentado na assistência observando tudo...

Viu que havia mais os menos 40 médiuns, quase todos estavam na corrente, prontos para a gira, e aproveitavam estes momentos que antecediam o inicio dos trabalhos para mostrarem uns aos outros suas roupas novas, ou pra colocar algum assunto em  dia. Mas notou também que um grupo de cinco médiuns estava em plena atividade arrumando as coisas para o inicio dos trabalhos.

O trabalho foi muito bonito e alegre, quando terminou viu que a grande maioria dos médiuns se apressa em se retirar, uns por que queriam chegar logo em casa, outros por terem algum compromisso. Notou mais uma vez que aqueles mesmos cinco médiuns que antes do inicio arrumavam as coisas, agora eram os que começavam a limpar e organizar o terreiro depois dos trabalhos.

Na segunda feira haveria um momento de estudos no terreiro e ele foi convidado, ao chegar ao local, chovia muito e viu que menos da metade da corrente se fazia presente, novamente notou que aqueles cinco estavam lá.

Na quinta-feira haveria um trabalho na linha do Oriente, e também passaria na TV um jogo da seleção, novamente bem menos da metade da corrente compareceu, mas aqueles cinco estavam entre eles.

No sábado novamente estava sentado na assistência e novamente repetiu-se o que havia acontecido na semana anterior, os cinco médiuns fazendo os últimos preparativos para o inicio dos trabalhos, e também começaram a limpeza assim que estes se encerraram, e foi no término dos trabalhos que foi chamado pela Mãe de Santo, que lhe perguntou:

Você conseguiu descobrir quantos filhos tem em nossa casa?

Contei 43 minha mãe – respondeu.

Não, filhos verdadeiros tenho cinco. São aqueles que estavam presentes em todas as atividades da casa. E os outros?

Os outros são como se fossem “sobrinhos” de quem gosto muito e que também gostam da casa, mas só visitam a “tia” se não houver nenhum atrapalho ou programa “melhor”, e mesmo vindo muitas vezes ficam contando os minutos para acabar os trabalhos.

O rapaz muito sério perguntou:

E por que a senhora não impõe regras para mudar isto?

Meu filho a Umbanda não pode ser imposta a ninguém, tem de ser praticado com entrega, o amor à religião não pode ser uma obrigação, ele deve nascer no coração de cada um, e o mais importante a Umbanda respeita o livre-arbítrio de todos os seres…

E nós, somos “filhos” ou “sobrinhos” de Umbanda?


Somos Umbandistas em todos os momentos de nossa vida, ou somos

Umbandistas somente uma vez por semana durante os trabalhos no terreiro























domingo, 23 de agosto de 2015

VENCENDO AS MÁS INCLINAÇÕES




É possível ao homem, pelos seus próprios esforços, vencer suas más inclinações?

Sim, e, por vezes, fazendo pequenos esforços. O que lhe falta é a vontade.
A pergunta foi feita por Allan Kardec, e a resposta foi dada pelos Espíritos Superiores.

É do nosso feitio dizer que as más inclinações são mais fortes que nós. Mas, pela resposta dos Benfeitores, fica claro que a vontade é a alavanca de que necessitamos para vencê-las.

Importa que salientemos que vencer as más inclinações não é o mesmo que reprimi-las.

Quando nós as reprimimos elas adquirem mais força e, quando eclodem, fazem estragos ainda maiores.

E assim como não devemos reprimi-las também não devemos deixar que essas paixões extravasem sem controle, senão corremos o risco de sermos tragados por elas.

É certo que não podemos controlar o primeiro impulso, assim como não controlamos certos movimentos corporais como, por exemplo, a abertura e o fechamento das pupilas. Ninguém as abre ou fecha voluntariamente.

No entanto, podemos fazê-las se abrir ou fechar indiretamente, voltando nossos olhos para uma região mais escura ou mais clara.

Assim também ocorre com os impulsos negativos que brotam da nossa intimidade, que podem ser excitados ou inibidos indiretamente.

Dessa forma, se o medo surge, podemos considerar as razões, os objetos ou os exemplos que nos convençam de que o perigo não é grande; que há mais segurança na defesa do que na fuga; que conquistaremos a alegria por termos vencido.

Em contrapartida, poderemos sentir vergonha por termos fugido ou pesar por não termos tentado.

Se diante de uma ofensa surge a mágoa, podemos agir de forma semelhante. O sentimento de mágoa não podemos evitar, mas poderemos inibir a sua ação destruidora em nossa intimidade, combatendo-o.

Para tanto, temos que nos lembrar de coisas que sabemos estar unidas ao perdão e que são contrárias à mágoa.

Podemos, por exemplo, ponderar que o ofensor é uma pessoa infeliz que ainda não conquistou melhores sentimentos; que pode ter agido sob o peso de problemas que desconhecemos; que pode não ter encontrado, na infância, pais devotados e bons que lhe ensinassem a virtude por palavras e atos; que ele colherá frutos amargos de sua ação, sem que sejamos um dissabor a mais em sua vida.

Se agirmos dessa forma diante dos impulsos negativos que nos tomam de assalto, estaremos conquistando a nossa melhoria moral, por nós mesmos, através da substituição dos velhos hábitos.

A proposta Espírita para a Humanidade não é a de proibição ou de repressão das más inclinações, mas a de sublimação dos sentimentos através do autoconhecimento.


Faz-se necessário que nos libertemos, despindo-nos dos hábitos infelizes e dos sentimentos que nos escravizam, deixando-nos arrastar pelos rios perfumados das emoções nobres e deslizar no barco tranquilo da esperança.


















Redação do Momento Espírita com base no artigo As paixões, de Sílvio Chibeni, colhido na Internet.


sábado, 22 de agosto de 2015

OPÇÃO PELA UMBANDA






A opção religiosa pela Umbanda quase sempre é precedida de muitas manifestações de preconceito, de ignorância e de intolerância. Em todos os campos de nossa vida em algum momento veremos pessoas se manifestando contra nossa opção ou querendo entender porque nos tornamos macumbeiros.

A nossa trajetória espiritual é individual e intransferível e mesmo assim afeta direta e indiretamente tantas pessoas e por isso acabamos tendo que nos justificar, nos defender, tentar explicar essa opção, de foro tão intimo e que nos faz pensar em nosso livre arbítrio. O criador nos manda a terra para sermos felizes e a busca pela felicidade é uma caminhada onde teremos nossos tropeços, erros, acertos, duvidas e a Umbanda não é diferente das outras religiões quando tem como objetivo levar o ser humano ao seu autoconhecimento, as respostas espirituais de nossa origem e nossa missão enquanto encarnados. Poderíamos simplesmente fechar a cara, abrir a boca e dizer “Sou Macumbeiro, Sou Umbandista, é um assunto meu e isso não lhe diz respeito” e ainda assim não colaboraríamos em nada na construção da tão sonhada identidade umbandista. Outros não conseguem se justificar e irão usar o mesmo expediente. Mas aí estão as duas questões importantes?

Porque temos de justificar nossa opção?

Porque as vezes não conseguimos justificá-la e ajudar na construção de uma identidade Umbandista?

Porque nos faltam os argumentos! Porque nos falta o discurso politico!

Somos considerados como religião há mais de 100 anos e nesses mais de 100 anos somos perseguidos. Por sermos médiuns, por sermos uma religião que mescla influências africanas, por nos pautarmos pela tolerância e pelo amor fraternal incondicional sem preconceitos, por não segregarmos, por acolher a todos. Representamos uma ameaça. Estamos adormecidos. Não reconhecemos a nossa força. E a nossa força está na nossa organização, está no desenvolvimento e na doutrina de nossos iniciantes, de nossos jovens para que amanhã, devidamente esclarecidos tenhamos um panorama mais favorável.

Porém o desconhecimento de nossa filosofia, de nossos dogmas e da nossa religião beneficia a muitos. Aos nossos inimigos reais, aos nossos perseguidores e aos falsos umbandistas, aos falsos sacerdotes que se utilizam do saber que não tem para prender na ignorância e na fé cega aqueles que amedrontados estão na religião por entender que a mediunidade é um estigma, uma doença, um problema e somos obrigados a compartilhar de nossa energia numa casa de Umbanda ou Candomblé sob a ameaça de nossos zeladores Orixás , Guias e Protetores. Quantos em sua caminhada não ouviram de algum dirigente mal intencionado a frase” Você tem que botas branco ou então sua vida não vai andar, ou seu Guia vai te castigar” É preciso buscar pela verdade.

A verdade liberta e nos possibilita o poder de análise, o senso crítico e a escolha pela direção correta. A necessidade do estudo religioso é um fato real e isso está latente em todas as outras religiões, doutrinas e filosofias de vida como a Seicho No Ie, o kardecismo, a Igreja católica, protestante, etc.

Será que só na Umbanda o estudo não é necessário?

Será que o umbandista tem maior capacidade religiosa, cultural, humana, social e espiritual que as pessoas seguidoras de outras religiões por isso não lhe é necessário o estudo religioso? Nossa crença por sua origem ancestral e tradição ORAL pauta se na transmissão de conhecimento, na prática religiosa dentro do templo, vendo, vivendo e aprendendo tudo. Porém o mundo mudou e a informação hoje está acessível a todos em todos os níveis. Essa quantidade de informação apenas informa, portanto não forma ninguém e por isso não aceito a forma como empresas comercializam o conhecimento espiritual via internet e outros já oferecem Cursos Superiores de Formação de Pais de Santo. Precisamos repensar a religião como processo como caminhada na construção de um saber real e não virtual.
Por outro lado entendo que hoje só está na ignorância quem quer.


E VOCÊ? CONHECE SUA RELIGIÃO? ESTUDA SOBRE ELA?















Blogespiritualizandocomaumbanda

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

POR QUE ESTUDAR UMBANDA ? PARA APRENDER O QUE ? PARA ENTENDER SOBRE O QUE ?




Penso que é para se entender que a UMBANDA É UM ORGANISMO VIVO e em franco desenvolvimento. E este organismo vivo, vive dentro de nós, UMBANDISTAS.

Estudar e entender sua história é reconhecer a nossa própria história, é saber e dizer de onde viemos, por que viemos, e também vislumbrar um caminho por onde estamos indo. Pois já nos perdemos outrora, pela falta de conhecimento e de reconhecimento dentro da sociedade.

Eu creio que estamos na fase da expansão da consciência religiosa UMBANDISTA, impulsionada por esta nova forma de ensinar a Umbanda, adotada pelos Templos Escolas, e destes novos formadores, que abrem cada vez mais o conhecimento aos novos UMBANDISTAS, como nós.

Nós, que adentramos recentemente nos trabalhos, não viemos apenas pelo AMOR OU PELA DOR. Viemos pelo conhecimento, pela grande magia desta religião DIVINA! Já não nos contentamos em fazer. Queremos entender. O conhecimento abre portas e janelas, e a mente expansiva do médium, guiada pelos seus guias, se ilumina num arco íris divino sem véus, criando uma nova era para a religião. Uma era em que há o reconhecimento e o respeito, pois fazemos parte da sociedade, e já não aceitamos viver a margem desta sociedade.

Todas as nossas práticas religiosas são justificáveis, mas não é errado apropriarmos as nossas práticas ao bom convívio dentro desta sociedade da qual fazemos parte. Faltou-nos em outros tempos a consciência de que fazemos parte de um todo e que devemos cumprir e honrar a nossa cota de participação.

NO HINO UMBANDISTA DIZ: “Avante filhos de fé, pois como a nossa lei não há!” Qual é a nossa lei? A nossa lei é a Lei de DEUS.

E é muito mais abrangente porque nos dá muito mais responsabilidades, nos obriga ao exercício constante da fé e do amor incondicional, do respeito às diferenças, do olhar fraterno às minorias, da humildade e do reconhecimento de si próprio, do conhecimento, da transformação e da evolução.

Estudar de uma forma ampla é procurar adquirir o conhecimento de algo. Preparar, examinar, ponderar, amadurecer. Observar cuidadosamente o fenômeno. Dedicar-se à apreciação, análise e a compreensão. Entender o organismo vivo que habita o templo mediúnico (corpo do médium), é ter posse de sua certidão de nascimento, é apresentar seu RG a quem questione sua identidade, é saber e reconhecer de fato o seu PAI a sua MÃE, seus irmãos e a sua origem divina. Conhecendo nosso passado, construímos no presente. E podemos olhar no horizonte um futuro promissor de respeito e reconhecimento para a nossa religião...











Fonte: Jornal Nacional de Umbanda – Ed. 14, Junho de 2011

terça-feira, 18 de agosto de 2015

ALIANÇA DA CIÊNCIA COM A RELIGIÃO




A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material, e a outra as leis do mundo moral. Mas aquelas e estas leis, tendo o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se umas forem à negação das outras, umas estarão necessariamente erradas e as outras certas, porque Deus não pode querer destruir a sua própria obra. A incompatibilidade, que se acredita existir entre essas duas ordens de ideias, provém de uma falha de observação, e do excesso de exclusivismo de uma e de outra parte. Disso resulta um conflito, que originou a incredulidade e a intolerância.

São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o seu complemento; em que o véu lançado intencionalmente sobre algumas partes dos ensinos deve ser levantado, em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve levar em conta o elemento espiritual; e em que a Religião, deixando de desconhecer as leis orgânicas e imutáveis, essas duas forças, apoiando-se mutuamente e marchando juntas, sirvam uma de apoio para a outra. Então a Religião, não mais desmentida pela Ciência, adquira uma potência indestrutível, porque estará de acordo com a razão e não se lhe poderá opor a lógica irresistível dos fatos.

A Ciência e a Religião não puderam entender-se até agora, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, repeliam-se mutuamente. Era necessária alguma coisa para preencher o espaço que as separava, um traço de união que as ligasse. Esse traço está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal, leis tão imutáveis como as que regulam o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez constatadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez: a fé se dirigiu à razão, esta nada encontrou de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido.


Mas nisto, como em tudo, há os que ficam retardados, até que sejam arrastados pelo movimento geral, que os esmagará, se quiserem resistir em vez de se entregarem. É toda uma revolução moral que se realiza neste momento, sob a ação dos Espíritos. Depois de elaborada durante mais de dezoito séculos, ela chega ao momento de eclosão, e marcará uma nova era da humanidade. São fáceis de prever as suas consequências: ela deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, contra o que ninguém poderá opor-se, porque elas estão nos desígnios de Deus e são o resultado da lei do progresso, que é uma lei de Deus.














domingo, 16 de agosto de 2015

O FILÓSOFO E O PRETO VELHO




Certo dia, um filósofo adentra a uma tenda de Umbanda e senta-se no banquinho de um Preto Velho. Sua intenção era questionar, investigar; enfim, experimentar.

Ao se sentar, o Preto Velho já sabia o que ele queria, mas mesmo assim saudou-o gentilmente e perguntou em que poderia ajudar. O filósofo respondeu:

- Meu Preto Velho, na era da biotecnologia vemos os cientistas avançarem cada vez mais nas pesquisas referentes à manipulação do material genético humano. Além disso, estamos na era do multiculturalismo, de forma tal que a diversidade, inclusive no sentido intelectual, se faz cada vez mais presente. Pergunto eu: - O que pode um Preto Velho dizer sobre assuntos de tamanha complexidade?

Preto Velho, com toda sua calma, respondeu gentilmente ao filósofo:

Misin fio, vós suncê (Sic) tem palavra bonita na boca, por causa de que tu és homem letrado (Sic). Nego véio cá, num estudou nem escrevinhou essas coisa. Mas daqui do meu cantinho, aonde os ventos de Aruanda tocam em meus ouvidos, recebo as notícias que vem da Terra. Vejo também com meus próprios olhos e presencio as lágrimas e sorrisos que brotam como flores e espinhos no âmago de meus filhos.

Vou dizer a vós suncê uma coisa. Esse bicho chamado “biotecnologia”, eu sei muito bem como funciona. Misin fio, [bio] vem do grego “bios” = vida. “Téchne” e “Logos” também vem do grego, fio. Logo, biotecnologia é o conhecimento sobre as práticas (manipulação) referentes à vida.

Assim sendo, nego véio é a favor de tudo que respeita a vida e que é usado para o bem. O bem, não só de si mesmo, mas da humanidade. Uma faca pode ser uma ferramenta de cozinha e ajudar a preparar um alimento. No entanto, a mesma faca pode ser uma arma a machucar alguém. Não é a ferramenta, mas sim o que se faz com ela que torna perigosa a humanidade.

Pasmo, o intelectual não sabia o que dizer, tamanha sua surpresa sobre tão sábias palavras. E não só isto, o conhecimento até sobre a origem das expressões que vem do grego, aquela humilde entidade possuía.

Por alguns segundos sentiu um misto de inveja e indignação, uma vez que pensou ser mais conhecedor sobre as coisas da vida que o Preto Velho. Daí então indagou:

- Você acha que suas opiniões podem superar a luz da ciência? Este, respondeu:

- Fio, o que nego véio fala, nego véio comprova, pois este nego vivenciou. Caminhou na terra que vós suncê pisa hoje. Sorriu, chorou, se emocionou, amou. Conviveu com homens de bem e também com homens do mal. Fez suas escolhas e por isso é hoje um espírito guia. E só pude aqui chegar porque acertei na maioria das escolhas que fiz. Naquelas em que não acertei, tive que vivenciar novamente, até aprender. Assim como vós, na Terra.

Quanto aos estudos (risos), esse nego véio aqui não frequentou escola na última encarnação. Mas, das muitas encarnações que tive, eu estudei, me formei e, em algumas delas me doutorei. A medicina chinesa, a filosofia grega, a sabedoria hindu; tudo isso fez parte da minha evolução. Da matemática egípcia até os estudos astronômicos de Galileu pude aprender.

E depois de aprender tudo isso, sabe qual o maior ensinamento que obtive misin fio?!

A ter HU-MIL-DA-DE!

Por isto, doutor, vós me vês na aparência de um velho escravo brasileiro, semeador das raízes deste lindo país chamado Brasil, terra da diversidade, da multi culturalidade.

Que cada um formule a sua moral da história...

Porém, questione seus conhecimentos e veja se estão alinhados com os propósitos de simplicidade.

Pois sem ela, não se faz jus a benção do saber.












Fonte: Texto do Jornal Nacional de Umbanda

sábado, 15 de agosto de 2015

EXU DE UMBANDA




Exu é entidade de luz (em evolução) com profundo conhecimento das leis magísticas e de todos os caminhos e trilhas do Astral Inferior. Não tem nada a ver com as imagens vendidas nas casas de artigos religiosos, vermelhos, com chifrinhos e rabos... Exu não é o Diabo.

São os guardiões, são os espíritos responsáveis pela disciplina e pela ordem no ambiente. São trabalhadores que se fazem respeitar pelo caráter forte e pelas vibrações que emitem naturalmente. Eles se encontram em tarefa de auxílio. Conhecem profundamente certas regiões do submundo astral e são temidos pela sua rigidez e disciplina. Formam, por assim dizer, a nossa força de defesa, pois vocês não ignoram que lidamos, em um número imenso de vezes, com entidades perversas, espíritos de baixa vibração e verdadeiros marginais do mundo astral, que só reconhecem a força das vibrações elementares, de um magnetismo vigoroso, e personalidade forte que se impõem. Essa é a atividade dos guardiões.

Sem eles, talvez, as cidades estivessem à mercê de tropas de espíritos vândalos ou nossas atividades estivessem seriamente comprometidas. São respeitados e trabalham à sua maneira para auxiliar quanto possam. São temidos no submundo astral, porque se especializaram na manutenção da disciplina por várias e várias encarnações. Muitos do próprio culto confundem os Exus com outra classe de espíritos, que se manifestam à revelia em terreiros descompromissados com o bem.

Na Umbanda a caridade é Lei Maior, e esses espíritos, com aspectos mais bizarros que se manifestam em médiuns são, na verdade, outra classe de entidades, espíritos marginalizados por seu comportamento ante a vida, verdadeiros bandos de obsessores, de vadios, que vagam sem rumo nos subplanos astrais e que são, muitas vezes, utilizados por outras inteligências, servindo a propósitos menos dignos.

Além disso, encontram médiuns irresponsáveis que se sintonizam com seus propósitos inconfessáveis e passam a sugar as energias desses médiuns e de seus consulentes, exigindo "trabalhos", matanças de animais e outras formas de satisfazerem sua sede de energia vital. São conhecidos como os quiumbas, nos pântanos do astral. São maltas de espíritos delinquentes, à semelhança daqueles homens que atualmente são considerados na Terra como irrecuperáveis socialmente, merecendo que as hierarquias superiores tomem a decisão de expurgá-los do ambiente terrestre, quando da transformação que aguardamos neste milênio.

Os médiuns que se sintonizam com essa classe de espíritos desconhecem a sua verdadeira situação. Depois, existe igualmente um misticismo exagerado em muitos terreiros que se dizem umbandistas e se especializam em maldades de todas as espécies, vinganças e pequenos "trabalhos", que realizam em conluio com os quiumbas e que lhes comprometem as atividades e a tarefa mediúnica. São, na verdade, terreiros de Quimbanda, e não de Umbanda. Usam o nome da Umbanda como outros médiuns utilizam-se do nome de espíritas, sem o serem.

Os espíritos que chamamos de Exus são, na verdade, os guardiões, os atalaias do Plano Astral, que são confundidos com aqueles dos quais falei. São bondosos, disciplinados e confiáveis. Utilizam o rigor a que estão acostumados para impor respeito, mas são trabalhadores do BEM.

São eles os verdadeiros Exus da Umbanda, conhecidos como guardiões, nos subplanos astrais ou umbral. Verdadeiros defensores da ordem, da disciplina, formam a polícia do mundo astral, os responsáveis pela manutenção da segurança, evitando que outros espíritos descompromissados com o bem instalem a desordem, o caos, o mal. Têm experiência nessa área e se colocam a serviço do bem, mas são incompreendidos em sua missão e confundidos com demônios e com os quiumbas, os marginais do mundo astral. NÃO EXIGEM NEM ACEITAM "TRABALHOS", DESPACHOS OU OUTRAS COISAS RIDÍCULAS das quais médiuns irresponsáveis, dirigentes e pais de santo ignorantes se utilizam para obter o dinheiro de muitos incautos que lhes cruzam os caminhos. Isso é trabalho de Quimbanda, de magia negra. NADA TEM A VER COM A UMBANDA!"










Por Robson Pinheiro


Fonte: Livro TAMBORES DE ANGOLA