A dificuldade de cumprir a
tarefa de dirigente sempre se acentua dentro do terreiro, com os médiuns e
muito pouco na caridade com o povo.
Todo médium de tarefa, é
um ser encarnado para curar seu espírito endividado e o terreiro é o hospital
onde vai se internar por um longo tempo de sua vida na terra.
Sabemos que a maioria dos
pacientes são impacientes, não é mesmo?
E, aí é que complica!
O dirigente também não
deixa de ser um doente que além de se tratar, agora pode estagiar ajudando aos
médiuns de sua corrente “hospitalar”.
Isso não o coloca como um
semi-deus perfeito do qual não se admitem mais erros, muito menos como alguém
que tudo pode, em qualquer hora e em qualquer situação.
Dele será exigido posturas
mais firmes bem como entendimento mais apurado.
Ele deverá se aprimorar
constantemente com estudo e reforma íntima, exigindo da corrente igual
compromisso.
Tais posturas serão necessárias
em função do tamanho de sua Responsabilidade e dentre elas está a de cortar o
mal pela raiz, priorizando sempre a corrente como um todo, sem privilégios a
quem quer que seja.
Ao assumir tal posto
diante da espiritualidade, antes de reencarnar, já estará consciente de que sua
vida não será “comum” e que certamente terá que abdicar de muitas coisas
materiais, em favor do lado espiritual.
O termo Pai e Mãe agracia
o médium com a postura de se colocar como tal, amparando, educando e auxiliando
a corrente como verdadeiros filhos de seu coração.
Tarefa mais difícil ainda,
pois esses “filhos” não vieram de seu ventre e não nasceram ontem.
São adultos, viciados e
com personalidade formada.
Cada um com seus egos
aflorados, com suas necessidades de reformulação e o fato de portarem a
mediunidade, já os qualifica como devedores em potencial.
E certamente, reeducar um
adulto é muito mais difícil do que educar uma criança.
É pepino torto.
Observo nos terreiros por
onde ando que muito se exige do dirigente e muito pouco se retribui.
Falta nos médiuns, desde
respeito até aquilo que os deveria mover dentro da corrente, que é amor.
Humildade então, meus
filhos, é coisa rara.
Em compensação sobra
bajulação, geralmente usada como meio de se fazer preferido na corrente.
Nega véia costuma dizer
que criança que se cria como bibelô, como tal vai
quebrar quando adulto.
Todo aquele que não teve
rédea firme na infância para domar suas más tendências, vai chegar no terreiro
e expô-las de modo a perturbar a ordem do lugar.
Hora e vez de impor as
leis que regem a Casa, independente do que possa pensar a respeito disso, o
médium em questão.
Se mesmo indisciplinado,
tiver algo de humildade, vai receber o chamamento como aprendizado e ali vai
crescer, mas se pelo contrário, além da indisciplina prevalecer nele a
arrogância e o orgulho, acolherá como ofensa e infelizmente, o remédio é amargo
para essa doença.
A tarefa é tão árdua que
muitos desistem na metade da caminhada, outros se corrompem, mas, ainda bem que
uma grande maioria volta à casa com sua coroa iluminada pela luz do dever
cumprido e a estes, o mérito de conseguir dar um salto em sua evolução.
Vovó Benta
PRETOVELHODEUMBANDA.BLOGSPOT
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