segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O PAPEL DO MÉDIUM NA UMBANDA




Muito se fala sobre o papel do médium na Umbanda. Mesmo que cada terreiro tenha o seu “estilo próprio” de trabalhar, afinal a Umbanda permite essa diversidade, existem similaridades entre os templos religiosos. E o médium no terreiro X ou no terreiro Y é sempre médium, e sempre vai fazer parte de um elo da corrente.

Quando o médium escolhe ser médium e trabalhar na Umbanda, ele escolhe viver a religião. Não basta praticar a religião no dia de trabalho espiritual; é importante vivenciar a Umbanda. Não basta trazer “O” guia; fazer transportes, desobsessões, se do lado de fora do templo a postura do médium não condiz com o que se aprende dentro da casa.

É importante abraçar esta religião, que é tão rica em amor! Uma religião que estende a mão a todos, sejam pobres, ricos, brancos ou negros. Uma religião em que se aprende com os que sabem mais; ensina os que sabem menos e a ninguém vira as costas, como diria o Caboclo das 7 Encruzilhadas.

Na maioria das vezes, coisas simples podem ajudar muito no andamento dos trabalhos de um templo religioso. E cada um deve estar ciente de que há aspectos essenciais que se seguidos já são de enorme valia. As melhores soluções estão nas coisas mais simples da vida. Alguns deles estão listados abaixo:

1. Comprometimento: Estar presente nas sessões espirituais com comprometimento e amor; e ter a ciência de que cada um realmente faz parte de um elo da corrente e que todos são imprescindíveis para que os trabalhos aconteçam satisfatoriamente. Cada um tem o seu papel, então, que possamos desempenhá-lo da melhor maneira possível.

Ajudar a casa a manter-se financeiramente também é muito importante, afinal todo terreiro tem despesas. Toda vez que tem uma gira, uma sessão, há um custo para que isso aconteça. Ajudar na manutenção, limpeza e com colaborações financeiras também faz parte do papel do médium. Não há mais porque ter “tabus” em relação a isso. Pensando racionalmente, tudo tem um custo, então por que não ajudar, se somos os maiores beneficiados?

2. Respeito à casa, aos irmãos e aos dirigentes espirituais: Um terreiro, assim como qualquer outro templo religioso, merece todo respeito, do momento em que se pisa neste solo sagrado até a saída. Portanto é importante ter cuidado principalmente com as atitudes e palavras dentro deste local que nos acolhe. E o mesmo em relação aos dirigentes do templo; afinal existe uma hierarquia que deve ser respeitada. Criticar dirigentes ou irmãos da casa não condiz com uma boa postura. Respeite as diferenças de opiniões e atitudes! Busque e promova a harmonia dentro do terreiro que você frequenta. Se você não concorda com alguma coisa, faça algo para melhorar; ou então busque outro local que você tenha mais afinidade.

3. Autoconhecimento e Vigília: A mediunidade é um dom! Todos somos médiuns e temos a capacidade de fazer o bem de diferentes formas. O autoconhecimento é um exercício integrante no processo de conhecimento da mediunidade. E a vigília é um exercício diário e que jamais pode ser esquecido; pois somente prestando atenção nos nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações é que conseguiremos entender o que doamos de bom aos outros, o que é preciso aprender com o próximo, o que podemos melhorar no nosso dia-a-dia, e, principalmente, respeitar o livre-arbítrio!

4. Estudo: Aprender é para todos! A compreensão só vem com o estudo. Para entender uma religião tão ritualística é imprescindível ter uma visão aberta e estudar. Tudo tem um porquê e você pode entender porque bate cabeça; porque os guias trabalham de determinada forma; porque cantar, tocar atabaques, porque do fumo, da bebida, das oferendas, entre tantos outros assuntos. Somente com informação será possível melhorar a posição desta religião que só pode praticar o bem!

Ser médium vai além de vestir o branco. Não basta incorporar um preto velho, um caboclo, se não usa os ensinamentos simples, mas tão ricos e engrandecedores no dia-a-dia. Ser médium é uma grande responsabilidade! Trabalhar para fazer a caridade vai se tornando algo natural. A caridade deve ser feita a cada dia, com um abraço dado de bom coração, uma palavra amiga, um conselho que traga conforto, um sorriso no rosto, um apertar de mãos, entre muitas outras formas. Não basta ser um bom médium somente dentro do terreiro; é preciso vivenciar a Umbanda! Vivenciar a espiritualidade e colocar em prática os princípios de fé, de humildade, de cumplicidade, de perseverança, de respeito, de generosidade e amor. O mundo precisa de mais Amor!


















Por Taiane Garcia
Jornal da Umbanda Sagrada



                                                             



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