quarta-feira, 30 de setembro de 2015

XANGÔ É CORISCO NASCEU NA TROVOADA




Na Umbanda, São Jerônimo é Xangô

Sincretizado a São Jerônimo, Xangô é o Orixá da sabedoria e da justiça, sua cor é o marrom.

Xangô é o responsável pela solução das pendências e das injustiças, dando a quem merece o devido castigo e, a vitória ao injustiçado.

Xangô simboliza a lei de causa e efeito, sua ferramenta é a machada de dois gumes ou a balança de dois pratos, simbolizando a justiça e a imparcialidade.

Recorrem a Xangô todos os injustiçados, perseguidos espiritual e materialmente.

Os domínios de Xangô são as pedreiras e as cachoeiras, de Xangô emanam forças poderosíssimas, é a Ele que recorremos quando necessitamos de ajuda nos processos que demandem muita energia, nas demandas espirituais, nos processos judiciais, enfim, todos os assuntos ligados à lei e a justiça.

Nossos irmãos africanos nos ensinaram que Xangô é o Orixá atuante simbolicamente sobre as tempestades e tudo que dela provenha como raios, chuva com trovoadas, etc.
Xangô como todos os Orixás jamais desampara aqueles que a Ele recorrem.

De Xangô emanam a autoridade, a justiça e o saber. Ele jamais erra e não permite o erro de seus filhos. É o protetor dos bons juizes, dos bons advogados e de todos aqueles que tenham contato com as práticas das leis.

Nas demandas espirituais após Ogum ou os outros Orixás envolvidos nessas demandas terem feito o seu trabalho, Xangô virá obrigatoriamente cumprir a lei de Deus de causa e efeito.


A vibração de Xangô, nas evocações que ocorrem nos templos de Umbanda, é fortíssima. Quando incorporado em nossos médiuns transmite sempre a imagem de alguém forte como a rocha, todos pressentem sua tremenda força.
Em muitos pontos cantados de Xangô, ouve-se a frase; “

"Não brinque com Xangô, porque Xangô não brinca não”.


Xangô está sempre associado à força, Ele é  capaz de despertar o respeito por suas determinações e leis.


Não há necessidade de pedir a Xangô a justiça, Ele a fará sempre mesmo que você não peça ajuda a Ele. Na realidade evite pedir justiça, se você pedir a justiça, tenha certeza que Ele atenderá o seu pedido, mas como qualquer ser humano você tem em seu passado alguma coisa da qual se envergonha e Xangô também vai ver os seus erros e lhe dará também, ao mesmo tempo, o seu pagamento por suas obras.

Você se sente injustiçado? Então aguarde, Xangô fará a justiça por você, sem que exista a necessidade de pedir coisa alguma a Ele; mas se pedir, prepare-se, você também receberá o seu pagamento.

A justiça de Xangô é baseada em leis Divinas, leis que tem origem Divina e não podem ser manipulado pelos homens, seja sábio.





HISTÓRIA DE XANGÕ SINCRETISMO


Nasceu na Dalmacia (Iugoslávia) no ano 342. São Jerônimo cujo nome significa "que tem um nome sagrado", consagrou toda sua vida ao estudo das Sagradas Escrituras e é considerado um dos melhores, se não o melhor, neste ofício.

Em Roma estudou latim sob a direção do mais famoso professor de seu tempo, Donato, que era pagão. O santo chegou a ser um grande latinista e muito bom conhecedor do grego e de outros idiomas, mas muito pouco conhecedor dos livros espirituais e religiosos. Passava horas e dias lendo e aprendendo de cor aos grandes autores latinos, Cicero, Virgilio, Horácio e Tácito, e aos autores gregos: Homero, e Platão, mas quase nunca dedicava tempo à leitura espiritual.

Jerônimo se dispôs ir ao deserto a fazer penitência por seus pecados (especialmente por sua sensualidade que era muito forte, por seu terrível mau gênio e seu grande orgulho). Mas lá embora rezava muito, jejuava, e passava noites sem dormir, não conseguiu a paz, descobrindo que sua missão não era viver na solidão.

De volta à cidade, os bispos da Itália junto com o Papa nomearam como Secretário a Santo Ambrósio, mas este adoeceu, e decidiu nomear a São Jerônimo, cargo que desempenhou com muita eficiência e sabedoria. Vendo seus extraordinários dotes e conhecimentos, o Papa São Dâmaso o nomeou como seu secretário, encarregado de redigir as cartas que o Pontífice enviava, e logo o designou para fazer a tradução da Bíblia. As traduções da Bíblia que existiam nesse tempo tinham muitas imperfeições de linguagem e várias imprecisões ou traduções não muito exatas. Jerônimo, que escrevia com grande elegância o latim, traduziu a este idioma toda a Bíblia, e essa tradução chamada "Vulgata" (ou tradução feita para o povo ou vulgo) foi a Bíblia oficial para a Igreja Católica durante 15 séculos.

Ao redor dos 40 anos, Jerônimo foi ordenado sacerdote. Mas seus altos cargos em Roma e a dureza com a qual corrigia certos defeitos da alta classe social lhe trouxeram invejas e sentindo-se incompreendido e até caluniado em Roma, onde não aceitavam seu modo enérgico de correção, dispôs afastar-se daí para sempre e se foi a Terra Santa.

Seus últimos 35 anos os passou em uma gruta, junto à Cova de Presépio. Várias das ricas matronas romanas que ele tinha convertido com suas pregações e conselhos, venderam seus bens e se foram também a Presépio a seguir sob sua direção espiritual. Com o dinheiro dessas senhoras construiu naquela cidade um convento para homens e três para mulheres, e uma casa para atender aos que chegavam de todas partes do mundo a visitar o lugar onde nasceu Jesus.


Com tremenda energia escrevia contra os hereges que se atreviam a negar as verdades de nossa Santa religião. A Igreja Católica reconheceu sempre a São Gerônimo como um homem eleito por Deus para explicar e fazer entender melhor a Bíblia, por isso foi renomado Patrono de todos os que no mundo se dedicam a fazer entender e amar mais as Sagradas Escrituras. Morreu em 30 de setembro do ano 420, aos 80 anos.



SALVE XANGÔ



















terça-feira, 29 de setembro de 2015

PESSOAS ESPECIAIS





Vez ou outra, com certeza, você assiste a algum programa televisivo de perguntas e respostas. Desses, em que as pessoas concorrem a prêmios se acertarem uma série de questões.

E é quase certo que você, sentado em sua poltrona, em sua casa, igualmente tente responder.

É provável que você acerte várias questões e até fique a cogitar que, se fosse você, no palco, naquele momento, ganharia com facilidade os valores ofertados.

É possível também que algumas das perguntas você não tenha ideia alguma do que se trata.

Por isso mesmo, é que neste dia desejamos reflexionar juntos, propondo-lhe tentar responder algumas questões.

Primeira: Você saberia dizer o nome das cinco pessoas mais ricas do mundo?

Segunda: E o nome dos cinco últimos ganhadores do Prêmio Nobel da Paz?

Terceira: Quem sabe poderia lembrar do nome das cinco últimas Miss Universo?

Quarta: Talvez poderia lembrar o nome de dez ganhadores de Medalha de Ouro nas Olimpíadas?

Quinta: Seria possível, então, recordar quem foram os últimos doze atores ganhadores do ambicionado prêmio da Academia de Cinema, o Oscar?

Das cinco questões, você conseguiu responder alguma no todo ou em parte?

Difícil, não? E são pessoas famosas, que aparecem nos jornais, nas revistas, na televisão.

Não são pessoas anônimas, desconhecidas.

Contudo, é assim: o aplauso morre, os prêmios envelhecem, grandes acontecimentos são esquecidos.

Mas, não desanime. Vamos tentar um outro teste.

Primeira pergunta: Você lembra o nome dos professores que você mais gostava?

Segunda: É capaz de dizer o nome de três amigos que ajudaram você em momentos difíceis?

Terceira: E seria possível você relacionar o nome de cinco pessoas que lhe ensinaram alguma coisa valiosa, em sua vida?

Quarta: E quantas pessoas fizeram você se sentir amado e especial?

E, por último, relacione cinco pessoas com quem você gosta de estar.

Você achou este teste mais fácil, não é mesmo? Sabe por quê?

Porque as pessoas que fazem a diferença em nossas vidas não são as que têm mais credenciais, ganham muito dinheiro ou prêmios.

São aquelas que se importam conosco. Com nosso progresso, com nosso bem-estar, com nossa qualidade de vida.

São as pessoas que nos têm afeto, que nos amam. Pessoas que amam a sua profissão e não somente realizam um dever, exercendo-a.

Assim foram muitos dos nossos professores.

Pessoas que sabem que é bom partilhar, dividir experiências, ensinar a outros.

Como nossos avós, pais, tios, vizinhos, pessoas que sabiam alguma coisa boa, importante e se preocuparam em nos ensinar.

Ensinar a cuidar de uma casa, a plantar uma rosa, regar um jardim.

Talvez lavar um carro, empinar um papagaio, preparar uma deliciosa sopa, bordar, escrever, escrever um poema ou redigir uma carta.

Criaturas que nos ensinaram dedilhar o piano, tocar o violão, cantar uma canção. Mesmo que seja uma canção de ninar para adormecer um bebê.

Pessoas que sabem conversar, edificando; descontrair sem exageros; manter amizades através dos anos.

Pessoas, enfim, que fazem a diferença na sua vida. Na vida de cada um de nós.

Pessoas especiais.

*   *   *

Registrando pessoas especiais em sua vida, recorde-se de se tornar, igualmente, para muitas outras vidas, alguém muito especial.

Especial na manifestação da amizade, do estímulo, da alegria de viver.

Alguém que mesmo depois de partir, permaneça como suave presença, um delicado perfume de saudade.

























Redação do Momento Espírita com base
 em texto de autoria desconhecida.

Em 21.08.2009.

domingo, 27 de setembro de 2015

SALVE AS CRIANÇAS DA UMBANDA



Em uma das muitas escolas de Aruanda, um Preto-velho de nome Antônio estava tendo uma conversa com um grupo de crianças. O Vô tentava explicar algumas coisas a respeito dos encarnados e do que eles deveriam fazer durante os trabalhos espirituais:

-Bem, como eu estava dizendo, os encarnados são um pouco complicados sabe, têm alguns que não acreditam nem em Deus... _ dizia o velho Antônio.

-Como não vô? Eles num acreditam no papaiii-mamãeee-do-céu? Ué, o vô num ensinou para eles que “O Papai” mora dentro do coração de cada um? _ perguntou uma menininha de nome Catarina.

-Ensinei minha filha, mas sabe, na matéria eles têm tantos problemas, preocupações, dificuldades, que eles não conseguem nem mesmo escutar o próprio coração. A intuição e tudo isso que para vocês aqui é muito claro, para eles não passa de fantasia, bobagens...

- Ah, eles são bobocas mesmo, e depois me dizem que um dia eu vou ser igual, vou ter que en... en... como é mesmo vô?

- Encarnar! _ Respondeu Joãozinho, outra criança que estava na aula e que não saía nunca de perto do vô.

-Isso, en – car – nar! Eu não quero vô! Não quero esquecer do Papai do céu
Eu amo tanto Ele. - Disse Catarina quase chorando.

-Minha filha, você não precisa ter medo, afinal também existem muitos encarnados bondosos, que creem no divino Criador e por Ele trabalham avidamente. Além do mais, ainda vai demorar um bocado para  você encarnar.
- Ufa, ainda bem! _Catarina parecia aliviada.

- É meus pequenos, é difícil e triste quando muitos dos que a gente mais ama esquecem-se de Deus na  carne e se entregam a coisas pouco louváveis a seus divinos olhos. E então eles fecham–se a nossa inspiração, e  nada mais nos resta a não ser se afastar e esperar... _ e o velho Antônio assumiu uma feição tristonha.

As criancinhas, que não entendiam muito dos sentimentos e pensamento dos adultos, mas tinham uma intuição incrível e conseguiam escutar como poucos o coração dos espíritos, perceberam que o “vô” ficou um pouco triste. Por isso pularam todos juntos em cima do velho Antônio, o que acabou resultando no começo de uma verdadeira bagunça:

- Mas o que é isso aqui? Antônio, você não consegue colocar ordem nos pequenos? - disse uma rechonchuda negra de traços bondosos, que chegava à sala de aula, trazendo algumas xícaras de chá.

- Ordem é comigo vó “Dita”, pode deixar! _ Disse Jorginho, o maiorzinho daquelas crianças que era “fanático” em colocar tudo em ordem.

- Não, num precisa não Jorginho! Deixa que já está tudo normal... _ se antecipou a vó “Dita” antes que  ele fizesse alguma de suas loucuras:

- Vim trazer um chá, colhido aqui do canteiro da mãe Jurema. E você hein Antônio, que vergonha, brincando que nem um mocinho... e não me chama para participar!

A Velha “Dita” chamava–se Benedita e junto com Antônio eram os responsáveis por uma escola que tinha como objetivo dar instruções a todo um grupo de crianças, que trabalhavam dentro da religião de Umbanda, onde são conhecidos como Ibejada. Eles eram muito puros e estavam ainda muito ligados aos reinos da natureza, assim, tinham muita dificuldade de entender o comportamento humano. Além disso, esse convívio com os encarnados um dia facilitaria, quando as crianças também tivessem que reencarnar.

Chegada a hora do fim da aulinha, Vó Dita fez um convite aos pequenos:

- Bem por hoje chega. Amanhã vamos ter trabalho em uma Casa de Umbanda. Vai ser gira dos caboclos, mas quem quiser ir para ficar junto dos caboclos, pode ir com a gente. _disse vó Dita.

Alguém acha que eles foram????

Claro que não! Deixaram para uma próxima vez!

E assim, voltaram ao jardim para continuarem exalando a paz, a pureza e o amor celestial, esperando uma outra oportunidade para pularem novamente no pescoço do Vô Antônio!




Essa pequena historinha demonstra claramente como é grande o amor por Deus que seus corações puros são capazes de demonstrar.

As crianças na Umbanda também são chamadas de “Beijada”, “Ibejis”, “Erês”, “Cosminhos”, “Dois-dois” ou simplesmente criancinhas. Muito temos a aprender com esses espíritos, pois  “se todos tivéssemos olhos de Crianças, não  haveria mais guerras, afinal, “O Reino dos Céus pertence às  Crianças, os puros de coração”.

Muitos não conseguem ver a importância dos trabalhos das Crianças, não percebem o quanto elas realizam apenas “brincando” e comendo doces. Muitas Crianças que incorporam na Umbanda estão mais ligadas ao plano encantado da  natureza do que ao natural humano.

Crianças vibram as forças da natureza de forma sutil, mas de forma intensa, assim umas são das cachoeiras, outras das praias, do mar, das pedreiras, das matas... Quando incorporadas elas vibram, o tempo todo, a energia encantada do reino a que estão ligadas. Basta entrar na sua sintonia infantil, brincando e comendo doces, que acontece toda uma limpeza espiritual.

Energias negativas são absorvidas pelos mistérios que sustentam o trabalho das Crianças e são filtradas, dando espaço às energias que precisamos para nos amparar e mudar nossa visão de mundo. Por isso dizemos que as crianças são renovadores de energia. Muitas vezes queremos que nossa vida mude e esquecemos que se nós não mudamos nosso comportamento a vida também não muda. Crianças nos ajudam e muito a renovar nossas atitudes, a começar de novo, como um aprendiz que começa uma jornada de vida no plano material. Crianças estão muito ligadas às cores, ao arco-íris, alegria, desprendimento material e pureza.

As Crianças não são “espíritos adultos” se passando por crianças, o que não seria nada natural, e sim “espíritos infantis”, espíritos que ainda não se humanizaram por completo. Estão mais ligadas às realidades anteriores da alma humana, aos planos encantados da natureza, por isso se apresentam de forma infantil, mas não têm a mente adormecida, algumas têm lembranças de séculos. São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que continuam sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces.
Para vir na Umbanda passam por um preparo no astral, elas chamam de escolinha, respondem no grau de guias, pois têm muito a dar e realizam um trabalho muito importante. Muitas trabalham acompanhando de perto a nossa infância, enquanto somos crianças elas têm maior acesso e facilidade para nos ajudar, pois nossa vibração fica mais próxima à delas.

Resumindo, crianças trabalham e muito, que para elas é uma alegria. Temos crianças de todos os Orixás, a “força Ibeji” é a força infantil do plano encantado das Crianças, sincretizado com “Cosme, Damião e Doun”, um dos Orixás mais atuantes na corrente das crianças é Oxum, pois essa energia é a simbologia do Amor e assim, a ela pertence o “Mistério Crianças. Como no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. Dessa forma não vemos crianças chefes de falange, guia chefe de terreiro e etc.

É praticamente impossível não reagirmos também com felicidade ao vê-los “brincando” nos terreiros. O dia das crianças é comemorado neste mês de setembro, sincretizado ao culto católico com São Cosme e São Damião, irmãos gêmeos e médicos, que pereceram decapitados porque praticavam a medicina gratuitamente em socorro dos pobres e das crianças infelizes e abandonadas.

Podemos realizar trocas energéticas mais intensas com a falange da Ibejada em locais como praças, parques e cachoeiras, ou um outro local. Seu material de trabalho é composto por chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de bolinhas - o refrigerante.

Seus nomes simbólicos normalmente no diminutivo, dificilmente traduzem sua essência original, mas isso é totalmente desnecessário, pois para a pureza não é necessário tradução. Normalmente os nomes mais comuns são aqueles que se referem à origem brasileira, como Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Terezinha, Pedrinho, Paulinho, Cosminho, etc. Alguns ainda, se apresentam por nomes que designam o aspecto da natureza a que estão relacionados, como por exemplo, Neguinho da Praia, Pedrinho da Cachoeira, Rosinha do Jardim e etc.

Trazem muita força de trabalho e em suas manifestações traduzem a essência da pureza e simplicidade. Trabalham brincando e brincam trabalhando. Quando solicitados, são excelentes guias de trabalho e atendimento, ótimos curadores e fantásticos orientadores espirituais. São protetoras da Medicina e de todas as crianças do mundo, inclusive as desencarnadas que ainda não completaram o círculo dos renascimentos. Não costumam atuar desmanchando demandas, nem fazendo desobsessões. Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. No Candomblé têm a função importante de dar recados do Pai, uma vez que os Orixás não se comunicam verbalmente.

Na sua maneira de agir, toda criança é normalmente muito irrequieta, barulhenta, às vezes não gosta de tomar banho e nas festas, se não for contida, pode literalmente botar fogo no oceano. Comem bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas.  Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessária muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmitida.

Os "meninos" são em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as "meninas" são mais quietas, choronas e calminhas. Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc... Estas características, que às vezes nos passam desapercebidas, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência.

Os pedidos feitos a uma criança incorporada normalmente são atendidos de maneira bastante rápida. Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos também é. Nunca prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a "brincadeira" que ela fará para lhe lembrar do prometido pode não ser tão "engraçada" assim.

Poucos são aqueles que dão importância devida às giras das vibrações infantis. A exteriorização da mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis. O fato, entretanto, é que uma gira de criança não deve ser interpretada como uma diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e às vezes não consigamos conter os risos diante das palavras e atitudes que as crianças tomam.


A presença dessas entidades de luz encanta as nossas almas e traz alegria aos nossos corações. Afinal, quem nunca se sentiu também criança de frente a um manifestação dessa linha? E quem melhor senão nossa “criança interior” para ouvir e captar conselhos dados por outra “criança”, não é?








Oração as Crianças


Salve as forças das crianças.
Força pura, verdadeira,
Que reluz no céu azul
E na rosa das flores,
traga ao nosso viver, a paz
E a esperança,
Zele por nossas crianças.
Peça a Oxalá, com sua
imensa pureza,
que meus pedidos feitos
com clareza
e verdade sejam atendidos.
Doces crianças,
representantes de Cosme e Damião,
Que vossa santa proteção
Nos sirva de consolo e apoio nas horas difíceis.
Aceitem essa oferenda em forma de lembrança que é feita
Com verdade
E interceda por mim junto ao Pai
De Amor Supremo.
Agradeço desde já a vocês,
Crianças.
Obrigado.


















sexta-feira, 25 de setembro de 2015

RESIGNAÇÃO NO SOFRIMENTO





O sofrimento é uma ocorrência comum em nosso mundo.
Em todas as condições, em todas as idades, sob todos os climas, o homem tem padecido, a humanidade tem derramado lágrimas.
Apesar dos progressos sociais, milhões de seres gravitam ainda sob o jugo da dor.
Por vezes é a miséria provocando intensas agonias.
Em outras, é a enfermidade arrastando os seres para os vales do sofrimento e da angústia.
Nem mesmo as classes mais abastadas têm sido isentas desses males.
Até nos ambientes onde reina a abundância, um sentimento de desânimo, uma vaga tristeza, às vezes se apodera das almas.
A dor, sob suas múltiplas formas, é o remédio supremo para as imperfeições, para as enfermidades da alma.
No estágio evolutivo em que nos encontramos, sem ela não é possível o aprimoramento.
Assim como as moléstias orgânicas são muitas vezes resultantes dos nossos excessos, assim também as provas morais que nos atingem são conseqüências de nossas faltas passadas.
Cedo ou tarde o resultado desses equívocos recairão sobre nós.
É a lei de justiça agindo no curso de nossas existências.
Saibamos aceitar os seus efeitos como se fossem remédios amargos, operações dolorosas, capazes de restituir nossa saúde.
Embora nos sintamos entristecidos pelos desgostos, devemos sempre suportá-los com paciência.
O lavrador rasga o seio da terra para daí fazer brotar o campo dourado.
Assim também é a nossa alma, depois de desbastada também se tornará exuberante em frutos morais.
Pela ação da dor abandonamos os vícios e as más paixões.
A adversidade é uma grande escola, um campo fértil em transformações.
A ignorância das leis universais é que nos faz ter aversão aos nossos males.
Se compreendêssemos o quanto esses males são necessários ao nosso adiantamento, eles não nos pareceriam mais um fardo.
Em nossa cegueira, estamos quase sempre prontos a amaldiçoar as nossas vidas.
Mas, quando formos capazes de discernir o verdadeiro motivo de nossas existências, compreenderemos que todas elas são preciosas.
A dor é capaz de abrandar o nosso coração, avivando os fogos da nossa alma.
É o cinzel que lhe dá proporções harmônicas, que lhe apura os contornos e a faz resplandecer em sua perfeita beleza.

Pense nisso!

Vivemos em um mundo de provas e expiações.
Nele a dor reina soberana, em virtude do mal ainda sobrepujar o bem.
Embora conscientes dessa inegável condição, é nosso dever lutar contra a adversidade.
Sofrer sem reagir aos males da vida seria uma covardia.
Porém, quando os nossos esforços se tornam supérfluos, quando tudo se mostra inevitável, chega então o momento de apelarmos para a resignação.
Revoltarmo-nos contra a lei moral seria tão insensato como querermos resistir à lei da gravidade.
O espírito sensato encontra na provação os meios de fortificar suas qualidades.
A alma corajosa aceita os males do destino, mas, pelo pensamento, eleva-se acima deles e daí faz uma escala para atingir a virtude.














Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Depois da Morte, de Léon Denis, parte quinta, capítulo L, FEB, 20ª edição.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

HUMILDADE




A humildade é uma virtude de difícil aquisição, por exigir esforço para superar-se os instintos que predominam em a natureza humana, especialmente o da sobrevivência.

Ao materialismo devem-se muitos males, entre os quais aqueles que defluem dos estímulos e aplicações pedagógicas em favor do ego e das suas mazelas. Há uma preocupação ancestral dedicada à formação do caráter que privilegia a força pessoal, o destaque, a independência, o poder. Essa preocupação em torno dos falsos conceitos de que o homem não chora, o forte prevalece, o vitorioso é aquele que soube resguardar-se, distante dos problemas alheios, demonstra que esses são elementos perniciosos e que se opõem à humildade.

Cuida-se de condicionar o educando à presunção, ao orgulho das suas conquistas em detrimento da fragilidade de que todos os seres são formados.

Uma insignificante picada de um instrumento infectado interrompe uma vida esplendorosa e um ser triunfante.

Modesto mosquito transmite vírus terríveis que devoram existências poderosas.

Bastaria ligeira reflexão para a criatura humana dar-se conta da sua fraqueza ante as forças da Vida e os fatores destrutivos que pululam em toda parte.

No sentido inverso, a grandeza cósmica que o deslumbra, pode dar-lhe dimensão da sua pequenez, levando-o a considerações profundas quanto ao significado existencial.

A humildade é virtude essencial para uma jornada feliz na Terra. Mediant e a sua presença, percebe-se quanto se deve trabalhar o íntimo para aformosear-se as aspirações e avançar-se na solidariedade como fundamental comportamento para o equilíbrio.

Analisando-se as conquistas conseguidas pela ciência e tecnologia, ao invés da presunção ingênua, perceber o infinito de possibilidades a conhecer e de enigmas a solucionar.

O deslumbramento inicial pode levar o rei da criação, dito ser a criatura humana, a esse estado de orgulho infantil que o ilude a respeito dos poderes que lhe estão ao alcance das mãos para a glória e o prazer, sempre relativos, da sua breve caminhada entre o berço e o túmulo.

A vã ilusão de potência e domínio na mocidade e idade adulta dilui-se quando as energias diminuem na velhice e nos períodos de enfermidade, confirmando-lhe a fragilidade acima de toda e qualquer robustez.

A maioria dos Hércules e Vênus do culto ao corpo, passado o período específico dos esportes e dos exercícios exaustivos, da alimentação sob rígido controle, tomba nos graves problemas cardiológicos e outros que o excesso de técnicas e de substâncias que contribuem para a beleza exterior, que agora se transforma em degenerescência e debilidade.


A experiência terrestre tem como essencial a finalidade do auto descobrimento, do sentido de existir, do desenvolvimento da inteligência e do Si profundo.

Utilizar-se das ocorrências para aprimorar-se é o programa da Vida para todos.

*
Jesus, que é o protótipo da perfeição e da beleza de que se tem notícia, apagou a Sua grandeza na humildade para ensinar a vitória sobre as paixões inferiores.

Deu o exemplo máximo da Sua elevação na última ceia quando, cingindo-se com uma toalha, lavou os pés dos discípulos, demonstrando que sendo o Senhor fazia-se servo para todos.

Incompreendido por Pedro, que se Lhe recusara, explicou-Lhe que se o não fizesse nada teria com Ele, e o apóstolo emocionado entregou-se- Lhe em totalidade.

A grandeza do Seu gesto demonstra a força moral, o Seu poder de servir, deixando a lição perene como advertência e orientação.

Cuida de penetrar-te até às nascentes do coração, para que a mosca azul da vaidade não pouse na tua insignificância.

Busca a simplicidade e a compreensão existenciais, tendo em vista que tudo mais é transitório e tem somente o valor que lhe atribuis.

Faze-te acessível e atento para aprender com os pobres de espírito a forma de enriquecer-te de humildade e de paz.

Nunca disputes projeção e destaque, recordando o ensinamento de Jesus, quando informou que os primeiros serão os últimos e estes serão os primeiros.

Afeiçoa-te ao anonimato, não deixando sinais do bem que faças, a fim de que não sejas exaltado, qual ocorre com muitos fúteis e irresponsáveis, que são louvados e bajulados sem mérito real.

Mas não penses que humildade é menosprezo, desconsideração por si mesmo, subalternidade, escondendo conflitos de inferioridade.

A verdadeira humildade permite o autoconhecimento em torno dos valores que são legítimos no ser, sem os exaltar nem se engrandecer, compreendendo o quanto ainda necessitas para atingir o ideal, tendo o prazer de sacrificar-se pelo conseguir.


Muitos Espíritos reencarnaram-se com nobres missões e falharam, porque se ensoberbeceram e se permitiram as glórias terrenas que os frustraram, abandonando-os na etapa final da vida.

Recorda-te daqueles outros que se apagaram na humildade, adotando o sacrifício e a abnegação, edificando o bem em vidas incontáveis.

Bem-aventurados os humildes de coração e ricos de amor, porque eles fruirão a plenitude.

















Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica
da noite de 10 de agosto de 2015, no Centro Espírita
Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

Em 9.9.2015.