Sincretizado a São
Jerônimo, Xangô é o Orixá da sabedoria e da justiça, sua cor é o marrom.
Xangô é o responsável pela
solução das pendências e das injustiças, dando a quem merece o devido castigo
e, a vitória ao injustiçado.
Xangô simboliza a lei de
causa e efeito, sua ferramenta é a machada de dois gumes ou a balança de dois
pratos, simbolizando a justiça e a imparcialidade.
Recorrem a Xangô todos os
injustiçados, perseguidos espiritual e materialmente.
Os domínios de Xangô são
as pedreiras e as cachoeiras, de Xangô emanam forças poderosíssimas, é a Ele
que recorremos quando necessitamos de ajuda nos processos que demandem muita
energia, nas demandas espirituais, nos processos judiciais, enfim, todos os
assuntos ligados à lei e a justiça.
Nossos irmãos africanos
nos ensinaram que Xangô é o Orixá atuante simbolicamente sobre as tempestades e
tudo que dela provenha como raios, chuva com trovoadas, etc.
Xangô como todos os Orixás
jamais desampara aqueles que a Ele recorrem.
De Xangô emanam a
autoridade, a justiça e o saber. Ele jamais erra e não permite o erro de seus
filhos. É o protetor dos bons juizes, dos bons advogados e de todos aqueles que
tenham contato com as práticas das leis.
Nas demandas espirituais
após Ogum ou os outros Orixás envolvidos nessas demandas terem feito o seu
trabalho, Xangô virá obrigatoriamente cumprir a lei de Deus de causa e efeito.
A vibração de Xangô, nas
evocações que ocorrem nos templos de Umbanda, é fortíssima. Quando incorporado
em nossos médiuns transmite sempre a imagem de alguém forte como a rocha, todos
pressentem sua tremenda força.
Em muitos pontos cantados
de Xangô, ouve-se a frase; “
"Não brinque com
Xangô, porque Xangô não brinca não”.
Xangô está sempre
associado à força, Ele é capaz de despertar o respeito por suas
determinações e leis.
Não há necessidade de
pedir a Xangô a justiça, Ele a fará sempre mesmo que você não peça ajuda a Ele.
Na realidade evite pedir justiça, se você pedir a justiça, tenha certeza que
Ele atenderá o seu pedido, mas como qualquer ser humano você tem em seu passado
alguma coisa da qual se envergonha e Xangô também vai ver os seus erros e lhe
dará também, ao mesmo tempo, o seu pagamento por suas obras.
Você se sente injustiçado?
Então aguarde, Xangô fará a justiça por você, sem que exista a necessidade de
pedir coisa alguma a Ele; mas se pedir, prepare-se, você também receberá o seu
pagamento.
A justiça de Xangô é
baseada em leis Divinas, leis que tem origem Divina e não podem ser manipulado
pelos homens, seja sábio.
HISTÓRIA DE XANGÕ SINCRETISMO
Nasceu na Dalmacia
(Iugoslávia) no ano 342. São Jerônimo cujo nome significa "que tem um nome
sagrado", consagrou toda sua vida ao estudo das Sagradas Escrituras e é
considerado um dos melhores, se não o melhor, neste ofício.
Em Roma estudou latim sob
a direção do mais famoso professor de seu tempo, Donato, que era pagão. O santo
chegou a ser um grande latinista e muito bom conhecedor do grego e de outros
idiomas, mas muito pouco conhecedor dos livros espirituais e religiosos. Passava
horas e dias lendo e aprendendo de cor aos grandes autores latinos, Cicero,
Virgilio, Horácio e Tácito, e aos autores gregos: Homero, e Platão, mas quase
nunca dedicava tempo à leitura espiritual.
Jerônimo se dispôs ir ao
deserto a fazer penitência por seus pecados (especialmente por sua sensualidade
que era muito forte, por seu terrível mau gênio e seu grande orgulho). Mas lá
embora rezava muito, jejuava, e passava noites sem dormir, não conseguiu a paz,
descobrindo que sua missão não era viver na solidão.
De volta à cidade, os
bispos da Itália junto com o Papa nomearam como Secretário a Santo Ambrósio,
mas este adoeceu, e decidiu nomear a São Jerônimo, cargo que desempenhou com
muita eficiência e sabedoria. Vendo seus extraordinários dotes e conhecimentos,
o Papa São Dâmaso o nomeou como seu secretário, encarregado de redigir as
cartas que o Pontífice enviava, e logo o designou para fazer a tradução da
Bíblia. As traduções da Bíblia que existiam nesse tempo tinham muitas
imperfeições de linguagem e várias imprecisões ou traduções não muito exatas.
Jerônimo, que escrevia com grande elegância o latim, traduziu a este idioma
toda a Bíblia, e essa tradução chamada "Vulgata" (ou tradução feita
para o povo ou vulgo) foi a Bíblia oficial para a Igreja Católica durante 15
séculos.
Ao redor dos 40 anos,
Jerônimo foi ordenado sacerdote. Mas seus altos cargos em Roma e a dureza com a
qual corrigia certos defeitos da alta classe social lhe trouxeram invejas e
sentindo-se incompreendido e até caluniado em Roma, onde não aceitavam seu modo
enérgico de correção, dispôs afastar-se daí para sempre e se foi a Terra Santa.
Seus últimos 35 anos os
passou em uma gruta, junto à Cova de Presépio. Várias das ricas matronas
romanas que ele tinha convertido com suas pregações e conselhos, venderam seus
bens e se foram também a Presépio a seguir sob sua direção espiritual. Com o
dinheiro dessas senhoras construiu naquela cidade um convento para homens e
três para mulheres, e uma casa para atender aos que chegavam de todas partes do
mundo a visitar o lugar onde nasceu Jesus.
Com tremenda energia
escrevia contra os hereges que se atreviam a negar as verdades de nossa Santa
religião. A Igreja Católica reconheceu sempre a São Gerônimo como um homem
eleito por Deus para explicar e fazer entender melhor a Bíblia, por isso foi
renomado Patrono de todos os que no mundo se dedicam a fazer entender e amar
mais as Sagradas Escrituras. Morreu em 30 de setembro do ano 420, aos 80 anos.
Vez ou outra, com certeza,
você assiste a algum programa televisivo de perguntas e respostas. Desses, em
que as pessoas concorrem a prêmios se acertarem uma série de questões.
E é quase certo que você,
sentado em sua poltrona, em sua casa, igualmente tente responder.
É provável que você acerte
várias questões e até fique a cogitar que, se fosse você, no palco, naquele
momento, ganharia com facilidade os valores ofertados.
É possível também que
algumas das perguntas você não tenha ideia alguma do que se trata.
Por isso mesmo, é que
neste dia desejamos reflexionar juntos, propondo-lhe tentar responder algumas
questões.
Primeira: Você saberia
dizer o nome das cinco pessoas mais ricas do mundo?
Segunda: E o nome dos
cinco últimos ganhadores do Prêmio Nobel da Paz?
Terceira: Quem sabe
poderia lembrar do nome das cinco últimas Miss Universo?
Quarta: Talvez poderia
lembrar o nome de dez ganhadores de Medalha de Ouro nas Olimpíadas?
Quinta: Seria possível,
então, recordar quem foram os últimos doze atores ganhadores do ambicionado
prêmio da Academia de Cinema, o Oscar?
Das cinco questões, você
conseguiu responder alguma no todo ou em parte?
Difícil, não? E são
pessoas famosas, que aparecem nos jornais, nas revistas, na televisão.
Não são pessoas anônimas,
desconhecidas.
Contudo, é assim: o
aplauso morre, os prêmios envelhecem, grandes acontecimentos são esquecidos.
Mas, não desanime. Vamos
tentar um outro teste.
Primeira pergunta: Você
lembra o nome dos professores que você mais gostava?
Segunda: É capaz de dizer
o nome de três amigos que ajudaram você em momentos difíceis?
Terceira: E seria possível
você relacionar o nome de cinco pessoas que lhe ensinaram alguma coisa valiosa,
em sua vida?
Quarta: E quantas pessoas
fizeram você se sentir amado e especial?
E, por último, relacione
cinco pessoas com quem você gosta de estar.
Você achou este teste mais
fácil, não é mesmo? Sabe por quê?
Porque as pessoas que fazem
a diferença em nossas vidas não são as que têm mais credenciais, ganham muito
dinheiro ou prêmios.
São aquelas que se
importam conosco. Com nosso progresso, com nosso bem-estar, com nossa qualidade
de vida.
São as pessoas que nos têm
afeto, que nos amam. Pessoas que amam a sua profissão e não somente realizam um
dever, exercendo-a.
Assim foram muitos dos
nossos professores.
Pessoas que sabem que é
bom partilhar, dividir experiências, ensinar a outros.
Como nossos avós, pais,
tios, vizinhos, pessoas que sabiam alguma coisa boa, importante e se
preocuparam em nos ensinar.
Ensinar a cuidar de uma
casa, a plantar uma rosa, regar um jardim.
Talvez lavar um carro,
empinar um papagaio, preparar uma deliciosa sopa, bordar, escrever, escrever um
poema ou redigir uma carta.
Criaturas que nos
ensinaram dedilhar o piano, tocar o violão, cantar uma canção. Mesmo que seja
uma canção de ninar para adormecer um bebê.
Pessoas que sabem
conversar, edificando; descontrair sem exageros; manter amizades através dos
anos.
Pessoas, enfim, que fazem
a diferença na sua vida. Na vida de cada um de nós.
Pessoas especiais.
* * *
Registrando pessoas
especiais em sua vida, recorde-se de se tornar, igualmente, para muitas outras
vidas, alguém muito especial.
Especial na manifestação
da amizade, do estímulo, da alegria de viver.
Alguém que mesmo depois de
partir, permaneça como suave presença, um delicado perfume de saudade.
Em uma das muitas escolas
de Aruanda, um Preto-velho de nome Antônio estava tendo uma conversa com um
grupo de crianças. O Vô tentava explicar algumas coisas a respeito dos
encarnados e do que eles deveriam fazer durante os trabalhos espirituais:
-Bem, como eu estava
dizendo, os encarnados são um pouco complicados sabe, têm alguns que não
acreditam nem em Deus... _ dizia o velho Antônio.
-Como não vô? Eles num
acreditam no papaiii-mamãeee-do-céu? Ué, o vô num ensinou para eles que “O
Papai” mora dentro do coração de cada um? _ perguntou uma menininha de nome
Catarina.
-Ensinei minha filha, mas
sabe, na matéria eles têm tantos problemas, preocupações, dificuldades, que
eles não conseguem nem mesmo escutar o próprio coração. A intuição e tudo isso
que para vocês aqui é muito claro, para eles não passa de fantasia, bobagens...
- Ah, eles são bobocas
mesmo, e depois me dizem que um dia eu vou ser igual, vou ter que en... en...
como é mesmo vô?
- Encarnar! _ Respondeu
Joãozinho, outra criança que estava na aula e que não saía nunca de perto do
vô.
-Isso, en – car – nar! Eu
não quero vô! Não quero esquecer do Papai do céu
Eu amo tanto Ele. - Disse
Catarina quase chorando.
-Minha filha, você não
precisa ter medo, afinal também existem muitos encarnados bondosos, que creem
no divino Criador e por Ele trabalham avidamente. Além do mais, ainda vai
demorar um bocado para você encarnar.
- Ufa, ainda bem!
_Catarina parecia aliviada.
- É meus pequenos, é
difícil e triste quando muitos dos que a gente mais ama esquecem-se de Deus
na carne e se entregam a coisas pouco
louváveis a seus divinos olhos. E então eles fecham–se a nossa inspiração,
e nada mais nos resta a não ser se
afastar e esperar... _ e o velho Antônio assumiu uma feição tristonha.
As criancinhas, que não
entendiam muito dos sentimentos e pensamento dos adultos, mas tinham uma
intuição incrível e conseguiam escutar como poucos o coração dos espíritos,
perceberam que o “vô” ficou um pouco triste. Por isso pularam todos juntos em
cima do velho Antônio, o que acabou resultando no começo de uma verdadeira
bagunça:
- Mas o que é isso aqui?
Antônio, você não consegue colocar ordem nos pequenos? - disse uma rechonchuda
negra de traços bondosos, que chegava à sala de aula, trazendo algumas xícaras
de chá.
- Ordem é comigo vó
“Dita”, pode deixar! _ Disse Jorginho, o maiorzinho daquelas crianças que era
“fanático” em colocar tudo em ordem.
- Não, num precisa não
Jorginho! Deixa que já está tudo normal... _ se antecipou a vó “Dita” antes
que ele fizesse alguma de suas loucuras:
- Vim trazer um chá,
colhido aqui do canteiro da mãe Jurema. E você hein Antônio, que vergonha,
brincando que nem um mocinho... e não me chama para participar!
A Velha “Dita” chamava–se
Benedita e junto com Antônio eram os responsáveis por uma escola que tinha como
objetivo dar instruções a todo um grupo de crianças, que trabalhavam dentro da
religião de Umbanda, onde são conhecidos como Ibejada. Eles eram muito puros e
estavam ainda muito ligados aos reinos da natureza, assim, tinham muita dificuldade
de entender o comportamento humano. Além disso, esse convívio com os encarnados
um dia facilitaria, quando as crianças também tivessem que reencarnar.
Chegada a hora do fim da
aulinha, Vó Dita fez um convite aos pequenos:
- Bem por hoje chega. Amanhã
vamos ter trabalho em uma Casa de Umbanda. Vai ser gira dos caboclos, mas quem
quiser ir para ficar junto dos caboclos, pode ir com a gente. _disse vó Dita.
Alguém acha que eles
foram????
Claro que não! Deixaram
para uma próxima vez!
E assim, voltaram ao
jardim para continuarem exalando a paz, a pureza e o amor celestial, esperando
uma outra oportunidade para pularem novamente no pescoço do Vô Antônio!
Essa pequena historinha
demonstra claramente como é grande o amor por Deus que seus corações puros são
capazes de demonstrar.
As crianças na Umbanda
também são chamadas de “Beijada”, “Ibejis”, “Erês”, “Cosminhos”, “Dois-dois” ou
simplesmente criancinhas. Muito temos a aprender com esses espíritos, pois “se todos tivéssemos olhos de Crianças,
não haveria mais guerras, afinal, “O
Reino dos Céus pertence às Crianças, os
puros de coração”.
Muitos não conseguem ver a
importância dos trabalhos das Crianças, não percebem o quanto elas realizam
apenas “brincando” e comendo doces. Muitas Crianças que incorporam na Umbanda
estão mais ligadas ao plano encantado da
natureza do que ao natural humano.
Crianças vibram as forças
da natureza de forma sutil, mas de forma intensa, assim umas são das
cachoeiras, outras das praias, do mar, das pedreiras, das matas... Quando
incorporadas elas vibram, o tempo todo, a energia encantada do reino a que
estão ligadas. Basta entrar na sua sintonia infantil, brincando e comendo
doces, que acontece toda uma limpeza espiritual.
Energias negativas são
absorvidas pelos mistérios que sustentam o trabalho das Crianças e são
filtradas, dando espaço às energias que precisamos para nos amparar e mudar
nossa visão de mundo. Por isso dizemos que as crianças são renovadores de
energia. Muitas vezes queremos que nossa vida mude e esquecemos que se nós não
mudamos nosso comportamento a vida também não muda. Crianças nos ajudam e muito
a renovar nossas atitudes, a começar de novo, como um aprendiz que começa uma
jornada de vida no plano material. Crianças estão muito ligadas às cores, ao
arco-íris, alegria, desprendimento material e pureza.
As Crianças não são
“espíritos adultos” se passando por crianças, o que não seria nada natural, e
sim “espíritos infantis”, espíritos que ainda não se humanizaram por completo.
Estão mais ligadas às realidades anteriores da alma humana, aos planos encantados
da natureza, por isso se apresentam de forma infantil, mas não têm a mente
adormecida, algumas têm lembranças de séculos. São espíritos que já estiveram
encarnados na terra e que continuam sua evolução espiritual através da prática
de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria,
foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem
características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança,
o gosto por brinquedos e doces.
Para vir na Umbanda passam
por um preparo no astral, elas chamam de escolinha, respondem no grau de guias,
pois têm muito a dar e realizam um trabalho muito importante. Muitas trabalham
acompanhando de perto a nossa infância, enquanto somos crianças elas têm maior
acesso e facilidade para nos ajudar, pois nossa vibração fica mais próxima à
delas.
Resumindo, crianças
trabalham e muito, que para elas é uma alegria. Temos crianças de todos os
Orixás, a “força Ibeji” é a força infantil do plano encantado das Crianças, sincretizado
com “Cosme, Damião e Doun”, um dos Orixás mais atuantes na corrente das
crianças é Oxum, pois essa energia é a simbologia do Amor e assim, a ela
pertence o “Mistério Crianças. Como no plano material, também no plano
espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. Dessa forma
não vemos crianças chefes de falange, guia chefe de terreiro e etc.
É praticamente impossível
não reagirmos também com felicidade ao vê-los “brincando” nos terreiros. O dia
das crianças é comemorado neste mês de setembro, sincretizado ao culto católico
com São Cosme e São Damião, irmãos gêmeos e médicos, que pereceram decapitados
porque praticavam a medicina gratuitamente em socorro dos pobres e das crianças
infelizes e abandonadas.
Podemos realizar trocas energéticas
mais intensas com a falange da Ibejada em locais como praças, parques e
cachoeiras, ou um outro local. Seu material de trabalho é composto por
chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de
bolinhas - o refrigerante.
Seus nomes simbólicos
normalmente no diminutivo, dificilmente traduzem sua essência original, mas
isso é totalmente desnecessário, pois para a pureza não é necessário tradução.
Normalmente os nomes mais comuns são aqueles que se referem à origem
brasileira, como Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Terezinha, Pedrinho, Paulinho,
Cosminho, etc. Alguns ainda, se apresentam por nomes que designam o aspecto da
natureza a que estão relacionados, como por exemplo, Neguinho da Praia,
Pedrinho da Cachoeira, Rosinha do Jardim e etc.
Trazem muita força de
trabalho e em suas manifestações traduzem a essência da pureza e simplicidade.
Trabalham brincando e brincam trabalhando. Quando solicitados, são excelentes
guias de trabalho e atendimento, ótimos curadores e fantásticos orientadores
espirituais. São protetoras da Medicina e de todas as crianças do mundo,
inclusive as desencarnadas que ainda não completaram o círculo dos
renascimentos. Não costumam atuar desmanchando demandas, nem fazendo
desobsessões. Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu
elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração,
regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo
sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e
falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles.
No Candomblé têm a função importante de dar recados do Pai, uma vez que os
Orixás não se comunicam verbalmente.
Na sua maneira de agir,
toda criança é normalmente muito irrequieta, barulhenta, às vezes não gosta de
tomar banho e nas festas, se não for contida, pode literalmente botar fogo no
oceano. Comem bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas. Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar,
correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessária muita
concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras
atrapalhem na mensagem a ser transmitida.
Os "meninos" são
em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as "meninas" são mais
quietas, choronas e calminhas. Alguns deles incorporam pulando e gritando,
outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc... Estas
características, que às vezes nos passam desapercebidas, são sempre formas que
eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o
terreiro ou alguém da assistência.
Os pedidos feitos a uma
criança incorporada normalmente são atendidos de maneira bastante rápida.
Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos também é. Nunca
prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido,
pois a "brincadeira" que ela fará para lhe lembrar do prometido pode
não ser tão "engraçada" assim.
Poucos são aqueles que dão
importância devida às giras das vibrações infantis. A exteriorização da
mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis. O fato,
entretanto, é que uma gira de criança não deve ser interpretada como uma
diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e às vezes não
consigamos conter os risos diante das palavras e atitudes que as crianças
tomam.
A presença dessas
entidades de luz encanta as nossas almas e traz alegria aos nossos corações.
Afinal, quem nunca se sentiu também criança de frente a um manifestação dessa
linha? E quem melhor senão nossa “criança interior” para ouvir e captar
conselhos dados por outra “criança”, não é?
Oração as Crianças
Salve as forças das
crianças.
Força pura, verdadeira,
Que reluz no céu azul
E na rosa das flores,
traga ao nosso viver, a
paz
E a esperança,
Zele por nossas crianças.
Peça a Oxalá, com sua
imensa pureza,
que meus pedidos feitos
com clareza
e verdade sejam atendidos.
Doces crianças,
representantes de Cosme e
Damião,
Que vossa santa proteção
Nos sirva de consolo e
apoio nas horas difíceis.
Aceitem essa oferenda em
forma de lembrança que é feita
O sofrimento é uma
ocorrência comum em nosso mundo.
Em todas as condições, em
todas as idades, sob todos os climas, o homem tem padecido, a humanidade tem
derramado lágrimas.
Apesar dos progressos
sociais, milhões de seres gravitam ainda sob o jugo da dor.
Por vezes é a miséria
provocando intensas agonias.
Em outras, é a enfermidade
arrastando os seres para os vales do sofrimento e da angústia.
Nem mesmo as classes mais
abastadas têm sido isentas desses males.
Até nos ambientes onde
reina a abundância, um sentimento de desânimo, uma vaga tristeza, às vezes se
apodera das almas.
A dor, sob suas múltiplas
formas, é o remédio supremo para as imperfeições, para as enfermidades da alma.
No estágio evolutivo em
que nos encontramos, sem ela não é possível o aprimoramento.
Assim como as moléstias
orgânicas são muitas vezes resultantes dos nossos excessos, assim também as
provas morais que nos atingem são conseqüências de nossas faltas passadas.
Cedo ou tarde o resultado
desses equívocos recairão sobre nós.
É a lei de justiça agindo
no curso de nossas existências.
Saibamos aceitar os seus
efeitos como se fossem remédios amargos, operações dolorosas, capazes de
restituir nossa saúde.
Embora nos sintamos
entristecidos pelos desgostos, devemos sempre suportá-los com paciência.
O lavrador rasga o seio da
terra para daí fazer brotar o campo dourado.
Assim também é a nossa
alma, depois de desbastada também se tornará exuberante em frutos morais.
Pela ação da dor
abandonamos os vícios e as más paixões.
A adversidade é uma grande
escola, um campo fértil em transformações.
A ignorância das leis
universais é que nos faz ter aversão aos nossos males.
Se compreendêssemos o
quanto esses males são necessários ao nosso adiantamento, eles não nos
pareceriam mais um fardo.
Em nossa cegueira, estamos
quase sempre prontos a amaldiçoar as nossas vidas.
Mas, quando formos capazes
de discernir o verdadeiro motivo de nossas existências, compreenderemos que
todas elas são preciosas.
A dor é capaz de abrandar
o nosso coração, avivando os fogos da nossa alma.
É o cinzel que lhe dá
proporções harmônicas, que lhe apura os contornos e a faz resplandecer em sua
perfeita beleza.
Pense nisso!
Vivemos em um mundo de
provas e expiações.
Nele a dor reina soberana,
em virtude do mal ainda sobrepujar o bem.
Embora conscientes dessa
inegável condição, é nosso dever lutar contra a adversidade.
Sofrer sem reagir aos
males da vida seria uma covardia.
Porém, quando os nossos
esforços se tornam supérfluos, quando tudo se mostra inevitável, chega então o
momento de apelarmos para a resignação.
Revoltarmo-nos contra a
lei moral seria tão insensato como querermos resistir à lei da gravidade.
O espírito sensato
encontra na provação os meios de fortificar suas qualidades.
A alma corajosa aceita os
males do destino, mas, pelo pensamento, eleva-se acima deles e daí faz uma
escala para atingir a virtude.
Equipe de Redação do
Momento Espírita, com base no livro Depois da Morte, de Léon Denis, parte
quinta, capítulo L, FEB, 20ª edição.
A humildade é uma virtude
de difícil aquisição, por exigir esforço para superar-se os instintos que
predominam em a natureza humana, especialmente o da sobrevivência.
Ao materialismo devem-se
muitos males, entre os quais aqueles que defluem dos estímulos e aplicações
pedagógicas em favor do ego e das suas mazelas. Há uma preocupação ancestral
dedicada à formação do caráter que privilegia a força pessoal, o destaque, a independência,
o poder. Essa preocupação em torno dos falsos conceitos de que o homem não
chora, o forte prevalece, o vitorioso é aquele que soube resguardar-se,
distante dos problemas alheios, demonstra que esses são elementos perniciosos e
que se opõem à humildade.
Cuida-se de condicionar o
educando à presunção, ao orgulho das suas conquistas em detrimento da
fragilidade de que todos os seres são formados.
Uma insignificante picada
de um instrumento infectado interrompe uma vida esplendorosa e um ser triunfante.
Modesto mosquito transmite
vírus terríveis que devoram existências poderosas.
Bastaria ligeira reflexão
para a criatura humana dar-se conta da sua fraqueza ante as forças da Vida e os
fatores destrutivos que pululam em toda parte.
No sentido inverso, a
grandeza cósmica que o deslumbra, pode dar-lhe dimensão da sua pequenez,
levando-o a considerações profundas quanto ao significado existencial.
A humildade é virtude
essencial para uma jornada feliz na Terra. Mediant e a sua presença, percebe-se
quanto se deve trabalhar o íntimo para aformosear-se as aspirações e avançar-se
na solidariedade como fundamental comportamento para o equilíbrio.
Analisando-se as
conquistas conseguidas pela ciência e tecnologia, ao invés da presunção
ingênua, perceber o infinito de possibilidades a conhecer e de enigmas a
solucionar.
O deslumbramento inicial
pode levar o rei da criação, dito ser a criatura humana, a esse estado de
orgulho infantil que o ilude a respeito dos poderes que lhe estão ao alcance
das mãos para a glória e o prazer, sempre relativos, da sua breve caminhada
entre o berço e o túmulo.
A vã ilusão de potência e
domínio na mocidade e idade adulta dilui-se quando as energias diminuem na
velhice e nos períodos de enfermidade, confirmando-lhe a fragilidade acima de
toda e qualquer robustez.
A maioria dos Hércules e
Vênus do culto ao corpo, passado o período específico dos esportes e dos
exercícios exaustivos, da alimentação sob rígido controle, tomba nos graves
problemas cardiológicos e outros que o excesso de técnicas e de substâncias que
contribuem para a beleza exterior, que agora se transforma em degenerescência e
debilidade.
A experiência terrestre
tem como essencial a finalidade do auto descobrimento, do sentido de existir, do
desenvolvimento da inteligência e do Si profundo.
Utilizar-se das
ocorrências para aprimorar-se é o programa da Vida para todos.
*
Jesus, que é o protótipo
da perfeição e da beleza de que se tem notícia, apagou a Sua grandeza na
humildade para ensinar a vitória sobre as paixões inferiores.
Deu o exemplo máximo da
Sua elevação na última ceia quando, cingindo-se com uma toalha, lavou os pés
dos discípulos, demonstrando que sendo o Senhor fazia-se servo para todos.
Incompreendido por Pedro,
que se Lhe recusara, explicou-Lhe que se o não fizesse nada teria com Ele, e o
apóstolo emocionado entregou-se- Lhe em totalidade.
A grandeza do Seu gesto
demonstra a força moral, o Seu poder de servir, deixando a lição perene como
advertência e orientação.
Cuida de penetrar-te até
às nascentes do coração, para que a mosca azul da vaidade não pouse na tua
insignificância.
Busca a simplicidade e a
compreensão existenciais, tendo em vista que tudo mais é transitório e tem
somente o valor que lhe atribuis.
Faze-te acessível e atento
para aprender com os pobres de espírito a forma de enriquecer-te de humildade e
de paz.
Nunca disputes projeção e
destaque, recordando o ensinamento de Jesus, quando informou que os primeiros
serão os últimos e estes serão os primeiros.
Afeiçoa-te ao anonimato,
não deixando sinais do bem que faças, a fim de que não sejas exaltado, qual
ocorre com muitos fúteis e irresponsáveis, que são louvados e bajulados sem
mérito real.
Mas não penses que
humildade é menosprezo, desconsideração por si mesmo, subalternidade,
escondendo conflitos de inferioridade.
A verdadeira humildade
permite o autoconhecimento em torno dos valores que são legítimos no ser, sem
os exaltar nem se engrandecer, compreendendo o quanto ainda necessitas para
atingir o ideal, tendo o prazer de sacrificar-se pelo conseguir.
Muitos Espíritos
reencarnaram-se com nobres missões e falharam, porque se ensoberbeceram e se
permitiram as glórias terrenas que os frustraram, abandonando-os na etapa final
da vida.
Recorda-te daqueles outros
que se apagaram na humildade, adotando o sacrifício e a abnegação, edificando o
bem em vidas incontáveis.
Bem-aventurados os
humildes de coração e ricos de amor, porque eles fruirão a plenitude.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo
Pereira Franco, na reunião mediúnica
da noite de 10 de agosto
de 2015, no Centro Espírita