Saravá aos filhos do meu
coração.
Enquanto em alguns pontos
da Terra refulgiam as luzes dos fogos, anunciando novo ano em vosso calendário e
pedindo paz, em outros, luzes maiores iluminavam os céus e caíam em seus alvos
destruindo vidas.
Enquanto as festas regadas
a bebidas importadas e exóticas, mostravam a fartura existente em alguns lares,
o choro de muitas crianças anunciavam que a fome e a miséria ainda persistem em
vosso mundo.
E assim, bordado de
lágrimas e sorrisos se iniciou um novo ano.
Aqui, nas bandas de
Aruanda não houve festa. Só trabalho. E muito trabalho! Não acendemos fogos
elevados aos céus, só as tochinhas da caridade desceram à terra, através de
abnegados servidores que se lançaram na escuridão dos umbrais em serviço de
socorro.
Como poderíamos festejar a
alegria de poucos se ainda existe o sofrimento de muitos? Como nos abstermos do
trabalho, do socorro e de secar lágrimas se um dia fomos nós a precisar de mão
amiga para nos amparar?
A vós que sois os
"trabalhadores da última hora", brindai a oportunidade de estar
trabalhando na Seara do Mestre e seja na alegria ou na dor e em qualquer dia do
calendário, trabalhai na obra santa sem
preocupar-se com aqueles que "descansam" fora de hora e que por isso,
terão seu salário de acordo.
Caridade não é jogar
pérolas aos porcos, mas por outro lado, não é mercadoria pesada, medida ou
comparada. Não é publicidade que se coloca em placas luminosas ou nos meios de
comunicação. É manga arregaçada, mão calejada e muito desprendimento e amor no
coração.
Por isso meus filhos
amados, a caridade não se faz com palavras rebuscadas jogadas ao vento, nem com
promessas vãs. Se faz pela ação!
Brindai o ano todo,
colocando na taça o vosso trabalho. Seja ele doce ou amargo, não deixai
esvaziar vossas mãos pois trabalho não falta. Não deixai faltar vontade e
dedicação, pois cada hora de trabalho caritativo é milimétricamente contada no
relógio do Universo e vos redime, senão, vos impulsiona para além do mundo de
provas e expiações.
Escolhei entre a festa e o
trabalho, entre os vazios brindes de paz ou o ação no trabalho, entre os
exuberantes fogos de artifícios ou as humildes tochinhas do socorro. E colhei
adiante os frutos de vossa semeadura.
Lhes desejo paz de
consciência, contando com vossa parceria
em todos os dias do calendário.
Com minha bênção, em nome
de N.Senhor Jesus Cristo.
Vovó Benta.
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