Falar de Umbanda é algo
difícil para muitos umbandistas, na maioria das vezes a fala contém uma
incisiva conotação defensiva e justificada, é quase automático esclarecer o
porquê da escolha dessa religião salientando sempre que na Umbanda não se faz
matança e assim por diante.
É fato que muitas vezes
esperamos uma reação negativa ou irônica daquele que desconhece a Umbanda assim
como todos seus fundamentos e poder de realização.
Chego à conclusão que só
existem duas formas de criar essa valorização religiosa tão necessária para a
Umbanda: primeiro pelo EXEMPLO e segundo pelo SABER.
Acredito ser incoerente o
médium umbandista dizer que a Umbanda não faz magia negra se seus pensamentos e
atos desejam e fazem o mal ao próximo ou se seus desejos são tão importantes
que estão acima de qualquer coisa e de qualquer pessoa.
Não dá para o umbandista
falar que a Umbanda não faz e não é milagre se o próprio “pede” continuamente
soluções aos Guias Espirituais se isentando de qualquer responsabilidade.
Acredito também que o
Saber é fundamental para qualquer coisa que se queira valorizar. Se não sabemos
o que é a Umbanda como falar da Umbanda? Se não sabemos diferenciar um Guia de
um Orixá, se não sabemos de nossas obrigações e deveres como médiuns
umbandistas, se não sabemos responder as perguntas pertinentes sobre a nossa
religião como querer que o outro compreenda-a?
Estudar é fundamental e
dar exemplos é essencial para vivenciar plenamente a Umbanda sem medo e sem
constrangimento.
Também é importante seguir
uma tradição religiosa, respeitar as hierarquias e a ancestralidade, afinal são
pontos fundamentais de nossa Umbanda e devem ser compreendidos e praticados com
valor e respeito.
Pensar em Umbanda é pensar
em disciplina e postura. É compreender que o médium é a peça mais importante para
a manifestação da religião.
Portanto, a visão que as
pessoas terão sobre a Umbanda será o reflexo das atitudes dos médiuns
umbandistas, dentro e fora de uma gira de atendimento.
Somos nós, médiuns
umbandistas, que precisamos fazer algo diferente e significativo pela Umbanda.
Somos nós que temos que dar exemplo de sua ação em nossa vida e somos nós que
temos que responder as perguntas da sociedade, mesmo porque quando perguntarem
algo sobre a Umbanda não poderemos incorporar o Preto Velho para dar a resposta
em nosso lugar, não é mesmo?
Texto de Mãe Monica
Caraccio.
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