quinta-feira, 23 de março de 2017

OS NOMES SIMBÓLICOS UTILIZADOS PELOS GUIAS E PROTETORES ESPIRITUAIS









SEGUNDO A VISÃO DA UMBANDA

Certa ocasião inquirimos ao Caboclo Araribóia sobre o significado dos nomes simbólicos utilizados pelos Guias e Protetores Espirituais na Umbanda, e ele nos disse: “Filho; um nome nada mais é que um amontoado de letras sem significado algum, a não ser identificação. Cada Espírito trabalhador da Umbanda, assume um nome simbólico que lhe é simpático, geralmente figurativo com referência a sua especialidade, ou mesmo deveres; mas, é simplesmente um nome e nada mais. Aliás, muitas vezes, é o próprio médium, intencionalmente ou involuntariamente, que escolhe um nome simbólico que lhe agrada, para identificar o Espírito manifestado ou que ainda vai se manifestar. Na maioria das vezes o médium quer um nome; então,para satisfazê-lo, intuímos um nome que para ele seja respeitável, simpático ou mesmo significativo. Isso, para nós Espíritos, pouco importa. Só devem ser coibidos nomes esdrúxulos, sem significado algum, que denotam baixeza, ou que não identifica uma Linha de Trabalho.

“(...) o Caboclo das 7 Encruzilhadas, criador da Umbanda em 1908, quando abriu a primeira Tenda dentro da Federação Espírita Kardecista do Brasil, ele não se apresentava com  pacetes, nem coisa nenhuma que representasse Caboclo; ele era um Jesuíta e tomou um nome, porque o Espírito pode tomar o nome que quiser; então ele tomou o nome de Caboclo das 7 Encruzilhadas”. 

“(...) Novamente, essa força estranha tomou o jovem Zélio e através dele um Espírito falou: “Por que repeliam a presença dos citados Espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens sociais e da cor?”. A essa admoestação da entidade, que estava com o médium Zélio, deu-se uma grande confusão, todos querendo se explicar, debaixo de acalorados debates doutrinários, porém a entidade “resoluta” mantinha-se firme em seus pontos de vista. Nisso, um vidente pediu que a Entidade se identificasse, já que fora notado que ela irradiava uma luz positiva. Ainda mediunizado, através do médium Zélio o Espírito respondeu: “Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque, para mim, não haverá caminhos fechados” (...)

Para maiores esclarecimentos, vamos relembrar os ensinamentos dos Espíritos Superiores na Codificação Kardeciana, igualmente aplicados na Umbanda:


À medida que os Espíritos se purificam e se elevam na hierarquia, as características distintivas de sua personalidade desaparecem, de certa maneira, na uniformidade da perfeição, mas nem por isso deixam eles de conservar a sua individualidade. É o que se verifica com os Espíritos Superiores e os Espíritos Puros.

Nessa posição, o nome que tiveram na Terra, numa das mil existências corporais efêmeras por que passaram, nada mais significa. Notemos ainda que os Espíritos se atraem mutuamente pela semelhança de suas qualidades, constituindo grupos ou famílias simpáticas.

Se considerarmos, por outro lado, o número imenso de Espíritos que, desde a origem dos tempos, deve haver atingido os planos mais elevados, e se compararmos ao número tão restrito de homens que deixaram na Terra um grande nome, compreenderemos que entre os Espíritos Superiores que podem comunicar-se a maioria não deve ter nomes para nós. Mas, como precisamos de nomes para fixar as nossas idéias, eles podem tomar o de um personagem conhecido, cuja natureza mais se identifique com a deles.

É assim que os nossos anjos guardiões se fazem conhecer, na maioria das vezes, pelo nome de um santo que veneramos, escolhendo geralmente o do santo de nossa preferência. Dessa maneira, se o anjo guardião de uma pessoa dá o nome de São Pedro, por exemplo, não há nenhuma prova material de tratar-se do apóstolo. Tanto pode ser ele como um Espírito inteiramente desconhecido, pertencente à família de Espíritos a que São Pedro pertence. Acontece ainda que, seja qual for o nome pelo qual se invoque o anjo guardião, ele atenderá ao chamado porque é atraído pelo pensamento e o nome lhe é indiferente.

O mesmo se verifica todas as vezes que um Espírito superior se comunica usando o nome de um personagem conhecido. Nada prova que seja precisamente o Espírito desse personagem. Mas se ele nada diz, no seu ditado espontâneo, que desminta a elevação espiritual do nome citado, existe a presunção de que seja ele. E em todos esses casos se pode dizer que, se não é ele, deve ser um Espírito do mesmo grau ou talvez mesmo um seu enviado. Em resumo: a questão do nome é secundária, podendo-se considerar o nome como simples indício do lugar que o Espírito ocupa na Escala Espírita. (Ver o nº 100 de O Livros dos Espíritos)

A situação é outra quando um Espírito de ordem inferior se enfeita com um nome respeitável para se fazer acreditar. E esse caso é tão comum que não seria demais manter-se em guarda contra esses embustes.

Porque é graças a nomes emprestados, e sobretudo com a ajuda da fascinação, que certos Espíritos sistemáticos, mais orgulhosos do que sábios, procuram impingir as idéias mais ridículas.

Assim a questão da identidade, como dissemos, é mais ou menos indiferente quando se trata de instruções gerais, desde que os Espíritos mais elevados podem substituir-se mutuamente sem que isso acarrete consequências. Os Espíritos Superiores constituem, por assim dizer, uma coletividade, cujas individualidades nos são, com poucas exceções, completamente desconhecidas. O que nos interessa não são as pessoas, mas o ensino. Ora, se o ensino é bom, pouco importa que venha de Pedro ou de Paulo. Devemos julgá-lo pela qualidade e não pelo nome. Se um vinho é mau, não é a etiqueta que o faz melhor. Mas já é diferente nas comunicações íntimas, porque então é o indivíduo, ou sua pessoa mesma que nos interessa. É, pois, com razão que, nessa circunstância, se procure assegurar de que o Espírito manifestante é realmente o que se deseja.

 A identidade é muito mais fácil de constatar quando se trata de Espíritos contemporâneos, cujos hábitos e caráter são conhecidos. Porque são precisamente esses hábitos, de que ainda não tiveram tempo de se livrar, que nos permitem reconhecê-los. E digamos logo que são eles um dos sinais mais certos de identidade.


















(Trecho extraído do livro: “O Livro dos Médiuns” – Allan Kardec – Identidade dos Espíritos)
Trecho extraído do livro: “COLETÂNEA UMBANDA – A MANIFESTAÇÃO DO

ESPÍRITO PARA A CARIDADE – AS ORIGENS DA UMBANDA,

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