Enquanto
estava sentada cambonando, pitando um cachimbo que o Preto Velho havia me
pedido, me veio o seguinte questionamento: “O que você está fazendo pitando
esse cachimbo? ” Parei para pensar e respondi mentalmente: “ Usando o fumo para
dissipar a energia densa que me está chegando. ”
E
a indagação continuou: “Mas, e como você acha que isso é feito? ” Novamente, me
coloquei a pensar e dei aquela resposta pronta de leituras previamente
estudadas: “Ué, pela ação do fogo no fumo. Ocorrendo um processo de
transmutação da matéria (o fumo queimando se transformando em fumaça) que se
estende ao etéreo e também transmuta essa carga energética. Além da ação dos
elementais“.
Mas,
aquela voz pareceu não se contentar com minha resposta, e, novamente perguntou:
“E esse processo acontece apenas no campo etéreo? No seu corpo físico, nada
acontece? ” Foi aí que realmente me concentrei no processo que é pitar um
cachimbo, e comecei a perceber quais partes do meu corpo eu precisava colocar
em movimento para executar aquele ato magístico. Aí, não me pareceu mais algo
tão simples... e, minha atenção foi voltada para uma parte muito específica do
nosso corpo: o Diafragma.
O
Diafragma é o músculo responsável pela nossa respiração, e está situado mais ou
menos no meio do nosso tórax, como se o dividisse em duas partes. Sendo que, na
metade superior, temos nossos órgãos vitais, tais como: coração e cérebro
(nosso sistema nervoso) e, na metade inferior temos os órgãos que estão
relacionados com nossa digestão (função de absorção de vitaminas fundamentais
para nosso organismo e excreção do que nosso corpo não precisa ou, até mesmo,
do que é nocivo para ele) e do controle de líquidos.
O
interessante foi associar que, ao inspirar (puxar o ar), o diafragma desce; e,
com isso, todos os órgãos que estão acima dele também descem, assim como todos
os que estão abaixo dele. E, na expiração, ele sobe e tudo volta para o seu
lugar fisiológico. O que isso tem a ver? Bom, esse movimento diafragmático
permite que o ar entre em nossos pulmões, levando o oxigênio para todas as
células do nosso corpo e retirando o gás carbônico que é nocivo para elas. Ou
seja, estamos fazendo nossas células se limparem.
Porém,
não precisamos parar por aí. Podemos analisar esses movimentos viscerais e
veremos que isso permite que mais sangue chegue às mais variadas partes do
nosso corpo, permitindo que o bom funcionamento corporal seja mantido e a
energia não se acumule, causando desconfortos físicos.
Agora,
vamos associar o corpo físico ao perispírito, lembrando, que um é a cópia do
outro e, que, no nosso corpo astral temos os canais energéticos que os unem (os
nadis) e também os chackras. Então, se ao respirar eu movimento meus órgãos,
espiritualmente, eu também proporciono movimento para os meus órgãos
perispirituais, chackras e para a energia que circula nos nadis.
Se
faço a energia circular não estarei acumulando a carga do trabalho mediúnico. É
um processo constante de aquisição e eliminação de energia, que me permite
fazer uma espécie de descarrego (de uma forma sutil) e mantendo meu ectoplasma
renovado para a doação mediúnica. Isso tudo através de processos físicos que se
perpetuam no meu espírito e se revelam nos dois corpos.
Confesso
que, a partir desse diálogo mental, comecei a expandir meu pensamento não só
para a utilização do fumo, mas também para a importância dos pontos cantados
que exigem muito nosso diafragma. E lembrei daquela frase: “quem canta, os
males espanta”.
Expire.