A impaciência entre as
pessoas em determinadas horas é perturbadora. Mas é nesses momentos que somos
colocados à prova e devemos nos pautar pelo equilíbrio. A diferença de
comportamentos reflete, em grande parte, a variação dos graus de conhecimento
que faz a distinção dos irmãos. É como os diferentes estágios de evolução que
identificamos na espiritualidade.
Essas diferenças não podem
ser classificadas simplesmente como "desunião", dentro do espaço de
um centro espírita. Isso porque, quando qualquer um precisa de ajuda, todos
estão prontos para estender as mãos. As diferenças acabam diante da dificuldade
do outro. Além disso, uma das missões de uma casa umbandista é essa mesma:
acolher os diferentes, ajudá-los a crescer e a evoluir da mesma forma como ocorre
com a espiritualidade. Um centro espírita tem o dever de acolher a todos e a
todos tentar ajudar nessa escalada evolutiva. Não é uma tarefa fácil e exige de
cada um sacrifícios e um exercício de tolerância e de compreensão sobre o
significado do nosso papel dentro de uma casa umbandista.
A maturidade não elimina a
irritação diante de comportamentos desagradáveis. Incomoda as manifestações de
conflito, por entender que um centro deve ser um ambiente onde a paz e a
serenidade se confundem com o ar que respiramos.
Mas, na prática, não é bem assim. Soma-se às
dificuldades individuais de cada irmão, a influência que determinadas hordas de
espíritos causam ao ambiente. Aqueles mais frágeis são presas fáceis das
energias desses irmãos da espiritualidade pouco esclarecidos. E não se pode
desprezar as reações que os trabalhos de desobsessão causam aos irmãos da
espiritualidade, que gostariam de manter seus domínios e influências sobre
aqueles que buscam auxílio em um centro.
Ou seja, há um conjunto de
fatores, materiais e espirituais, que conspira contra a harmonia do ambiente.
Então, é fundamental que as pessoas um pouco mais esclarecidas – e digo um
pouco, porque estamos muito longe do esclarecimento pleno – trabalhem de
maneira incansável para harmonizar o ambiente, seja com atitudes, palavras e
preces para que os irmãos da espiritualidade sejam iluminados.
Contudo, é preciso ter
serenidade e entender que à medida que uns melhoram, outros chegarão e o
trabalho será eterno enquanto vida aqui tivermos e prosseguirá, se assim Oxalá
permitir, após o nosso desencarne. Então, não há sentido em dedicar extrema
preocupação ao que, supostamente, avaliamos como desunião. As manifestações
desagradáveis também fazem parte da nossa missão e do trabalho contínuo como
espíritas e umbandistas.
Quando aprendemos ver os
fatos de outra forma, desaparece do coração o desejo de abandonar os trabalhos
espirituais. Passa-se a compreender que o fenômeno não é exclusivo dessa ou
daquela casa ou principalmente da que frequentamos e desenvolvemos nossos
trabalhos mediúnicos. É um fenômeno que se repete em qualquer centro espírita
que lida, em grau de aprendizagem, com as energias da espiritualidade. Conviver
e compreender isso também faz parte do aprendizado e do crescimento espiritual.
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