Cada uma dessas linhas,
como já dissemos, é comandada por um espírito de alta hierarquia cujo nome não
sabemos, porque nunca foi revelado, mas, com absoluta certeza, um deles é
Jesus, nosso Cristo planetário.
Como as tribos que preservaram
o conhecimento trazido pelos atlantes eram muito primitivas e incapazes de
alcançar o real significado de alguns fatos por demais abstratos, aconteceu,
aos poucos, uma confusão entre o conceito de orixá e os espíritos comandantes
de linhas: como não compreendiam exatamente o que era uma vibração, entendiam
que orixás eram divindades e passaram, então a personificar os orixás, o que é
uma impropriedade. Resta então dizer que os comandantes de linhas não são orixás;
são espíritos que administram os orixás que, por sua vez não são entes, mas
vibrações oriundas diretamente de Deus.
Desfeito o equívoco, deve-se
explicar, então que cada Orixá ou Linha possui um único chefe maior. Esse chefe
maior tem sob seu comando direto, sete outros espíritos de hierarquia
imediatamente inferior. São os chamados Chefes de Legião, ou como popularmente
se diz, "orixás" de primeiro grau. Dessa forma, cada linha se divide
em sete legiões.
Cada chefe de legião ou
"orixá" de primeiro grau tem sob seu comando direto sete espíritos de
hierarquia imediatamente inferior que são chamados Chefes de Falange ou
"orixás" de segundo grau. Então, cada legião se divide em sete
falanges, o que equivale a dizer que uma linha possui sete legiões e quarenta e
nove falanges.
Cada chefe de falange tem sob
seu comando direto, sete espíritos de hierarquia imediatamente inferior, também
chamados de Chefes de Sub Falange, ou "orixás" de terceiro grau. Isso
nos dá trezentas e quarenta e três sub falanges por linha. Somente até o
terceiro grau as entidades recebem a designação imprópria de
"orixás".
Cada chefe de sub falange
comanda sete entidades de hierarquia imediatamente inferior, que são chamados
de Chefes de Grupamento, ou "Guias". Esses guias são entidades de
quarto grau na escala hierárquica. São, ao todo, dois mil quatrocentos e um
grupamentos em cada linha.
A partir do quinto grau
encontramos os espíritos chamados de protetores e que são também os que se
manifestam nos centros de Umbanda. A escala continua crescendo com base sete
até o sétimo grau e, a partir daí, ainda pode continuar crescendo, sempre em
base sete, em subgrupamentos afins, pois a ninguém é vedado o direito de trabalhar
e contribuir na obra de Deus, desde que reúna condições para tal e demonstre um
desejo sincero de fazê-lo.
Isso faz com que haja sempre
espíritos entrando na Corrente Astral de Umbanda. Aliás, assim tem de ser,
porque, do quarto grau para baixo, os espíritos ainda estão sujeitos à
reencarnação compulsória e quando há um reencarne, ocorre naturalmente uma
promoção, atendendo sempre ao merecimento e ao grau de evolução já alcançado
pelo espírito.
Os atlantes davam nomes a cada
uma dessas vibrações originárias e, ainda que com distorções, os nomes que
chegaram até nós foram: Oxalá (ou Orixalá), Ogum, Xangô, Oxóssi, Iemanjá,
Yorimá e Yori. Após o ressurgimento da Umbanda no Brasil, em 1908, e o
estabelecimento das formas básicas de manifestação, a subdivisão das linhas
ficou assim estabelecida:
As linhas de Oxalá, Ogum,
Xangô, Oxóssi e Iemanjá são linhas de Caboclos. isso significa que todas as
entidades que se manifestam sob essas vibrações se apresentam com a roupagem de
caboclos. A linha de Oxóssi agrega Caboclos e de Caboclas, e a linha de Iemanjá
agrega tão somente Caboclas.
A linha de Yorimá é uma linha de
Pretos Velhos e a maioria das entidades que se manifestam sob essa vibração
ostentam a roupagem de Preto Velho, mas há que se ressaltar que também os
caboclos de Obaluaê se manifestam dentro da vibração de Yorimá.
A linha de Yori é uma linha de
Crianças, o que equivale a dizer que todas as entidades que se manifestam nos
terreiros sob essa vibração ostentam a roupagem de Criança.
Ressalte-se que o fato de se
apresentar numa linha de caboclos não significa necessariamente que a entidade
tenha tido uma encarnação como índio americano. Na verdade, grande parte dos espíritos
que se apresentam nessas linhas nunca foram índios, mas reúnem condições de
realizar o trabalho destinados aos espíritos que sob tais vibrações se agregam.
O mesmo vale para as linhas de Pretos Velhos e de Crianças.
Outro ponto que deve ficar bem
claro é que, nos trabalhos de Umbanda, as entidades que se manifestam através
da mediunidade de psicofonia (incorporação) são, em sua esmagadora maioria,
entidades de quinto, sexto e sétimo graus na escala das respectivas linhas. Em
circunstâncias muito especiais, podem se manifestar entidades de quarto grau
(guias), mas, para que isso aconteça é necessário um médium com extraordinária
capacidade de sintonia.
Nenhum médium atuante na Umbanda
pode ter a pretensão de trabalhar ou receber os espíritos de primeiro, segundo
ou terceiro graus na escala, visto serem entidades de elevadíssimo padrão
vibratório. A presença desses espíritos nos trabalhos se verifica através da
emanação fluídica, já que seu grau de evolução já lhes permite projetarem
fluidicamente sua influência em vários pontos simultaneamente.
Esclareça-se, finalmente que, em
Umbanda, ninguém recebe orixás. Os médiuns recebem Caboclos, Pretos Velhos e
Crianças, trabalhadores da Corrente Astral de Umbanda, mensageiros dos
luminares, que vem até nós executar trabalhos caritativos em nome de Deus e de
seus Comandantes maiores.
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