sábado, 7 de março de 2015

PROGRAMAÇÃO REENCARNATÓRIA



Um tema recorrente nos estudos de um buscador espiritual é o momento anterior ao nascimento neste plano material. Como são escolhidos os pais, irmãos e a família em que o novo ser conviverá ao decorrer de sua vida. Segundo a visão espírita, baseada em obras básicas, denominadas pentateuco espírita que compõem a Codificação do Espiritismo, antes de reencarnarmos estamos em um outro plano de existência onde uma programação reencarnatória é feita anteriormente a voltarmos ao plano material. O Pentateuco Espírita, compõem-se dos seguintes livros: O livro dos espíritos, O livro dos médiuns, o céu e o inferno, O evangelho segundo o espiritismo e a Gênese.

Antes de nascer planejamos a duração de uma existência corporal, a profissão a ser desempenhada, a família, os ascendentes, os descendentes, as provas de natureza material, as provas morais, eis tópicos que formam a programação reencarnatória de um Espírito. A reencarnação trata-se de algo mais profundo, com metas psicológicas e objetivos complexos, que envolvem um grupo grande de pessoas, cujos destinos estão, por assim dizer, entrelaçados. O direito de programar a própria reencarnação nos é conferido por uma lei: a que concede aos seres humanos o livre-arbítrio, a liberdade de escolha e de conduta que Kardec estuda minuciosamente em suas obras. O livre-arbítrio sofre, porém, limitações por força de uma outra lei: a lei de causa e efeito, segundo a qual cada um de nós recebe da vida o que dá à vida, visto que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Geralmente em nossas últimas encarnações deixamos algumas pendências morais nas quais tentarão ser corrigidas na encarnação presente, cometemos certos erros que tentaremos corrigir na encarnação atual. Feita a programação reencarnatória no estado de erraticidade, o livre-arbítrio consiste, depois que estamos encarnados, na faculdade que temos de ceder ou resistir aos arrastamentos, às tentações, tanto materiais como emocionais e às influências a que somos voluntariamente submetidos.

O ser humano não é apenas o resultado do encontro de um espermatozoide e um óvulo, que dá origem ao zigoto, mas acima de tudo, um espírito que retorna ao cenário terreno com uma nova proposta de vida, com todo o seu cabedal de aquisições, conhecimentos e expectativas e que, após a fecundação, se liga, através do seu perispírito, à nova forma física que se inicia. Milhares de transformações acontecem então, num processo que nada tem de casual, evidentemente obedecendo às leis da genética, mas trazendo no seu bojo, no fulcro mais recôndito, a presença do espírito reencarnante, que influencia vibratoriamente, com toda a sua carga energética, a seqüência desencadeada. Esta é a gênese da vida física.

A presença do espírito é fator determinante e indica que o feto não é apenas um amontoado de células que se organizam de forma automatizada, mas, sim, um ser humano que regressa ao plano material, com seus sentimentos, virtudes e paixões e, acima de tudo, que necessita da sagrada oportunidade de um novo corpo físico Todos os Espíritos que vão renascer têm a sua programação reencarnatória, adequada às suas necessidades evolutivas. Alguns mais aptos participam, ainda na espiritualidade, junto aos seus mentores, da elaboração deste projeto. Outros, menos capazes, rebeldes ou indisciplinados recebem projetos elaborados pelos Espíritos responsáveis, algumas vezes em reencarnações compulsórias, extremamente necessárias para o seu próprio refazimento e reajuste frente às leis divinas por eles fraudadas. Nas duas maneiras, é organizada a programação com interesses específicos para o futuro reencarnante, para que a sua experiência na matéria possa ser de profundo aprendizado para a sua evolução espiritual. Nas palavras do instrutor Alexandre no livro Missionários da Luz: “a reencarnação é o meio, a educação divina é o fim.”












por Paulo Coutinho •

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