sábado, 30 de dezembro de 2017

MAIS UM ANO






A AELA deseja a todos os irmãos um novo ano cheio de Luz, Paz e Amor.




Querido Pai Oxalá,

    Poderosa força, Senhor de todos os Orixás.
    Mestre do tempo passado, presente e futuro.

    Ao findar esse ano, venho humildemente lhe agradecer por todas as
bençãos recebidas de ti.

    Agradeço também pelo raiar do dia,
pelas flores que embelezaram nossos caminhos,
pelo Sol que nos aqueceu,
pelas chuvas que nos refrescaram,
pelo vento que nos levou as indecisões,
pelas águas que nos mataram a sede,
pelo pão que nos matou a fome.

    Agradeço também Senhor,
pela dor que passei que me ensinou a ser mais forte,
pelos obstáculos em meus caminhos que me ensinaram a ter calma para
deles desviá-los,
pelas lágrimas perdidas fazendo assim lavar minhas angústias,
por tudo que pedi e recebi, e por tudo que implorei e não recebi pois
não era de meu merecimento,
agradeço pelos amigos que me acompanharam por todo ano, e agradeço
pelos possíveis inimigos que tu tiraste de meu caminho,
agradeço a sabedoria de me fazer ouvir um problema de alguém que
buscava uma ajuda,
e agradeço as palavras que me conduziste a falar, mesmo duras, a
aqueles que não deram valor as bençãos que o Senhor os concedeu.

    A ti Pai Oxalá, todos os Orixás e todas as Entidades de Luz,
ofereço tudo que fiz neste ano.

    Tudo que passou por minhas mãos,
as coisas que pude construir com elas,
o trabalho realizado,
as palavras ditas,
a caridade cedida.

    Querido Pai Oxalá,
nesse instante lhe entrego todas as pessoas,
que comigo percorreram tantos caminhos em prol da caridade.

    Lhe entrego também os novos e antigos amigos,
os que de alguma forma se aproximaram de mim, me trazendo luz.

   Entrego em suas mãos os irmãos  que estão tão perto,
e também os que estão tão distantes, mas mesmo assim rompem fronteiras
para nos iluminar com sua luz.

    Também peço sua proteção Querido Senhor,
para aqueles que me estenderam as mãos na hora de uma duvida de
caminhada,
e também para aqueles que pediram minhas mãos num momento de
desespero.

    Agradeço por cada segundo de respostas dada quando me senti
perdido em algum fato,
e agradeço a luz que o Senhor me acendeu a cada hora que eu achava que
algo não tinha saída.

    Também gostaria, além de lhe agradecer Senhor, lhe pedir perdão.

    Perdão pelas palavras mal usadas,
pelo tempo que perdi em coisas que não eram necessárias,
pelo dinheiro gasto em coisas supérfluas,
pela falta de entendimento com fatos que achei irrelevante,
pela falta de paciência com pessoas que eu achava que não merecia
atenção.

    Perdão pela oração não passada a quem necessitava,
ou pela oração que não fiz no momento que era para ser feita.

    Perdão pelo momento que deixei um irmão necessitado de uma palavra
esperando, tentando buscar uma própria palavra a meus problemas.

    Perdão por não ter agradecido o suficiente, e ter pedido mais do
que eu precisava.

    Perdão por achar que as vezes meus problemas eram maiores dos que
os apresentados por meus semelhantes.

    Perdão pelas reclamações de um dia chuvoso, ou pelo mal humor de
um dia muito quente.

    Perdão por não ter posto em prática dia a dia a minha missão de
rezar por um irmão necessitado.

    Que assim seja.







terça-feira, 26 de dezembro de 2017

COM DEUS ME DEITO, COM DEUS ME LEVANTO









Numa antiga oração popular, ensinada às crianças para que seja orada antes de dormir, encontramos uma expressão muito interessante:

“Com Deus me deito, com Deus me levanto…”

Eis então algumas considerações importantes inspiradas neste costume:

“Com Deus me deito…”

Que importante anelo para alguém que se prepara para o sono!

Tendo em vista que ao dormir, ao se penetrar o universo do sono e dos sonhos, ninguém pode garantir a qualidade deste transe, a harmonização com Deus faz-se fundamental.

Cada pessoa que se desprende do corpo físico, passa a travar contato com os variados tipos espirituais.

Amigos uns, inimigos outros, comparsas do pretérito reencarnatório, incontáveis.

Por causa disso, torna-se primordial criar-se o hábito benfazejo de orar, antes de dormir, entregando a mente, os raciocínios e os sentimentos às mãos do Criador.

Quando alguém mergulha nesse rio do sono, não tem idéia de com quem deparará.

É o que nos ajuda a entender os sonhos suaves, cheios de estesias, repletos de alegrias, que levam muita gente a dizer que chega a ter vontade de não despertar.

Há, por outro lado, os conhecidos pesadelos, que não são, senão, o resultado do contato angustiante e perturbador com adversários ou inimigos, cobradores, em vários níveis, das condutas daquele que dorme.

Deitar-se com Deus, então, transforma-se em providência muito feliz, com o fito de libertar-se de qualquer perseguição sombria.

“Com Deus me levanto…”

Em realidade, a referência é ao ato de despertar do sono.

É fundamental alguém aprender a levantar-se com Deus, num mundo em que, de costume, muitos indivíduos anseiam por levantar-se admitindo a não necessidade de cogitar Deus.

Quantos indivíduos, caídos na rua da amargura, rogam a ajuda divina para erguer-se da dificuldade em que se acham?

Mãos anônimas, mãos amigas, benfeitores humanos, socorristas encarnados, atendentes sociais, todo este plantel de almas do bem representa a presença de Deus junto aos irmãos que sofrem.

Tanto caminho, tanta ajuda, tanto apoio impulsionarão o sofredor para que ele se levante, e se levante com Deus.

Quantos experimentam dramas econômico-financeiros, fazendo-se endividados, inadimplentes, desgastados sociais, desacreditados, muito embora a sua honestidade, a sua consciência dos próprios deveres?

Esses companheiros anseiam pelo socorro de amigos e de instituições bancárias que lhes retirem do pescoço o nó, que lhes ofertem algum oxigênio.

Assim livrando-os da sufocação em que se acham, para que se levantem, e se levantem com Deus.

Qualquer que seja a queda humana, material ou moral, a possibilidade de levantar-se com Deus, com o apoio do Mundo Superior, será sempre a melhor maneira de se levantar no Planeta.

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A oração é uma das melhores maneiras de nos colocarmos em sintonia com os amigos espirituais.

Eis um hábito muito salutar: travar conversas constantes, onde quer que estejamos, com nosso Espírito Protetor, e com os Espíritos afins que nos acompanham diariamente.

Mantendo-nos em sintonia com os bons Espíritos, através de pensamentos elevados, de alegria, gratidão e amor, conseguiremos ouvir suas aspirações, e delas nos utilizarmos para nosso bem.


Contemos mais com este recurso fabuloso que temos: a prece, e nos surpreendamos com os bons resultados obtidos.







sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

DATA ESPECIAL - NATAL







No dia 25 de Dezembro que se aproxima comemora-se o nascimento do Mestre Jesus, Mestre Sananda, Jesus de Nazaré, Yeshua, Isa, Cristo.

Este Mestre da Hierarquia da Fé, veio ao mundo para ensinar ao homem, a venerar com Amor e Respeito o Deus nosso Pai Criador, que se manifesta em cada um de nós, pois todos somos Seres Divinos.

Jesus veio nos ensinar a venerar um Deus que encontramos em nosso interior, e não na figura do homem.

O simbolismo do momento, data “Nascimento de Jesus”, significa o nascimento do nosso Pai Criador em nossos respectivos íntimos. O instante em que somos capazes de nos voltar para nós mesmos, e reconhecer o nosso Deus Interior, a nossa Natureza Divina. E percebemos que a Vontade do Pai Maior pode se manifestar em nós.

Esta data significa o início do Caminho Místico, o qual trilhamos até que cheguemos de volta aos braços do Pai. E Mestre Jesus veio nos ensinar a trilhar esse caminho nos sentidos da Fé e do Amor.

Ao comemorá-la anualmente, estamos renovando a Fé e o Amor pelo Deus que habita em cada um de nós.

O Natal hoje se tornou um motivo para trocar presentes, enquanto o maior presente de todos já nos foi dado por Deus, que é poder ser um pedacinho dele. E o presente que podemos dar a alguém nesta data, é ver o Deus que há nela, reconhece-la como um ser Divino por isso perfeito, mas que pode somente estar neste momento desequilibrado.

No Natal todos estão mobilizados para preparar uma bela ceia, escolher a melhor roupa para usar, enfeitar a casa, brincar de Papai Noel. Este é o Natal da maioria das pessoas. Enquanto primeiro deveriam mobilizar-se para receber os aspectos divinos em nosso interior. A famosa frase “Jesus vem ceiar conosco esta noite” é falada em muitas casas neste dia, e é utilizada como motivo para preparar uma ceia estonteante. Isto é utilizar o Sagrado para justificar o Profano. “ Eis que bato a porta , SE abrires Eu entrarei e cearei contigo”…e muitos são os que não abrem a porta, pois estão envolvidos com a futilidade mundana. Lembrando mais algumas palavras “Onde houver dois ou três reunidos em Meu nome, eu estarei no meio deles.” E no Natal estamos nos reunindo em nome da troca dos presentes, das comidas saborosas, ou em respeito e reverência ao Mestre Jesus?


Una a sua família, acenda no íntimo de cada um a chama da Fé e do Amor, deem direção a esta data que está vazia de sentido. Avivem o Ser Divino de cada um, não importa como, se fazendo uma prece, um clamor, ou qualquer outra forma. Esta será a maneira que Deus se manifesta no seu interior, será a Vontade d’Ele.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

ÉPOCA DE REFLEXÃO








Obrigado Deus, por me permitir evoluir e fazer de minhas vitórias e derrotas, os marcos concretos de minha obrigatória evolução.



Natal é época de reflexão e até mesmo de releitura de nossas atitudes durante o ano que se passou. Querer um Ano Novo cheio de realizações é até bem louvável, mas deixar a ficha suja de nossa consciência sem nenhuma modificação, é o mesmo que chegar ao final do próximo ano com as mesmas aspirações, mas sem nenhuma tomada de mudança concreta em nossas atitudes.



Mais do que ver e perceber o outro é preciso se interiorizar e fazer de nossa caminhada uma marca de mudança interna (microcosmo). Além disso, é preciso deixar de ser orgulhoso e perceber que todos nós temos obrigações uns com os outros, mesmo que ainda não entendamos bem tais obrigações.



Pensar em ano Novo é pensar em reforma interna, utilizando o ano que passou como um balisador de nossas novas atitudes. Deixar de querer inventar e fazer parte do movimento cósmico de harmonia, torna-se uma boa ideia. Deixar de subverter, mentir, criar cismas, conflitos e outros vícios oriundos do orgulho, é mais que uma obrigação, é uma meta.




Lembrem-se que todos os que nos cercam tem representação microscósmica em nossas vidas; nossos pais representam todos os pais do mundo, nossos filhos, todos os filhos do mundo e nossos irmãos todos os irmãos espalhados por todos os recantos da terra. Deixar de exercer a caridade dentro de nossa casa e furtar com o dever cósmico de ser caridoso e generoso de forma absoluta, ou seja, se tornar um cidadão do mundo.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

O PENSAMENTO E OS ATOS








O pensamento, dizíamos, é criador. Não atua somente ao redor de nós, influenciando os nossos semelhantes para o bem ou para o mal; atua principalmente em nós, gera nossas palavras, nossas ações e, com ele, construímos, dia a dia, o edifício grandioso ou miserável de nossa vida presente e futura. Modelamos nossa alma e seu invólucro com os nossos pensamentos; estes produzem formas, imagens que se imprimem na matéria sutil, de que o corpo fluídico é composto. Assim, pouco a pouco, nosso ser povoa-se de formas frívolas ou austeras, graciosas ou terríveis, grosseiras ou sublimes; a alma se enobrece, embeleza ou cria uma atmosfera de fealdade. Segundo o ideal a que visa, a chama interior aviva-se ou obscurece-se.

Se meditarmos em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser impregna-se, pouco a pouco, das qualidades do nosso pensamento. É por isso que a prece improvisada, ardente, o impulso da alma para as potências infinitas, tem tanta virtude. Nesse diálogo solene do ser com sua causa (prece a Deus), o influxo do Alto invade-nos e desperta sentidos novos; a compreensão, a consciência da vida aumenta e sentimos, melhor do que se pode exprimir, a gravidade e a grandeza da mais humilde das existências (Deus).

A oração, a comunhão pelo pensamento com o universo espiritual e divino é o esforço da alma para a Beleza e para a Verdade eternas; é a entrada, por um instante, nas esferas da vida real e superior, aquela que não tem termo.

Se, ao contrário, nosso pensamento é inspirado por maus desejos, pela paixão, pelo ciúme, pelo ódio, as imagens que cria sucedem-se, acumulam-se em nosso corpo fluídico e o entenebrecem. Assim, podemos à vontade fazer em nós a luz ou a sombra. Somos o que pensamos, com a condição de pensarmos com força, vontade e persistência.

A fiscalização dos pensamentos implica a fiscalização dos atos, porque, se uns são bons, os outros sê-lo-ão igualmente, e todo o nosso procedimento achar-se-á regulado por uma concatenação harmônica. Ao passo que, se nossos atos são bons e nossos pensamentos maus, apenas haverá uma falsa aparência do bem e continuaremos a trazer em nós um foco malfazejo, cujas influências, mais cedo ou mais tarde, derramar-se-ão fatalmente sobre nossa vida.











Retirado do Livro "O problema do ser, do destino e da dor - Léon Denis

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

ASSIDUIDADE NOS TRABALHOS MEDIÚNICO






O elevado número de irmãos que comparecem à assistência de um Templo Umbandista, bem como o crescente aumento de pessoas que pacientemente enfrentam fila e obedecem a uma disciplina,  para serem atendidos, é porque acreditam poder, no Templo de Umbanda, amenizar seus sofrimentos e suas dores materiais e espirituais.

Tudo isso só faz aumentar cada vez mais a responsabilidade daqueles que integram uma corrente de Umbanda, mesmo sendo estes apenas intermediários e o meio pelo qual os Espíritos se servem para a prática de seus trabalhos caritativos, como também aumenta consideravelmente a cumplicidade desses irmãos para com as Entidades que atuam nesse Templo.

Esse aumento do número de pessoas à procura de assistência, nos mostra, que nós Umbandistas, não estamos trabalhando em vão, pois se aumenta a procura é porque bons resultados estão sendo obtidos.

Assim, se existe bons resultados, ele é fruto de todos os irmãos que integram uma corrente mediúnica e não de um ou de outro médium.

Por isso irmãos é que necessário um frequente trabalho de conscientização, do quanto é importante a assiduidade nos trabalhos mediúnicos.

Toda e qualquer ausência sobrecarrega sobremaneira aqueles irmãos que constantemente se fazem presentes, pois alguém terá que realizar a tarefa que lhe compete.

Conforme já foi dito pelo Caboclo Sr. Das 7 Flechas, “a Umbanda não escraviza ninguém e sim liberta”.

O fato de ser assíduo, não quer dizer que devemos ser fanáticos e escravos da Umbanda.

Em certas ocasiões até mesmo o plano espiritual é compreensivo em relação a ausência desse ou daquele irmão, pois não chegariam ao cúmulo de ver um irmão prejudicar-se em sua vida material para dar cumprimento a tarefa espiritual.

A assiduidade está relacionada, principalmente, a uma tarefa que devemos cumprir em prol de nossa própria evolução.

Como poderemos manter nosso mediunismo equilibrado, se nos damos ao luxo de vir ao terreiro somente quando quisermos ou quando os compromissos sociais e materiais não nos fazem inclinar para eles.

Como fica o plano espiritual em relação aos trabalhos assumidos, principalmente por aqueles que diretamente realizam trabalhos, movimentando forças sutis muitas vezes desconhecidas.
       
Será que agindo assim não estamos faltando com nossas responsabilidades perante a espiritualidade e com isso acumulando débitos, para uma próxima encarnação, ainda maiores do que a de ser veículo de comunicação entre o mundo material e espiritual.

Irmãos, o Templo, a corrente, a  assistência não é e nem nunca foi responsabilidade de um só. É de todos.

Com relação a esse comportamento não existe, para os dirigentes materiais, qualquer atitude a ser tomada, pois ninguém pode obrigar ninguém a nada, ainda mais tratando-se de um trabalho voluntário.

Sob o aspecto espiritual, o Dirigente Espiritual sempre reluta em tomar qualquer atitude que possa prejudicar qualquer irmão que seja, pois acreditam que esses irmãos um dia aprenderão a valorizar a oportunidade que estão tendo, ou seja, de ter um lugar cheio de luz e caridade para trabalhar seus mediunismos, o que muitos não têm ou desconhecem.


Por isso, só nos resta pedir, conscientizem-se irmãos!















quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

OS ESPÍRITOS ELEMENTARES NA UMBANDA







Para que os Espíritos encarnassem no Planeta, foi necessário que tivesse o veículo apropriado. Esse veículo apropriado é o corpo astral (nota do autor: também conhecido como Perispírito) que serve como uma espécie de “molde” para o corpo físico. Para a constituição e organização deste corpo, foi necessário passar por adaptações e preparo com a natureza eletromagnética da Terra. Este preparo foi feito através dos reinos mineral, vegetal, animal, e daí até o reino hominal.

Enquanto cumprem essa preparação, são chamados “Espírito Elementares”, também conhecidos como “Espírito da Natureza”.

Em alguns segmentos são chamados Espíritos Elementais, em uma referência aos elementos (Ar, Fogo, Terra, Ar). Em outros, como na Umbanda Esotérica, são chamados de Espíritos Elementares, pois a palavra Elementar expressa àquilo que denominamos de básico, já que estão em seus primeiros estágios no Planeta.

Ainda não participaram de nenhuma encarnação; são Espíritos cumprindo ciclos de evolução e preparação.

Para a Umbanda Esotérica, Elementais não são Espíritos reais; são formas pensamentos, ou seja, são vibrações do pensamento que se atraem, tomando determinadas formas, constituídos pela qualidade dos pensamentos emitidos.
Independente do nome com que são conhecidos, os Elementares são seres sempre presentes na Natureza.

Sua existência é constatada por muitos e ignorada pela maioria.

O homem não percebe a dimensão existencial destes seres porque seus sentidos, sua percepção física é insuficiente, não adequada a outra realidade, que não a realidade física.

Encontramos referencia aos Espíritos Elementares na Wicca, no Martinismo, na Teosofia, na Sociedade Rosa Cruz, nas literaturas de Papus, Eliphas Levi, Paracelso, etc. Também encontramos o seguinte texto no Livro dos Espíritos: “Compreendemos então que existem “princípios inteligentes” que auxiliam no controle dos  fenômenos da Natureza, sob a supervisão de Espíritos mais elevados. Na escala da evolução eles estariam entre a fase animal e a hominal”.
Os Espíritos Elementares vivem da natureza astral até se ligarem à condição humana, sendo Espíritos, em essência, como nós, eternos, faltando-lhes somente a experiência no mundo humano. Isso implica dizer que grande parte da humanidade já foi um dia um Espírito Elementar, pois antes da chegada ao estágio atual, foi necessário o ingresso no sistema evolutivo do Planeta, através desses reinos, a fim de que houvesse a adequada imantação dos elementos vibratórios e propriedades dos minerais, vegetais e animais a fim de formar suas linhas de força, os chacras e o próprio corpo astral, pois sem esse, não seria possível a encarnação.

Neste estágio de adaptações e preparo para a constituição e organização do corpo astral, o Espírito já tinha os primeiros elementos simples dos canais de sua inteligência e de suas primeiras sensações, surgindo o corpo mental. Este corpo mental recebeu as impressões do Espírito e se tornou o veículo de propagação para toda natureza exterior. Dessa fase é que passou para a propagação do pensamento.

Ao longo dos milênios o Espírito foi agregando sobre si mesmo, vários elementos da Natureza. Ao estagias no reino mineral, imantou os processos coesivos e estruturais e os elementos necessários à constituição do sistema ósseo. Ele não incorporou os elementos formativos próprios que se densificam, endurecem ou cristalizam como rocha ou pedra, cristal ou diamante ou outro mineral qualquer. Apenas sorveu, aspirou os elementos desses reinos, sem com isso ser o próprio elementos.

No reino vegetal imantou os elementos necessários à formação da sensibilidade e funções importantes para a futura organização física.

No reino animal agrega as funções instintivas automáticas e mecânicas. Absorve as  experiências dos vários filos animais, dos mais simples aos mais complexos.
Certamente ele não encarnou em cada animal, pedra ou árvore, e nem sequer ficou a seu lado. Imantou dos reinos os elementos necessários às suas próprias experiências e necessidades, ou seja, se apropriou da energia peculiar a cada um desses reinos, passando a sentir em torno de si e aglutinação de certos elementos que começam a lhe dar forma e certos contornos, produzindo nele uma série de sensações e também vibrando segundo suas próprias impressões.
Participa indiretamente da vida instintiva dos animais, através das ondulações vibratórias de suas sensações, das correntes eletromagnéticas que lhes mantém a vida orgânica.

Na espécie animal de pelo, por via de contato vibratório, como o elemento sanguíneo, passa por todas as sensações instintivas.

Na passagem pelos reinos, principalmente no reino animal, o Espírito demora muito tempo, por essa razão é que a idade de certos animais é longa, justamente para dar o tempo necessário ao Espírito, no aprimoramento ou na manifestação de certa classe de sensações em relação com o elemento sanguíneo.

Nesta fase possui o corpo astral já bastante adiantado, porém necessitando complementá-lo ainda mais, sensibilizando seus chacras, especialmente o laríngeo, o qual comanda as cordas vocais, é então encaminhado à espécie animal de pena, como a ultima etapa de sua passagem por esse reino animal.

O chacra laríngeo dos animais de pelo não passou pela fase rudimentar em que se encontra até hoje, por essa razão os sons que emitem são grosseiros, primam pela falta de variação e de harmonia.

Nos animais de pena quase todos apresentam uma variação infinita de sons, ricos de harmonia, melodia e beleza, sinal de que o chacra laríngeo neles já se encontra adiantadíssimo, quase pronto para os primeiros ensaios no setor do som articulado, ou seja, da palavra. Exemplo disso é o papagaio, que consegue formular palavras e até frases, quando ensinados pelos humanos.

Nessa altura, já possui um corpo astral melhor delineado, embora rústico, e impregnado de vibrações e sensações variadas e confusas. Já possui sensibilidade e instinto, sendo necessário proceder sobre ele a revitalização, o equilíbrio e aprimoramento do seu sistema de chacras.

Nessa fase iniciam o último estágio com as forças da Natureza situadas na órbita vibratória das cachoeiras, matas, pedreiras, mares, praia, campos, rios, etc., onde aperfeiçoarão e darão formas belas e humanas aos seus corpos astrais.

Nesta fase são chamados de Elementares Superiores, agrupando-se em quatro classes, de acordo com os campos magnéticos em que limitam, adquirindo dessas mesmas vibrações, as qualidades que os caracterizam, como sejam:


 Elementares do Ar: quando estagiarem no conhecimento de certos elementos expansivos.

 Elementares do Fogo: quando estagiarem no conhecimento dos elementos ígneos.

 Elementares da Água: quando estagiarem no conhecimento dos líquidos.

 Elementares da Terra: quando estagiarem no conhecimento dos elementos sólidos.


Os Espíritos Elementares forma-se em coletividades dentro de seus vários estágios de evolução e tudo fazem para constituir um carma próprio.

Eles se integram no movimento mágico da Corrente Astral de Umbanda, por lhes oferecer amplos meios de contato e trabalho nessa trajetória evolutiva, pois entram em constante relação com o elemento humano, e isso para eles é de vital importância.



Na Umbanda, através de certas operações da magia branca, é facultada aos Espíritos Elementares, intensa atividade que lhes traz benefícios diversos.

Eles atendem a certos sinais da Lei de Pemba, bem como a sons básicos da própria Natureza, que devem ser movimentados por quem saiba fazê-lo.

“Vemos a forma progredir om os instintos até a inteligência e a beleza, são os esforços da Luz atraída pelosatrativos do Espírito, é o mistério da geração progressiva e universal” (Matta e Silva)










(Trecho de: Yacyamara (Neta de: Wilson Woodorn da Matta e Silva))

terça-feira, 28 de novembro de 2017

UMBANDA ORIGEM CÓSMICA







Enganam-se aqueles que pensam que a Umbanda é uma religião africana. Na verdade, o conhecimento desse culto milenar foi levado à África por povos atlantes, durante as grandes migrações que tomaram lugar depois da terceira sub-raça originada na Atlântida (o continente desaparecido nos mares do Atlântico, cujos picos mais altos hoje remanescem no arquipélago de Cabo Verde, entre outras ilhas do noroeste da África).

Um dos povos que habitava o antigo continente era a negra, a etíope, que assim como outros povos, migraram para diversas partes do globo por conta dos grandes cataclismos que se aproximavam, desde o antigo Egito até as Américas. Naqueles tempos, alguns povos quando se mudavam, levavam consigo o nome de sua terra. Então os etíopes levaram para a África seu nome original, não sendo, todavia originários daquele continente.

Esta raça levou consigo o entendimento da magia e da luz divina, a Aumbandan, para a África. Mesclando-se com as tradições religiosas dos povos locais e com seus feiticeiros, deu origem aos cultos africanos como conhecemos hoje.

No Brasil, com a vinda dos escravos africanos, que não podiam exercer seus cultos tribais livremente por conta da pressão da igreja católica, surgiram outros cultos, como o candomblé, por exemplo, onde divindades africanas e até mesmo os Orixás, com a interpretação particular que faziam deles, se transformaram em figuras de santos cristãos, numa estratégia inteligente para driblar as dificuldades da época.

Por todo o planeta a saga dos atlantes em busca de novos lares, espalhou o conhecimento trazido pelos homens das estrelas; aqueles que, há milhões de anos, por amor ao homem da Terra, aportaram um dia com suas vimanas (naves espaciais) na Lemúria (o continente perdido cujas altas montanhas hoje formam a Austrália), transferindo-se posteriormente para a Atlântida, com as dinastias divinas, enquanto os grandes cataclismos que mudavam a face geológica do planeta iam se sucedendo.

Surgido originalmente como um movimento hermético e fechado nos Templos da Luz, nas academias iniciáticas, a original Aumbandan, que por sucessivas corruptelas veio a se chamar Umbanda, teve sua função maior revelada quando precisou se transformar num culto gerido por magos brancos para combater o então emergente movimento de magia negra que se espalhava.

Aparecem nessa época os egos chamados de Senhores da Face Tenebrosa, os magos negros, espíritos dominadores e egressos de planeta desaparecido, numa história ancestral e anterior às civilizações de nosso planeta. A Cidade das Portas de Ouro da Atlântida se torna o centro da magia negra.

Ao mesmo tempo, nos Templos da Luz, três tipos de entidades se manifestam na antiga AUMPRAM: os Encantados, ou Kama Rajás (não reencarnantes na Terra – entidades que vieram de outra cadeia de evolução e que se tornarão Adeptos, como a maioria dos que fazem sua evolução no planeta), os Nyrmanakayas (espíritos já libertos do carma ou em fase de libertação – os Jivamupticas) e os Iniciados (sem resíduo de carma). Apresentavam-se nos rituais, respectivamente, como instrutores, anciãos e puros, da mesma forma que hoje temos os caboclos, os pretos velhos e as crianças.

É traçado o primeiro Triângulo Fluídico no astral, sobre os céus da Atlântida e se inicia então a Aumbandan, que no idioma sagrado dos deuses (os homens vindos das estrelas), o devanagari, quer dizer: a luz divina ou a lei divina. Isso tudo se passa há mais de 700.000 anos.

Com o decorrer de milhares de anos, sua trajetória e seu entendimento ficaram velados através dos tempos e da história, assim como um dia também foi velada a palavra sagrada Umbanda.

Ressurgido no astral por ordem dos maiorais sidéreos, o Projeto Terras do Sul inicia, em terras americanas, o resgate do antigo culto, quando então, o Triângulo Fluídico é traçado sobre os céus do Brasil.

Centenas de entidades, de diferentes cadeias de evolução, que desde o princípio, trabalharam arduamente no desenvolvimento da raça humana no planeta, se engajam espontaneamente no projeto, alijando-se novamente de desfrutar dos paraísos cósmicos de seus planetas de origem, apenas por amor ao homem da Terra.

No final do século XIX a antiga Aumbandan renasce finalmente em solo brasileiro e por sucessivas corruptelas leva o nome de UMBANDA – a Luz Divina.

A origem do vocábulo Umbanda
A palavra Umbanda é um vocábulo sagrado da língua Abanheenga, que era falada pelos integrantes do tronco Tupy. Diferentemente do que alguns acreditam, este termo não foi trazido da África pelos escravos. Na verdade, encontram-se registros de sua utilização apenas depois de 1934, entre os cultos de origem afro-ameríndia. Antes disto, somente alguns radicais eram reconhecidos na Ásia e África, porém sem a conotação de um Sistema de Conhecimento baseado na apreensão sintética da Filosofia, da Ciência, da Arte e da Religião.

O termo Umbanda, considerado a “Palavra Perdida” de Agartha, foi revelado por Espíritos integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais. Estes espíritos são Seres que há muito não encarnam por terem atingido um alto grau de evolução, mas dignam-se em baixar nos templos de Umbanda para trazer a Luz do Conhecimento, em nome de Oxalá – O Cristo Jesus. Utilizam-se da mediunidade de encarnados previamente comprometidos em servir de veículos para sua manifestação.

Os radicais que compõem o mote UMBANDA são, respectivamente: AUM – BAN – DAN. Sua tradução pode ser comprovada através do alfabeto Adâmico ou Vattânico revelado ao Ocidente pelo Marquês Alexandre Saint-Yves d’Alveydre, na sua obra “O ARQUEÔMETRO”.

    AUM significa “A DIVINDADE SUPREMA“;
    BAN significa “CONJUNTO OU SISTEMA“;
    DAN significa “REGRA OU LEI“.

A UNIÃO destes princípios radicais, ou AUMBANDAN, significa “O CONJUNTO DAS LEIS DIVINAS“.

A instauração do Movimento Umbandista
 Escrever sobre Umbanda sem citarmos Zélio Fernandino de Moraes é praticamente impossível. Ele, assim como Allan Kardec, foram os intermediários escolhidos pelos espíritos para divulgar a religião aos homens.

Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo – Rio de Janeiro. Aos dezessete anos quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha aconteceu um fato curioso: começou a falar em tom manso e com um sotaque diferente da sua região, parecendo um senhor com bastante idade. À princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande. Após alguns dias de observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica sugeriu à família que o encaminhassem a um padre para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse possuído pelo demônio. Procuraram, então também um padre da família que após fazer ritual de exorcismo não conseguiu nenhum resultado.

Tempos depois Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: “Amanhã estarei curado”.

No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio. Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade.

O Pai de Zélio de Moraes Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita. No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói. Chegando na Federação e convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição e sentaram-se a mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde se realizava o trabalho. Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns presentes apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Advertidos pelo dirigente do trabalho a entidade incorporada no rapaz perguntou:

“- Porque repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens sociais e da cor?”

Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava perguntou:

“- Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?”

Ele responde:

“- Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim.”

O vidente ainda pergunta:

“- Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?”

Novamente ele responde:

“-Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei.”

Depois de algum tempo todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos resquícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi o Padre Gabriel Malagrida.

No dia 16 de novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, 30 – Neves – São Gonçalo – RJ, aproximando-se das 20:00 horas, estavam presentes os membros da Federação Espírita, parentes, amigos e vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos. Pontualmente as 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras iniciou o culto:

“-Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo”.

Após estabelecer as normas que seriam utilizadas no culto e com sessões diárias das 20:00 às 22:00 horas, determinou que os participantes deveriam estar vestidos de branco e o atendimento a todos seria gratuito. Disse também que estava nascendo uma nova religião e que chamaria Umbanda.

O grupo que acabara de ser fundado recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse as seguintes palavras:

“- Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem nas horas de aflição, todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai.”

Ainda respondeu perguntas de sacerdotes que ali se encontravam em latim e alemão.

O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que havia neste local, praticando suas curas.

Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:

“- Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá”,

Após insistência dos presentes fala:

“- Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo”.

Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:

“- Minha caximba.,nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá”.

Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de “Guia de Pai Antonio”.

No outro dia formou-se verdadeira romaria em frente a casa da família Moraes. Cegos, paralíticos e médiuns que eram dado como loucos foram curados.

A partir destes fatos fundou-se a Corrente Astral de Umbanda.

Após algum tempo manifestou-se um espírito com o nome de Orixá Malé, este responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia, espírito que, quando em demanda era agitado e sábio destruindo as energias maléficas dos que lhe procuravam.

Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebendo ordens do astral fundou sete tendas para a propagação da Umbanda, sendo elas as seguintes:

    Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia;
    Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição;
    Tenda Espírita Santa Bárbara;
    Tenda Espírita São Pedro;
    Tenda Espírita Oxalá;
    Tenda Espírita São Jorge;
    Tenda Espírita São Jerônimo.

As sete linhas que foram ditadas para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Iansã, Xangô, Oxossi e Exu.

Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das acima mencionadas.

Zélio nunca usou como profissão a mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.

O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou qualquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.

As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam.

A preparação dos médiuns era feita através de banhos de ervas e do ritual do amaci, isto é, a lavagem de cabeça onde os filhos de Umbanda afinizam a ligação com a vibração dos seus guias.

Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia, as quais até hoje os dirigem.

Mais tarde junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundaram a Cabana de Pai Antonio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacu – RJ.

Mais tarde, junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo, Zélio fundou a Cabana de Pai Antônio, no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira de Macacu, no Rio de Janeiro. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu, tendo ele falecido aos 84 anos, em 3 de outubro de 1975.

Zélio Fernandino de Moraes dedicou 66 anos de sua vida à Umbanda, tendo retornado ao plano espiritual, com a certeza da missão cumprida. Seu trabalho e as diretrizes traçadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas continuaram sendo desenvolvidos por suas filhas Zélia e Zilméa, que carregam em seus corações um grande amor pela Umbanda, árvore frondosa que está sempre a dar frutos a quem souber e merecer colhe-los.


Salve a Umbanda!