"Infelizmente,
nem todos os médiuns chegam ao templo umbandista imbuídos do ideal de doação,
esquecendo-se de suas mazelas, ressentimentos e pequenas lamurias do dia a dia.
Em verdade, o que é mais importante para nós, amigos benfeitores, é que os
nossos aparelhos esqueçam-se e elevem os pensamentos ao Pai, entregando-se com
amor nas tarefas mediúnicas. Se todos conseguissem isto por algumas horas, uma
vez por semana, facilitariam enormemente os nossos labores espirituais."
PAI VELHO – Não vamos nos
fixar na mecânica da incorporação para tentarmos nos fazer entender aos filhos
da Terra. Muitos outros abalizados autores já explicaram detalhadamente a
importância do médium estar bem preparado, com seus chacras equilibrados e
alinhados para vibrarem na mesma frequência vibratória das entidades do lado de
cá.
Primeiramente é
fundamental desmistificarmos o que seja “incorporação”, pois nos é triste
vermos medianeiros despreparados omitindo sua consciência e dissimulando para
os consulentes, dizendo que são inconscientes. Em verdade, não reencarnam mais
médiuns totalmente inconscientes e prepondera no mediunismo umbandista nos dias
atuais a chamada “incorporação” pela irradiação intuitiva. O aparelho mediúnico
sente as vibrações, percebe os seus guias, mas fica plenamente desperto e
consciente do que se passa pela sua mente. Daí a importância do estudo, que
dará a educação e o autoconhecimento necessários para que os sensitivos sejam
bons receptores dos guias emissores do plano espiritual.
Então, mais objetivamente
respondendo à vossa pergunta: no momento das consultas espirituais o templo
umbandista está repleto de espíritos trabalhadores e desencarnados que serão
atendidos. O ponto central de todos os trabalhos realizados são os médiuns com
os seus protetores. Usinas vivas fornecedoras de ectoplasma, aglutinam-se em
torno desses medianeiros os técnicos astrais que vão manipular os fluídos
necessários aos socorros programados. Dependendo das especificidades de cada
consulente, movimentamos as energias afins, por linha vibratória – orixá –
correspondente à necessidade do atendido.
Ao mesmo tempo, cada guia atende numa
determinada função, havendo uma enorme movimentação de falanges e legiões que
se deslocam aonde for necessário, tanto no plano físico quanto nos estratos etéreo
astrais, para realizarem as tarefas a que estão destinadas e autorizadas.
Nada é feito sem um
comando hierárquico e ordens de serviços criteriosas, de conformidade com o
merecimento e livre-arbítrio de todos os envolvidos. A instância superior que
dita e detalha a amplitude do que será feito tem recursos de análise
criteriosos que tornam impossível haver equívocos ou erros, mesmo quando há
penetração na corrente mediúnica por invigilância dos próprios médiuns.
Dizia Jesus “Quem não
renuncia a si mesmo, toma a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo”.
Infelizmente, nem todos os médiuns chegam ao templo umbandista imbuídos do
ideal de doação, esquecendo-se de suas mazelas, ressentimentos e pequenas
lamurias do dia a dia. Em verdade, o que é mais importante para nós, amigos
benfeitores, é que os nossos aparelhos esqueçam-se e elevem os pensamentos ao
Pai, entregando-se com amor nas tarefas mediúnicas. Se todos conseguissem isto
por algumas horas, uma vez por semana, facilitariam enormemente os nossos
labores espirituais.
Do livro "Aos Pés do
Preto Velho" - Ramatís e Pai Tomé
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