Podemos desmembrar a
composição de um trabalho espiritual, de uma maneira genérica, em alguns
elementos que desenvolvem funções mais ou menos específicas. Primeiramente,
temos dois conjuntos de colaboradores que operam em níveis diferentes do
ambiente de trabalho, ou seja, temos os trabalhadores Desencarnados (Guias,
Mentores, Protetores) e os trabalhadores Encarnados (Médiuns, Dirigentes,
Auxiliares). Da mesma maneira, na parte da Assistência, temos a Assistência que
é composta por Encarnados e uma Assistência que é composta por Desencarnados.
Todos compartilhando do mesmo ambiente, em ambas as dimensões da vida.
Como nossa intenção é
falar da atividade de sustentação, gostaria de tratar especificamente, do
conjunto dos trabalhadores encarnados, o qual é constituído por:
Dirigente dos trabalhos,
aquele que exerce a liderança espiritual naquela atividade;
Médiuns Ostensivos
(“médiuns de trabalho”, no dizer popular, pode ser médium de incorporação,
vidente, psicógrafo, etc...a depender do tipo de trabalho);
Sustentadores (também
podem ser entendidos como auxiliares, assistente, participante, apoiador, ou
“`médiuns” de sustentação, já numa linguagem mais específica do kardecismo);
Então, qual seria, do
ponto de vista da função, a importância daqueles que servem como sustentadores
do trabalho espiritual? Bom, sabemos que a função dessas pessoas é a de ajudar
a SUSTENTAR os trabalhos...mas, o que seria isso?
Se recorrermos a um bom
dicionário da língua portuguesa, vamos encontrar alguns significados para a
palavra Sustentar (como, ter ou segurar por baixo, impedir de cair, apoiar,
etc.). Mas, um desses significados é bastante adequado para a ideia de Sustentação
no trabalho espiritual. Sustentar seria AMPARAR; FORNECER RECURSOS A.
Logo, aquele que figura
como Sustentador é todo e qualquer pessoa que participe do ambiente do trabalho
e que possa contribuir fornecendo vibrações elevadas para a formação e manutenção
do campo espiritual e energético da Casa. Esta pessoa pode ser um médium de
trabalho ou não, desde que NÃO ESTEJA SENDO ATUADO diretamente por uma entidade
espiritual (seja na incorporação, na psicografia, ou qualquer outro fenômeno
que exija a participação direta do médium).
Na Umbanda encontramos
esse papel sendo desenvolvido, dentro da corrente mediúnica da casa, pelos
demais médiuns que não estejam em trabalho em um momento qualquer também serve
como um Sustentador.
No Kardecismo, encontramos
os trabalhadores da Sustentação, geralmente sentados ao lado dos médiuns de
psicofonia, nos trabalhos de desobsessão e/ou assistência espiritual,
auxiliando os médiuns de psicografia e também formando a corrente necessária
para os médiuns passistas.
É importantíssimo que eu
ressalte que não basta somente “estar do lado” do médium, ou no ambiente de
trabalho para concorrer com a manutenção vibratória e espiritual. É preciso
estar numa condição própria para isso. O que na verdade é algo bastante simples
e sem demais complicações. Basta, somente, que a pessoa esteja no ambiente do
trabalho com o seu pensamento voltado exclusivamente para o que está
acontecendo ali (ou seja, não ficar dentro do trabalho pensando no “jogo de
Futebol”, nem no que vai fazer na hora que sair dali, ou demais distrações que
não dizem respeito àquele momento). Manter-se em oração, mentalizando imagens
positivas, saudáveis, etc. Sem forçar nada. Entregar-se àquele momento com alegria
e gratidão por poder estar ali e direcionar sua atenção para o que está
ocorrendo no ambiente.
Vale lembrar também que
todos os recursos humanos que estão disponíveis no ambiente de trabalho são
utilizados pelos Mentores de Luz, seja a pessoa médium de trabalho ou não. Eles
se utilizam das emanações de energia positiva que são geradas por cada pessoa,
quando estas se encontram envolvidas em pensamentos saudáveis, em oração, etc.
Com o passar do tempo, é até comum que determinadas pessoas que antes só
atuavam como Sustentadores passem a ter afloradas em si, expressões mediúnicas
belas e ostensivas, direcionando-as para que passem a também tornarem-se
médiuns de trabalho.
Neste ponto, surge mais
uma pergunta. Qual a relação de importância entre o médium de trabalho e o
sustentador?
O Sustentador funciona
como um gerador e mantenedor do padrão das energias que devem estar disponíveis
no ambiente. Quando um médium de trabalho está atuado por um Guia (na Umbanda,
por exemplo) desenvolvendo um trabalho, ou mesmo numa sessão de desobsessão
(Espírita) em que o médium dá passagem a um irmão sofredor, devemos saber que
neste momento há um consumo muito grande da energia de ambos. As energias do
Médium, assim como a do Espírito (seja ele um Mentor ou não), vão sendo
consumidas (como uma vela que tivesse um pavio aceso em cada extremidade). Esse
consumo da energia pode ser mais ou menos intenso a depender da capacidade de
doação de energias próprias de cada médium e de cada Entidade (nem todos tem o
mesmo potencial). Isso se deve ao fato da necessidade que ambos tem, médium e
Entidade Espiritual, de equilibrar as suas vibrações para que o “encaixe” entre
as suas irradiações possa ocorrer e assim também provocar a manifestação
mediúnica (incorporação, psicofonia, psicografia, etc.).
Dessa forma, o Sustentador
gera um potencial de energias que é distribuído na corrente mediúnica e é
assimilado pelo campo mediúnico-vibratório dos médiuns que se encontram em
trabalho, de maneira que este campo possa ser revigorado, alimentado, e a sua
ligação com a Entidade Espiritual possa ocorrer durante o tempo necessário para
o trabalho.
Lembramos que no caso
daqueles que se encontram na Sustentação, embora não estejam em trabalho, os
seus Guias e Mentores de Luz também estão atuando, mas de maneira sutil. Ao
invés de atuarem envolvendo-os diretamente com a sua irradiação (conforme o
caso da incorporação, psicografia, etc), o Mentor atua criando um campo de
Inspiração e de Intuição para com o seu médium, permanecendo também ele (o
Guia) atuando como um sustentador do ambiente, só que na dimensão espiritual.
Falando especificamente da
Umbanda, as vibrações da música por meio do ritmo e da voz (as melodias e as
mensagens contidas nas letras dos Pontos Cantados), geradas por aqueles que as
executam de maneira concentrada e em sintonia com o trabalho, servem como um
potencial gerador e sustentador da corrente mediúnica. Da mesma forma, aqueles
que não se encontram cantando ou tocando, podem manter-se em prece,
mentalizando coisas boas para também alimentar o trabalho dos demais.
Na sessão Espírita, os
sustentadores devem agir também em sintonia com o que se desenvolve no
trabalho, sem alienar-se do que está ocorrendo, mantendo-se em oração,
mentalizando imagens positivas, etc.
Já pensou se aquelas
pessoas que assistiam ao Chico Xavier ficassem mais interessadas em ver a marca
da assinatura da psicografia e o conteúdo da mensagem do que em orar para que
ele tivesse sucesso no atendimento daquela multidão que o buscava, sedenta de
consolo e esperança?
Já pensou se estivéssemos
no trabalho mais interessados estivesse ali para resolver um problema
particular nosso do que o atendimento daqueles que buscam o Templo Sagrado
pedindo um lenitivo para as suas dores e aflições?
Eles teriam muito trabalho
para conseguir vencer as resistências vibratórias impostas por aqueles que
deveriam estar ao seu lado para ajudá-los (ao médium e principalmente aos
Mentores de Luz que confiam em nós), o que colocaria em sério risco as tarefas
de atendimento e consolação, com as quais nos vinculamos, seja nas Leis de
Umbanda ou nos princípios da Doutrina Espírita.
Por isso a necessidade de
SUSTENTARMOS (olha a palavra aí, de novo) uma postura digna e condizente com o
caminho que escolhemos, por vontade própria, trilhar nessa jornada espiritual
de evolução e busca de iluminação para nós mesmos e para todos que nos cercam.
E devemos fazer isso vigiando constantemente, em nossas vidas, as nossas
palavras e atitudes. Tratando especificamente do ambiente de trabalho
espiritual, essa atenção precisa ser redobrada, pois necessitamos ter uma
conversação digna e uma postura coerente com o local em que nos encontramos, em
respeito a todos que compartilham do mesmo ambiente conosco e, principalmente,
em respeito àqueles que batem em nossas portas em busca de alívio e socorro.
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