sábado, 9 de setembro de 2017

SUSTENTAÇÃO DO TRABALHO ESPIRITUAL









Podemos desmembrar a composição de um trabalho espiritual, de uma maneira genérica, em alguns elementos que desenvolvem funções mais ou menos específicas. Primeiramente, temos dois conjuntos de colaboradores que operam em níveis diferentes do ambiente de trabalho, ou seja, temos os trabalhadores Desencarnados (Guias, Mentores, Protetores) e os trabalhadores Encarnados (Médiuns, Dirigentes, Auxiliares). Da mesma maneira, na parte da Assistência, temos a Assistência que é composta por Encarnados e uma Assistência que é composta por Desencarnados. Todos compartilhando do mesmo ambiente, em ambas as dimensões da vida.


Como nossa intenção é falar da atividade de sustentação, gostaria de tratar especificamente, do conjunto dos trabalhadores encarnados, o qual é constituído por:

Dirigente dos trabalhos, aquele que exerce a liderança espiritual naquela atividade;

Médiuns Ostensivos (“médiuns de trabalho”, no dizer popular, pode ser médium de incorporação, vidente, psicógrafo, etc...a depender do tipo de trabalho);

Sustentadores (também podem ser entendidos como auxiliares, assistente, participante, apoiador, ou “`médiuns” de sustentação, já numa linguagem mais específica do kardecismo);
Então, qual seria, do ponto de vista da função, a importância daqueles que servem como sustentadores do trabalho espiritual? Bom, sabemos que a função dessas pessoas é a de ajudar a SUSTENTAR os trabalhos...mas, o que seria isso?

Se recorrermos a um bom dicionário da língua portuguesa, vamos encontrar alguns significados para a palavra Sustentar (como, ter ou segurar por baixo, impedir de cair, apoiar, etc.). Mas, um desses significados é bastante adequado para a ideia de Sustentação no trabalho espiritual. Sustentar seria AMPARAR; FORNECER RECURSOS A.

Logo, aquele que figura como Sustentador é todo e qualquer pessoa que participe do ambiente do trabalho e que possa contribuir fornecendo vibrações elevadas para a formação e manutenção do campo espiritual e energético da Casa. Esta pessoa pode ser um médium de trabalho ou não, desde que NÃO ESTEJA SENDO ATUADO diretamente por uma entidade espiritual (seja na incorporação, na psicografia, ou qualquer outro fenômeno que exija a participação direta do médium).

Na Umbanda encontramos esse papel sendo desenvolvido, dentro da corrente mediúnica da casa, pelos demais médiuns que não estejam em trabalho em um momento qualquer também serve como um Sustentador.

No Kardecismo, encontramos os trabalhadores da Sustentação, geralmente sentados ao lado dos médiuns de psicofonia, nos trabalhos de desobsessão e/ou assistência espiritual, auxiliando os médiuns de psicografia e também formando a corrente necessária para os médiuns passistas.

É importantíssimo que eu ressalte que não basta somente “estar do lado” do médium, ou no ambiente de trabalho para concorrer com a manutenção vibratória e espiritual. É preciso estar numa condição própria para isso. O que na verdade é algo bastante simples e sem demais complicações. Basta, somente, que a pessoa esteja no ambiente do trabalho com o seu pensamento voltado exclusivamente para o que está acontecendo ali (ou seja, não ficar dentro do trabalho pensando no “jogo de Futebol”, nem no que vai fazer na hora que sair dali, ou demais distrações que não dizem respeito àquele momento). Manter-se em oração, mentalizando imagens positivas, saudáveis, etc. Sem forçar nada. Entregar-se àquele momento com alegria e gratidão por poder estar ali e direcionar sua atenção para o que está ocorrendo no ambiente.

Vale lembrar também que todos os recursos humanos que estão disponíveis no ambiente de trabalho são utilizados pelos Mentores de Luz, seja a pessoa médium de trabalho ou não. Eles se utilizam das emanações de energia positiva que são geradas por cada pessoa, quando estas se encontram envolvidas em pensamentos saudáveis, em oração, etc. Com o passar do tempo, é até comum que determinadas pessoas que antes só atuavam como Sustentadores passem a ter afloradas em si, expressões mediúnicas belas e ostensivas, direcionando-as para que passem a também tornarem-se médiuns de trabalho.

Neste ponto, surge mais uma pergunta. Qual a relação de importância entre o médium de trabalho e o sustentador?

O Sustentador funciona como um gerador e mantenedor do padrão das energias que devem estar disponíveis no ambiente. Quando um médium de trabalho está atuado por um Guia (na Umbanda, por exemplo) desenvolvendo um trabalho, ou mesmo numa sessão de desobsessão (Espírita) em que o médium dá passagem a um irmão sofredor, devemos saber que neste momento há um consumo muito grande da energia de ambos. As energias do Médium, assim como a do Espírito (seja ele um Mentor ou não), vão sendo consumidas (como uma vela que tivesse um pavio aceso em cada extremidade). Esse consumo da energia pode ser mais ou menos intenso a depender da capacidade de doação de energias próprias de cada médium e de cada Entidade (nem todos tem o mesmo potencial). Isso se deve ao fato da necessidade que ambos tem, médium e Entidade Espiritual, de equilibrar as suas vibrações para que o “encaixe” entre as suas irradiações possa ocorrer e assim também provocar a manifestação mediúnica (incorporação, psicofonia, psicografia, etc.).

Dessa forma, o Sustentador gera um potencial de energias que é distribuído na corrente mediúnica e é assimilado pelo campo mediúnico-vibratório dos médiuns que se encontram em trabalho, de maneira que este campo possa ser revigorado, alimentado, e a sua ligação com a Entidade Espiritual possa ocorrer durante o tempo necessário para o trabalho.

Lembramos que no caso daqueles que se encontram na Sustentação, embora não estejam em trabalho, os seus Guias e Mentores de Luz também estão atuando, mas de maneira sutil. Ao invés de atuarem envolvendo-os diretamente com a sua irradiação (conforme o caso da incorporação, psicografia, etc), o Mentor atua criando um campo de Inspiração e de Intuição para com o seu médium, permanecendo também ele (o Guia) atuando como um sustentador do ambiente, só que na dimensão espiritual.

Falando especificamente da Umbanda, as vibrações da música por meio do ritmo e da voz (as melodias e as mensagens contidas nas letras dos Pontos Cantados), geradas por aqueles que as executam de maneira concentrada e em sintonia com o trabalho, servem como um potencial gerador e sustentador da corrente mediúnica. Da mesma forma, aqueles que não se encontram cantando ou tocando, podem manter-se em prece, mentalizando coisas boas para também alimentar o trabalho dos demais.

Na sessão Espírita, os sustentadores devem agir também em sintonia com o que se desenvolve no trabalho, sem alienar-se do que está ocorrendo, mantendo-se em oração, mentalizando imagens positivas, etc.

Já pensou se aquelas pessoas que assistiam ao Chico Xavier ficassem mais interessadas em ver a marca da assinatura da psicografia e o conteúdo da mensagem do que em orar para que ele tivesse sucesso no atendimento daquela multidão que o buscava, sedenta de consolo e esperança?

Já pensou se estivéssemos no trabalho mais interessados estivesse ali para resolver um problema particular nosso do que o atendimento daqueles que buscam o Templo Sagrado pedindo um lenitivo para as suas dores e aflições?

Eles teriam muito trabalho para conseguir vencer as resistências vibratórias impostas por aqueles que deveriam estar ao seu lado para ajudá-los (ao médium e principalmente aos Mentores de Luz que confiam em nós), o que colocaria em sério risco as tarefas de atendimento e consolação, com as quais nos vinculamos, seja nas Leis de Umbanda ou nos princípios da Doutrina Espírita.

Por isso a necessidade de SUSTENTARMOS (olha a palavra aí, de novo) uma postura digna e condizente com o caminho que escolhemos, por vontade própria, trilhar nessa jornada espiritual de evolução e busca de iluminação para nós mesmos e para todos que nos cercam. E devemos fazer isso vigiando constantemente, em nossas vidas, as nossas palavras e atitudes. Tratando especificamente do ambiente de trabalho espiritual, essa atenção precisa ser redobrada, pois necessitamos ter uma conversação digna e uma postura coerente com o local em que nos encontramos, em respeito a todos que compartilham do mesmo ambiente conosco e, principalmente, em respeito àqueles que batem em nossas portas em busca de alívio e socorro.









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