A mediunidade desta época,
a que está sendo mais aflorada, é a semiconsciente. Isso ocorre a fim de que o
veículo utilizado pela entidade não passe em brancas nuvens aquela experiência
única daquela incorporação específica, sem dela retirar proveitos práticos para
sua evolução pessoal.
O médium ouve a Entidade e
o consulente, mas não deve interferir. Ouve, como um acadêmico de medicina em
fase de estágio, onde o professor/médico e o seu paciente mantêm diálogo aberto
sobre os problemas enfrentados, as soluções possíveis, o caminho mais adequado
à cura; cabendo-lhe tão somente realizar suas anotações e aprender para a sua
vida pessoal a indicação mais certa para não cair (ele mesmo, o aluno) naquela
enfermidade e, estando acometido de mal semelhante, receber luzes para
encontrar o caminho mais promissor à sua própria libertação.
Como um sacerdote, canal
da comunicação divina aos homens, ouve o confidente e silencia para, em prece,
interceder para que a luz atinja aquele ser que se debate em seus conflitos
íntimos e o restaure.
Essa forma específica de
mediunidade constitui, também, uma grande prova e motivo de valiosa expiação
quando bem vivida, pois diversos fatores acercam-se do filho, aparelho para os
imortais:
1º) A Confiança – O médium
enfrenta o dilema de confiar sem ver com os olhos da carne. Aqui ele é lapidado
para “acreditar”, independente da substância, da forma, das cores, para além da
matéria densa;
2º) A Entrega – O processo
de harmonização entre a entidade e o médium; é momento de ajuste, onde os fios
tênues de amor de um e do outro se conectam, dissipando as arestas que impedem
tal comunicação. Quanto maior a entrega do médium, mais rápido a entidade
encontra canais para essa união; mais intenso e tranquilo o ajuste ou
justaposição dos corpos da entidade e do médium;
3º) A Vitória sobre a
resistência – É comum aos encarnados o cultivo dos seus diversos “achismos”, de
suas ideias pré-concebidas, de seus interesses pessoais, de suas doenças
invisíveis. Tudo isso precisa ser purificado para que o médium mergulhe nas
certezas de quem veio trabalhar;
4º) A Disciplina – Ao
médium é ofertada a oportunidade do rompimento com as “facilidades” de um tempo
provisório e consigo mesmo, quando da retirada dos escombros que não lhe
pertencem, mas que teimam em se instalar em seu coração. A estrada é a da
evolução, da disciplina e da coragem;
5º) A Lapidação – Ser
canal da Luz Divina é trabalho sério. Daí a necessidade da limpeza diária dos
canais dessa luz – audição, aparelho fonador, visão, órgãos sinestésicos,
mente, etc., afim de que as mensagens recebidas fiquem livres das filigranas da
“temporalidade” e o trabalho realizado surta o efeito necessário sem acumular
energias outras que venham produzir mais desequilíbrios. Lapidar é um verbo de
presença efetiva no dia-a-dia daquele que se dispõe a esse serviço;
6º) O Abandono da timidez
e do “amor próprio” doentio – Cabe aos que abraçaram esse trajeto se despirem
de si e deixarem cada entidade trabalhar do seu jeito, sem a preocupação com o
que os outros dele pensarão, pois as entidades que militam na seara da Luz
sempre vêm com um propósito, com uma moral elevada, com atitudes que exalam o
infinito do amor;
7º) A Libertação da
vaidade - O médium deve estar vigilante para não “dramatizar” as sessões ou
giras; não é aconselhável nem justo “se fazer passar pela Entidade”, a fim de
que esta não o deixe ao sabor de suas próprias temeridades.
O médium, independente de
seu grau de entrega, é canal de bênçãos. Ele, em si mesmo, não é a bênção! É
antes canal e manifestação dela na vida dos que estão na mortalidade. Daí a sua
responsabilidade. Daí a necessidade da sua vigilância e coerência pessoal. Daí
precisar estar em intimidade com os seus Guias, com a Luz e a Verdade do
Cristo, em evolução perene.
Texto do espírito Estrela
Maior
Pela médium Francimary
Figueiredo
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