Toda tenda de Umbanda,
possui um ritual e embora estes rituais se modifiquem de terreiro a terreiro, é
preciso que se norteie estes modos de se realizar uma gira, uma disciplina, ou
seja, devem haver normas conhecidas por todos os integrantes do Templo, desde o
Dirigente até o Iniciado que acabou de ingressar na Umbanda. Este deve ser
orientado o máximo possível com relação a sua postura dentro do terreiro, bem
como de suas obrigações e deveres para com seus irmãos e, claro, sobre as
normas básicas de respeito, tratamento e conhecimento correto de quem são
nossos mentores espirituais.
O primeiro a ter
respeito por tudo e por todos dentro de
uma tenda de Umbanda não é o médium que se achega, que desconhece quase tudo o
que acontece no interior de um terreiro. O maior respeito, atenção e firmeza de
caráter deve vir, inicialmente, do Dirigente e dos filhos mais velhos.
Num terreiro de Umbanda,
cada um deve ser o que é, não devem existir máscaras ou meias intenções. Aquele
que acorre a um terreiro pela primeira vez, deve ser ele mesmo, pois só assim
poderá sentir, de fato, as mudanças que se processarão para melhor em sua vida,
à medida que for se auto conhecendo, é claro, pois não faz sentido existir um
terreiro de Umbanda se não tiver por meta superior proporcionar a melhora de
seus integrantes, bem como daqueles que acorrem às suas giras de caridade.
A Umbanda ensina que cada
um é o que é. Cada pessoa, em seu íntimo, sabe perfeitamente quais são seus
processos de ação e reação para com o mundo que o cerca. É verdade que existem
pessoas que precisam de uma direção, precisam de alguém que lhes mostre o
caminho.
Infelizmente, quase todos
procuramos nos esconder de nós mesmos, pois falta-nos coragem para se olhar no
espelho. Poucos de nós têm consciência plena de quem somos fisicamente,
emocionalmente e a nível de pensamentos. Devemos nos esforçar para saber quem
somos na realidade, assumindo nossos defeitos e assim darmos o primeiro passo
para a mudança. Para isso, dentro de um terreiro de Umbanda, podemos contar com
o auxílio fraterno das Entidades e também com os conselhos de irmãos mais
experientes e sinceros.
Mas dar e mostrar uma
alternativa melhor para se viver não quer dizer “modificar” atitudes e
consciências à força, como se, alguém acostumado a determinados hábitos,
repentinamente mudasse de opinião, ou passasse a acreditar em algo.
A Umbanda não agride
consciências, não visa tornar ninguém infeliz ou vazio de religiosidade. Ela é
grande o bastante para mostrar a que todos os caminhos levam ao mesmo destino,
e que, na realidade, não são os caminhos que importam, mas antes o aprendizado
que se tem quando anda por eles.
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