quinta-feira, 26 de julho de 2018

UMA HISTÓRIA DE HUMILDADE






Certa vez, um homem foi a procura da cura de sua filha e buscou um núcleo de Umbanda. Chegando lá, o homem que tinha posses e dinheiro foi atendido por um médium de cor negra que estava atendendo sobre influência de um espírito denominado Preto-Velho. O humilde espírito falou que a doença de sua filha era reação de vidas passadas e que ele deveria aceitar isso como uma oportunidade de evolução tanto para ele quanto para o espírito de sua filha. O Homem não querendo acreditar no que aquela entidade havia lhe dito ele saiu inconformado criticando: - Como pode! Um analfabeto, burro, pobre, de pés no chão falando assim comigo! Como pode ter se recusado a curar minha filha! Sua insatisfação com a resposta foi tanta que procurou o médium mais famoso do Brasil - Chico Xavier. Lá encontrou filas intermináveis para poder ao menos dar um abraço no humilde Chico.

Chegando ao aconchego da reunião Espírita um espírito se manifestou através de outro médium que estava na mesa junto ao grupo. O Homem foi falar com o espírito e o espírito já veio com resposta: - Por que você vem me procurar mais uma vez? - Sem entender nada o homem falou: - Mas como, eu nunca te procurei! E o espírito não demorou muito e continuou: - Você não se lembra de quando foi procurar uma resposta para a doença da sua filha lá naquele centro de umbanda com aquele homenzinho humilde? Eu estou aqui novamente. O homem ficou abismado, enquanto isso, Chico Xavier que ouvia a tudo somente balançava a cabeça confirmando que o espírito estava falando. E no término da reunião, Chico transmitiu uma linda mensagem e falou o nome do espírito que havia lha passado tal mensagem. A mensagem foi dada pelo irmão Pai João que é um amigo da casa e um espírito de muita luz que trabalha de forma humilde de um Preto-Velho. É bom lembrar algumas frases:

"Toda forma de servir é uma bênção!"

"O Bem que fizeres em algum lugar, serás teu advogado em toda parte!"

Lembremos também que, os espíritos que se apresentam na Umbanda como Pretos-Velhos ou Caboclos são amigos nossos que também se apresentam em reuniões mediúnicas dentro de centros espíritas kardecistas.

Respeitemos a todos os nossos irmãos que trabalham na Umbanda, que eles recebam muita luz, e que os espíritos que se apresentam na Umbanda que nos iluminem juntamente a todos os trabalhadores, samaritanos e médicos espirituais.









Texto do Grupo de Estudos Amigos de Chico Xavier

segunda-feira, 23 de julho de 2018

O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS











Muitas vezes, somos levados a pensar que só pessoas com muito estudo são capazes de nos ensinar algo de bom.

Certo dia, porém, meu tio- que não teve oportunidade de estudar- usou uma comparação simples e, ao mesmo tempo, tão comovente para falar sobre beleza, que jamais pude esquecê-la. Ele falou que não existem pessoas feias, tudo é questão de visão, assim  como uma vitrine de roupas: algumas pessoas passarão por ela e acharão aquelas roupas feias; outras já poderão achá-las belíssimas. Assim é com as roupas, assim é com as pessoas.

Sei que essa comparação pode parecer superficial, pois se refere à beleza exterior e, claro, ela não é a mais importante! Porém o que me chamou atenção nessa comparação não foi a beleza em si, mas em como ela pode ser vista. Se uma mesma coisa pode ser considerada feia ou bonita por pessoas distintas, então é porque a beleza não está nessa coisa, mas nos olhos de quem a observa. Foi isso que me fez refletir profundamente! Quer dizer que a beleza depende do nosso julgamento?! E os padrões de beleza?Se a maioria julga algo bonito, tenho que achá-lo bonito também ou, no caso de ser julgado feio, tenho que, também, achá-lo feio?

Essas foram as perguntas que inundaram minha mente e o que consegui pensar foi que posso usar minha liberdade para enxergar a beleza que nem sempre é visível aos olhos. Antes de pensar em padrões ou julgamentos, quero pensar naquilo que faz bem a mim e aos outros, pois é a partir daí que vou conseguir enxergar uma beleza para além das aparências.

Quero que meus olhos vejam a beleza de um  sorriso nos rostos de pessoas que antes  choravam; quero ver a beleza de uma família que foi restaurada; de uma criança que é bem cuidada; de uma pessoa que teve sua esperança recuperada. Quero ver a beleza nos pequenos momentos de felicidade que passo com minha família e amigos. Quero ver a beleza dos dias que são diferentes por seus detalhes. Quero enxergar os corações, que guardam a verdadeira beleza da alma.  Portanto, preciso enxergar além do que vejo, preciso enxergar com o coração para ver a verdadeira beleza da vida.
















Postado por Eulidiane Morais

quinta-feira, 19 de julho de 2018

ROUPA BRANCA NA UMBANDA






Roupa  branca guarda consigo um significado para além daquelas inerentes as outras cores, sendo até considerada, para alguns, como perfeita, por não apresentar concepção de negativo. Daí o questionamento que paira sobre a cabeça: o branco seria uma cor de fato? Todavia, a cor branca, quando falamos em simbologia, é uma cor e nos passa algo. Essa percepção pode ser vista em aspectos naturais, a exemplo de um alto valor dado aos animais que possuem tonalidade branca (pássaros grandes brancos), onde possuem ligação com divino, ou até mesmo apropriada para representações em instituições religiosas.

Importante ressaltar que o branco apresenta uma grande aptidão em ser inserido em questões que envolvam o campo religioso. Fala-se que o branco é o início de tudo. Ao criar o mundo, Deus, em seu primeiro comando disse: “faça-se luz!”, permitindo diversas associações com a cor em comento. Interessante notar que a primeira imagem que temos ao pensarmos sobre essa passagem é um clarão branco. Sendo assim, o branco passa a ser abraçado por diversas religiões, envolvendo, a princípio, o início do bem, a ressurreição, a remissão dos pecados.

Em antigas ordens religiosas, o branco representava elevada sabedoria e alto grau de espiritualidade. Antigos druidas encontraram na cor branca o elo do mundo material para comunicação com o mundo espiritual. Os magos brancos da Índia mantinham-se travestidos de branco, pois era o tom de suas roupas sacerdotais, o que deu nome ao grupo. Não somente esses grupos, mas também o próprio Jesus Cristo fazia questão de que suas vestes, quando em terra, detivessem uma tonalidade branca durante suas peregrinações. No Candomblé, o uso de vestimentas brancas às sextas é recorrente, de modo a entrarem em sintonia com sentimentos de pureza, para agradecer. A importância do branco na cultura, portanto, varia de local para local, mas sempre possuindo destaque perante outras cores. Desse modo, em nada diferente demonstra a Umbanda quanto a essa questão.

A Umbanda fora oficialmente criada em 15 de novembro 1908, anunciada no plano físico pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por meio do médium Zélio Fernandes de Moraes. Uma das diretrizes passadas pelo Caboclo foi a necessidade do uso de roupas brancas pelos trabalhadores dessa religião. Pelo que vimos antes, não poderia ser algo aleatório, pois a cor branca possui uma elevada importância, a depender da cultura. Para a Umbanda, portanto, o branco carrega consigo o sentimento de paz espiritual, assepsia, calma, serenidade e outros valores de elevada estirpe.

A roupa do médium umbandista, portanto, deve ser clara, buscando expressar pureza e os demais sentimentos listados acima, promovendo, não só em si, mas também nos demais irmãos (médiuns da corrente e consulentes), essas vibrações. Além disso, sempre reparar na simplicidade que devemos portar, para demonstrar que não somos diferentes dos demais, sem que um esteja acima do outro em qualquer característica, pois somos filhos de Deus.

Por outro lado, por ser uma religião que é capitaneada por orixás, para dar enfoque a cor branca, a Umbanda tem nela a representação de Oxalá, possuindo os mesmos valores elevados já citados, além de ser o regente da Fé no Ritual de Umbanda Sagrada. Considerando a fé como o mistério religioso por excelência, o estímulo desse deve se dar por meio das vestimentas brancas dos irmãos da corrente e o respeito para com Pai Oxalá. Daí a denominação que é dada aos umbandistas de “exército branco de Pai Oxalá”.

Desse modo, o vestir branco favorece os estímulos necessários para o desenvolvimento do trabalho mediúnico na religião umbandista. Não só elevando as energias dos médiuns da casa, como também os próprios consulentes entram nessa sintonização. Daí a importância e o cuidado da vestimenta do médium estar sempre conservada e limpa, de modo a afastar forças deletérias que possam atrapalhar o andamento dos trabalhos.















terça-feira, 17 de julho de 2018

CALUNGA GRANDE








O termo "calunga" é de origem bantu e tradicionalmente faz referência à morada dos mortos, ou mais comumente, ao cemitério.  Assim, sempre que nos referimos à calunga, estamos nos referindo ao campo santo, o cemitério, o local os despojos carnais são depositados.  No entanto, essa palavra assumiu uma outra dimensão.

Ao serem capturados (ou ao ver seus irmãos sendo feitos cativos) e colocados em navios negreiros, os africanos passaram a ver o mar como um grande cemitério, já que a viagem rumo à escravidão representava uma espécie de morte em vida.  Era como se o mar levasse embora tudo que lhes era precioso: os costumes, a crença, a dignidade, o convívio com os entes queridos e, principalmente, a liberdade.  Dessa forma, o mar passou a ser encarado como uma grande calunga, ou seja, como um grande cemitério.

Assim surgem dois novos verbetes no vocabulário do negro – e que viriam integrar o dialeto das religiões com matiz africana: a calunga grande (o mar) e a calunga pequena (o cemitério propriamente dito).

Há um aparente paradoxo na utilização desse termo para se referir ao mar, afinal não é ele um dos reinos dos orixás?  Não seria o mar a origem da vida?  Então como relacioná-lo à morte?

Não esqueçamos que a morte (iku em yorubá) não representa o fim, e sim uma transformação.  Não esqueçamos também que Omolu, o orixá da cura, mas também da morte (no sentido de transformação, não de fim), e Iemanjá, a rainha do mar, o princípio e a origem da vida, da maternidade, da concepção.

O que parece ser um paradoxo é, na verdade, a explicação para essa questão.  Ao mesmo tempo em que o mar representava a morte aos cativos, representava também um renascimento no Brasil.  Não que esse renascimento fosse algo agradável, longe de defender a escravidão, mas era um renascimento no sentido de levar a sua cultura, as suas crenças, os seus orixás a terras tão distantes.  Era como se a o pai Omolu determinasse o fim em terras africanas e Iemanjá um recomeço em novas terras, permitindo assim que os povos americanos tivessem a oportunidade de conhecer as divindades pelo ponto de vista africano, e não do europeu, tradicionalmente cristão/católico.  Concluímos que aqueles negros cativos, bravos heróis, deram a sua liberdade e a sua vida para nos agraciar com a crença e o conhecimento sobre os divinos orixás, inkisses e voduns.  Graças a eles e à sua heroica resistência hoje temos a oportunidade de cultuar essas entidades, sem a viseira das religiões tradicionais da Europa.

Assim sendo, o mar, chamado de calunga grande, que representou em tempos idos um gigantesco cemitério, é para nós um reino sagrado, que nos trouxe essa oportunidade.  A quem cultua as divindades do panteão africano não basta reverenciar seus reinos sagrados, é preciso conhecer os seus fundamentos e história.    Ao colocar os pés na água do mar, não esqueça de saudar os divinos orixás, a vida e aos nossos ancestrais cativos, a quem devemos tanto.



Texto de: Douglas Fersan

sexta-feira, 13 de julho de 2018

VAIDADE É UM SENTIMENTO NÃO TOLERADO NA UMBANDA








A Umbanda, assim como já sabemos, é uma religião voltada a fazer à caridade, o amor, a paz, a justiça, mas ela está voltada principalmente para a humildade.

    Mas ao contrario do que nossa amada religião prega sobre humildade, muitas pessoas que se dizem umbandista, levam dentro de si a vaidade extrema, tentando demonstrar isso dentro de terreiros, templos, tendas, barracões e casas de Umbanda.

    Certamente pessoas assim não aprenderam nada com as Entidades de Luz, que demonstram com sabedoria a pratica da humildade, e de nunca deixar o vício da vaidade tomar conta de seus corações.

    É impossível para nós que cremos na Umbanda, entender que um filho de uma casa, seja ela qual for não perceba que a maior lição das Entidades de Luz não é demonstrar a vaidade através de roupas belas, guias e mais guias no pescoço, grandes cigarrilhas, bebidas caras, danças exóticas, e com tudo isso uma mistificação sem igual.

    Muito triste para nós umbandistas vermos irmãos trajados com ternos impecáveis, vestidos caríssimos, chapéus e sapatos sempre de ótima qualidade, apenas para aparecerem mais que os outros médiuns em uma vaidade descomunal.

    E esses ainda fazem questão de serem filmados, homenageados, idolatrados, sem o menor pudor, sem o menor constrangimento, sem a menor vergonha na cara, esquecendo tudo que a Umbanda ensina tudo que ela prega tudo que ela demonstra através de suas Entidades de Luz.

    A todos que buscam respostas pela luz da religião de Umbanda, aqui vou dar uma bem simples de se entender:

    Nenhuma Entidade de Luz da Umbanda seja ela um Caboclo, um Boiadeiro, um Erê, um Preto Velho, um Cigano, um Malandro, um Exú ou uma Pomba Gira, nenhuma dessas divindades vai impor que um médium coloque vestes especiais, nenhuma vai autorizar que esses médiuns, se dizendo incorporados, fiquem fazendo teatro pedindo que sejam filmados, gravados, fotografados, para mostrarem suas roupas brilhantes, coloridas. Nenhuma Entidade de Luz irá ficar incorporado na coroa de um médium para dar entrevistas ou passar mensagens através de qualquer tipo de mídia.

    Isso tudo é mistificação, é demonstração de vaidade, pura vaidade de médiuns não preparados, ignorantes e que desconhecem a essência da religião de Umbanda.

    Hoje é muito fácil observar essas tristes demonstrações de vaidade, basta estar em um terreiro, em uma Gira qualquer, o médium se dizendo estar incorporado com tal Entidade de Luz, se esse médium perceber alguém filmando, ele desejará se tornar o centro das atenções, começando a dançar sem noção nenhuma, a falar mais alto, a gargalhar, a rodar, a mostrar sua roupa colorida, enfim, fica totalmente entregue a obsessores da vaidade, quebrando a Gira, atrapalhando os trabalhos, e logicamente prejudicando os consulentes, que estão ali por alguma necessidade.

    A vaidade não é tolerada pela Umbanda, assim como seus médiuns vaidosos também não são.

    A Entidade tem a consciência que não existe um Guia mais poderoso que outro, que todos têm a mesma luz concedida por Deus, para ali estarem e para sanar as necessidades de quem é merecedor. Porém os médiuns vaidosos passam por cima de suas próprias Entidades de Coroa, e fazem questão de mostrarem que tem na Coroa uma Entidade mais poderosa do terreiro. E assim fazendo esses médiuns estão afastando as suas Entidades, e dando aberturas para espíritos Zombeteiros, e esses dominam esses mistificadores fazendo-os acreditar em coisas não existentes, como ser o melhor da casa, e assim, claro, fazendo a vaidade aumentar cada vez mais, até que essa vaidade engula o próprio médium vaidoso, fazendo-o se tornar apenas um fantoche nas mãos dos espíritos Zombeteiros.

    Devemos entender que a vaidade significa a qualidade do que é vão algo vazio, firmado apenas sobre aparência ilusória.

    A vaidade nada mais é que uma valorização que se atribui a própria aparência, ou qualquer outra qualidade física ou mesmo intelectual, que é fundamentada apenas no desejo de avaliação muito lisonjeira que alguém tem de si mesmo, extrema falta de modéstia, grandiosa presunção, idolatração as coisas insignificantes, as futilidades, ao desejo de ser maior ou melhor que tudo e todos.

    Infelizmente, em médiuns de menos idade, os que estão se iniciando no desenvolvimento, os inexperientes, que ainda desconhecem os fundamentos da religião de Umbanda, a vaidade é o traço vicioso do ego mais fácil de identificar, sendo assim devemos tentar mostrar sempre que vaidade e Umbanda não se combinam, pois como a própria definição nos aponta, a vaidade é vazia e mentirosa, e em um âmbito espiritual, acharmos que somos melhores que os outros porque nosso Guia faz algo interessante, ou que devemos estar com as melhores roupas de caracterização de uma Entidade, ou devemos ostentar melhores bebidas, dizendo que foi pedido do Guia, ou mesmo ainda usarmos adereços sem noção e nexo, apenas para tentar demonstrar beleza, e assim chamar atenção. Isso tudo só funciona para cortar a sintonia entre o médium e a religião, que sabemos que um dos principais pilares é a humildade.

    Portanto senhores médiuns que se deixam ser levados pelo desonroso sentimento de vaidade, parem de querer esse desejo de serem artistas, de serem modelos, de serem entrevistados como famosos, de ficarem tentando aparecer nas ruas trajando roupas caracterizadas como as Entidades de Luz, pois os médiuns são apenas mensageiros, apenas auxiliadores das forças verdadeiras que são os Guias.

    Finalizando devemos lembrar sempre que para estarmos em um terreiro de Umbanda, precisamos nos aliar diariamente a humildade, ao espírito de sacrifício e a caridade total.

    Essa caminhada é árdua, difícil, muitas vezes dolorida e não tem espaço para que se permita um desvio para o orgulho e principalmente para a vaidade.

    Sejamos humildes, humildes ao ponto de sermos escolhidos a entregar nossa Coroa a uma verdadeira Entidade de Luz, e não a espíritos Zombeteiros, como muitos médiuns vem fazendo através de sua vaidade extrema, e usando o nome lindo da nossa amada Umbanda.











terça-feira, 10 de julho de 2018

SER UMBANDISTA DE CORAÇÃO







Muitas pessoas se dizem umbandistas, batem no peito, orgulhosamente dizendo a si mesmo que a Umbanda é a religião que toca e comanda seu coração.

Mas ai que está o porém e a pergunta...

O que é ser umbandista?

Uma das primeiras coisas que devemos entender é que nunca devemos ter vergonha em demonstrar, não só a nós mesmos, mas a todos nossos semelhantes que amamos incondicionalmente essa religião tão maravilhosa, tão bela, mas tão mal compreendida.

É inaceitável que um umbandista tenha vergonha de expressar seu amor pela religião, ou que tenha vergonha de ser identificado como um irmão de terreiro.

Nós umbandistas de coração devemos nos dar acima de tudo a caridade de um trabalho espiritual.
Devemos saber e entender que uma casa, um terreiro, um centro de Umbanda é um local espiritual, e devemos entender que esses locais representam a bela Umbanda.

Devemos crer que temos que respeitar para sermos respeitados, ouvir para que sejamos ouvidos, é sabermos amar para que sejamos amados, e principalmente saber darmos um pouco de nós para que assim recebamos a luz divina de Deus dentro de nosso coração.

Devemos ter a percepção que a Umbanda não faz e nunca fez milagres, e termos a compreensão de quem faz é Deus, e esses milagres só quem os recebe são aqueles que realmente os mereceram.

Temos que ter a grande compreensão de que uma casa de Umbanda não é comércio de bênçãos, não vende e nem dá salvação, porém oferece a ajuda para aquele que deseja encontrar um caminho de luz rumo a Deus.

O umbandista é aquele que respeita a casa que se encontra, por seu Zelador de Santo e pela própria religião de Umbanda como um todo.

O umbandista é aquele que não é dominado pela vaidade, pelo orgulho, pelo ódio, pela prepotência, pela promiscuidade. É aquele que sabe tirar suas dúvidas com seu Zelador, sabe conversar expondo tudo aquilo que deseja entender.

O umbandista deve saber que nem sempre estamos preparados, que é necessário muita dedicação, tempo e boa vontade para os trabalhos de Umbanda. Devemos entrar no terreiro sem ter hora para sairmos, ou sair apenas após o último consulente ter sido atendido.
  
Ser umbandista é entregar a coroa a nossos Orixás, para que assim ele me revigore com sua força, deixando-me forte o suficiente para que eu possa viver meu dia em uma luta constante em benefício dos que precisam de auxílio espiritual.

O umbandista é aquele que ama e defende sua religião, mesmo sendo chamado de louco, atrasado, ignorante, feiticeiro, e mesmo assim dedica-lhe todo carinho e amor que ela merece.

O umbandista é aquele que mesmo atacado, ofendido fisicamente, espiritualmente ou moralmente pelos hipócritas e falsos religiosos, continua mesmo assim amando a linda Umbanda.


O umbandista deve ser umbandista, sempre pedindo ao Pai Maior que ele não esteja apenas sendo umbandista. É acreditar que mesmo nos piores momentos da vida, com as maiores mazelas, com as maiores decepções, mesmo estando em épocas ruins espiritualmente ou materialmente, que os Orixás e as Entidades de Luz mesmo que não possam nos tirar daquela situação por termos que passar por aquilo, estarão ali, ao nosso lado em todos os momentos nos dando ânimo, força e coragem, pois para sermos verdadeiramente umbandistas, devemos crer nessas divindades sublimes, pois elas são a representatividade da pura essência de Deus, nosso amado Pai Maior.

    Ser umbandista é vestir o branco sem vaidade.

É não ter orgulho quando se recebe um agradecimento de alguém que você nunca viu, simplesmente porque uma de suas Entidades de Luz o ajudou a não ter orgulho.

É colocar suas guias de trabalho e sentir o peso da responsabilidade, onde muitos sentem apenas a vaidade e a ostentação.

Ser umbandista é se entregar definitivamente a caridade, chorar, sorrir, respirar, andar dentro de uma religião sem desejar nada em troca.

Ser umbandista é entender que não se deve pedir em causa própria, ter vergonha de pedir as Entidades de Luz por si mesmo, e não ter vergonha de pedir por um irmão necessitado.


É estar sempre pronto para servir a espiritualidade e auxiliar aos consulentes, seja nos terreiros, nos templos, nas casas, nas macaias, nos caminhos, ou em qualquer lugar que haja a necessidade de nosso trabalho.

É saber que ao estar incorporado não é você a estrela do terreiro, é respeitar cada momento da Entidade de Luz, seus gestos, seus atos, suas palavras.

Ser umbandista é sentir a satisfação de ver um consulente entrar em um terreiro chorando em desespero, e vê-lo sair mais tarde da Gira sorrindo.

É saber que se deve ter atitude, que só palavras não bastam, se deve falar e fazer,pensar e ser,ser e nunca estar.

É saber que a Umbanda não vê raça, não vê cor, não vê status social, não vê poderes econômicos, não vê credo. Ela só vê caridade, ajuda, luta, justiça, cura, vê os problemas, as necessidades e a ajuda para solucionar as causas dificultosas daqueles que a procura.

É saber que não é você que escolheu a Umbanda, e sim que foi a Umbanda quem escolheu você.

Ser de Umbanda é amar com todas as forças essa maravilhosa religião, abençoada pelas Entidades de Luz, pelos Orixás e por Deus.

Então fale a todos que você é umbandista, mostre seu amor e sua dedicação aos Orixás e as entidades de luz.

    A Umbanda é linda!









quinta-feira, 5 de julho de 2018

A HIERARQUIA ESPIRITUAL










A Vibração Original tem Sete Orixás Principais não incorporantes e dirigentes de suas Sete Legiões. Estes têm como seus prepostos, 49 Orixás Chefes de Falanges e 343 Orixás Chefes de Subfalanges, que tomam seus nomes para dirigirem os demais componentes da Linha. Os componentes imediatos são classificados como Guias e Chefes de Agrupamentos e os outros, em sentido descendente, são chamados Protetores.


Os Orixás Intermediários de 1º Grau na função de Chefes de Legião são seres superiores que nunca passaram pela forma humana, portanto, nunca encarnaram.


Os Espíritos militantes da Lei de Umbanda só usam os mesmos nomes dos seus Chefes de Legiões, quando são, exclusivamente do 1º Plano, ou seja, até a função de Chefes de Subfalanges. Daí para baixo, não se pautam mais por esta regra, variando, embora, na mesma ligação afim.


Importante esclarecer que, por força do sincretismo, existe a associação dos Orixás com Santos Católicos, todavia, não se considera na Umbanda a chefia de uma Vibração (ou Linha) por parte destes Santos, tendo em vista que os Orixás existem desde o início dos tempos e os Santos Católicos viveram em sua maioria depois do advento do Cristo Jesus, conforme exemplo abaixo:

São Sebastião viveu pelo ano 250 D.C

São Jorge viveu pelo ano 280 D.C.

São Jerônimo viveu do ano 347 a 420 D.C


Contudo, alguns destes mártires do cristianismo de fato, ocupam uma função na Grande Lei de Umbanda