quarta-feira, 28 de novembro de 2018

HIERARQUIAS ESPIRITUAIS NA UMBANDA




Por mais que nosso planeta seja um campo de expiações, onde muitas vezes o sofrimento se faz necessário ao aprendizado, existem seres iluminados dispostos a guiar a humanidade no caminho da espiritualidade. Esses espíritos benevolentes já se livraram dos “grilhões” que nos prendem a roda das encarnações e seguem trabalhando em prol daqueles que ainda dependem dessa via de evolução para despertar suas consciências a uma realidade superior. Esses espíritos de luz se organizam de maneira hierárquica e harmoniosa, seguindo as leis divinas, que são perfeitas e incorruptíveis.

Na visão da Umbanda Esotérica, as entidades que se manifestam nos terreiros, estão em um grau evolutivo superior ao dos seres encarnados, possuem experiência e sabedoria elevada, atuaram em diversos movimentos espirituais durante suas encarnações e agora militam na Corrente Astral de Umbanda. Apresentam-se nas formas de Caboclos, Pretos Velhos e Crianças. Estão sob o comando e supervisão direta do Cristo, o Sr. Jesus. São essas entidades que compõem as Hierarquias Espirituais de Umbanda.

Nas obras do mestre W. W. da Mata e Silva são descritos os planos e graus das hierarquias espirituais, onde existem 3 planos (orixás, guias e protetores) que agregam 7 graus ou vibrações ascendentes.

No primeiro plano encontram-se os Orixás Intermediários em número de 399 entidades em cada linha ou vibração do Orixá, discriminadas da seguinte maneira: 7 Orixás Principais que ordenam 7 Chefes de Legiões, 49 Orixás Chefes de Falange e 343 Orixás Chefes de Subfalanges, compondo os 1º, 2º e 3º graus, respectivamente.

Consideramos 7 as Linhas ou Vibrações de Orixás na Umbanda Esotérica (Oxalá, Yemanjá, Yóri, Xangô, Ogum, Oxossi e Yorimá), portanto multiplicamos esses valores em 7, e teremos 2.793 atuando no 1º plano da hierarquia espiritual. Sendo que os 7 Orixás Principais de cada linha não incorporam, logo são 2.743 as entidades que podem atuar na incorporação, assumindo a responsabilidade mediúnica.

No segundo plano, situados no 4º grau, estão os denominados Guias atuando como Chefes de Grupamentos, em número de 2.401 em cada linha ou vibração, totalizando 16.807.

No 3º plano, constituindo os 5º, 6º e 7º graus ou vibrações, estão os Protetores, que atuam como Integrantes de Grupamentos. Sendo no 5º grau 16.807, no 6º grau grau 117.649 e no 7º grau 823.543, sendo esses números para cada linha ou vibração, totalizando 6.705.993 de espíritos atuando no 3º plano.

Podemos observar que o número de entidades situadas no 2º grau, é 7 vezes o número das situadas no 1º, e assim segue-se multiplicando pelo número 7 até o 7º grau, estendendo-se aos subgrupamentos até limitar todos os seres do mundo astral. O porquê dessa lógica é um assunto de cunho iniciático, do entendimento daqueles que se aprofundam nos mistérios através do estudo e prática, mas podemos considerar que 7 são os Orixás ou Linhas que manifestam suas vibrações sobre 7 espíritos e cada um sobre mais 7 e assim teremos os resultados obtidos acima.

No livro Umbanda de Todos Nós, capítulo 7, do escritor W. W. da Mata e Silva, podemos encontrar um mapa para melhor visualização e entendimento da formação da Hierarquia Espiritual de Umbanda.









Lembramos que todas as entidades que atuam nos terreiros de Umbanda possuem os conhecimentos necessários para suas funções, independente do grau em que esteja situada. O grau das entidades que o médium terá como mentores, serão de acordo com seu grau de evolução, podendo ser identificado dentro da iniciação. Um médium que já alcançou algum mérito durante encarnações anteriores poderá ser assistido por uma entidade no grau de Guia ou até mesmo de Orixá, e provavelmente será o chefe de um terreiro ou casa, porém esses médiuns são em minoria, sendo que 80% dos médiuns atuantes na Umbanda trabalham com entidades situadas no 3º plano, o que não desqualifica os trabalhos realizados, pois o simples contato com um autêntico protetor que milita na Corrente Astral de Umbanda já traz diversos benefícios para o médium e os consulentes.

Devemos entender que as entidades que compõem as Hierarquias Espirituais de Umbanda, atuam com o único objetivo de guiar os filhos de fé para o despertar de sua consciência, alcançando assim sua libertação do mundo das formas, e seguindo para vias de evolução ainda desconhecidas por todos nós.






domingo, 25 de novembro de 2018

CONDUTA MORAL, ESPIRITUAL E FÍSICA DOS MÉDIUNS DENTRO DA CORRENTE ASTRAL DE UMBANDA.







1 – Manter dentro e fora da Tenda, isto é, na sua vida espiritual ou religiosa particular, conduta irrepreensível, de modo a não suscitar críticas, pois qualquer deslize neste sentido ira refletir na sua Tenda e mesmo na Umbanda, de modo geral.


2 – Procurar instruir-se nos assuntos espirituais elevados, lendo o Evangelho do Cristo Jesus e outros livros indicados, bem como assistindo palestras nesse sentido.


3 – Conservar sua saúde psíquica, vigiando constantemente, o aspecto moral.


4 – Não julgar que seu protetor ou sua entidade é o mais forte, o mais sabido, muito mais “tudo” que o do seus irmão, médium também.


5 – Não viva querendo impor seus dons mediúnicos, contando, com insistência, os feitos de seus guias ou protetores. Lembre-se de que tudo isso pode ser problemático e transitório e não esqueça de que você pode ser testado por outrem e toda essa conversa vaidosa ruir fragorosamente.


6 – Dê paz a seu protetor no astral, deixando de falar tanto no seu nome, isto é, vibrando constantemente nele. Assim, você está se fanatizando e “aborrecendo” a entidade.


7 – Quando for para a sua sessão, não vá aborrecido e quando chegar lá, não procure conversas fúteis. Recolha-se a seus pensamentos de paz, fé e caridade pura para com o próximo.


8 – Lembre-se sempre de que sendo você um médium considerado “pronto” ou em desenvolvimento, é de sua conveniência tomar banhos de descargas ou propiciatório determinados por seu guia ou protetor, Seu for médium em desenvolvimento, procure saber quais os banhos e defumadores mais indicados, que poderá ser dado pela direção do terreiro.


9 – Não use guias ou colares de qualquer natureza sem ordens comprovada de sua entidade protetora responsável direta e testadas no terreiro.


10 – Não se preocupe em saber o nome do seu guia ou protetor antes que ele julgue necessário e por seu próprio intermédio. É de toda conveniência também para você, não tentar reproduzir, de maneira alguma, qualquer ponto riscado que tenha impressionado dessa ou daquela forma.


11 – Não mantenha convivência com pessoas más, viciosas maledicentes, etc... Isto é importante para o equilíbrio de sua aura e dos seus próprios pensamentos. Tolerar a ignorância não é compartilhar delas...


12 – Acostume-se a fazer todo o bem que puder, sem visar as recompensas.


13 – Tenha ânimo forte através de qualquer prova ou sofrimento. Aprenda a esperar e confiar...


14 – Não tema a ninguém, pois o medo é prova de que você está em débito com sua consciência.

15 – Lembre-se sempre de que todos nós erramos, pois o erro é da condição humana e portanto ligado a dor, a sofrimentos vários e, conseqüentemente, às lições, com suas experiências... Sem dor, sofrimento, lições e experiências não há Karma, não há humanização nem polimento íntimo. O importante é que não se erre mais. Ou não cometer os mesmos erros.

16 – Zele por sua saúde física, com uma alimentação racional e equilibrada.

o álcool.


18 – Nos dias de trabalhos, regule a sua alimentação e faça tudo para se encaminhar a sessão espiritual, limpo de corpo e espírito.


19 – Tenha sempre em mente que, para qualquer pessoa, especialmente o médium, os bons espíritos somente assistem com precisão, se verificarem uma boa dose de humildade ou de simplicidade no coração. A vaidade, o orgulho e o egoísmo cavam o túmulo do médium.


20 – Aprenda lentamente a orar confiando em Jesus, o Regente do planeta Terra. Cumpra as ordens ou conselhos de seu Guia ou Protetor. Ele é seu grande amigo e somente trabalha para a sua felicidade.








Texto extraído do livro:

“Mistérios e Praticas na Lei de Umbanda” W.W da Matta e Silva

terça-feira, 20 de novembro de 2018

O ESFORCINHO QUE FALTA



Sabemos que não estamos à toa num grupo Umbandista, ou pelo menos deveríamos ter essa noção. Para cada médium que trabalha num terreiro, tem pelo menos uns cem espíritos trabalhando no plano espiritual. E não estou exagerando. Basta a gente pensar nos guias que atuam em nossa coroa, fora os espíritos que estão aqui para auxiliar nos trabalhos, os espíritos que estão aprendendo a doutrina da seara umbandista, sem contar também os espíritos que precisam ser socorridos, e que são levados ao terreiro com a ajuda de espíritos socorristas.

Por outro lado sabemos que há também aquela falange de espíritos que não quer que o trabalho evolua, que não quer que o bem se propague, que não quer que a caridade seja praticada, pois isso coloca a Casa Umbandista e todos que dela participam num padrão vibratório elevado, resistindo às investidas dos menos evoluídos.

O médium de Umbanda deve sempre programar da melhor forma os seus dias de trabalho. Para isso, o dirigente do terreiro se incumbe de passar todo o calendário para que seus médiuns se programem, porque do lado espiritual, os guias também se programarão para estarem presentes no terreiro. No dia programado, o médium Umbandista procura sempre manter o seu equilíbrio e a sua serenidade para os trabalhos.

Mas há aqueles que colocam diversos empecilhos para comparecer ao terreiro: um mal estar, uma briga em casa, o cansaço, dores físicas aqui e ali, o excesso de trabalho, uma festinha que seria imperdível, o dia chuvoso ou muito quente, etc. E é aí que os espíritos contrários ao trabalho de Umbanda atuam. Pois sabem que aquele aparelho mediúnico vai desfalcar a equipe em pelo menos cem espíritos. E ainda vai sobrecarregar aqueles médiuns que conseguem superar as dificuldades do cotidiano para estarem presentes na Gira, renovando sua fé, e trabalhando a caridade na Umbanda.

O médium que não valoriza o dia de Gira ou Sessão como um dia sagrado, não dá valor à importância do seu próprio trabalho no terreiro. Dia de Gira para ele passa a ser um dia como outro qualquer. Que mal há em faltar um dia ou outro? Com isso ele falta uma, duas, três semanas, dois meses, três meses... e quando se percebe, ele já está completamente afastado da corrente mediúnica, prejudicando seu desenvolvimento e se entregando à sua própria “sorte espiritual”. Mas na Espiritualidade não existe sorte. Existe CAUSA e EFEITO.

E aí, quando esse EFEITO aperta-lhe os calos, o médium procura se reintegrar a corrente. Mas por quanto tempo? Até os próximos empecilhos?

Nós sabemos que fazer a caridade exige dedicação e, algumas vezes, sacrifício por parte dos médiuns, porque trabalhamos sem receber nenhuma paga material. Mas o que se ganha no astral é algo que nada na Terra vai pagar. E isso vai ajudar o médium a trilhar seus caminhos. Portanto, médium de Umbanda, antes de esmorecer na primeira dificuldade, tenha fé na religião que abraçou, nos guias da Casa, nos seus guias. Se você acha que já está se esforçando muito para ir ao terreiro e não está adiantando, faça aquele esforcinho a mais.

Quanto mais o mundo “conspirar” para você não ir ao terreiro, acredite, maior será a sua necessidade de você estar no terreiro. E depois de ajudar irmãos que vêm na assistência porque tem problemas maiores que os seus, após receber as bênçãos e a energia do Congá de sua Casa, você voltará para casa mais pleno. Os problemas podem não desaparecer por completo. Mas você saberá que, se o mundo material “conspira” contra você, o mundo espiritual está vibrando por você.

Ah, independentemente de quando será a próxima sessão no seu terreiro, comece a pensar nisso agora.










CCT Cristiano Queiroz
Tupixaba da Seara Espiritualista Falangeiros da Aru

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

FIRMEZAS E ASSENTAMENTOS







Primeiramente é importante ressaltar que, tanto as firmezas como os assentamentos, possuem uma finalidade muito parecida, entretanto, não são a mesma coisa. Para diferencia-los, vamos analisar as definições dos verbos: assentar e firmar. Assentar pelo dicionário Aurélio significa: Colocar sobre uma base, definir as condições de alguma coisa, fixar-se em um determinado sítio, ganhar juízo ou maturidade, determinar e resolver. Pelo mesmo dicionário firmar significa: colocar assinatura em, confirmar, assegurar, fixar, tornar ou ficar firme. Podemos perceber que assentar tem uma amplitude e um alcance maior, já o verbo firmar vem para completar e auxiliar, trazendo consigo uma grande segurança.

Buscando conhecer um pouco mais sobre o que é um assentamento, percebemos que se trata de um local especial porque nele existe um portal. É nesse portal que temos a interação das três dimensões da vida: O divino (poder), o espiritual (força) e o natural (atuação). Tendo isso bem claro em nossas mentes, o próximo passo é se perguntar a razão de assentar uma força ou poder. Os Centros de Umbanda estão sempre sendo auxiliados pelas forças do plano espiritual e pelos poderes dos planos divinos, fazendo-se assim necessário que os Centros tenham, no plano material, pontos de descarga que possam absorver, transmutar, encaminhar e devolver as energias. Esses pontos de descarga são o que chamamos de assentamentos.

Já conseguimos ter a noção da importância dos assentamentos, então logo ficamos curiosos para saber quais os elementos presentes em um local tão sagrado. Qual seria a graça da magia se soubéssemos todos seus segredos? Os assentamentos são feitos conforme o poder ou força, pois cada um possui seus elementos, suas ferramentas e seus “estilos”. Então, os tipos de assentamentos vão variar, pois, se alguns elementos são comuns a todos, outros são muito específicos.

E quanto as firmezas? Qual é o seu papel nos Centros? Onde ficam? A firmeza de uma força ou de um poder pode ser feita ao redor de um assentamento ou independentemente dele. Firmar uma força ou poder significa proporcionar-lhe condições mínimas para que se tenha um ponto fixo onde possa receber pedidos de auxílios e ajudas. O maior papel das firmezas é ajudar os assentamentos a terem um maior poder de realização. Todos os elementos usados nos Centros, como, cajados, chapéus, guias, velas, etc. são elementos de firmezas, pois, eles nos ajudam a firmar nossos pensamentos naquilo que estamos buscando.

Podemos concluir então que as firmezas são como pedidos e os assentamentos a força realizadora deles. Depois de refletir sobre o que são firmezas podemos perceber que elas estão em tudo; nossos pensamentos, nossas ações, nossas intenções, etc. Então, cabe a nós mesmos fortalecer nossas firmezas para que possamos ser um instrumento catalizador do poder divino e da força espiritual.









domingo, 11 de novembro de 2018

HISTÓRIAS DE TERREIRO





“Trinta e oito”, chamou Marisa, a Cambone que organizava a entrada para as consultas. Era a vez de Jaime.

O homem entrou, saudou o Caboclo e já ia começar a falar quando a entidade pediu que aguardasse primeiro o passe.

Enquanto “limpava” o consulente, o Caboclo notava energias densas, especialmente sobre o Chakra Frontal. Mas, com atenção e paciência, ia reequilibrando as energias do moço.

Paciência que Jaime não tinha muito no momento. Queria começar logo a falar e resolver o assunto. Mas, por um misto de respeito e temor, aguardou a finalização do trabalho.

“O que está acontecendo filho?” – perguntou o Caboclo.

Essa era a deixa que Jaime precisava. Agora poderia falar tudo aquilo que passara o dia ensaiando em sua angústia.

“Olha, seu Caboclo, eu preciso que o senhor resolva de uma vez o meu problema. Já faz quatro meses que eu venho aqui todas as semanas. Eu não falto. Faço tudo o que me mandam. Já tomei banho de ervas, coloquei uma Espada de São Jorge na entrada da minha casa. Até uma oferenda eu já fiz. Mas, nada acontece!”

“Continuo desempregado. As portas não se abrem. A vida parece que não anda. Não aguento mais, Seu Caboclo. Preciso que o senhor dê um jeito nisso. Preciso que o senhor me arrume um emprego”, finalizou Jaime.

Sensibilizado com a dor e a angústia de Jaime, o Caboclo depositou um olhar brando sobre o homem. Podia perceber naquele momento os sentimentos de medo, fracasso e desespero que tocavam a alma do rapaz.

Mas, acima de tudo, o Caboclo entendia a necessidade daquela dor. E sabia que havia uma diferença entra aquilo que o Jaime queria e aquilo que ele precisava. Por isso, em tom acolhedor, mas com firmeza na voz o Caboclo perguntou:

“Moço, o senhor sempre foi acolhido com respeito e carinho nessa casa”?

Jaime, apesar de não entender a pergunta, assentiu que sim com a cabeça.

“E o que os Guias têm falado para o senhor aqui”?

Ainda confuso com as perguntas, Jaime respondeu: “Para eu ter confiança, para não desistir de lutar e para ter paciência”.

Jaime já ia falar que estava lutando e se esforçando para arrumar um emprego, mas antes que o homem continuasse, o Caboclo ainda perguntou: “Filho, alguma vez, algum Guia te falou que ia arrumar um emprego para você? Algum Guia falou para você ficar parado esperando que Ele que iria abrir as portas para você”?

Agora, um tanto sem graça, Jaime respondeu timidamente: “Não senhor, seu Caboclo. O que eu sempre ouvi aqui foi que as coisas aconteceriam no tempo certo”.

“Pois é isso, filho. Assim é a Umbanda. Um lugar onde as pessoas são recebidas com acolhimento e respeito, independente de cor, religião, classe social ou preferências sexuais. Um lugar para os filhos se fortalecerem emocionalmente e encontrarem as forças para lutar cada batalha da vida”.

“Na Umbanda, o milagre acontece de dentro para fora e não de fora para dentro. O papel dos Guias de Lei é ajudar os filhos a resolverem os seus problemas e não resolver os problemas para eles”.

“Quando é de merecimento, amparados pela Lei Maior e pela Justiça Divina, os Guias, através da magia, movimentam as Forças da Natureza para ajudar os filhos na caminhada. Mas, para tudo existe algo indispensável: o Tempo”.

“Cada coisa acontece no seu tempo. No tempo do Pai e não no tempo que queremos que as coisas aconteçam. Assim é a Lei.”

Nesse momento, Jaime já estava muito mais tranquilo. Dentro dele, a voz de sua consciência reconhecia a verdade nas palavras do Caboclo. O homem ansioso da chegada, agora até esboçava um sorriso.

Jaime não podia ver, mas agora as suas energias estavam equilibradas. Ele estava de novo pronto para enfrentar as suas batalhas. Fortalecido para enfrentar os seus próprios medos e seguir renovado em sua autoconfiança.

Em reverência, beijou as mãos do Caboclo e agradeceu com um sorriso antes de sair.

O Caboclo com seu semblante sério e firme também sorria por dentro. Estava feliz com aquela conversa. Tinha cumprido a sua missão. Feito o que um Guia deve fazer: ajudado o filho em sua compreensão espiritual. Tinha trabalhado como instrumento da Lei Maior e da Justiça Divina.

Em instantes, o Caboclo iniciaria um novo atendimento. Mas, ainda pôde ver um Guardião de Ogum ao lado do filho que ia saindo do Congá. Novamente sorriu por dentro.

Os caminhos materiais do homem estavam abertos. Jaime, por fim, tinha compreendido a lição que a vida estava lhe trazendo. Ao chamar para si a responsabilidade pelos seus resultados, saindo da vitimização, abriu caminho para que as Forças da Natureza atuassem em seu favor.















terça-feira, 6 de novembro de 2018

PRÁTICA ESPIRITUAL NO COTIDIANO








Muitos irmãos procuram as religiões como forma de aconchego. Acreditam que templos, igrejas, centros, tendas e santuários, vão livrá-los de suas dores e sofrimentos. Ledo engano.  A religião, independente de qual seja, não resolverá seus conflitos internos como num passe de mágica.  Seu papel fundamental é conduzir o indivíduo na construção de seu conhecimento espiritual, oferecer suporte e mostrar o caminho do amor, do progresso, da luz e da caridade.

Sabe qual é o erro da maioria das pessoas? É acreditar que sua vida espiritual está separada de sua vida terrena. Sendo assim, possuem a falsa ideia de que para estabelecer a conexão divina com as consciências superiores é necessário estar fisicamente em um culto religioso e, quando lá estão, se esforçam para manter uma vibração elevada, pensamentos de progresso, postura adequada e olhares graciosos. A questão é: Quando você não está nos templos religiosos, você permanece em conexão com a divindade? Do portão pra fora, você continua em busca da prática do bem?

A todo o momento estamos em conexão com o universo. A todo o momento estamos sendo iluminados pela divindade. Que tal levar a prática espiritual para a sua vida cotidiana? As religiões te oferecem o caminho, mas para trilhá-lo você precisa fazer o exercício de empregá-lo no dia a dia. No trabalho, no seio familiar, na escola, no trânsito, no metrô. Precisamos de pessoas para colocar em prática nosso conhecimento humanitário e espiritual; para desenvolver nossas virtudes; para nos tirar de nossa zona de conforto.

Quer um exemplo? Como é que você vai desenvolver a virtude do perdão se não houver uma pessoa que te magoe? Como é que você vai desenvolver a virtude da paciência se não houver uma pessoa que te deixe irado? Como é que você vai desenvolver a virtude da serenidade se não houver alguém que lhe aborreça?

Procure refletir sobre seu dia e sobre a sua relação com a sociedade. Precisamos do outro para colocar em prática o que aprendemos com nossas religiões. Não viva numa ilha, acreditando que o seu estresse está sendo provocado pelo seu chefe, seu esposo, sua mulher, seu professor, seu namorado, o governo ou quem sabe o cachorro do vizinho que late muito alto. A paz é um bem estar interior que independe de coisas externas, é um estado de espírito pleno, sereno.

Se você começar a encarar as pessoas mais irritantes como uma oportunidade de aprimoramento de suas virtudes, passará a encarar a vida com mais leveza.

Agradeça quando alguém te incomodar, porque assim você estará tendo a oportunidade de retribuir o incômodo com indulgência.

Faça prece pelos seus inimigos e agradeça por estar tendo a oportunidade te oferecer amor como pagamento das ofensas sofridas. Deseje o bem a seu próximo, independente de quem seja. É muito fácil desejar o bem aos amigos, comece a desejar o bem a toda à humanidade.

Caso você tiver a oportunidade de fazer o bem a um irmão, faça! Não hesite! Quando você perceber a felicidade estampada na face de alguém por conta de algo que partiu de suas ações, você começará a se sentir livre de suas dores e sofrimentos. A lei universal é muito simples, toda ação gera uma reação. Então espalhe amor.











sexta-feira, 2 de novembro de 2018

VISITA A OUTRO TERREIRO,COMPROMISSO COM SUA CASA.







Mistura e confusão de fundamentos, incentiva a comparação, confunde regras e formas de conduzir ritos, etc.

Para alguns Dirigentes visitas a outras CASAS deixa o médium até à mercê de cargas e misturas de energias que podem colocar em risco o desenvolvimento do médium.

Fofocas, distorção de informações, quebra de sigilo sobre as magias e mirongas de uma Casa também podem ser pontos negativos se a pessoa que visitar outros Terreiros não tiver muito bem estruturado os valores desta religião.
Quando uma pessoa escolhe uma determinada Casa para trabalhar ela está dando aceite a tudo que ela representa. Ao entrar para uma Casa, o médium está assumindo os compromissos daquela Casa.

Quando um Guia se firma em uma Casa ele está dizendo ao médium que ali será seu local de trabalho. Por outro lado, quando o Guia e mentor espiritual diz que é hora de sair, esta ordem também é seguida.

Muitas vezes a Umbanda será nosso chamado, mas não necessariamente em uma determinada Casa.

Se você gosta de visitar outros Terreiros com grande frequência, deve se perguntar se é a hora de assumir compromissos com uma Casa ou não.

Terreiro é igual a um casamento: podemos ter amigos, porém se preferimos as baladas ao invés do matrimônio, é de se perguntar se não é melhor ficar solteiro. Quando assumimos o compromisso com uma Casa, assumimos o compromisso com tudo que ela representa.

Algumas pessoas “batem cartão” em Terreiros acreditando que a quantidade de vezes que se consulta ou que dá passagem a seu Guia é que determinará a qualidade da sua incorporação ou o grau do seu merecimento.

Estão enganados. Não é a quantidade de vezes que a gente fala com um Guia ou visita uma Casa que determina a nossa missão.

Umbanda é evolução e evoluir remete à mudança de comportamento. Se não conseguirmos cumprir e respeitar uma Casa como queremos ser respeitados?

Se não conseguirmos zelar pela força da nossa Casa, como vamos pedir força? Se não conseguirmos confiar como vamos exigir confiança?

Umbanda é uma religião onde fica claro que recebemos do mundo tudo aquilo que emanamos. Tudo aquilo que vai para o universo, o universo devolve para você.

O certo versus errado varia de Casa para Casa. Portanto, na dúvida sobre poder ou não visitar um determinado lugar, sempre consulte seu Dirigente, ainda mais se estiver compromissado com uma Casa.

Afinal de contas, mais do que respeito, este Dirigente é o responsável por tudo que acontecer com você. Daí o nome “zelador de santo”. Ele (a) é quem zela pela sua coroa, seus Guias e mentores.