terça-feira, 26 de junho de 2012

AS PENEIRAS DE HIRAM








Meia noite em ponto. Mais uma jornada na construção do templo terminara. Cansado por mais um dia, Mestre Hiram recostou-se sob o frescor do Ébano para o tão merecido descanso. Eis que subindo em sua direção, aproxima-se seu mestre construtor predileto, que lhe diz:
- Mestre Hiram... vou lhe contar o que disseram do segundo mestre construtor...
Hiram, com sua infinita sabedoria, responde:
- Calma, meu mestre predileto; antes de me contares algo que possa ter relevância, já fizeste passar as informações pelas “Três Peneiras da Sabedoria”?
- Peneiras da Sabedoria??? Não me  foram mostradas. Respondeu o predileto.
- Sim... meu mestre predileto! Só não te ensinei, porque não era chegado o momento; porém, escuta-me com atenção. Tudo quanto te disserem de outrem, passe antes pelas peneiras da sabedoria e na primeira que é a da Verdade, eu te pergunto: Tens certeza de que o que te contaram é realmente a verdade?!
Meio sem jeito o mestre responde:
- Bom, não tenho certeza realmente, só sei que me contaram...
Hiram continua:
- Então se não tens certeza, a informação vazou pelos furos da primeira peneira e repousa na segunda, que é a da Bondade. E eu te pergunto: É alguma coisa que gostarias que dissessem de ti?!
- De maneira alguma mestre Hiram! ... Claro que não!
- Então a tua estória acaba de passar pelos furos da segunda peneira e caiu nas cruzetas da terceira e última, e te faço a derradeira pergunta: Achas mesmo necessário passar adiante essa estória sobre teu irmão e companheiro?!
- Realmente mestre Hiram, pensando com a luz da razão, não há necessidade...
- Então ela acaba de vazar os furos da terceira peneira, perdendo-se na imensa terra. Não sobrou nada para contar.
- Entendi poderoso mestre Hiram. Doravante somente as boas palavras terão caminho em minha boca.
- És agora um mestre completo. Volta a teu posto e constrói teus templos, pois terminastes teu aprendizado. Porém, lembra-te sempre: As abelhas construtoras do Universo, nas imundícies dos charcos, buscam apenas as flores para suas laboriosas obras, enquanto as nojentas moscas, buscam em corpos sadios as chagas e feridas para se manterem vivas.
Em resumo: procure fazer, pensar, sentir e falar aos outros aquilo que gostaria que fosse feito, pensado, sentido e falado a você, ou de você.
Procure não fazer, pensar, sentir ou falar aos outros, ou dos outros, aquilo que não gostaria que fosse feito, pensado, sentido e falado a você, ou de você.
Cuidado com os boatos.


Texto -  Colaboração Luis Giublin


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