O amaci é um ritual realizado pelos médiuns de Umbanda com o objetivo de fixar as energias dos mentores diretos no chacra coronário do médium que a ele se está submetendo.
É um procedimento de grande importância, porque sua realização favorece a sintonia do médium com as entidades que trabalham através dele.
Difere dos banhos de fixação por três razões distintas: em primeiro lugar, o amaci não é exatamente um banho, mas uma lavagem de cabeça. Em segundo lugar, nos banhos de fixação as ervas são fervidas na água que será utilizado para o banho, enquanto que no amaci as ervas são maceradas e misturadas à água que irá servir para lavar a cabeça do médium. Em terceiro lugar, os banhos de fixação são tomados em casa, enquanto que o amaci deve ser feito exclusivamente no terreiro, sob a vibração de uma corrente mediúnica e comandado pelo dirigente do terreiro, incorporado ou não.
O amaci deve ser considerado como uma obrigação e não é feito com a freqüência com que são tomados os banhos de fixação, sendo que cada casa adota uma freqüência própria para a realização de seus amacis, sendo a mais comum a anual.
Também deve ser levado em consideração que o amaci geralmente é aplicado em médiuns que se encontrem num estágio mais avançado em relação ao desenvolvimento de sua mediunidade e que já conheça seus guias, sendo certo que o ritual é realizado de forma específica, com ervas diferentes para cada orixá.
O médium seleciona sete ervas e as colhe. Depois elas são colocadas dentro de um pilão grande e maceradas lentamente para que desprendam seu sumo. Enquanto se vai macerando, vai-se colocando um pouco de água de cachoeira, ou, na falta dessa, água mineral. coloca-se também um pouco de álcool, para auxiliar no processo de extração do sumo. ao final, enche-se o pilão todo com água, até completar algo como uma bacia. Após isso, coa-se todo o conteúdo em um pano, para que apenas a água com o sumo fique. O bagaço das ervas deve ser jogado em um jardim, a fim de que retorne à natureza.
Feito isso, diante do Congá, sob a vibração da corrente, a cabeça do médium é lavada com aquela água, a fim de que as energias emanadas das ervas maceradas se acentem em seu chacra coronário.
É, na verdade, um ritual muito importante, onde o trabalho do médium se restringe à coleta e à maceração de suas ervas. Todo o trabalho de fixação das energias é realizado pelas entidades, durante o ritual, razão pela qual se exige que o mesmo seja realizado no terreiro, pois envolve manipulação de energias que necessitam de ambiente preparado, com a devida canalização de forças determinada pelos assentamentos da casa e pela vibração da corrente mediúnica.
Não cabe ao médium dizer quando deseja fazer um amaci. Essa necessidade será determinada pelo próprio guia que, incorporado, solicitará ao dirigente da casa a realização da obrigação. Isso, contudo, varia de centro para centro, pois em muitas casas se adota a sistemática de o dirigente determinar quando cada pessoa deverá realizar o amaci, e ainda há situações em que a realização do ritual obedece a calendário pré-determinado, caso em que, numa determinada época do ano a instituição realiza uma cerimônia coletiva na qual todos os médiuns em condições são submetidos ao amaci.
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