Ogum, na Umbanda,
representa uma das forças da natureza oriundas de Deus, que se manifesta na
forma de energia ligada à perseverança, à coragem de vencer demandas, atuando
na defesa de toda a natureza, sendo executor da Lei. Sua energia está em todos
os lugares.
Por vir representado pelos
seus falangeiros, como energia vibrante e enérgica, Ogum é símbolo de
atividade, de trabalho, de vigor, de possibilidade de a criatura humana buscar
na natureza os recursos para vencer suas fronteiras, físicas e espirituais,
revitalizando ou descobrindo sua energia vital, às vezes, nem sempre conhecida pelo
indivíduo.
Os pontos cantados para
louvar Ogum trazem também essa energia, todos eles ressaltando suas qualidades
de bravo guerreiro e vencedor de demandas. É comum vermos nos pontos cantados
para Ogum a junção dos vários elementos da natureza sendo louvados quando
invocamos seus falangeiros.
Quando o filho de fé
invoca o Orixá Ogum, está invocando forças que o levem a lutar e vencer sobre
as forças que o querem levar ao declínio, agindo a energia de Ogum como
elemento revitalizador que possibilita sua ascensão, sua conquista ao fim
desejado. Assim como Oxalá, Ogum também é força, é misericórdia, é socorro.
Ogum vibra sua energia nos
Caminhos, nas entradas, sempre vigilante, aplicando a Lei Divina com rigidez e
firmeza, conforme a atitude daquele que o leva a agir.
Os falangeiros de Ogum são
representados por espíritos guerreiros, de soldados, daí também, advir o
sincretismo desse Orixá com São Jorge, no Rio de Janeiro, comemorando-se seu
dia em 23 de abril. Na verdade, compara-se Ogum a São Jorge pelas
características desse Santo Guerreiro do catolicismo: São Jorge veste uma
armadura de guerra e monta um cavalo branco. Utiliza a lança e a espada para
vencer o dragão, que no caso de Ogum, traz o simbolismo de que através da sua
coragem e destemor, sua energia é capaz de trazer a proteção necessária para o
combate às forças do Astral Inferior, e o dragão representaria a alegoria de
que as forças dos espíritos trevosos e obsessores não são capazes de vencer e
derrubar seus filhos.
A força de Ogum é
representada por sua espada, sua lança, seu escudo (“Ogum quando vem lá de
Aruanda, traz uma espada, e uma lança na mão...”), e através do metal de sua
espada, Ogum corta o mal e vence demanda do filho que a ele roga sua benção e
proteção, mobilizando toda a sua energia para esse caminho.
Ogum atua com todos os
elementos naturais, Ar, Fogo, Água, Terra e, por não ter elemento da natureza
específico no qual estabelece sua vibração, Ogum atua em todos eles em conjunto
com os demais Orixás, trazendo seus falangeiros características dessa vibração
de Ogum com a vibração do Orixá que rege outro campo vibratório da Natureza.
Dessa forma encontramos os
desdobramentos da energia do Orixá Ogum, sendo que os mais conhecidos são:
- Ogum Megê - Trabalha em harmonia com Omulu, na entrada da
calunga pequena - cemitério.
- Ogum Rompe-Mato - Trabalha em harmonia completa com Oxossi, na
entrada da Mata. Podendo ser cultuado tanto na terça-feira, dia de Ogum, quanto
na quinta-feira, dia de Oxossi.
- Ogum Beira-mar - Trabalha na
orla marítima em harmonia com Iansã e Iemanjá
- Ogum Iara - Trabalha na
cachoeira em harmonia com Oxum
- Ogum de Lei - Trabalha com as Almas em harmonia com Xangô, Omulu,
Oxum e Ogum Iara.
Não se pode deixar de
citar, ainda, que dentro desses desdobramentos, encontram-se os desdobramentos
destes chefes de linha, como no caso do Ogum Sete Ondas que vem a ser o
desdobramento da vibração de Ogum Beira-Mar. E, por conseguinte, os
desdobramentos do próprio Ogum Sete Ondas, em Ogum Sete Ondas do Fundo do Mar,
da Beira da Praia etc.
SÃO JORGE O SANTO
GUERREIRO
Em torno do século III
D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto
Império um jovem soldado chamado Jorge. Filho de pais cristãos, Jorge aprendeu
desde a sua infância a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.
Nascido na antiga
Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a
Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do
exército romano devido a sua dedicação e habilidade - qualidades que levaram o
imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a
residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.
Por essa época, o
imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado
para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da
reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os ídolos
adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.
Todos ficaram atônitos ao
ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com
grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens. Indagado
por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente
respondeu-lhe que era por causa da
VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O QUE É A VERDADE
?". Jorge respondeu: "A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós
perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e nele confiado me pus
no meio de vós para dar testemunho da verdade."
Como São Jorge mantinha-se
fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários
modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava
se renegaria a Jesus para adorar os ídolos.
Jorge sempre respondia:
"Não, imperador ! Eu sou servo de um Deus vivo ! Somente a Ele eu temerei
e adorarei". E Deus, verdadeiramente, honrou a fé de seu servo Jorge, de
modo que muitas pessoas passaram a crer
e confiar em Jesus por intermédio da pregação daquele jovem soldado romano.
Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o
jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303.
A devoção a São Jorge
rapidamente tornou-se popular. Seu culto se espalhou pelo Oriente e, por
ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente Verdadeiro guerreiro
da fé, São Jorge venceu contra Satanás terríveis batalhas, por isso sua imagem
mais conhecida é dele montado num cavalo branco, vencendo um grande dragão.
Com seu testemunho, este
grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.
Lendas
Um horrível dragão saía de
vez em quando das profundezas de um lago e se atirava contra os muros da cidade
trazendo-lhe a morte com seu mortífero hálito. Para ter afastado tamanho
flagelo, as populações do lugar lhe ofereciam jovens vítimas, pegas por
sorteio. um dia coube a filha do Rei ser oferecida em comida ao monstro. O
Monarca, que nada pôde fazer para evitar esse horrível destino da tenra
filhinha, acompanhou-a com lágrimas até às margens do lago. A princesa parecia
irremediavelmente destinada a um fim atroz, quando de repente apareceu um
corajoso cavaleiro vindo da Capadócia. Era São Jorge.
O valente Guerreiro
desembainhou a espada e, em pouco tempo reduziu o terrível dragão num manso
cordeirinho, que a jovem levou preso numa corrente, até dentro dos muros da
cidade, entre a admiração de todos os habitantes que se fechavam em casa,
cheios de pavor. O misterioso cavaleiro lhes assegurou, gritando-lhes que tinha
vindo, em nome de Cristo, para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser
batizados.
Datas Marcantes No século
XII, a arte, literatura e religiosa popular representam São Jorge, como soldado
das cruzadas com manto e armadura com cruz vermelha, nobre um cavalo branco,
com lança em punho, vencendo um dragão. São Jorge é o cavaleiro da cruz que
derrota o dragão do mal, da dominação e exclusão.
Desde o século VI, havia
peregrinações ao túmulo de São Jorge em Lídia. Esse santuário foi destruído e
reconstruído várias vezes durante a história.
Santo Estevão, rei da
Hungria, reconstruiu esse santuário no século XI. Foram dedicadas numerosas
igrejas a São Jorge na Grécia e na Síria.
A devoção a São Jorge
chegou à Sicília na Itália no século VI. No séc. VII o siciliano Papa Leão II
construiu em Roma uma igreja para S. Sebastião e S. Jorge. No séc. VIII, o Papa
Zacarias transferiu para essa igreja de Roma a cabeça de S. Jorge.
A devoção a São Jorge
chegou a Inglaterra no século VIII. No ano de 1101, o exército inglês acampou
na Lídia antes de atacar Jerusalém. A Inglaterra tornou-se o país que mais se
distinguiu no culto ao mártir São Jorge...
Em 1340, o rei inglês
Eduardo III instituiu a Ordem dos cavaleiros de São Jorge.
Foi o Papa Bento XIV
(1740-1758) que fez São Jorge, padroeiro da Inglaterra até hoje.
Em 1420, o rei húngaro,
Frederico III (1534) evoca-o para lutar contra os turcos.
As Cruzadas Medievais
tornaram popular no ocidente a devoção a São Jorge, como guerreiro, padroeiro
dos cavaleiros da cruz e das ordens de cavalaria, para libertar todo país
dominado e para converter o povo no cristianismo.
Seu dia foi colocado no
Calendário particular da Igreja, isto é, celebrados nos lugares de sua devoção.
O Sr. Cardeal D. Eugenio
Sales, assim se pronunciou: "A devoção de São Jorge nos deve levar a Jesus
Cristo". Pela palavra do Cardeal Sales sentimos a autenticidade do Culto a
São Jorge.
A HISTÓRIA DE SÃO JORGE
Oração a São
Jorge
Eu
andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos,
tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam,
e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas
de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo
tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.
Jesus
Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem
de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as
minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder,
seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.
Glorioso
São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas,
defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de
seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com
o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
São
Jorge Rogai por Nós...
Assim
Seja!