A verdadeira luta pela
existência terrena passa pelas questões do Ter e do Ser.
Desde épocas milenares o
Homem se aflige e dirime suas energias mentais e físicas em perseguição da
fortuna e do conforto que lhe aportam os bens materiais, sejam eles conseguidos
ou não através de meios ilícitos, pondo em risco vidas humanas, causador de
desgraças familiares que muitas vezes se prolongam por séculos de sofrimentos
ímpares em reparações afligentes e que se fazem obrigatórias pelas leis da consciência
individual na nossa infinita caminhada para Deus.
Olhai a beleza da rosa,
aspirai seu perfume, todavia não a invejeis, pois a sua beleza multicor é e
será sempre efémera.
Maravilhai-vos antes
perante a semente lançada à terra com o suor de quem trabalha e com a fome que
ela sacia às muitas criancinhas de famílias de parcos recursos.
Admirai o canto do cisne,
seu porte belo e elegante. Todavia, lembrai-vos que a verdadeira música, a que
se entoa nos céus, parte do coração e ilumina todo o nosso interior. O génio
musical não carece de voz para louvar o Senhor, ele o faz com a sua alma
inebriada de amor eterno.
Beethoven compôs a Ode à Alegria,
a mais maravilhosa obra de encanto pela vida, quando seus olhos já nada
enxergavam e seu coração pertencia inteiramente à harmonia universal, ao Deus criador
de todas as coisas.
No Ser está a única
verdade, a verdadeira beleza, aquela por que vale a pena lutar em cada uma de
nossas existências afim de alcançarmos a iluminação interior.
Após o encontro final com
o ser interior, o homem partirá à descoberta da beleza no outro, realização de
Deus e sua própria realização, pois a perfeição do seu irmão se refletirá nele
mesmo, e ele encontrará a harmonia interior e a perfeição ao encontrar a caridade.
Não a olvideis meus
irmãos. Praticai a caridade, onde estiverdes, como souberdes. Não penseis em
resultados. Crede que haverá sempre uma alma aflita que encontrará vossos
pensamentos, vossas reflexões, vosso amor, vossa dádiva desinteressada.
Joana d' Ângelis
02/04/07
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